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"Us istudantis é nóis"

Depois de visitar trocentas vezes São Paulo, resta pouco a se admirar do ponto de vista turístico além de coisas como a 1ª Parada do Orgulho Heterossexual no MASP, o péssimo atendimento dos garçons em qualquer biboca da cidade e as barricadas de sacos de lixo espalhadas pelas ruas. A solução para uma tarde modorrenta de segunda-feira estava clara: ir até a USP e conferir a quantas andava a rebelião contra o governador José Serra (PSDB) - que no domingo havia recebido estudantes-turistas de todo o país para disseminar o modus operandi da revolução que dura mais de 45 dias.

Ao descer no meio da Cidade Universitária, encaro as pichações feitas pelos grevistas nas paredes da obra de reforma da Farmácia da USP. O tempo para pintar frases de ordem como "Manifestação não é baderna", "Fora a polícia do campus", "Us istudantis é nóis" e "Mãe, vou dormir na USP" poderia ter sido dividido para limpar a área, ao lado do prédio da reitoria.

A situação é de completo abandono. Lixo espalhado por todo o entorno e moscas africanas me impediram de anotar tudo o que queria ou começar a procurar um boteco que vendesse cerveja, para ajudar a suportar o que estava por vir. Lembrei do Fórum Social Mundial e me perguntei se entre as dezenas de comissões que os estudantes alardeavam com tanto orgulho para decidir qualquer coisa não estaria uma que fosse encarregada da limpeza do perímetro.

Amanhã: "A mesa encaminha a votação. Vamos acabar com o tititi"

Por Rodrigo Alvares em 19.06.07 às 21:21 - comentários (2)

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