Pê Tê fora de controle

"Críticas sobre salários é ridícula, dizem petistas

O vice-presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, classificaram ontem de "ridículas" as críticas de que o aumento recém-concedido aos funcionários que ocupam cargos de confiança no governo beneficiará o caixa do PT, já que o partido recebe parte do salário dos filiados que têm cargos públicos.

"Isso é ridículo, eu dou o meu dinheiro para quem eu quiser", afirmou Marco Aurélio, que também é assessor especial da Presidência, acrescentando que o "caixa do PT pelo menos tem origem sabida". "Os outros partidos, eu não sei", disse ele. (Folha de S. Paulo, 21/06/07)

Depois do aumento de até 139,75% para cargos comissionados, o Pê Tê criou mais 626 novos cargos de confiança para alojar a favela no poder. Isso significa um aumento da chupada nos cofre$ públicos de quase R$ 2 milhões mensais e totaliza VINTE E DOIS MIL CENTO E OITENTA E NOVE cargos de confiança federais.

Como lembra um dos editoriais de hoje da Folha, em 2005, logo depois do valerioduto - aquele que nunca existiu - o Pê Tê prometia botar ordem na casa:

"O Planalto falava em reduzir o número de postos preenchidos por critérios políticos (havia 20 mil na administração direta) para 4.500, num prazo de até oito meses. "O presidente fará uma reforma que vai enxugar o número de ministérios e reduzir os cargos de confiança", afirmava o então líder do governo no Senado, Aloizio [Dossiê-Mídia-Má] Mercadante (PT-SP)."

Uma matéria da Época da semana passada cita o caso de alguns outros países onde - parece - as coisas estão melhores do que no Bananão:

"EUA - 4.500 cargos de confiança.
Há pouco espaço para indicações políticas na administração pública. Mesmo nesses poucos casos, os indicados têm de comprovar qualificação técnica Era costume lotear cargos, até que o presidente James Garfield foi assassinado, em 1881, por um cabo eleitoral descontente. Uma reforma administrativa dois anos depois começou a profissionalizar a gestão pública

França - 500 cargos de confiança.

A França reserva poucos cargos para indicação política. Os funcionários de carreira vêm, por concurso, da Escola Nacional de Administração (ENA) As bases para a formação de um serviço público profissional francês foram lançadas pelo imperador Napoleão Bonaparte a partir da Constituição de 1791. A ENA foi criada em 1945

Inglaterra - 300 cargos de confiança.
O espaço para indicados políticos é pequeno. Os nomeados desse modo permanecem no cargo até o fim do governo ou até a saída do ministro que os nomeou As regras que deram ao serviço público inglês a feição atual começaram a valer a partir de 1854. As reformas acabaram com o clientelismo que dominava a administração antes disso

Alemanha - 170 cargos de confiança.
Não existem nomeações políticas puras: mesmo os 170 cargos de alto escalão preenchidos por indicação política têm de respeitar critérios técnicos A primeira reforma burocrática ocorreu ainda nos tempos da Prússia, no fim do século XVIII. A tradição de uma burocracia estável e forte resistiu no processo de unificação da Alemanha."

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