Joaquim Bezerra Nelore Roriz, o eterno retorno
These are strange times in Brazil. Achou que a falcatrua do final de semana tinha acabado com o Silvinho Land Rover? Pois não. A Veja acabou com tudo em outra matéria sobre nosso insuperável senador Joaquim Bezerra Nelore Roriz.
A revista afirma sem rodeios: "se parte do dinheiro foi mesmo usada para pagar uma bezerra, outra parte teve destino explosivo – serviu para subornar juízes do Tribunal Regional Eleitoral que livraram Roriz de cassação em 2006."
A Veja teria obtido a informação de um político próximo a Roriz que presenciou a confissão do suborno da própria boca do senador bezerrístico em conversa com seu suplente, o ex-deputado distrital Gim Argello:
"Argello – O Agnelo (refere-se a Agnelo Queiroz, ex-ministro e candidato derrotado ao Senado) me disse que a decisão foi comprada. É isso mesmo?
Roriz – É isso mesmo. Achei que o processo não ia dar em nada, mas tivemos de resolver. Tivemos de comprar dois [juízes do TRE]."
Os juízes teriam recebido 1,2 milhão dos tais 2,2 milhões do cheque de Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol:
"O caso que livrou Roriz da cassação foi julgado em 23 de outubro, mas começou no dia 19 de setembro, quando o Ministério Público o acusou de uso político da máquina pública do governo do Distrito Federal. Na época, Roriz deixara o cargo de governador para concorrer ao Senado, e a estatal de abastecimento de água, a Caesb, mudara em propagandas seu número de atendimento telefônico de 115 para 151 – número de Roriz nas urnas. O placar do julgamento no TRE estava em 3 a 2 contra Roriz. Um juiz pediu vistas e, dias depois, quando a sessão foi retomada, votou a favor de Roriz, cravando um empate em 3 a 3. Antes que o presidente do tribunal desse seu voto de Minerva, um dos juízes que votaram contra Roriz subitamente mudou de idéia. Com isso, Roriz livrou-se da cassação por 4 a 2."
A Veja não facilita muito e não dá o nome dos juízes. Mas com uma rápida busca no Pai Google descobre-se todas as informações no site vermelho.org (para alguma coisa tem que servir), já que foi o PCdoB que entrou com a representação contra o senador por abuso de poder político. Quem pediu vistas foi o juiz Romes Gonçalves Ribeiro, que também andou pedindo vistas em outros casos estranhos. Quem decidiu trocar o voto de uma hora para a outra foi o juiz José Luiz da Cunha Filho.
Vai feder mais ainda.
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