Evite gente em Porto Alegre
Moacyr Scliar escreveu uma crônica (para assinantes) para a Folha de S. Paulo alertando que Porto Alegre é uma cidade grande, tem um milhão e meio de habitantes e tal. Valeu, mas não é. Não me entenda mal, eu adoro a capital bovina. Mas ela é insuportável. Tu não consegue caminhar por 20 minutos sem encontrar algum conhecido do conhecido. Isso explica um pouco a reação da imprensa local - alvo de críticas da coluna do Nelson de Sá, mas passível de piadas aqui - em relação ao acidente.
Diferente de São Paulo, onde tu precisa marcar com dias de antecedência um encontro com amigos, em Porto Alegre tu ainda pode perambular por aí e encontrar até a última pessoa da sua lista. É isso que mais abala a cidade em relação ao acidente de Congonhas: todo mundo que tu encontra na rua tinha algum familiar, amigo, cliente ou conhecido do conhecido.
Quando vi aquele prédio em chamas com a cauda do avião para fora, pensei: "É quase certo que tem alguém que eu conheço aí". Depois de confirmar que os suspeitos de sempre estavam safos, relaxei. Mas a ficha caiu na quinta-feira, quando li com calma os nomes da lista e os respectivos perfis.
Encontrei o nome de um ex-colega do colégio. Embora não fôssemos melhores amigos, nos dávamos bem e ríamos juntos das toupeiras da turma - sem contar que ele me dava cola nas provas de matemática. Um cara inteligente e esperto - coisa que, apesar da lenda urbana, é difícil de encontrar -, que saiu daquela arapuca chamada Segundo Grau e foi estudar o que realmente gostava, fora do eixo Direito-Engenharia-Administração - geralmente, escolha de quem não sabe o que fazer da vida.
Na última vez que o vi, foi logo depois do acidente da Gol. Ele deu de ombros e disse: "o que se pode fazer? Tá tudo fodido, mesmo". Os jornais têm publicado no perfil dele seus últimos registros e o que pretendia fazer no futuro. É triste. Ele era um dos poucos ex-colegas de colégio por quem eu sempre mantive respeito. Enquanto isso, gente que perguntava na aula de Física quantos volts um forno à lenha consome faz carreira no Banco do Brasil.
Também quero mandar uma força para o Daniel Cassol e sua família. Lina vivia um presente brilhante, interrompido por gente que se preocupa mais em se esconder - às vezes, sem sucesso - de suas responsabilidades e empurrá-las para quem subir no barco daqui a três anos.
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