Impeça Lula antes que ele impeça você

Lula precisa sofrer um processo de impeachment ainda neste ano para que o país saia da inércia. A comparação de seu governo com o de Richard Nixon deixou de ser um exagero há muito tempo. A catrefa sindicalista e vulgar que o acompanha e os escândalos nos quais estão metidos é um bom ponto de partida. O estelionato eleitoral e a retórica truculenta e imbecil do presidente - e principalmente dos petistas de primeiro escalão - para qualquer ataque à atual gestão também servem.

O PT comemora que a catástrofe da TAM e as vaias do Maracanã não abalaram a popularidade de Lula, segundo pesquisa do Datafolha. Aí é a Mídia Má, Feia e Bobona que quer politizar tudo. Os mais ricos e os mais pobres do país não têm do que reclamar do governo. Agora. Afinal, nunca houve tanta prosperidade no Brasil.

Os problemas vão começar quando as pessoas que recebem o Bolsa Família perceberem que as cidades onde vivem não dispõem de condições mínimas de infra-estrutura, coisa que o governo negligencia. Deixou tudo para o PAC das Gautamas. Mas quando os ricos chiarem porque essa mesma miopia vai atrofiar os interesses deles no próximo apagão - que, a essa altura, pode vir de qualquer área -, vai ser tarde.

Então, Ricardo Berzoini, a última pessoa que deveria se manifestar contra os outros, diz que precisamos de uma Assembléia Constituinte para votar apenas a reforma política. Mas é claro. Afinal, o Congresso - onde o petista é deputado - é o mais desmoralizado da História e ninguém consegue votar algo que não seja do seu interesse e dos respectivos currais eleitorais.

Política no Brasil não é uma atividade relacionada a seres humanos.

Berzoini ainda não explicou a grana do Dossiê Tabajara - muito menos Serra explicou direito o que fazia naquelas cerimônias -, a quadrilha do mensalão caminha impune pelas ruas, a Máfia dos Sanguessugas não deu em nada e ainda esperamos notícias de Zuleido Bronson. Mas o PT e outros partidos acreditam que a prioridade seja aprovar de uma vez o voto de lista fechada, para fortalecer a democracia e elegermos Delúbio Soares deputado por Goiás e descobrir isso depois das eleições, já que as legendas partidárias são tão fortes por aqui. Quem apoiar essa idéia deve entrar logo na fila da castração.

E se alguém pensa que 2007 tem sido um ano ruim que espere 2008. As mesmas ações de 2004 serão feitas, denunciadas pela imprensa e esquecidas. O que ficará será a negociata para 2010, assunto mais discutido em Brasília. Toda a conjuntura aponta para a manutenção do petismo no poder. Se a Assembléia Constituinte vingar, poderíamos mudar o regime para uma monarquia sindicalista. O primeiro-ministro está escolhido.

Os factóides de Nelson Jobim desde que assumiu o Ministério da Defesa remontam às campanhas de Collor e FHC. Caso realmente se dê bem, o gaúcho leva a fatura. O ex-ministro da Justiça do Príncipe tentou com todas as forças ser o candidato a vice-presidente de Lula, em 2006, mas não emplacou. Na esteira da crise aérea, caiu como uma luva nos interesses do Planalto e da oposição.

Ops, esqueci: de rabo preso com as falcatruas petistas, PSDB e Demonistas viraram pó. Os outros partidos estão engaiolados pelo governo por causa das alianças para o ano que vem. Se com todos os elementos elencados o PSDB só consegue aparecer na mídia por causa dos artigos de FHC e some do noticiário na hora das falcatruas de Eduardo Azeredo e Geraldo Alckmin - para ficar em dois - só volta ao Planalto em 2010 se Aécio Neves for o vice de Jobim. E olhe lá.

Lula tem uma relação completamente autista com a imprensa: quando era PT, suas campanhas contratudoqueestáaí tinham ressonância positiva e os petistas corriam atrás dos repórteres para achacar algum espaço nos jornais com qualquer denúncia - geralmente municiados pelo comitê de Inteligência petista, aquele dos meninos aloprados. E acredite, davam pulos de alegria quando eram citados.

Agora, em um país sem oposição, a imprensa é criticada até quando divulga a popularidade do presidente. Nixon também se achava perseguido pelos repórteres americanos - e estava certo. Mas os aloprados dele que estavam no Hotel Watergate - um incidente isolado - arrastaram o velho Milhouse por dois anos até sua defenestração graças às investigações dos jornais, e não pela oposição democrata.

O presidente só não está acompanhado pelo resto da quadrilha porque o mensalão – uma ficção criada por Roberto Jefferson que derrubou a cúpula petista – e outros escândalos espantaram alguns deles de Brasília. Aliás, o Bob já contou que fim levou aqueles R$ 4 milhões que o PT deu ao PTB para as eleições de 2004? É possível que ele tenha guardado para usar no ano que vem.

Só um processo de impeachment ainda neste ano colocaria o governo no lugar. Por deus, estamos em agosto e na única vez em que o Homem precisou trabalhar, enfiou a cabeça no buraco e esperou o fogo no prédio da TAM ser debelado para ler um texto do Franklin Martins na TV. Um impeachment tiraria o país do rumo, dizem. Que rumo? Ora, se estamos tão bem economicamente não há razão para pânico. Eu até gostaria que essa juventude emo convivesse com uma inflação galopante para chorar de verdade.

O dilema é outro: retira-se Lula, e assume José Alencar. Como está com um pé na cova, o presidente do Senado assumiria o mandato. Renan Calheiros não consegue nem controlar as notas frias da sua boiada. Ninguém quer assumir a bronca. Instala-se o caos. Novas eleições são convocadas. Quem seria o candidato da oposição? Ou pior, o da situação? Tanto faz. Eleições só servem para definir o rosto de quem vai te atochar nos próximos quatro anos.

Entre isso e uma Assembléia Constituinte que só o Berzoini sabe para o quê vai servir e a continuidade de conchavos com a oposição por mais 10 anos, prefiro a primeira opção. A Demência Institucionalizada é a única solução para tirar o Brasil da inércia. Quem poderia impetrar esse processo de impeachment? Sei lá. O Conselho Editorial da Nova Corja prefere que a resposta seja ponderada e feita pelas próprias pessoas, para variar um pouco.

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