Sobre Tropa de Elite
É provável que o caro leitor já não agüente mais ler sobre o longa-metragem de José Padilha, Tropa de Elite, sucesso de pirataria e, agora, de bilheterias. O filme, enquanto obra, é bom, não há o que discutir. Quanto aos desdobramentos, bem, a discussão vai longe. Estou entre os que acham uma piada classificar o longa de fascista. Obviamente, ele apenas revela um olhar fascista, que é o dos policiais do Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro. Olhar que, a julgar pela reação entusiasmada do público diante das cenas de tortura, é compartilhado por boa parte da população brasileira.
Mas, como eu disse, não acho que a discussão neste quesito mereça muito mais palpite. Decidi, no entanto, tocar no assunto aqui na Nova Corja após ler o artigo de Marcos Rolim na Zero Hora deste domingo. Como sempre, Rolim apresenta uma argumentação que foge do óbvio para sustentar uma posição inicialmente óbvia. É o primeiro artigo razoável que li até agora argumentando por que a estrutura do filme de Padilha tem sim uma parcela de culpa na imagem de fascista que lhe é atribuída. O artigo não me convenceu, principalmente porque compara Tropa de Elite a Notícias de uma Guerra Particular, de João Moreira Salles. Não tem sentido comparar uma obra de ficção com um documentário. O primeiro tem o direito de ser mais descompromissado, ao contrário do segundo. Mas Rolim tem um bom ponto. Reproduzo abaixo o trecho principal. Para ler na íntegra, clique aqui.
"Na pré-estréia em Porto Alegre, algumas pessoas riram durante as cenas de tortura e, por certo, parte do público gostaria que tivéssemos um Bope na cidade. Bem, o filme não criou esse público e não pode ser culpado pelo fato de o Brasil possuir pouco mais de 30% de retardados morais que apóiam a tortura. Mas não me parece um acidente o fato de o filme permitir uma "leitura autoritária". Talvez, o ponto central seja a humanidade dos demais personagens - policiais convencionais, estudantes e traficantes. Para o narrador, eles são apenas "inimigos" - está claro. O problema é que o filme os mostra assim, o que os transforma em pouco mais que caricaturas. Nesta equação mal resolvida, Tropa de Elite não criou os "antídotos" presentes, por exemplo, em Notícias de uma Guerra Particular; o extraordinário documentário que, a rigor, está no início de toda a história."
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