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TV pública para quem, cara pálida?

Foi esclarecedora a audiência sobre a TV Pê Tê realizada hoje na Assembléia Bovina, com a ilustre presença de Franklin Martins. O ministro explicou que a TV será formada pela Radiobras, TV Maranhão e TV Rio (emissoras federais), articuladas com as televisões dos Estados. Como fica a TVE nesse processo? Simples: a emissora falida vai participar da rede Brasil na forma que ela julgar mais importante. “Cada Estado, cada TV pública vai encontrar sua maneira de se associar, seja plenamente ou de forma discreta”, disse.

Não pense que a TV será chapa branca. Franklin Martins garantiu que "para evitar que isso aconteça, haverá um Conselho Curador com mandato e poder para demitir o presidente da televisão". E quem vai escolher os integrantes? O presidente Lula, claro.

“O presidente ao fazer as indicações deverá ter uma visão plural e não partidária, com a representação de segmentos da sociedade. Um conselho que a população olhe com respeito”, frisou. Se Lula usar os mesmos critérios para escolher ministros, defender Renan Calheiros e cooptar políticos da oposição, estaremos diante de um formato revolucionário para a TV brasileira, realmente.

O pior de tudo é ler o que algumas pessoas declaram em defesa do projeto:

Paulo Fona, secretário estadual de Comunicação: “O governo estadual vai aguardar a proposta de parceria que a TV Brasil deseja fazer com a TVE”, disse. Para ele, "o marco regulatório institucional das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), pode ser uma forma de gestão de TV estatal do Rio Grande do Sul".

Isso, Yeda. Espera o governo federal resolver o sucateamento da TVE. O Rigotto agiu da mesma forma para setores muito mais importantes e, como todos sabem, é um exemplo de sucesso político.

Celso Schröder, vice-presidente da Fenaj: "A comunicação seja pública ou privada precisa ter o interesse focado no público. Por isso, a necessidade da formação de um conselho. A comunicação deve ter uma dimensão estratégica de universalidade como a saúde”.

O professor da PUC/ RS parece ter uma ob$e$$ão por conselhos e deliberações para dizer em alto e bom som que "a comunicação deve ter uma dimensão estratégica de universalidade como a saúde". Depois, os petistas não querem que os outros tenham certeza da função política que essa TV vai exercer. Para quem não lembra, o nobre representante da Fenaj foi um dos maiores apoiadores daquela aberração chamada Conselho Nacional de Jornalismo.

Stela Farias (PT/ RS), presidente da Comissão de Serviços Públicos: "As TVs comerciais não têm compromisso com o público. E nesse sentido, a TV Brasil vai proporcionar uma programação diversificada e plural”.

Brilhante definição para TVs movidas a dinheiro privado e público. Só faltou dizer com quem o governo Lula tem compromisso real.

Por Rodrigo Alvares em 26.10.07 às 21:57 - comentários (10)

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