A Nova Corja

Dose Diária de Transparência - 21/02/2008 | Home | Chuchu e Tuma 2008

Cavalgadura cultural

A secretária da Cultura, Mônica Leal, falou no Gaúcha Atualidade que a casa de Cultura Mario Quintana passará para a administração de uma Oscip - aquelas organizações da sociedadecivileaustera que os tucanos adoram para terceirizar serviços e "economizar". Sempre que escuto "terceirização" me lembro do filme O Grande Chefe, de Lars von Trier, quando o chefão explica à marionete: "Quando falam que vão Terceirizar, isso quer dizer Lavagem de Dinheiro".

A explicação da secretária para os problemas da Casa de Cultura: a antigüidade do prédio, que dificulta os reparos e a instalação de equipamentos modernos. Trabalhei lá e só posso escrever o seguinte: o lugar tem problemas estruturais, sim, mas o principal deles sempre foi o governo estadual regular a mixaria e preferir projetos mastodônicos como o Multipalco do São Pedro, o Museu Iberê Camargo, a Bienal do Mercosul, o Festival de Gramado e a Feira do Livro.

Todos são financiados pelo Bovinão, e não pelas empresas que colocam seus logotipos por causa da Lei de Incentivo à Cultura, que no fim das contas lhes garante até lucro. Com o dinheiro público. São verdadeiras caixas pretas do patronato cultural do Rio Grande do Sul e não resistiriam - como aconteceu em Gramado - a investigações rasas de desvio de dinheiro.

Como o jornalismo cultural do Bovinão se resume praticamente a publicar press releases, não ocorre a ninguém conversar com o pessoal do Conselho de Cultura do Estado. Eles têm tudo lá, registrado e carimbado. Aí tu tem que ouvir a secretária decretar que os caraminguás da CCMQ não são mais responsabilidade do governo.

Por Rodrigo Alvares em 21.02.08 às 15:56 - comentários (5)

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