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Chuchu e Tuma 2008

Como a jornalista Sônia Racy publicou hoje no Estadão, são grandes as possibilidades de o senador Romeu Tuma (PTB/SP) ser o vice de Geraldo Alckmin (PSDB/SP) na eleição à prefeitura da capital paulista. Em meados de outubro passado, Tuma concedeu entrevista sobre o fato, que rendeu um texto para o Curso Estado de Jornalismo Aplicado cujos trechos seguem abaixo:

Tuma: “O Democratas virou uma sublegenda do PSDB a serviço do Serra”

“Eles, também, são otários: eu tenho 76 anos. Podiam esperar três anos para ver se vou estar vivo ou não”. Foi assim que o senador Romeu Tuma explicou sua saída do Democratas para o PTB e deu declarações que podem abalar os cenários políticos municipal, estadual e nacional pelos próximos três anos. Explica-se: os petebistas impuseram como condição primordial para aceitar o ex-diretor da Polícia Federal em seus quadros, no último dia 8, a garantia de que sairá candidato à Prefeitura de São Paulo, em 2008. Seja como cabeça de chapa, seja como vice-prefeito. De Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Caso o ex-governador de São Paulo emplaque a sua candidatura ao Palácio Anhangabaú, ele sairia como vice. “E aí, minha candidatura ao Senado está garantida”.

“O Democratas virou uma sublegenda do PSDB a serviço do Serra. Claramente explicada pelo prefeito. Ele fala abertamente que está a serviço do Serra”, disse. Tuma descreveu com detalhes os motivos de sua saída da sigla. Entre elas, considera inaceitável a atuação de Gilberto Kassab (DEM-SP) como “despachante” do governador de São Paulo, José Serra (PSDB-SP), e a atuação tucana durante o primeiro ataque do Primeiro Comando da Capital (PCC) em maio de 2006 – um mês depois de Alckmin ter vencido a disputa interna contra Serra para ser o escolhido da sigla a disputar a presidência da República e renunciar ao governo estadual.

A conta do desgaste foi paga por Cláudio Lembo (DEM-SP). “Deixaram o Cláudio sozinho lá (no Palácio dos Bandeirantes). Sequer fizeram um telefonema para ver se ele estava vivo. Ele teve uma atitude ética ao não acusar o descaso dos tucanos”, disse Tuma, amigo pessoal do então governador. Lembo confirmou a recomendação feita a seu amigo para que começasse a pensar em mudar de sigla: “Conversamos muito sobre isso. Eu lhe disse que, diante do horizonte pós-eleitoral, seria melhor ir para outro lugar”. Segundo Tuma, “ele me avisou que não haveria espaço no partido nem para mim, nem para meu filho. Me fecharam todas as portas”.

A aliança histórica entre o PSDB e o Democratas em nível estadual e nacional está abalada por conta da provável candidatura de Alckmin contra Kassab. Tuma revelou com detalhes a disputa interna entre os tucanos paulistas: “O Serra faz um trabalho para tirar toda a capacidade política de Alckmin”. Nas secretarias da prefeitura, cerca de 60% dos funcionários são ligados ao governador, conta.

“O governador quer que o Kassab seja candidato porque tem em mente a coligação para a presidência da República. Os interesses políticos deles têm de ser preservados. Só que se a Marta Suplicy (PT-SP) e o Alckmin concorrerem, vai dificultar muito a vida dele”. Em ambos os casos, a decisão não afeta apenas a aliança, mas a base programática de cada partido para 2010.

Lembo disse que já sabia a respeito da pré-candidatura do senador à Prefeitura de São Paulo – como cabeça de chapa ou vice de Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Para ele, “a reação seria muito positiva. Ele é muito popular. O povo é fã dele. Romeu seria um excelente prefeito”, alheio ao fato de pertencer ao mesmo partido do atual ocupante do cargo.

Uma das postulantes ao cargo, a vereadora Soninha (PPS), confessou que, nas duas situações, a presença de Tuma no páreo pela segunda vez – a primeira foi em 2000, quando recebeu cerca de 10% da votação – é uma surpresa. “Os reflexos de algo assim, não só para o ano que vem como para 2010 aqui e em Brasília, são inimagináveis”, analisou.

Por Rodrigo Alvares em 21.02.08 às 17:49

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