Se começaram com a Veja, preparem-se. Comentei ontem mesmo sobre o tratamento que a imprensa poderia esperar no segundo governo Lula: "com os precedentes abertos pelos processos contra jornalistas blogueiros no Brasil e a sanha dos sindicatos de jornalistas espalhados pelo país em tentar emplacar o controle da imprensa através de um novo projeto do CFJ, prevejo um horizonte nebuloso tanto para os grandes grupos de comunicação quanto para o jornalismo alternativo".
Pois bem, jornalistas são agredidos e ameaçados por militantes petistas desde o resultado da eleição no domingo. Hoje, cinco jornalistas da revista Veja foram intimados pela Polícia Federal a prestar depoimentos. Eles foram os profissionais responsáveis pela apuração de reportagens que relataram o envolvimento de policiais em atos descritos pela revista como "uma operação abafa" destinada a afastar Freud Godoy, assessor da presidência da Republica, da tentativa de compra do dossiê falso que seria usado para incriminar políticos adversários do governo. Três dos cinco jornalistas intimados – Júlia Duailibi, Camila Pereira e Marcelo Carneiro – foram ouvidos na tarde de terça-feira pelo delegado Moysés Eduardo Ferreira. Para surpresa dos repórteres sua inquirição se deu não na qualidade de testemunhas, mas de suspeitos. Texto completo abaixo.
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À procura dos financiadores das campanhas
Enquanto os candidatos vencedores e derrotados não fornecem informações sobre os doadores da campanha de 2006, resta pesquisar os financiadores da eleição de 2002 para depois comparar quem continuou a acreditar nos financiados de quatro anos atrás. A governadora eleita do RS, Yeda Crusius (PSDB), por exemplo, recebeu a maior quantia de dinheiro da Copesul: R$ 60 mil. Defendeu os interesses do pólo petroquímico em audiência pública no dia 7/10/2004, destinada a discutir a evolução dos preços dos produtos derivados de petróleo e royalties. Yeda também recebeu R$ 6.857,37 da Klabin Riocell na sua campanha para deputada federal. Em 2004, integrou a Bancada da Celulose e fez lobby no Congresso para a defesa dos interesses da empresa.
O site doTSE mostra que a campanha de Yeda fechou o mês de agosto com um déficit de quase R$ 8 mil. Em setembro, a receita quadruplicou e ainda encerrou as despesas com R$ 113 mil sobrando na conta. Estou curioso para saber quem apostou no milagre tucano, dado o calote anunciado por Chico Santa Rita.
O Jornal da Globo desta segunda-feira veiculou matéria em clima de obituário sobre as perdas do PFL, evidentes com o balanço final das urnas. As mais simbólicas talvez tenham sido o fim dos 16 anos de carlismo na Bahia e de 40 anos de sarnismo no Maranhão, com a derrota de Roseana Sarney. Além disso, a bancada pefelista na Câmara de Deputados encolheu.
O que mudou da última eleição para cá? O povo que tem dado votos ao PFL continua o mesmo, os candidatos continuam os mesmos. A única mudança é que, pela primeira vez em 500 anos, os coronéis se viram na oposição frente ao governo federal. A única conclusão a que se pode chegar é que em toda sua história o PFL usou a máquina federal para manter o poder. Sendo mais claro: é um partido que só se sustentava pelo fisiologismo. Demonstra ainda que algum nível de aparelhamento do Estado também aconteceu nos governos tucanos, apesar do que as carpideiras de Alckmin gostam de pensar. Afinal, agora que perdeu a influência sobre o presidente, o PFL perdeu votos.
O pefelê já vai tarde. O lado irônico da história toda é que o William Waack tentou dar uma força e classificou o partido na "centro-direita". A paixão pela Fabiana Scaranzi deve estar cegando o apresentador.
Criança não tem direito a nada
O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PPS/ RS) foi o maior beneficiado com as crises em Brasília e financeira do Rio Grande do Sul. Eleito para “Continuar o que está bom e mudar o que está ruim”, Fogaça passou os dois primeiros anos incólume no noticiário local. Não que não estejamos de olho nele. Hoje, ele deu entrevista ao Gaúcha Atualidade, no qual citou alguns programas que serão colocados em prática no ano que vem.
Entre eles, propôs a “Descentralização do acolhimento das crianças de rua” ou algo do gênero. Dividir a cidade em 17 microrregiões para que agentes do município atuassem e encaminhassem de volta para quem merece o menor que estiver vagando. Isso estaria inclusive no projeto orçamentário do ano que vem. Uau. Isso é que é arrojo administrativo. Só precisou de uns dois anos para notar o problema.
Seria a solução para tirar a gurizada à solta pela cidade que tanto incomoda as pessoas, muito mais pelo descaso das autoridades do que pela situação social delas. Essa é uma das questões que Fogaça deveria ter começado a resolver nos primeiros meses no Paço, mas como todos dizem: “Nem sempre a pessoa quer se ajudar”. Não que o PT tenha feito algum esforço nesse sentido – lembro da responsável pela Juventude da prefeitura declarar em 2004 que as crianças tinham o direito de ficar nas ruas porque era um espaço lúdico –, mas foi esse o caminho que Porto Alegre escolheu.
E continuo esperando a Escolinha do Gasômetro, que Fogaça prometeu reconstruir caso fosse eleito.
Mal acabou o segundo turno e o novo Congresso já está antecipando a demência. Assim ninguém agüenta. O povo precisa de algumas semanas de férias, peloamordedeus.
"Em entrevista à "Rádio Tupi", na sexta-feira, Clodovil disse que os judeus manipularam o holocausto e que os americanos forjaram o atentado de 11 de setembro de 2001. Ele também se referiu a um negro como "crioulo cheio de complexo".
Clodovil disse não ter nenhum interesse em visitar os Estados Unidos. Contou que da última vez se sentiu ofendido ao ser abordado por um guarda negro: "Na última vez que tive lá tinha um crioulo, no sentido pejorativo mesmo, cheio de complexo por coisas dele, eu não tenho nada com isso, que implicou comigo na Alfândega."
Não é a primeira vez que Clodovil é acusado de racismo. Ele responde a dois processos criminais no Tribunal de Justiça de São Paulo. Ambos tiveram como origem uma queixa-crime da vereadora Claudete Alves (PT-SP), que foi chamada por Clodovil de "macaca de tailleur metida à besta", no programa de TV "A Casa é Sua", da rede TV, em 2004." (G1)
Nas fileiras do Esquadrão da Tarja Preta
Agora que soube do tratamento psicoanalítico ao qual a governadora eleita se submeteu antes das eleições, cabe perguntar novamente o que não foi respondido na famigerada Não Entrevista publicada no dia 27/10:
9) A senhora teve problemas estomacais durante a campanha e cancelou diversos compromissos e debates, o que gerou desconfiança sobre a sua saúde. A senhora faz algum tratamento médico? Se sim, quais remédios toma?
O povo gaúcho tem o direito de saber se a senhora toma boletas, governadora.
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Yeda, nos bons tempos de ministra do Planejamento, pelo traço de Angeli.
A revista Veja usou charge do cartunista gaúcho Santiago – sem a autorização do autor, diga-se – de mote para o editorial da edição dessa semana. O texto pede para o leitor usar a imaginação e substituir Lula por Fernando Collor ou até mesmo Fernando Henrique. Acrescentaria José Sarney, que também levou pancadas corrosivas do semanário. Lembrei de uma reportagem baixando o sarrafo em João Figueiredo – mais exatamente sobre a exuberante viagem de sua esposa a São Paulo. Mas como Marilena Chauí costuma dizer aos jornalistas: “Vocês são jovens. Não se lembram de como era aquela época”. Abaixo, o editorial da revista.
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Paulo Moreira Leite, em seu blog no Estadão: "Uma das promessas para um segundo governo Lula envolve uma melhoria das relações com a imprensa. É uma boa idéia, num governo que costuma encarar jornais e revistas como órgãos de propaganda e não faltam autoridades habituadas a queixar-se da "imprensa burguesa." Entender toda dimensão do conceito de liberdade de imprensa representa um grande desafio, até para muitos leitores, pois envolve idéias e padrões de comportamento. (...)
Autoridades interessadas em liberdade de imprensa poderiam fazer um curso de férias com a coleção de reportagens e entrevistas de O Pasquim, disponível na forma de livro. Eis ali um ótimo exemplo de imprensa livre, irreverente, saudável, que não dava trégua para ninguém. Boa parte dos ministros e personalidades deste governo leu o Pasquim em seu tempo e deve ter-se divertido muito. O mandamento do Pasquim era o seguinte: "Hay gobierno? Soy contra." Entender imprensa livre é entender isso. Quando os herdeiros do Pasquim esqueceram esta lição, o jornal acabou."
Gostaria de ter esse otimismo, mas com os precedentes abertos pelos processos contra jornalistas blogueiros no Brasil e a sanha dos sindicatos de jornalistas espalhados pelo país em tentar emplacar o controle da imprensa através de um novo projeto do CFJ, prevejo um horizonte nebuloso tanto para os grandes grupos de comunicação quanto para o jornalismo alternativo. Se o PPS emplacar na assessoria de imprensa no governo Yeda o mesmo estilo de José Fogaça na prefeitura, podem se preparar para a castração.
"Governadora eleita do RS, Yeda Crusius começa a compor sua equipe de governo"
"Prováveis secretários de Yeda...
Vieira da Cunha - Deputado federal mais votado do PDT, pode ser chamado para a Segurança, cargo que recusou em 2002." (Rosane de Oliveira, ZH)
Frase proferida por um fiscal petista agora há pouco no Cacau Lanches, na rua Santo Antônio: "Agora que a Yeda ganhou, eu quero mais é que o Rio Grande do Sul se foda".
Estou no exílio, não sou obrigado a votar. Ainda bem. Escolher entre Lula e Alckmin não dá. Mesmo assim, me dei ao trabalho de ir até a Embaixada do Brasil em Paris para ver o movimento e investigar onde seria a festa petista. Caçada implacável aos petistas parisienses. Porque comemorar a vitória na Avenida Paulista é coisa de pobre. O Lula esperou o resultado final no Hotel Intercontinental, nos Jardins, em São Paulo. Pobre.
Em 2002, lembro de ter visto imagens de Paris EM CHAMAS com a festa petista. Desta vez foi difícil, os petistas estavam todos escondidos. Mas encontrei. Tirei as fotos que foram possíveis tirar com a câmera do celular. Enquanto o Lula não deposita o meu dinheiro, não posso comprar uma câmera decente para trabalhar direito. Cobertura completa no "Continue lendo..."
"Joga a bóia que tá afundando."
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Ponto Zero da segunda Onda Demente
13h06: saio de casa para almoçar. Tem um colégio estadual na minha rua e vejo militantes do PT e do PSDB nas duas esquinas.
Para o petista: "Hã, oi. Tu sabe que não pode agitar bandeira tão perto da zona eleitoral, né?"
Petista: "Que o quê. Some da minha frente, ô privatista".
Atravesso a rua.
Para a tucana: "Hã, oi. Tu sabe que não pode agitar bandeira tão perto da zona eleitoral, né?"
Tucana: "Por que tu não vai reclamar para o Lula, seu mensaleiro de merda?".
15h37: converso com dois pesquisadores de boca de urna na frente do colégio IPA – em uma das regiões mais conservadoras de Porto Alegre. Os dois admitem que Lula está disparado contra Alckmin e que Yeda e Olívio estão empatados. Eleição no RS é assim: maragato x chimango, Grêmio x Inter. Mas todos felizes pela choradeira ao vivo de Germano Rigotto quando ficou fora do segundo turno. Nisso, ele realmente uniu os gaúchos. Méritos para o Guri Chorão.
16h54: alguém avise ao comitê de Yeda que militantes dela foram vistos comprando cerveja no mercadinho Progresso – esquina da rua 24 de Outubro com a Ramiro Barcelos. Em humilde análise, eles já estavam devidamente entragolados.
17h43: com 16% dos votos apurados, Yeda Crusius lidera com folgados 150 mil a mais que Olívio Dutra.
17h53: a RBS declara Yeda governadora eleita do RS e os jornalistas começam a conjecturar como ela dialogará com o – suposto – presidente reeleito Lula. Com 31% dos votos apurados, a diferença já é de mais de 200 mil votos.
18h04: militantes petistas debandaram do comitê de Olívio e só devem voltar quando saírem os números da votação de Lula.
18h13: com 50% das urnas apuradas, Yeda amplia a vantagem para 300 mil votos em relação a Olívio. Praticamente garantido que o Rio Grande do Sul manterá a tradição de seguir na vanguarda da contramão: eleger governadores opositores ao ocupante do Palácio da Alvorada.
18h40: pode ser uma avaliação precipitada, mas o PT gaúcho sai fortalecido dessa eleição. A inesperada entrada no segundo turno e a perspectiva de ficar com cerca de 46% dos votos válidos – e a vitória em Porto Alegre – ressucita o partido com um resultado em uma eleição que era dada como perdida há menos de um ano. Mesmo com os escândalos que envolveram o diretório regional, petistas gaúchos saem com uma boa cotação em nível nacional dessa campanha e começam a se preparar para as eleições de 2008 na capital gaúcha. Se quiserem acabar com a miopia que impera no partido desde 1998, que aproveitem e apresentem um nome novo para disputar por Porto Alegre.
18h47: meu dia está ganho. Raul Pont (PT-RS) acaba de admitir a derrota de Olívio Dutra. Espero que amanhã não se arrependa da declaração e decida processar a imprensa.
19h09: Yeda Crusius é a nova governadora do Rio Grande do Sul. Aguardo ansiosamente a foto de Germano Rigotto (PMDB-RS) passando a bomba para ela depois de ter sido espinafrado durante todo o segundo turno e ficado magoadinho. Isso nenhum gaúcho esquece.
19h19: Lula está matematicamente reeleito presidente e o Rio Grande do Sul prossegue na luta contra o Império. Mais quatro anos de diversão. Ah, e 2007 é o ano do Fogaça no calendário A Nova Corja.
19h23: conversa com o Walter via MSN:
Rodrigo Alvares diz:
Estranho: nada de buzinaço pela vitória da yoda
Walter diz:
CLARO
Walter diz:
A YODA NÃO EXISTE
Walter diz:
ALUCINAÇÃO COLETIVA
Campanha pelo voto nu toma as ruas
Para quem duvidou da força da campanha Insanus pelo VOTO NU, aí está um registro feito no sábado à tarde, no viaduto da Avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre. Amanhã, faça a sua parte: não vote em Lula, não vote em Alckmin, não vote nulo. VOTE NU.
A saga da Foice de Plástico da Verdade
Tempos dementes exigem medidas dementes. Adoro andar no centro de Porto Alegre nos sábados à tarde, mas hoje precisei reagir à loucura eleitoral que assola o Estado. Diante dos derradeiros acossamentos de funcionários públicos petistas ressurgidos das cinzas e o desespero geral dos tucanos, me deram tantos panfletos e adesivos que comecei a imaginar o calote que as gráficas vão levar. Decidi me refugiar nas Lojas Americanas da Rua da Praia. Saí de lá com uma arma.
Na Esquina Democrática, uma aposentada com bandeira do PTB veio me entregar outro flyer da Yeda e empunhei contra ela a Foice de Plástico da Verdade, comprada por R$ 4,99 na promoção do Dia das Bruxas. Ela se assustou e voltou ao seu grupo. Alguns metros adiante, petistas haviam assistido à cena e me abordaram. Segui firme e disse "Não te ilude. Sai da minha frente ou sofra as conseqüências da Foice de Plástico da Verdade. Ceifarei os CCs de todos vocês". Fiz o teste e caminhei até minha casa no Bom Fim com a foice no ombro. Não só passavam longe de mim como algumas pessoas cheias de bandeiras atravessavam a rua para me evitar. Acho que finalmente entenderam a mensagem.
Bateu o desespero na Opus Dei com a vitória do Lula. Recebi por email a seguinte carta de recomendação:
"Mensagem aos jovens e aos homens e mulheres de bem.
O que vimos ontem no debate?
O debate entre um homem digno, um homem de caráter, um estadista, um cristão ético, no confronto com um bandido, um canalha, um mentiroso, um prevaricador, um estelionatário, um corrupto, um mafioso, que poderá continuar governando o país pela vontade de uma massa de ignorantes que são feitos de palhaços e sustentados com doações de pratos de comida – compradores de votos – mas sem chances de lutar por uma vida digna e justa, se resignando a perpetuar-se como casta inferior da sociedade com direito apenas ao assistencialismo da bolsa-família.
Os caminhos de Deus podem ser incompreendidos, mas sempre chegarão às fontes da luz da libertação dos homens e mulheres de bem do jugo dos canalhas."
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Chaui + Janine + Mangabeira = PT
"Mangabeira, o consultor - Há duas semanas, o polêmico dublê de cientista político e consultor Mangabeira Unger (que já quis até ser candidato a presidente, lembram-se?) esteve ao lado de Lula num palanque. Sem alarde, o mesmo Mangabeira acaba de ser contratado como consultor da Santos Brasil, a empresa que opera o terminal de contêineres no Porto de Santos. Um dos controladores da empresa é nada menos que Daniel Dantas. Quem soube da contratação já especula: Dantas quer aproximar-se do governo Lula." (Radar, Veja, 01/11/06)
Em tempo surreal
22h12: William Bonner explica que os eleitores indecisos farão as perguntas de uma forma que conseguiu me deixar mais confuso.
22h14: os candidatos entram no palco.
22h16: Alckmin será o primeiro a responder. Ele toca em um quadradinho e aparece a pergunta de Rutilene, de Belém (PA), sobre educação básica.
22h17: Lula não tira os olhos de Alckmin durante a explicação sobre o Fundeb.
22h21: o formato do debate é igual e dinâmico como o do segundo turno de 2002. Os candidatos ficam dando umas bandas pelo palco com um olhar de "Te esgano" para o outro. Projac Fashion Week total.
22h25: os candidatos têm muito pouco tempo para replicar.
22h28: Lula começa o biriri habitual e Alckmin e pouco resta a Alckmin a não ser se sentar na cadeira e esperar sua vez.
22h37: "Fiz a maior obra de saneamento básico do país", diz Alckmin, em resposta a um coitado que perdeu todos os móveis de casa nas enchentes costumeiras em São Paulo. Chegou a mencioanr a criação de 22 piscinões no Estado.
22h45: quatro eleitores perguntarão aos candidatos. Cristiane é cabeleira e fala do desemprego. Quer saber quando de fato essa praga vai diminuir. Acorda, mulher.
22h49: ainda não falaram de São Paulo. Que milagre.
22h50: "O Serra tá ali. Pergunta para o Serra sobre o Paraguai", acusa Lula.
22h53: Jucilene quer fazer uma pergunta sobre o Meio Ambiente e pergunta o plano dos senhores a respeito disso. Para variar, Alckmin diz que sua pergunta é "extremamente importante".
22h56: Lula menciona os números do desmatamento na Amazônia e Alckmin circunda o presidente pela arena rindo da resposta.
22h58: o tempo está SEMPRE esgotado para os dois candidatos.
23h03: enquanto Alckmin fala que as fronteiras estão abandonadas, Lula passa em segundo plano rindo da resposta tucana.
23h15: um morador de Porto Alegre pergunta sobre corrupção para Alckmin.
23h21: Chuchu vai para o ataque e fala do Mensalão, Francenildo e afins.
23h24: Lula chamou Alckmin de "Meu Querido". Assim não dá.
23h39: deus, biriri interminável. Tempo esgotado, candidato.
23h45: último bloco do debate. Alckmin fala sobre os problemas elencados pelos espectadores. É cortado por Bonner. Lula pode dar a conversa mole que quiser, mas ainda tem uma puta empatia com a câmera. o Chuchu elenca os problemas do Brasil e é cortado de novo por Bonner.
23h50: finalmente, Lula fala do PCC. Alckmin responde perguntando sobre o dinheiro do Dossiê Tabajara – risadas na platéia.
23h59: encerra o debate. Bonner agradece esse exemplo de democracia. ABRASSO.
21h22: Quando a Globo anuncia a transmissão ao vivo do último debate recai a desconfiança que surgiu durante as eleições: se tu precisa chamar um estilista, psicólogas e políticos – além da reportagem on-line direto do estúdio –, é um sinal de que esse formato de cobertura está desgastado. Geraldo Alckmin (PSDB) acaba de apresentar seu último programa eleitoral em um clima de velório. Não creio que o debate retire a cal.
O site de Yeda Crusius já está desativado por determinação do TSE, que proíbe a veiculação de propaganda política na internet desde 48 horas antes da eleição. Enquanto isso, Olívio Dutra – torcedor assumido do Inter – aproveita os minutos finais para mostrar o apoio recebido pelo árbitro Carlos Simon.
Simon:não há outro candidato com melhores propostas e capacidade para governar o RS
A Nova Corja NÃO entrevista Yeda Crusius
Cerca de duas semanas atrás, recebi mensagem no Orkut de uma assessora da candidata Yeda Crusius (PSDB/ RS) na qual ela admitia que “Eu leio teu blog. Mesmo quando tu detonas a minha candidata..rs!!”. Aproveitei a brecha e negociei com ela uma entrevista via e-mail. Como a equipe de imprensa estava realmente atolada de pedidos de entrevistas – mais de 130 apenas para rádios do interior, na primeira vez que liguei para lá –, as questões enviadas na terça-feira da semana passada (17/10) continuam sem resposta. Abaixo, a não entrevista com Yeda Crusius:
1) A senhora pretende honrar os contratos e manter o patrocínio do Banrisul nos uniformes de Grêmio e Inter no seu governo?
Yeda: ...
2) O governador Germano Rigotto (PMDB/ RS) declarou que o Desfile da Semana Farroupilha seria um dos maiores eventos turísticos do Brasil em poucos anos. A senhora pretende mantê-lo ou não existem formas mais criativas para divulgar a cultura do Estado?
Yeda: ...
3) Qual a sua opinião sobre os debates do segundo turno? O excesso de discussões sobre o Banrisul e a Ford não acaba por esvaziar o interesse das pessoas para, assim, evitar assuntos que demarcariam melhor suas diferenças em relação a Olívio Dutra e manter sua posição nas pesquisas?
Yeda: ...
4) O PT vendeu a tese de que o povo gaúcho é contra a privatização do Banrisul e a sua campanha comprou-a prontamente, mesmo indo contra o histórico do seu partido. A senhora não considera a possibilidade de que muitos gaúchos - talvez a maioria - sejam a favor da privatização?
Yeda: ...
5) Caso o Banrisul fosse mesmo privatizado – seja pela senhora ou por Olívio Dutra –, como o Estado faria para honrar a folha de pagamentos do décimo-terceiro ao funcionalismo público, por exemplo? De onde sairia o dinheiro?
Yeda: ...
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A Nova Corja NÃO entrevista Olívio Dutra
Enviamos na quinta-feira passada 11 perguntas ao candidato Olívio Dutra. Infelizmente, não foram respondidas até a manhã desta sexta-feira, mais de uma semana depois. Assim, publicamos apenas a metade da entrevista que é composta pelas perguntas. Essa metade fica em aberto para o caso do Galo Missioneiro conseguir a virada e se eleger governador. A seguir, publicaremos a não entrevista de Yeda Crusius.
1) O senhor tem se mostrado contrário ao projeto de florestamento na metade sul do Estado. Admtindo-se que tem razão, qual seria a alternativa ao florestamento? O senhor poderia citar alguma idéia concreta para substituir esse projeto?
Olívio: ...
2) O senhor defende o Banrisul, mas a única utilidade aparente do banco do Estado é fazer empréstimos ao governo para pagar o 13º salário dos servidores e patrocinar o Grêmio e o Internacional. De fato, o Banrisul é considerado um péssimo banco, basta perguntar nas ruas. Será que a maioria dos gaúchos não apóia a privatização? Por que não privatizá-lo, afinal?
Olívio: ...
3) Por falar na questão dos empréstimos, o senhor pretende continuar usando essa tática? Qual será o método de seu eventual governo para equilibrar as contas do Estado?
Olívio: ...
4) O PT colocou a privatização do Banrisul no centro do debate neste segundo turno e o PSDB responde com o caso Ford. Isso não acaba por relegar a segundo plano a discussão das diferenças concretas entre as duas propostas e afastar o interesse do eleitor na campanha?
Olívio: ...
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Só consegui chegar em casa agora, então começo um live blogging bem pela metade. Trata-se do debate mais importante do segundo turno no Rio Grande do Sul, Olívio Dutra versus Yeda Crusius. O debate ganhou outra dimensão ao longo do dia de hoje depois da divulgação da pesquisa Voto/Methodus, que indica que a diferença entre os dois candidatos caiu em mais de 25%. A disputa será emocionante nestes últimos três dias de campanha. Mesmo atrasado (perdi um bloco inteiro) e sem os comentários dos outros colegas, começo este live bloging:
23h02min: enquanto eu entrava em casa e colocava a cerveja na geladeira, ouvi a briga sobre a política de segurança. Yeda disse que associar o PSDB ao PCC (por casa do governo Alckmin) é "forçar a barra". Outra coisa que meu ouvido conseguia captar lá da cozinha sem parar era a voz mala do Lasier dizendo "tempo, candidato, tempo, tempo...". MALA.
23h06min. "Essa é uma falácia, dona Yeda", falando da irrigação para o campo. Yeda diz que o PT não quer irrigação. O chato de morar no RS é ter que aguentar mais da metade dos debates centrados no campo. Para um porto-alegrense, isso fica bem chato. Mas ok, é justo. Vamos lá.
23h13min: "Eu vou contar o que eu fiz no caso do Polão!" Yeda ameaça abrir o jogo. Ela afirma que recebeu três projetos diferentes, na verdade não aprovou nenhum. Na verdade optou pelo menos ruim. Muito mal explicado. Para quem é de fora: o Polão é um sistema de estradas na região metropolitana que aumentaria a quantidade de pedágios.
23h15min: Finalmente a Ford entra no debate! A perda da fábrica da Ford é a questão política mais importante no Rio Grande do Sul nos útimos 20 e nos próximos 20 anos. Yeda diz que não votou a tal emenda na congresso que ajudaria a Ford a sair do RS e ir pra Bahia. "A senhora votou a favor das oligarquias da Bahia! Nós estávamos CHINCHANDO a Ford pra ela ficar aqui." Olívio impagável.
23h18min: "Nós queremos a Toyota!", acredite, frase de Olívio Dutra.
23h23min: "Queremos metas com indicadores de resultado". Precisa dizer de quem é a frase? Ela estava falando sobre educação, agricultura ou saúde? A frase serve pra todos.
23h26min: Lasier entra no clima terrorismo que deve tomar conta dos próximos três dias aqui na província: COMEÇAMOS MAIS UM BLOCO, SUA ÚLTIMA CHANCE DE DEFINIR O SEU VOTO.
23h28min: Yeda parte pra cima: "Que oportunismo, candidato!". A conversa é sobre aumento de impostos. A Nova Corja simplifica para o leitor: Olívio tentou aumentar impostos. Yeda e seu partido aprovaram o aumento de impostos no governo Rigotto. TODOS OS POLÍTICOS SÃO A FAVOR DO AUMENTO DE IMPOSTOS. De nada.
23h31min: "Esse seu economês o povo não entende", afirma Olívio. Se dependesse o "papo que o povo entende", esse país tava perdido, Olívio.
23h35min: Há uma mulher (que não quer ser identificada) ao meu lado, e ela faz uma análise sobre o cabelo de Yeda. Diz ela que, no primeiro debate, o cabelo de Yeda parecia o de uma AVE DE RAPINA. Agora está menos armado, não chama a atenção. Pelo menos em alguma coisa a desastrosa equipe de marqueting de Yeda acertou.
23h41min: Sobre a Aracruz e as empresas de florestamento, Olívio diz que quer uma relação HOLÍSTICA com a natureza. Que lindo. Um comunista hippie.
23h47min: Laiser anuncia o último bloco. Po, eu tava recém aquecendo. E vamos para as considerações finais. Yeda diz que o debate está apelando para a depreciação da pessoa. Agora Olívio: queremos ampliar o protagonismo do povo, e bla bla bla bla.. de sempre.
Acabou meio sem pé nem cabeça. O clima tava quente, mas o Lasier, seguindo a sua vocação de velho corta-clima caretão, acabou com a festa. Uh, fracasso. Mas os próximos dias serão quentes aqui no Rio Grande do Sul. Acompanhe pela Nova Corja, caro leitor, e não perca nenhum detalhe.
2006: Uma Odisséia na Demência
Geraldo Alckmin (PSDB/ SP) declarou há pouco, durante sabatina no jornal Estado de São Paulo, que "sob o ponto de vista ético, nós retrocedemos à idade das pedras, ao invés de se avançar na política, no princípio e em valores". Partindo desse raciocínio, dá para concluir que os tucanos deixaram a presidência com o Metal Ético tinindo em Brasília.
Enquanto os petistas ficam aí falando nos seus celulares e reclamando das privatizações, aqui na França a VERDADEIRA direita de Jean-Marie Le Pen começa a botar as garras para fora. A próxima convenção da Frente Nacional será de 10 a 12 de novembro:
Não adianta chorar pelo leite derramado
Ora, Alckmin afirmou que Lula reduziu em 500 milhões os investimentos no Nordeste, que fez uma política de irrigação zero, que prometeu a nova Sudene e não cumpriu, entre outras críticas. Pode ser tudo mentira. Mas Lula não refutou uma só delas, se destemperou nitidamente na resposta, e se agarrou a um discurso sentimentalista do tipo “conheço aquela gente”. Quem ganhou o round?
Fiúza tem razão quando diz que Alckmin venceu o último debate. Só está errado ao partir do princípio que argumentação racional faz alguma diferença em uma campanha eleitoral. Lamentavelmente, os cidadãos costumam seguir muito mais a "impressão" que o candidato lhes deixa do que as idéias transmitidas por ele. O que aliás explica a qualidade de nosso Congresso. É preciso se render à dura realidade: a esfera pública terminou, se é que algum dia existiu, e o único a ainda acreditar nela é Habermas.
É por isso que Alckmin vai perder: enquanto fala em megawatts e juros, Lula apela para as memórias sobre sua mãe, a fome e metáforas de futebol.
A última pesquisa Voto/Methodus – única que acertou a tendência de crescimento de Yeda Crusius no primeiro turno – , divulgada hoje deixa claro que a omissão nos debates e a fraca campanha da candidata resultaram em mais uma polarização nas eleições para o governo do Rio Grande do Sul. Yeda decerto acreditou no próprio hype das primeiras pesquisas e conseguiu o que era praticamente impossível: ressucitou o PT gaúcho.
Yeda (PSDB) - 49,2%
Olívio (PT) - 43,1%
Não sabem/Não opinaram – 4,0%
Brancos/Nulos – 3,8%
A pesquisa foi feita nos dias 23,24 e 25 de outubro junto a 2200 eleitores de 50 cidades gaúchas. A margem de erro é de 2,3 pontos percentuais. O levantamento está registrado no TRE sob o nº 63.082/2006. Está marcado para hoje à noite debate entre os candidatos na RBS TV depois da novela. Preserve sua sanidade e torça pela afonia de ambos.
Uma fonte que evidentemente prefere se manter no anonimato jura que o candidato a vice-governador de Yeda Crusius, o pefelista Paulo Feijó, teria afirmado em uma roda de bate-papo com seus pares no Instituto de Estudos Empresariais, no dia 26 de junho, que teria sido convidado a compor a chapa apenas por seus contatos no meio empresarial (amigo empresário = doação para a campanha). Teria dito ainda que a Yeda não é capaz de organizar nem o orçamento da própria casa.
A assessoria de imprensa de Feijó nega veementemente essa informação, muito embora não tenha interrompido a ligação para perguntar ao candidato se era ou não verdade:
— Isso é calúnia, fuxico. Feijó entrou na candidatura porque acredita na competência de Yeda. Ele é um administrador respeitado, não colocaria seu nome em risco.
Sicofantas, pusilânime, batráquios!
Diogo Mainardi e Marcelo Madureira xingam os petistas em MP3 na esperança de obrigá-los a consultar pela primeira vez o dicionário.
Nas eleições para o governo do Rio Grande do Sul em 1998, a Frente Popular (chapa do então candidato Olívio Dutra) pediu a apreensão da edição de 25 de outubro do jornal Zero Hora. A medida foi interposta pela Justiça Eleitoral porque na capa da edição do mesmo dia da eleição, foi publicada uma nota assinada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB/ SP).
Nela, havia um pedido para que eleitores votassem no candidato à reeleição, Antônio Britto (PMDB/ RS), porque ele era amigo do presidente e isto garantiria o ingresso de mais verbas federais no estado. A nota previa um péssimo futuro se o oposicionista Olívio ganhasse o pleito. O texto tinha o seguinte trecho grifado "Eu serei sempre partidário daquilo que for bom para o Rio Grande, mas farei com maior facilidade se o governador for Antônio Britto". Olívio venceu a eleição por uma diferença de 50 mil votos.
Agora, em 2006, o PT gaúcho não só resolveu colar a imagem do Bigode a Lula, como também tem usado as inserções e o horário eleitoral para praticar um recurso parecido. Usando a mesma tática da campanha de Geraldo Alckmin, não é Olívio quem aparece na tela para fazer acusações contra o PSDB. O marketing petista tem usado atores para alertar aos gaúchos que “os problemas econômicos do Estado só serão resolvidos com um governo em sintonia com a presidência, o que facilitaria o diálogo”. Esse terrorismo eleitoral tem acontecido na campanha de Lula, mas o diretório gaúcho resolveu utilizar essa tática depois de ver que o presidente decolou nas pesquisas e esmigalhou Alckmin nos debates. Mais uma vez, o PT deixa claro que é da mesma laia que os outros partidos. Torpeza geral.
Yeda Crusius (PSDB/ RS) cancelou diversos compromissos com a imprensa durante o segundo turno. Faltou em cima da hora a debates e entrevistas que só trariam benfícios à sua candidatura. Ontem, desistiu em cima da hora da ir a um debate com Olívio Dutra na Rádio Gaúcha. O petista teve campo livre para falar por duas horas.
Ricardo Duarte/ ZH
Os eleitores conhecem a Maldição da Cadeira Vazia
A tucana alegou, mais uma vez, problemas de saúde: estaria afônica. Entretanto, discursou na sede do PMDB por 15 minutos à noite. As ausências de Yeda podem ser mesmo por causa do desgaste da campanha, mas passa ao eleitor a mesma sensação de prepotência que marcou o primeiro turno presidencial. A insistência de Lula em não debater – especialmente no debate da Globo – foi o que realmente levou a eleição ao segundo turno. Se agora Yeda acha que a eleição está ganha e só deve satisfação a seus aliados e não aos eleitores, dá uma amostra do que acontecerá quando estiver no Palácio Piratini.
Debates e entrevistas que Yeda cancelou
Gaúcha Repórter (Rádio Gaúcha)
Confirmou, depois desmarcou, voltou a confirmar e desmarcou novamente, minutos antes do programa de ontem.
Polêmica (Rádio Gaúcha)
O debate estava agendado para o dia 18. Yeda cancelou no dia 11, durante a reunião que trataria das regras.
Gaúcha Hoje (Rádio Gaúcha)
Olívio deu entrevista no dia 9. Yeda falaria no dia 10, mas adiou para o dia 13 e não compareceu.
Programa Linha Aberta (Rádio Farroupilha)
Olívio concedeu entrevista no dia 11, às 17h30min. Ela deveria entrar no programa às 18h do mesmo dia. Cancelou a participação, marcou para o dia 17 e também não compareceu.
ClicRBS
Yeda não participou da entrevista marcada para o dia 18.
TV Bandeirantes
Não foi à entrevista ontem, às 19h.
Rádio Ipanema
Olívio falou no dia 11. Yeda tinha entrevista no dia 17, mas não foi.
Rádio Guaíba
Cancelou a entrevista de ontem.
Em qual candidato vocês depositarão seu voto para governador de São Paulo, Lula ou Alckmin?
Banrisul financiou Paulo Maluf
Entre todos os argumentos usados e gritados por petistas e tucanos a respeito da função pública do Banrisul, até agora não ouvi de nenhum lado o fato de que o banco estatal doou R$ 5,51 à campanha de Paulo Maluf ao governo de São Paulo em 2002 – durante o governo Olívio Dutra (PT/ RS). Caso alguém queira averiguar os detalhes, o CGC é 92.702.067-96.
Muita gente chiou quando foi descoberto que em 2002 a Editora Abril financiou com R$ 80.695,00 as campanhas de Alberto Goldman (PSDB/ SP), Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB/ SP) e Emerson Kapaz (PPS/ RS). Vale mencionar que este último não foi eleito e recebeu dinheiro da Máfia dos Sanguessugas, fato que não deixou de ser destacado na revista Veja.
Ao menos no Rio Grande do Sul, rola uma certa heterogeneidade. A Empresa Jornalística Pampa LTDA – que publica o jornal O Sul – distribuiu da seguinte forma os R$ 70.866,90 entre os candidatos gaúchos:
Yeda Crusius (PSDB/ dep. federal): R$ 17.022,40
Sérgio Zambiasi (PTB/ senador): R$ 12.306,00
João Augusto Nardes (PTB/ dep. federal): R$ 6.930,00
Vieira da Cunha (PDT/ dep. estadual): R$ 6.930,00
Paulo Paim (PT/ senador): R$ 5.940,00
Mendes Ribeiro Filho (PMDB/ dep. federal): R$ 5.544,00
Cezar Schirmer (PMDB/ dep. federal): R$ 4.536
Luiz Augusto Lara (PTB/ dep. estadual): R$ 4.536
Jair Soares (PP/ dep. estadual): R$ 3.118,50
Sanchotene Felice (PSDB/ dep. estadual): R$ 1.592,00
José Carlos Weber (PMDB/ dep. estadual): R$ 1.584,00
Osmar Terra (PMDB/ dep. estadual): R$ 1.188,00
Nestes poucos anos de existência de A Nova Corja já fomos acusados de tudo: tucanos, petistas, veados, machistas e até, acredite, já fomos acusados de não existir. Sabiamente, o Rodrigo Alvares fez um álbum de fotos com alguns momentos de A Nova Corja. Este site está agora disponível. Vejam nossas caras, não somos pseudônimos, acreditem.
A Nova Corja é:
Walter Valdevino (filósofo, radicado em Porto Alegre, atualmente cursa doutorado em Paris. Mantém um blog pessoal).
Rodrigo Alvares (jornalista, radicado em Porto Alegre)
Gabriel Brust (jornalista, radicado em Porto Alegre, cursa pós-graduação em Economia na UFRGS)
Marcelo Träsel (jornalista, radicado em Porto Alegre, cursa mestrado em Comunicação na UFRGS. Mantém um blog pessoal).
Renato Parada (jornalista, radicado em Campinas -SP. Mantém um blog pessoal.)
Estamos eu (Brust) e o Rodrigo assistindo ao debate entre os presidenciáveis na Record. Depois de algumas cervejas e poucas palavras, decidimos não fazer um live blogging como em outros debates. Até porque ninguém aguenta mais essa coisa de sempre. Aliás, o Lula começou a sua primeira fala mais ou menos nesse espírito: disse que este já deve ser o décimo debate de que participa desde que disputa a presidência (pena que, no mais importante, ele não foi). Bem, quem quiser acompanhar, vamos lá. Live blogging mais ou menos começando agora.
22h35min: Lula começa dizendo que o candidato tucano evitou 69 CPIs no governo de São Paulo. Que Alckmin não curte um 69, isso ninguém tem dúvida (piada medíocre, avisei que o live blogging seria mais ou menos).
22h39min: Lula diz que ninguém provou nada contra Jefferson. Quem diria, Roberto Jefferson ainda é assunto. Por aqui, o Rodrigo se diverte brincando com o gato, alheio ao debate.
22h40min: Alckmin diz que Lula criou o "Bolsa Banqueiro". Ele tá ficando bom nesse tipo de piada. Lula devolve: "estranho que o banqueiros todos votam no Alckmin". Geraldo chuta de volta: "Lula gosta de ironia. O Brasil tá como carangueijo: andando de lado".
22h45min: Lula se embanana todo. Confunde cego com pobre: "Temos o projeto cão-guia, para deficientes. Antes, pobre não entrava no Planalto. Agora o pobre, se tiver cego, entra no Planalto com cão-guia". O Rodrigo grita aqui: "chama o Jatobá!"
22h51min: Alckmin faz uma lista patética: vou cortar impostos, vou isso, vou aquilo, e vou dar emprego para o seu filho. Lamentável. O amigo Marcus Becker, que acompanha o debate aqui com a gente, define: "Flanders!".
23h: Alckmin revela que José Alencar está cogitando a possibilidade de instalar uma empresa na China. A conferir. Vindo do Zé Alencar, não é de se duvidar.
23h06min: Lula ri, tira onda. "Ô Auquimin... Auquimin...".
23h09min: Auquimin fala em educação. Cristóvão deve estar delirando, sonhando com a "revolução doce". Em seguida diz que a política federal para educação em São Paulo é ineficiente. Aqui, Rodrigo protesta: "Porra, só falam em São Paulo". Lembro agora da piada recorrente ao longo da semana: "Diz que o Alckmin quer botar o MINHOCÃO dele no RODOANEL do Lula".
23h17min: O papo agora é saúde e o bicho pega. Alckmin cita o desastre da saúde no RJ e Lula devolve, sem citar nomes, detonando Garotinho, que apoiou Alckmin. Risos na platéia. Lula, de fato, está exagerando na ironia. Nós da Nova Corja adoramos ironia. Em frente!
23h24min: Começa o terceiro bloco com perguntas dos "jornalistas" da Rede Record. A primeira a perguntar é uma bonitinha, gaguejou, mas perguntou. Não reparei na pergunta. Rodrigo diz que ela perguntou "o que o senhor acha de Alckmin como pessoa pública?". Lula diz que teve grande relações com tucanos, mas ultimamente eles anda meio "nervosos".
23h29min: Começam os aplausos! Tava demorando. Debate em São Paulo tem que ter a chinelagem das palmas, gritos, etc. A jornalista bonitinha de antes volta a perguntar. Pede para Alckmin dizer qual seu principal defeito como homem público. Que amor, só falta ela perguntar qual o prato preferido dele. Ele enrola e não responde. A próxima pergunta deve vir de Monique Evans, para o programa TV FAMA.
23h35min: Bob Fernandes, do excelente Terra Magazine, pergunta sobre as tentativas do governo do PT de amordaçar a imprensa. Lula continua irônico. Diz que o problema no Brasil é que um canal de TV fica com o pai, a estação de rádio fica com o filho, e famílias inteiras comandam as comunicações. E emenda: "quando eu era candidato não tinha debate, agora tá cheio". Segue: "os meios de comunicação abusam! Não é democratização". Lula quer, ele mesmo, "democratizar" os meios de comunicação. Que meda.
23h46min: Alckmin diz que o preço da comida vai aumentar depois da eleição. Lula, supersticioso, bate três vezes na madeira da bancada. Demagogo, emenda: "Por favor, não torça para os preços crescerem. Deixa o pobre comer fié mignon!".
23h49min: O Rio Grande entra no debate! Finalmente. Não com muito efeito, é verdade. Alckmin critica a política agrícola do governo e Lula responde: "no Rio Grande do Sul tivemos uma imensa estiagem, e criamos o seguro agrícola". Alckmin garante que não tem seguro nenhum. Aqui, Rodrigo faz justiça: o seguro agrícola foi criado, no Estado, pelo bigode.
23h51min: Lula: "na pergunta, a perguntadora disse que..."
00h01min: Aerolula entra no debate. Lula diz que "Alckmin vendeu usavião do Estado de São Paulo". Diz que Alckmin quer privatizar até o Aerolula! Genial.
0h13min: O populismo de Lula não tem limites, mas funciona incrivelmente. Alckmin pergunta sobre o Nordeste e Lula larga essa: "você não sabe o que é comer café com farinha. Eu sei o que é um retirante da seca vir pra São Paulo". Alckmin ouve com aquela cara de bundinha de sempre. Game over. Não há o que fazer.
Desisto. Passei as últimas três semanas me confrontando com o dilema: votar em Lula ou não? Uma dúvida que, certamente, deve estar sendo compartilhada por muitos eleitores que se consideram de esquerda, que sempre votaram na esquerda e que sempre rechaçaram o tipo de política representada pelo PSDB e, principalmente, pelo PFL. Fui tendencioso, confesso. Todos os meus esforços mentais foram para me convencer de que, sim, era possível, mais uma vez votar em Lula. O argumento mais forte: a roubalheira sempre existiu e vai continuar existindo – talvez pior – com os tucanos e com o PFL no poder. E o povo foi mais beneficiado com o governo Lula. De fato, as políticas públicas do governo petista me pareceram – e em muitos casos isso é comprovado por números isentos – mais eficientes que as do governo anterior. São visíveis os avanços do país no que diz respeito à redução das desigualdades sociais, além das quantidades de dinheiro aplicados em setores como educação e proteção social serem proporcionalmente muito superiores às do governo Fernando Henrique. Sendo pragmático, fica fácil votar em Lula.
Mas a questão é um pouco mais complicada. Existem sacrifícios que devem ser feitos em nome do futuro do país, em nome de uma política minimamente ética que será herdada por nossos netos. E, senhores, este sacrifício, para o povo brasileiro, significa ser governado durante quatro anos pelo PSDB e pelo PFL.
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Mauro Vieira/ZH
Melhor legenda: "Ao lado de Yeda, José Serra, governador eleito de São Paulo, se sobressaltou ao se chocar a um cavalo de plástico diante de uma loja de agropecuária em Canoas".
O saguão do aeroporto Salgado Filho estava cheio de jovens com adesivos de Yeda Crusius e Geraldo Alckmin grudados ao corpo. A militância petebista – partido que compôs a chapa de Germano Rigotto (PMDB) indicando a candidata a vice – compareceu em peso. Procurei, mas não encontrei Roberto Jefferson. Aglomerado é o termo mais adequado para nominar as pessoas que esperavam a saída de Alckmin da Sala de Imprensa. Pobres jornalistas. Seguranças fazem um corredor de isolamento para conter uma turba enfurecida que eles imaginam existir. Por alto, pouco mais de 100 militantes esperavam os candidatos dentro do hall.
Ser um jornalista periférico tem suas vantagens. Como não preciso prestar contas e declarações a ninguém, dou um passo para trás e observo a cena. A porta é aberta e o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB) passa de maneira furtiva pelo lado de fora do cordão de isolamento. A um metro de distância de nós, Serra tenta chegar à saída mas é constrangido a dar beijinhos e receber afagos de quem consegue reconhecê-lo.
A entrada de Yeda empolga mais que a de Alckmin a militância multipartidária. A claque os escolta até o palco onde será feito o comício, do outro lado do riacho que divide a avenida: o Pepsi On Stage. Acompanhamos o séquito. Para a vergonha dos repórteres, gritam "Ah, ele é gaúcho" para o Chuchu. Ao passar pela vala, vemos uma bandeira do PT jogada no esgoto e uma mendiga tentando fazer artesanato hippie com latas de alumínio ao lado dela.
No meio do caminho, decido comprar uma cerveja para agüentar a demência iminente. Mas o ambulante não podia abrir o isopor. Aliás, ele nem estava cuidando da banca. De costas para mim, preocupava-se em tirar fotos dos tucanos com sua câmera digital do que atender bem o cliente. Dentro do pavilhão da Pepsi, balões, cartazes, gente querendo colar adesivos em ti e dois balcões de comida da AM/ PM. Por alguma razão, me lembrei do último Rock in Rio. A impressão era que cada um lá dentro empunhava sua própria bandeira, fosse ela do PRONA à Força Sindical.
O locutor do evento diz que o candidato a vice, Paulo Feijó (PFL), iria começar o discurso em cinco minutos. Mas quem apareceu foi o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Apático, falou rápido para se livrar do fardo: "Começa a soprar o vento que vai acordar os adormecidos. É preciso dar um fim definitivo nesse perverso governo Lula". Nada do Feijó. O lucutor aproveita o intervalo e compele as pessoas a cantar de maneira comovente: "Vamos mostrar que a gente sabe o jingle de cor".
"Yeda, todo mundo aqui ficou com inveja da sua música", diz Serra, no início de seu discurso. Tenho o telefone do Chico Santa Rita, caso o paulista queira entoar mantras maneiros contra o PCC. "O Aécio ganhou do PT, eu ganhei do PT e a Yeda também vai ganhar do PT". A massa delira, mas os dois líderes tucanos fazem discursos breves.
Quando chega a vez de Yeda, o pavilhão está ocupado com no máximo 3 mil pessoas. O TIM Festival de 2005 com os Strokes e o Arcade Fire tinha muito menos espaço, mas estava apinhado de gente que pagou caro pelo show. O de ontem era gratuito. Yeda declara que "estamos juntos com o PMDB, PDT e PP". "Vamos mandar o PT para onde ele deveria ir: para casa". Em mais um arroubo do estado mais politizado do país, escuta-se novamente: "Ah, eu sou gaúcho". Ela aproveita para enfatizar que será a primeira governadora gaúcha "apesar de viver um estado machista". Vi até o Mano Changes (PP-RS) e o Gaúcho da Copa no palanque. Mas nada do Feijó.
Por último, Alckmin. "A Yeda pediu pra mim vir aqui. E a parte mais importante da minha vida são as mulheres". Foi a surpresa da noite. Quem organizou a ordem da apresentação cometeu um erro incrível ao deixar Alckmin por último. Clarões começaram a se abrir na platéia. A fuga da manada começou na metade do discurso do tucano e não parou. Vergonhoso. Sobrou até para o Hino Rio-Grandense. Todos se dão as mãos e cantarolam. Aí não dá. Com esse set list tu mata qualquer festa.
Ao menos, descobri o problema: todos falam o tucanês. Um pesadelo para os para jornalistas, pois os tucanos não conseguem discursar nem no mais básico lead de uma matéria. Explicar o porque, quando, onde e como é banal demais. As pessoas já deveriam saber o que eles falam, mas é inútil. Quem concorda não sabe explicar muito bem as razões para votar no PSDB. Mas agora é tarde. E se tu questionares mais um pouco, pronto: surge o Xiita Tucano. Se antigamente os petistas seguravam o bastão da Ética, cumpre agora aos tucanos a obrigação de questionar o caráter de quem faz muitas perguntas sobre o Eduardo Azeredo (PSDB/ MG). No fim das contas, tudo não passa de uma corrida de revezamento. E adivinhe em quem eles vão enfiar o bastão depois que essa eleição acabar.
Olavo de Carvalho não morreu. Ele é meu amigo no Orkut e neste domingo enviou duas mensagens aos eleitores brasileiros. A primeira tem como título "A Justiça tem de intimar Lula a explicar suas reuniões clandestinas com narcotraficantes e seqüestradores". A segunda traz "provas" de que Lula, com uma lista de links. Ambas estão reproduzidas abaixo, no melhor interesse nacional.
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Picanha ou alcatra, Luiz Ináffio?
"MJ – DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL EM MATO GROSSO
DELEGACIA DE PREVENÇÃO E REPRESSÃO A ENTORPECENTES
Inquérito Policial : 623/2006-SR/MT - portaria;
Início: 19/09/2006;
Incidência Penal: artigos 305 do Código Penal e 1º, inciso V e VII, da Lei 9.613/1998.
Indiciados: Gedimar Pereira Passos, qualificado às fls. 119.
Podemos dizer, sem medo de errar, que em todas as declarações, depoimentos e interrogatórios juntados nos autos não se retira uma indicação sobre a origem do dinheiro. JORGE LORENZETTI, pelo que se sabe até esse momento, foi a pessoa que articulou no âmbito nacional a compra do dossiê. Pediu que GEDIMAR PASSOS fizesse o contato inicial com VALDEBRAN PADILHA, dando funções específicas a EXPEDITO VELOSO e OSVALDO BARGAS. Pediu também que GEDIMAR fosse a São Paulo para receber o dossiê e entregar a HAMILTON LACERDA. Tudo sob seu comando e, estranhamente, não sabia do dinheiro."
Mais do que a catequese nos princípios do liberalismo e a melhoria da qualidade gerencial dos participantes do grupo, os líderes do IEE esperam que seus discípulos defendam – permanentemente – a causa em associações de classe, entidades empresariais, sindicatos e, se possível, no próprio governo. “Há muitas lideranças do IEE infiltradas nas entidades, buscando espaço para idéias liberais”, diz o empresário Paulo Afonso Feijó, 47 anos, sócio presidente do Mercador.com, empresa do grupo Telefônica especializada em serviços para o setor de varejo.
Alguém aí já tinha ouvido falar dessa Opus Dei do livre-mercado? Depois a direita diz que a esquerda é paranóica.
O levantamento do Centro de Pesquisa Correio do Povo para o governo do Rio Grande do Sul publicado hoje indica que a tucana Yeda Crusius lidera a preferência dos eleitores, com 59,2% dos votos válidos, mas perdeu 7,4 pontos percentuais. Estes foram transferidos para Olívio Dutra (PT/ RS), que agora tem 40,8%. No levantamento anterior, o ex-governador tinha 33,4%. Considerados apenas os votos válidos, a vantagem de Yeda sobre Olívio, que era de 33,2 pontos percentuais em 11/10, caiu para 18,4 pontos.
Como previsto, as chances de Olívio Dutra no segundo turno se resumiriam a cacifar votos nas prefeituras do interior do Estado. Esses municípios dependem – e muito – do repasse federal e os prefeitos bovinos costumam ser pragmáticos, ainda que antipetistas. Com a queda de Geraldo Alckmin em todas as pesquisas, nada mais conveniente do que Olívio fazer um derradeiro périplo por essas regiões com o carisma do presidente a tiracolo.
Lula participará amanhã de caminhadas nas cidades de Alvorada, Canoas e fará comício em Caxias do Sul – terra do governador-perdedor Germano Rigotto (PMDB/ RS). É a última chance dos petistas, que irão se mobilizar como nunca para voltar à boquinha estadual. Luz amarela na campanha de Yeda: a eleição está em aberto. Basta lembrar o que aconteceu com o Guri Chorão.
"Conheffi o Luiz Ináffio, gentem!"
"Danielle pode ser operada hoje. Na última terça, com o dedo enfaixado, ela foi ao Canecão, casa de shows do Rio, para assistir a um comício de Lula. Lá encontrou-se com o presidente e a primeira-dama. Segundo o delegado Carlos Alberto Meirelles de Abreu Filho, da 14ª DP (Leblon), o Instituto Médico Legal classificou a lesão de Danielle como grave, o que pode implicar pena de reclusão de um a cinco anos para Ana Cristina." (Folha, 20/10/06)
O Ali Kamel responde à última edição da revista Carta Capital, que acusou a mídia - e principalmente a Globo - de ter tramado um golpe contra Lula ao negociar as fotos do dinheiro do dossiegate. Só os três trechos seguintes já aniquilam a revista do Seu Mino:
"Agiram mal a TV Globo e toda a imprensa ao divulgar as fotos? De maneira alguma, elas eram de extremo interesse público. Agiu mal a TV Globo ao preservar a fonte? Também não, porque ao mesmo tempo em que preservou a fonte, não fez, em nenhum momento, o que ela pediu: alegar que os CDs haviam sido furtados. Desde o primeiro instante a TV Globo disse a seus telespectadores que conseguira os CDs de uma fonte graduada da Polícia Federal, com isso deixando claro que se tratava de alguém da hierarquia da polícia. Em nenhum momento dissemos que os CDs por nós obtidos eram fruto de furto ou roubo."
"O que mais impressiona é a parte da reportagem em que se destaca a frase do delegado: "Tem de sair hoje à noite na TV. Tem de sair no Jornal Nacional". Trata-se de um caso de omissão cujo objetivo pode ter sido dar a entender que a intenção do delegado era vazar as fotos prioritariamente para a TV Globo. Nada mais falso."
"A essa altura, um dos repórteres pergunta se as fotos só podem sair na TV no dia seguinte (tenta deixar o furo para os jornais impressos). O delegado esclarece então que devem sair ainda naquela noite, no primeiro jornal da Globo, à noite, mas não à tarde. E acrescenta a frase, citada apenas pela metade pela revista: "Tem de sair no Jornal Nacional. Se for o SBT, Ana Paula Padrão". A preocupação do delegado, ao citar os dois telejornais, é mostrar que ele gostaria que as fotos saíssem nos primeiros telejornais da noite, e não nos últimos."
O mais interessante a observar, no entanto, é que cada vez mais um presidente tem menos espaço para ser diferente do outro, a não ser que parta para a ruptura. Se Lula mudasse tudo na política econômica, ia passar seu mandato inteiro administrando crise financeira.
Há determinados arroubos voluntaristas que nem um Ciro Gomes seria mais capaz de cometer – não por ética ou responsabilidade gerencial, mas por sobrevivência política.
Resumindo, façam suas apostas em Lula ou em Alckmin, mas não fiquem achando que suas vidas serão vermelhas ou azuis dependendo do vencedor. A não ser que tenham algum emprego garantido pelo candidato, ele não será tão determinante assim para o seu futuro.
Agora foi o Guilherme Fiúza quem se deu conta.
Alô, candidata, a senhora está na linha?
Durante entrevista via telefone ao programa Gaúcha Atualidade, caiu a linha da candidata Yeda Crusius (PSDB-RS) com o característico * tu tu tu tu tu *. "Alô, a ligação caiu só aqui em Brasília?", perguntou a jornalista Ana Amélia Lemos. A conversa foi retomada um minuto depois.
"Aí está mais o preconceito, porque, se um presidente grã-fino tomasse um uísque num coquetel, seria chique. O Lula não é. Eu duvido que tenha um jornalista neste país, eu duvido, que já tenha me visto bêbado. Duvido que vocês encontrem um sindicalista deste país que já tenha me visto bêbado. Duvido [elevando o tom de voz]."
"Se um desses da alta sociedade enche o ra..., não, enche a cara e fica bêbado, é chique, ele estava descontraído. Agora se o Lula toma um uísque, sabe, o Lula está bebendo. Então, para evitar isso, eu não vou [a festas e restaurantes]. Isso aqui pra mim é como se eu estivesse num convento." - Luiz Ináffio Lula da Silva (Folha Online, 19/10/06)
Não vou privatizar nada. Mas o boné é meu e ninguém tasca
Paulo Henrique Amorim publicou a gravação da entrega das fotos do dinheiro a repórteres da Folha, Estadão, O Globo e Jovem Pan. Admitindo-se que o delegado Edmilson Bruno não tenha se disposto a ajudar os tucanos, ou mesmo tenha sido comprado; admitindo-se que os repórteres estavam apenas seguindo as prerrogativas da profissão ao proteger a fonte; a conversa deixa transparecer um problema grave, exposto neste trecho:
Repórter – ... isso só pode sair amanhã na TV (...)
Delegado Edmilson Bruno – Não, tem que sair hoje à noite (...) pode ser no jornal da Globo no primeiro horário, não pode ser à tarde...
Repórter – por exemplo (...)
Delegado Edmilson Bruno –Tem que sair no Jornal Nacional e na Ana Paula Padrão. Isso aí vazou ontem, então tem que fazer hoje de manhã. O que não pode é perder (...) tem que entrar no jornal logo no primeiro horário da noite, não pode já sair no Jornal Hoje.
Os repórteres parecem ter tentado ganhar algum tempo para a apuração, ou mesmo uma edição melhor da reportagem. No entanto, o delegado passa todo o tempo exigindo que seja veiculada no Jornal Nacional. Até aí, estava fazendo o jogo dele. O estranho é que a Globo caiu no jogo dele e inclusive deixou de falar na queda do avião da Gol, para ficar mostrando imagens do dinheiro. Quando as fontes começam a mandar nos repórteres — ou em seus chefes —, algo está errado.
Paulo Henrique Amorim e Carta Capital já criaram uma teoria da conspiração para explicar o caso todo. Provavelmente estão exagerando, embora haja gato de algum tamanho na tuba, se realmente a equipe de marketing de Alckmin chegou antes da Globo à Polícia Federal. Ainda assim, não dá para acreditar em uma orquestração das maiores empresas de mídia contra a candidatura Lula. Provavelmente, é apenas a boa e velha tendência incompetente dos jornalistas a se deixarem levar pelas fontes, como acontece nas CPIs o tempo inteiro, por exemplo. No fundo, há exagero tanto da mídia petista quanto da mídia tucana. A verdade fica em algum lugar aí pelo meio.
A foto do dinheiro rendeu a única peça de campanha boa dos tucanos: um comercial em que aparece um calendário e a frase "faz X dias que Lula não explica a origem do dinheiro". Essa é pesada. Uma coisa é acreditar que Lula não sabia da operação — o que é muito possível. Outra bem diferente é acreditar que ele ainda não saiba a origem do dinheiro, o que é ridículo. Deve ter ficado sabendo cinco minutos depois da prisão, só não quer dizer.
Manuela compromete casamentos de prefeitos
A vereadora de Porto Alegre e deputada federal eleita Manuela D'Ávila (PCdoB) não acredita que sua votação expressiva (a candidata mais votada no primeiro turno) tenha algo a ver com o fato de ser atraente (pelo menos se comparada ao padrão das mulheres na política brasileira), mas os fatos mostram que teve. No segundo turno, ela está sendo utilizada pela Frente Popular para tentar alavancar a candidatura de Olívio. Em todos os eventos de apoio ao candidato, Manu está lá. O que já começa a causar desconforto, pelo menos entre algumas esposas de prefeitos do interior do Estado. Em sua coluna de ontem em Zero Hora, Rosane de Oliveira registrou o assédio de alguns prefeitos sobre Manuela em um encontro que selava o apoio de centenas de administradores municipais à candidatura da Frente Popular. A repercussão nos municípios não foi boa. Na coluna de hoje, Rosane afirma que várias primeiras-damas, especialmente da região do Alto Uruguai, se sentiram incomodadas. Uma delas, que não quis se identificar, diz que foi motivo de chacota em sua cidade, por conta do suposto assédio de seu marido à deputada eleita. É bom Manuela começar a pensar em políticas de apoio à região do Alto Uruguai para serem aplicadas durante o seu mandato em Brasília.
"Três delegados da Polícia Federal contaram ao repórter Márcio Aith que Freud Godoy se encontrou à sorrelfa com o tabajara Gedimar Passos enquanto ele estava preso na Polícia Federal. A PF nega que isso tenha acontecido. Pouco custaria ao ministro e ao diretor-geral da polícia que requisitassem as fitas do circuito interno de vídeo do prédio onde Freud teria entrado na noite do dia 18. Tanto as fitas das portarias e dos corredores que dão acesso à sala do delegado onde Gedimar teria conversado com Freud como as da carceragem onde estava hospedado. Recolhem os vídeos e os examinam, na companhia do procurador que acompanha o caso. Ao final dessa trabalheira, Thomaz Bastos, Paulo Lacerda e o procurador contam o que viram, empacotam as fitas e as lacram. Elas serão prova de um delito (o acobertamento da ida de Freud ao encontro de Gedimar) ou de uma mentira (a denúncia de que esse encontro aconteceu)." (Elio Gaspari, Folha, 18/10/06)
Fernando Henrique Cardoso evoluiu tão bem na personificação do espírito tucano que agora não consegue chegar a um acordo nem com ele mesmo. Pela manhã, o ex-presidente disse não ser contra a privatização da Petrobras. Ao final da tarde, enviou nota à imprensa voltando atrás:
Questionado sobre o terrorismo eleitoral em torno do assunto das privatizações, FHC diz em nota que declarou textualmente: "Isto é demagogia. Ninguém vai privatizar a Petrobras. Eu disse isso quando foi feita a Lei [que flexibilizou o monopólio estatal no setor]. Eu mandei uma carta ao Senado. Eu não [e aqui caberia a vírgula ou o ponto e vírgula que ficou faltando para dar sentido à frase), sou contrário à privatização da Petrobras. Ela deve ser outra coisa: uma empresa pública. E não ser utilizada para fins políticos", diz nota de FHC explicando sua declaração de manhã para a rádio CBN.
Se alguém entendeu a que se refere o "eu não" solto no meio da declaração revisada, favor avisar.
Nada de novo nas pesquisas no Rio Grande do Sul. A próxima edição da revista Voto traz a última delas feita pelo Instituto Methodus – única a acertar na tendência de crescimento de Yeda Crusius (PSDB/ RS) no final do primeiro turno. A tucana se mantém à frente de Olívio Dutra (PT/ RS). De um total de 2.023 pessoas, Yeda aparece com 57,3% das indicações espontâneas, seguida de Olívio Dutra com 32,6%. Os eleitores indecisos representam 6,5%.
Na menção estimulada a candidata Yeda Crusius aparece com 59,1% das intenções de voto, ficando 25,1 pontos percentuais acima de Olívio Dutra, que tem 34,0%. Os números não diferem muito no confronto entre o presidente Lula (PT/ SP) e Geraldo Alckmin (PSDB/ SP) A pesquisa completa pode ser lida aqui.
A parte curiosa da pesquisa fica por conta do quesito “Rejeição com frases para Governador”. Para medir a rejeição dos candidatos os eleitores receberam um cartão com as frases: votaria com certeza; poderia votar; não votaria de modo algum.
Yeda Crusius
Votaria com certeza: 53,5%
Poderia Votar: 18,9%
Não votaria de modo algum: 27,6%
Olivio Dutra
Votaria com certeza: 30,7%
Poderia Votar: 18,4%
Não votaria de modo algum: 50,8%
"Agora tô mais pareffida com o Luiz Ináffio"
"Petista perde dedo em briga no Rio de Janeiro - Um bate-boca entre lulistas e alckmistas acabou com uma mulher perdendo parte de um dedo, vítima de uma mordida dada por outra mulher, que ficou com o rosto marcado por unhadas."
"Um cirurgião disse não ter visto cena parecida com humanos: 'Só mesmo com pitbull, já que parte do osso foi retirada'". (Terra)
Late Blogging: Lula no Roda Viva
22h12: Essa é uma oportunidade única para testemunhar até onde vai a demênc..ops, melhor idoneidad...não. Talvez a imparcialida...também não...hmm, interpretação dos jornalistas a respeito da atuação do presidente Lula (PT-SP) no debate do Roda Viva. Ei, se até o Terra vai fazer um Live Blogging Caduco mesmo com o vídeo à disposição, não vejo razão para não fazermos o mesmo. Sites como a Folha Online publicaram hoje à tarde o básico do que Lula respondeu. A questão é saber como cada espectador analisará o que Lula disse.
22h40: o apresentador Paulo Markun alerta que, pelo sorteio, o presidente foi o primeiro a ser escalado.
22h43: "Bom saber que estamos sendo observados pelo JK", avisa lula, sobre a gravação ser na biblioteca do Palácio da Alvorada.
22h44: "Nós não falamos mais do que a imprensa brasileira falou sobre o PSDB", a respeito das privatizações tucanas.
22h48: "São Paulo é um lugar que tinha pedágios. Óbvio, menos do que tem hoje". Mais SP. Gostaria que virassem o disco.
22h51: "Somente com crescimento econômicA é que vamos ter dinheiro para fazer algo no Brasil".
22h54: os closes da TV Cultura mostram a jornalista da Folha Renata Lo Prete analisando a presa.
23h03: Paulo Markun anuncia o intervalo e aproveita para divulgar o DVD da entrevista. Se tiver a gravação na íntegra, pode valer a pena.
23h06: "Eu olhava para a Jorgina e dizia: 'Olha, tem que prender'. Mas era pura ignorância minha".
23h11: Lula acha uma bobagem o argumento de Renata Lo Prete de que a oposição ficaria esfrangalhada caso o Dossiê Tabajara tivesse dado certo. A câmera volta e meia mostra a jornalista boquiaberta, completamente imóvel. Deve estar estupefata com a cara de pau de Lula.
23h37: "Vale para o filho, vale para todos. Que investiguem ele".
23h39: "Eu jamais vou fazer crítica à oposição".
23h42: "Se o meu filho praticou irregularidades, ele tem que pagar".
00h15: encerra o programa. Tire suas conclusões.
O duro dos petistas é ter o nível de inteligência medido pela Nova Escala de QI Gedimar/Valdebran.
Os petistas leitores deste blog são o exemplo mais evidente disto. Não entendem que batemos nos petistas porque eles são governo e estão fazendo merda no governo. O blog começou em setembro de 2004. FHC já não estava mais no governo, tentem se lembrar.
Nesse sentido, o propósito deste post é - como de praxe - usar os petistas contra eles mesmos. Recebi um e-mail de uma amiga petista. O conteúdo é o seguinte:
"Subject: En: ENC: FW: Vamos relembrar?
E vale lembrar que se trata de um publicação de direita.
Mas, claroooooooooooo! Quando os pseudos escandâlos criados pela mídia envolvem um mero operário, sem curso superior, que teve a ousadia de ser presidente, é mais grave. Nem precisa apurar!
Saco cheio da mediocridade pura e aplicada dessa elite burra!
Ai, que saco viver nesse paisinho, viu? Argh!"
Em anexo, ela envia uma lista de 10 edições da Veja (no "Continue lendo") metendo o pau no governo FHC.
É isso aí, Veja é uma revista tucana. "Mas criticou o FHC?" "Não entendi".
Eu devo ser tucano, então.
Falou mal do Lula? Tucano.
Não gosta de bandidagem nem de roubalheira? Tucano.
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Está no Youtube um discurso-relâmpago de Lula: "Alô companheiros que navegam no Orkut. Muito obrigado pelo apoio de todas as comunidades. Vamos juntos continuar construindo um país cada vez melhor. E no dia 29, vocês sabem: votem 13!".
Depois de 3 anos e meio sem conceder entrevistas coletivas, Lula gravou há pouco o Roda Viva em Brasília. Resta saber como será a edição das perguntas dos jornalistas no programa, já que agora o presidente utiliza até o Youtube para seus discursos sem réplica.
Deus nos proteja! A candidata ao governo do Rio Grande do Sul Yeda Crusius pôs em seu programa eleitoral de hoje uma banda com adolescentes — um deles claramente emo — tocando o jingle da campanha.
Como se sabe, todo mundo odeia adolescentes, principalmente os próprios adolescentes. Perderá votos.
Circula na internet um manifesto anti-Alckmin para ser assinado pelos professores universitários brasileiros (na íntegra abaixo).
O petismo sempre se passa, é inacreditável. Colocaram um Valter Pomar para escrever o texto. Ninguém em sã consciência pode negar que o governo Lula foi excelente para as universidades públicas. Contratação de professores, aumento de bolsas etc. E que o governo FHC quase acabou com tudo.
Mas poderiam pelo menos ser contra Alckmin evitando cair no petismo mais deslavado de apoio irrestrito ao "rouba, mas faz".
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Franceses adoram coisas exotiques. Só fui saber da existência de um tal de Equador quando cheguei aqui. Parece que tem eleição por lá. E parece que a demência do mondo estatístico de fato dominará toda a América.
O candidato comuna e filhote de Hugo Chávez, Rafael Correa, estava na dianteira. Os EUA já estavam começando a surtar. Mas nada como outro candidato típico da bananice latino-americana para mudar tudo e chegar na frente do comunista: Álvaro Noboa, megaempresário conhecido pelo populismo, venceu o primeiro turno. O segundo turno será dia 26 de novembro.
Se você está reclamando do Brasil, dê uma olhada nesses dois vídeos (1 e 2) da campanha de Rafael Correa. Isso é que é campanha. E ainda tem outro da comitiva de Álvaro Noboa. A caminhonete em que ele está atropela uma mulher, mas tudo é resolvido com dinheiro e um beijinho. Até eu vou parar de falar mal do Brasil.
Circula na internet um spam da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB/ SP):
“Você é daqueles que vive defendendo o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é? Caro eleitor, acompanhe comigo inúmeras irresponsabilidades desse homem, envonvido em corrupção, recebimento de propina e desvio do dinheiro público. Já está na hora de dar um basta nessa palhaçada, acompanhe um vídeo exclusivo que está esperando autorização para ser transmitido nas emissoras de televisão. O vídeo mostra parte da reunião corrupta com os envolvidos na Máfia dos Sanguessugas onde encontra-se entre os acusados o Presidente Lula”.
O problema é que o link do vídeo abre em uma página com o seguinte texto e foto abaixo: "The page you are trying to view does not exist. The 404 Band is not even a real band. '404' is a commonly used error code to let you know that you might have typed in the URL address incorrectly". Tucano, não deixe esse absurdo passar incólume. Exija ética e transparência nas denúncias do seu candidato. Reclame para o e-mail Denuncia@Geraldo45.org.br.
Cena do clipe da banda Gushiken e os Cartilhas
— O senhor mandou a Ford embora. Guaíba chora até hoje. Camaçari festeja até hoje.
Pouco antes de Yeda (PSDB) levantar a voz para voltar a um assunto para lá de batido em todas as campanhas no Rio Grande do Sul desde a virada do milênio, Olívio Dutra (PT) tinha dado um jeito de jogar a culpa da mortandade de peixes no Rio dos Sinos nas costas da Yeda.
O debate nem terminou, mas isso resume tudo. O Rio Grande do Sul não sai mais do lugar, mesmo. A economia estagnada deve ser um reflexo da mentalidade estagnada.
NÉDÉNÉDÉ prestes a ser incluído no Código Penal
Ok, já estávamos a caminho há um bom tempo, mas agora está prestes a ser oficial: vale absolutamente tudo no Brasil.
"O delegado [da Polícia Federal] Diógenes Curado, que preside o inquérito, é o primeiro a admitir, em privado, que convive com a incômoda hipótese de ter de concluir o inquérito sem responder à indagação central: de onde veio o dinheiro? Nesta semana, Curado enviará ao juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, ofício pedindo a prorrogação do inquérito por mais 30 dias." (Josias de Souza)
"A Polícia Federal e o Ministério Público reconhecem sob reserva que todos os petistas envolvidos no dossiêgate podem sair ilesos do episódio se a investigação não conseguir comprovar a origem ilegal do dinheiro que seria usado na operação." (Josias de Souza)
Te pegeram numa ruim? Não dá nada. NÉDÉNÉDÉ. Nega tudo, diz que é petista. Nada acontecerá.
Para diagnósticos opostos, remédios semelhantes em doses diferentes. Os programas de governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva e do tucano Geraldo Alckmin são iguais na prioridade ao crescimento econômico com inclusão social e à geração de emprego e renda. Divergem, no entanto, nos raros momentos em que detalham os caminhos para alcançar o desenvolvimento. E se aproximam mais uma vez ao tratarem muitos temas de forma superficial e genérica.
São gritantes os defeitos e semelhanças dos dois partidos e seus chefes e militantes. Sem falar no aspecto mafioso e quadrilheiro, inerente à política brasileira, parecem mais torcidas organizadas de futebol, com sua intolerância, fanatismo e cegueira. É mesmo uma temeridade colocar nossas esperanças e nosso destino nas mãos dessa gente. Mas é o que nos é dado escolher. Bem, para quem viveu na ditadura, poder escolher entre o ruim e o pior já é um avanço.
-- Nelson Motta
Talvez porque a diferença está apenas na cor das camisas. As regras do jogo, o formato do campo, a bola e até as táticas são muito, demasiadamente, parecidas. Tanto que a Fifa moderna desse peculiar esporte (o chamado mercado) não está nem um pouco preocupada com o resultado.
-- Clóvis Rossi
Este aí em cima pode um dia ser o presidente do Brasil. Para isso, basta:
— Provas irrefutáveis do envolvimento de Lula aparecerem e causarem seu impeachment num eventual segundo mandato;
— José Alencar, o vice-presidente, já idoso, pode falecer a qualquer momento — lembrem-se de que andou no hospital há poucos meses;
— Clodovil ser eleito presidente da Câmara. Acha impossível? Então, já deve ter se esquecido de Severino Cavalcanti.
É triste ver o petismo da Carta Capital. Mino Carta está desesperado com o afundamento moral do PT. Sua revista afunda na mesma velocidade. A edição desta próxima semana traz matéria de capa que supostamente explica tudo sobre o complô da mídia para acabar com Lula, levando as eleições para o segundo turno com a divulgação das fotos da montanha de dinheiro aprendida com os petistas para a compra do dossiê.
A matéria tem o título de "A trama que levou ao segundo turno" e, na capa, aparece o símbolo da Globo junto com um tucano. O site do PT publicou um trecho mais longo da matéria (a íntegra somente na versão impressa, por enquanto).
A revista apresenta detalhes da negociação do delegado Edmilson Pereira Bruno (autor da prisão dos petistas) para liberar as fotos para a imprensa como se a operação fosse uma grande novidade. O próprio delegado, depois de negar, assumiu que foi o responsável pelo vazamento. Todo mundo já sabe disso há muito tempo. Todo mundo já sabe que a informação da prisão dos petistas vazou para a imprensa, todo mundo já sabe que uma equipe do PSDB chegou praticamente ao mesmo tempo que a imprensa na sede da PF.
A Carta Capital não consegue provar nada sobre as intenções políticas do delegado Bruno. Se ser contra a bandidagem petista é ser tucano, eu sou o maior tucano deste país.
No final das contas, o Josias de Souza dá a opinião mais sensata sobre o assunto:
"Resta uma pergunta: a mídia errou ao encobrir as segundas intenções do delegado? Sim. Os jornalistas que receberam o CD estavam obrigados, por dever de ofício, a manter o sigilo da fonte. Mas havia formas de mencionar a avidez de Edmilson Bruno sem romper esse compromisso. Algo que é mais fácil enxergar agora do que no calor do fechamento de uma edição de jornal. Mas carimbar o episódio como um complô da mídia para prejudicar Lula é como atribuir ao termômetro a responsabilidade pela febre. Quem envenenou os planos do presidente foram os “aloprados” de seu partido, não os jornalistas. Se o petismo não tivesse instalado uma usina de encrencas na cozinha de seu comitê de campanha a imagem do dinheiro sujo não existiria."
Não é que essa disputa presidencial tenha dividido o país entre ricos e pobres. A divisão é outra: é entre bandidos e não-bandidos. Quem vota em Lula está fechando os olhos para toda a bandidagem que o petismo instaurou no governo. Explicar o voto em Lula usando a desculpa do Bolsa Família é coisa de sociologia de universidade pública. Quem vota em Lula compactua com toda essa lama e não pensaria duas vezes antes de pisar em cima do Código Penal.
"Lula, por exemplo, estaria com uma vestimenta mais adequada se usasse jeans e blusa branca quando brada que Alckmin irá privatizar o que resta das estatais do país. Esse discurso é típico da senadora, não do atual presidente, que repete a política econômica dos tucanos e hoje defende as estatais não por razões ideológicas, mas porque servem para acomodar petistas sem emprego e para dar uma mãozinha nas campanhas eleitorais, seja de forma positiva, como a auto-suficiência de combustível alcançada pela Petrobras, seja de forma desastrosa, como a participação de Expedito Veloso, do BB, e de Jorge Lorenzetti, do Besc, na falcatrua do dossiê contra tucanos." (Vaguinaldo Marinheiro, Folha, 14/10/06)
Somos jovens, mas temos Youtube
“Eu fui informada, por dois colegas, das agressões que os petistas estão recebendo. (...) Uma menina que tinha o adesivo do Lula no carro foi apedrejada. Um rapaz que estava usando um distintivo levou soco na cara e no estômago. Foi assim na eleição do Collor. A gente saía e levava pancada. Riscavam o carro da gente, quebravam a janela, batiam nas portas das casas. Foi uma coisa terrível. Vocês são muito jovens e não sabem como foi. Mas foi assim.”
Assim, a filósofa Marilena Chauí encerra entrevista concedida ao site do PCdoB. Em outro momento da conversa, diz que espera qualquer coisa da Globo e alerta: “Vocês eram muito jovens. Vocês não se lembram, vocês não sabem o que foi feito naquela ocasião”. Até os cegos em Seattle sabem o que foi feito naquele maldito debate. Aliás, boa parte da cobertura bunda mole que temos hoje em dia nasceu depois da edição e apresentação da bagaça nos telejornais da emissora.
Ao menos Chauí comprova uma teoria muito debatida por aqui: ainda vive em 1989. Como ela mesma diz que não acompanha a mídia há pelo menos dois anos, não consegue entender a nova dinâmica da ojeriza aos petistas. Deve ser porque somos jovens: só conseguimos nos lembrar que o PT pregava moral de cueca e ainda assim ela estava cheia de dólares não contabilizados.
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Com o perdão da rima infame, caros leitores, mas que coisa mais patética está se tornando o Psol. Se, a princípio, louvei o surgimento de um partido de esquerda que se opusesse ao governo Lula e também não fosse um PSTU, agora fica cada vez mais difícil não identificar o Psol com tudo o que há de pior na esquerda retrógrada. Demagogia e prepotência em forma de frases prontas deram tom das campanhas tanto de Heloisa Helena, em nível nacional, quanto de Roberto Robaina – o "militante profissional" – aqui no Estado. Agora, surge o não menos patético ex-petista Chico de Oliveira acusando a cúpula do partido, incluindo Helo Hele, de autoritarismo. Só falta o Chico ser expulso do partido e fundar outro. Ia ser ridiculamente engraçado. No fim, a cláusula de barreira fez um favor a todos nós ao ajudar a extinguir essa farsa demagógica chamada Psol.
Eis o trecho do boletim do PT, divulgado ontem, que ataca a filha e a mulher de Alckmin (íntegra abaixo, com o pedido de desculpa):
"Afinal, alguém poderia perguntar se ele sabia que sua filha era funcionária de uma empresa acusada de contrabando, a Daslu, ou se tinha conhecimento que sua esposa ganhou de presente 400 vestidinhos chiques."
Lula surtou, mandou retirar do ar e pediu desculpas. O autor do texto é o Valter Pomar, membro do Diretório de Campinas do PT, responsável pela área de internet da campanha e secretário de Relações Internacionais do partido.
É mais um sério candidato a dar o próximo tiro no pé do partido. Ligado ao MST, Pomar sempre exagerou no comunismo, muito revolucionário para o gosto do real Presidente de Honra do PT, José Dirceu. A Folha de hoje relembra mais um constrangimento criado pelo petista:
"Valter Pomar foi responsável por outro episódio que causou mal-estar no PT em meio ao escândalo do mensalão. Em 8 de junho de 2005, durante entrevista de Delúbio Soares na sede do partido na qual ele negava as acusações feitas por Roberto Jefferson, Pomar enviou bilhete a José Genoino no qual dizia: "Ô, Gê. Cadê a Marta? Depois eu é que sou "oportunista'?" O bilhete fazia alusão à ausência da ex-prefeita na entrevista de Delúbio, concedida logo após uma reunião da Executiva na qual Marta criticou uma proposta de Pomar." (Folha, 13/10/06)
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Vamos lá novamente ao mondo estatístico. O Correio do Povo divulgou hoje o resultado da pesquisa feita nos dias 10 e 11 para o Rio Grande do Sul (notícia do G1):
Yeda Crusius (PSDB) - 61,7% (66,6% dos votos válidos)
Olívio Dutra (PT) - 31,0% (33,4% dos votos válidos)
Alckmin (PSDB) - 59,9% (65,1% dos votos válidos)
Lula (PT) - 32,2% (34,9% dos votos válidos)
Nem Aldo Rebelo, nem ninguém tem autoridade para dizer a Clodovil o que ele tem que fazer no Congresso. O costureiro afetado, polêmico e deslumbrado é agora um representante do povo. Eleito com mais de 400 mil votos. Um mandatário legítimo, provavelmente mais independente do que a maioria de seus pares, incluindo Aldo Rebelo. E fim de papo.
É claro que os brasileiros cultos já estão dizendo que a votação de Clodovil é um absurdo, que o eleitorado não presta etc. É essa nata intelectual que ama a democracia desde que ela venha com manual de instruções, e que seja praticada do jeito que eles querem. Senão, não vale.
O Guilherme Fiúza pode ter vários defeitos, mas é um dos poucos que entende exatamente o que está implicado na idéia de democracia.
O blog Kibe Loco deixou a Heloísa Helena em chamas com a divulgação dessa montagem. Helô chorou ontem ao presidir uma sessão do Senado e disse que a culpa de tudo é dos petistas, que querem acabar com sua imagem:
"Sei o tipo de cartinha vagabunda dos vagabundos do PT que tenho recebido por causa dessa história de não declarar apoio ao vagabundo do presidente da República."
A estrelinha do PT tatuada ali em cima da calcinha é insuperável.
"Se eu soubesse que era isso, não tinha dado a entrevista"
Tá circulando na internet um vídeo do Dateline que é de acabar com o Chuchu.
É uma reportagem de quase 3 minutos que mete o dedo na ferida da segurança pública paulista. Alckmin aparece torcendo para o Brasil em algum jogo da copa (bem ao estilo favela de Lula), enquanto o estado de São Paulo pega fogo.
Depois, o momento mais constrangedor: Chuchu sai correndo de uma entrevista após perguntas sobre segurança pública. Levanta, tira o microfone e vai embora. "Bye-bye". Não lembro de ter visto Alckmin tão transtornado.
"O Brasil não é só o Nordeste. Além disso, o Bolsa-Família é uma vergonha para qualquer governo. O povo não quer esmola, quer trabalho, casa para viver, escova de dentes. Não apenas arroz e feijão."
Jachson Ignácio da Silva, pedreiro e militante petista, vota em Geraldo Alckmin.
A Marta vai até conseguir mexer o rosto depois de ver isso
Sempre na vanguarda, o senador petista Eduardo Suplicy começa a se preparar para o segundo turno de 2010 contra o mineiro Aécio Neves (PSDB/ MG): vai na festa da Playboy, posa com a gata, pede o autógrafo dela na revista, publica um artigo e ainda faz propaganda da Bohemia.
16h31: A Globo não deixa de surpreender e o jornalista Jorge Pontual se sai com essa informação exclusiva e preciosa sobre o choque de um avião em Nova York: "Valéria Monteiro morou nesse prédio de luxo".
16h53: segundo a Administração Federal de Aviação americana, o avião estava sem contato com o controle do tráfego aéreo. Especialistas brasileiros na Globo dizem que havia contato.
17h02: quero saber onde está aquele jornalista americano que estava no jatinho da Embraer que ajudou a derrubar o Boeing da Gol: "O controle do tráfego aéreo brasileiro é péssimo. Os pilotos americanos correm risco naquele país".
Tive que dar explicações pela recusa em aceitar o produto que um casal vestido de vermelho e branco tentava me repassar de graça. Claro que eles saíram furiosos da minha mesa. Felizmente, não eram petistas. Um dos alívios que o governo Lula proporcionou é o constrangimento que agora os impede de acossar pessoas em bares e restaurantes de Porto Alegre. O produto em questão era a nova Coca-Cola Light. Alguém avise a eles que o estilo petista de marketing que a companhia quer acoplar ao refrigerante foi usado em 2002 pelo Duda Mendonça. E fracassou.
"Lula continua a perguntar para onde foi o dinheiro das privatizações. É incrível que, após quatro anos no governo, ele não tenha descoberto. Parece que saber de onde vem e para onde vai o dinheiro não é o forte dele."
De EDUARDO GRAEFF, secretário-geral da Presidência na gestão FHC, sobre as críticas de Lula às privatizações do governo tucano. (Painel, Folha, 11/10/06)
"Lula "chutou" alto, bem de acordo com a megalomania que o caracteriza, ao dizer que nunca, nos últimos 20 anos, o país crescera tanto. Falso, mostrou a Folha ontem. Alckmin disse que São Paulo é que cresceu mais que a média nacional. Igualmente falso, como igualmente mostrou a Folha ontem. Digo que é a principal mentira porque, se ambos estão satisfeitos com o desempenho econômico do país que um governa e do Estado que o outro governou, estamos todos roubados." (Clóvis Rossi, Folha, 11/10/06)
Bem que o Guilherme Giordano (PCO/ RS) tentou avisar nos debates que o PSOL também é filhote da patronagem burguesa e capitalista. Os ex-petistas e o PDT decidiram liberar o voto e não deu outra: Geraaaaldo quer os votos deles.
Complô da Mídia Tucana contra o PSDB
Para os que gostam de dizer que a imprensa abafou as falcatruas de Fernando Henrique Cardoso (PSDB/ SP), fica o registro da matéria de 19/11/2000 na qual a Folha de São Paulo denunciou o uso de Caixa 2 na campanha do tucano em 1994. Uma planilha eletrônica mostra que pelo menos R$ 8 milhões deixaram de ser declarados ao Tribunal Superior Eleitoral na ocasião. Uma lista com quase 300 empresas relaciona 53 nomes de doadores cujas contribuições não figuraram na prestação de contas.
Na campanha à reeleição em 1998, teria recebido no mínimo R$ 10,120 milhões em doações carreadas para uma "contabilidade paralela" – expressão tucanada para o petista "não contabilizado". Tudo isso com base em documentos sigilosos do próprio comitê financeiro. O ex-ministro de FHC José Eduardo Andrade Vieira, um dos organizadores da campanha, confirmou em depoimento ao Ministério Público, o uso de caixa-dois (matéria completa abaixo).
Essa não foi a única denúncia da Folha contra FHC. Atribuir a corrosão do governo Lula a um complô midiático é de um simplismo atroz, típica defesa dos petistas. A série de denúncias apenas aponta que o fluxo frenético de informações deixa todos de guarda, à espreita do próximo furo. A internet brasileira vai passar por uma fase de acomodação depois das eleições. Quando a poeira baixar, é ver os prós e contras e partir para cima mais uma vez. Como deve ser.
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A entrevista concedida pelo vice de Yeda Crusius causou desconforto entre os aliados da tucana. A coordenação de campanha enviou sinais de que pretende monitorar Paulo Feijó para que ele evite dar declarações polêmicas. Como todos ali querem colocar antigas diferenças partidárias de lado e fazer o melhor para a sociedade gaúcha, as cabeças da campanha soltaram algumas pérolas:
Pedro Bertolucci, presidente do PP: “Quanto mais quieto ele [Feijó] ficar, melhor”.
O pessoal da antiga Arena vai acabar botando o cara no pau-de-arara.
Sérgio Camps de Moraes (PPS), coordenador de camanha: “Ele [Feijó] tem de aprender a ser partidário”.
Sei não, mas isso soa tão...petista.
Mario Bernd (PPS): “Vice não precisa somar, mas tem de ser impedido de subtrair”.
É, foi mais ou menos isso que Yeda usou para tirar o corpo do PSDB fora da responsabilidade pelo fracasso do governo Rigotto.
Isso não parece ter arrefecido os ânimos de Feijó. Em declaração à Zero Hora de hoje, avisou: “Se pedirem para eu ficar quieto vão ouvir um não”. Questionada ontem sobre a possibilidade de substituir o vice, Yeda emudeceu. Fora o caso de acusar Pedro Simon (PMDB/ RS) de indicar apadrinhados para o Banrisul, Feijó não disse nada de mais. Até desarmou o discurso que os petistas preparam para o segundo turno.
O senador reeleito ainda aproveitou para dizer que ele é “um guri que não está preparado”. Depois de aceitar se unir a Anthony Garotinho (PMDB/ RJ) para tentar concorrer à presidência – sabendo que ia perder e ficar com o senado de consolo – as declarações de Simon só podem ser consideradas galhofa pura. O retrato do PMDB.
"Um em cada três deputados italianos usa drogas, diz TV - Um programa de televisão, que será transmitido na Itália nesta terça-feira, vai divulgar os resultados de um teste feito em deputados italianos, segundo os quais um em cada três utiliza drogas, em sua maioria maconha, mas também cocaína."
(...)
Tommaso Pellegrino, do PV, disse estar contente por ter participado [do teste] e acreditar que "é ocasião para um debate contra a hipocrisia da proibição [do uso de drogas]". Paolo Cento, do mesmo partido, criticou os que supostamente "votam leis conservadoras e depois cheiram cocaína", numa referência aos parlamentares da AN.
Carlo Giovanardi coloca em dúvida a credibilidade do teste e sustenta que também os senadores utilizam drogas." (Folha)
Update: a BBC dá mais detalhes sobre o teste: "Os diretores do programaLe Iene (As Hienas), disseram que montaram a operação para testar 50 dos 630 deputados. Os políticos foram convidados a dar entrevistas sobre o orçamento do país para um programa inexistente da TV a cabo, mas enquanto estavam sendo preparados para a entrevista, tiveram amostras de suor retiradas de suas testas e supercílios para análise posterior."
Gênios.
Pergunta: O sr. vai defender o fim da reeleição?
Estou convicto de que a reeleição é um retrocesso político para o Brasil. O mandato de cinco anos, sem reeleição, seria uma solução adequada para o nosso país. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vai carregar pelo resto da vida o gesto irresponsável de ter aprovado a reeleição em benefício próprio.
Lula já começou em grande estilo a série de 20 perguntas que a Folha vai fazer aos dois presidenciáveis até o dia 27 de outubro. Nem é preciso tecer maiores comentários sobre a discordância lógica entre pergunta e resposta.
Coisa lastimável a entrevista de Olívio Dutra (PT/ RS) à Folha. Perguntado sobre os escândalos que envolvem integrantes de seu próprio partido, o ex-governador declara: “Infelizmente, temos no PT atitudes desrespeitadoras da cidadania e do patrimônio ético do próprio PT. Isso existe em todos os partidos”. Agora viaje no tempo rumo ao longínquo ano de 1999 e pergunte a qualquer petista gaúcho qual é a diferença deles em relação aos Outros.
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De um amigo jornalista, fazendo o resumo do governo Lula e da disputa entre o barbudo e Alckmin:
"O argumento é claro: mais gente está comendo, mais gente está roubando também. Escolha com o que tu pode conviver melhor."
Em entrevista à Folha de hoje, Yeda Crusius (PSDB/ RS) afirma que "o governo Fernando Henrique entregou um país tinindo para o governo Lula". Chega a parecer petista de tão descolada da realidade.
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Clodovil, desde que foi eleito, está em chamas. Hoje a Folha publicou algumas de suas frases, retiradas de uma entrevista a um jornal argentino:
"Vou aprender com os políticos com experiência, mas não me ensinarão a roubar porque eu, por pouco, não vou me sujar. Tudo dependerá de quanto me ofereçam para votar os projetos do governo."
"Cada um pesa o dinheiro em sua própria balança. Eu não resolverei os problemas de ninguém. Aqueles que votaram em mim acreditando que eu iria solucionar os seus problemas se enganaram, isso é uma bobagem digna de quem foi mal colonizado."
"Lula é um anormal que não raciocina bem, que se compara a Jesus."
"Não me interessa ser aplaudido por um mendigo que nada entende porque não tem o que comer, quero que me aplaudam os que têm os neurônios bem alimentados."
"O que Marta Suplicy vai fazer em Brasília? Por acaso vai passar nossa roupa? De qualquer maneira, Lula não será reeleito nem por decreto."
Analisando-se o conjunto da refrega, o desempenho de Lula foi inegavelmente inferior ao de Alckmin. A pergunta é: isso muda o cenário eleitoral? Debates, por maior audiência que possam ter (o de hoje teve audiência média de 14,2 pontos), não têm o condão de virar o jogo de uma eleição. É a repercussão do confronto e os seus desdobramentos no noticiário e na campanha, que podem influir no resultado da peleja.
Josias de Souza achou que o Alckmin venceu o debate de ontem por um ponto. Um ponto de interrogação.
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20h: A Mídia Golpista não deixa eu me alienar nem no domingo. Ligo na Bandeirantes para assistir os gols da rodada do Brasileirão e a mesa redonda está toda deformada. O número de comentaristas diminuiu mas, como sempre, todas as atenções ficam voltadas ao bairrismo paulista.
Como o presidente Lula só não reclama da imprensa quando a Globo passa jogos do seu Corinthians à revelia dos pequenos detalhes regionais do Brasil, imagino que ao menos saiba explicar as falcatruas da MSI e de um certo Zveiter. Quanto a Geraldo Alckmin, caso fale que torça para o Club Athético Pindamonhangabaense, pode ir para casa. Os espectadores vão trocar de canal na terceira sílaba. Até porque os jornais locais preferem não denunciar os problemas que acometem o pequeno time paulista há mais de 10 anos.
Tentei fugir desse debate. Até me submeti a procurar o horário no TV + Show da Zero Hora
dominical para, sei lá, cancelar a eletricidade em casa. Mas a Band não enviou a programação ao jornal. Obs: o Correio do Povo tinha. Mas como os gênios da Caldas Júnior fecharam o acesso para não assinantes, fico sem opções. Até parece a disputa do segundo turno entre Yeda e Olívio. Tudo culpa da RBS, como sempre.
Pensando bem, foi uma ótima estratégia da Bandeirantes. Colocar o debate presidencial para concorrer com as Videocassetadas do Domingão do Faustão e com o Sílvio Santos é ótimo: todo mundo continua sem saber se é para rir ou para chorar.
20h31: na abertura, a Band cacifa seu histórico em debates. Só faltou creditar o sucesso deles a Leonel Brizola e Jânio Quadros.
20h32: no início do debate,Lula parece tenso. Alckmin sorri.
20h33: a produção da Band faz uma pergunta sobre crescimento econômico que dura um minuto. Alckmin parece muito confiante. Nem soa como o governador que deixou um rombo de US$ 1,2 bi para nosso querido Lemo-Lembo.
20h36: Lula manda muito bem na retórica. "O governador podia ter me agradecido pelo o que fiz em 2003". De fato, o Brasil estava no buraco. O problema é que continua nele.
20h41h: Alckmin fala direto para a câmera que Lula deve responder ao povo brasileiro sobre quem foi o responsável pela compra do Dossiê Tabajara.
20h42: "Não tenho medo de debater a pura verdade", diz Lula.
20h44: Lula pergunta sobre a consolidação da Máfia das Sanguessugas. "Meus assessores não são indiciados pela polícia", responde Alckmin.
20h47: o Chuchu fala da máfia dos vampiros e dos sanguessugas como se o problema não tivesse começado no governo do PSDB.
20h49: baixaria. Que coisa lastimável. Vão se canibalizar sobre Ética quando estão pelados.
21h07: Alckmin usa a palavra "eivado" para se referir à quantidade de escândalos no governo Lula. A galera da Rocinha delira.
20h50: "As CPIs saíram pela força dos fatos", replica Alckmin.
20h55: Lula vai para a ofensiva e pergunta sobre as CPIs abafadas pelo governo Alckmin.
20h58: "O Governo de Lula é contra o Rodoanel", reclama Alckmin. Uma obra essencia para o desenvolvimento do país, sem dúvida.
21h: "Parece que o senhor fez algum curso de Psicodrama para decorar o que fala, governador", tripudia Lula sobre a questão do petista ler suas perguntas.
21h05: "O governo é violento no caso do Francenildo".
21h06: Lula fala das denúncias sobre a compra de votos em 1996. Diz que não foi apurado e tal. Bem, talvez a culpa seja da internet.
21h10: eu sabia, Alckmin lê Carta Capital. Exalta o crescimento econômico da Argentina. Tales Alvarenga deve estar decepcionado.
21h17: Lula diz que Alckmin parece estar em uma sacristia. O tucano faz cara de quem chupou limão.
21h18: "Por que vocês não trouxeram o Fernando Henrique aqui? Tão com vergonha dele?" (risos da claque).
21h19: Lula aperta Alckmin sobre a Febem. Daqui a pouco, fala no PCC. "Você quer uma ajuda nossa?", ironiza o presidente.
21h20: "O candidato Lula é um bom comentarista". Só se for do dia seguinte.
21h21: "Eu estive todos esses anos na Febem", diz Alckmin. Pergunta ao espectador quem já não foi jovem e quem nunca errou. Verdade. Quem nunca assaltou, estuprou a matou uma garotinha de 12 anos nos loucos tempos de adolescência?
21h24: "Não queira que em quatro anos eu conserto (sic) o que vocês estragaram em quatro séculos", diz Lula. O presidente continua insistindo que nenhum governo foi tão maravilhoso quanto o do PT, nem mesmo o do JK. "O PSDB não tem quatro séculos", rebate Alckmin.
21h28: Alckmin nunca consegue terminar suas frases. Culpa do tucanês.
21h39: Lula ri quando Alckmin diz que o Brasil foi humilhado pela Bolívia.
21h42: o presidente tenta usar de ironia para responder à pergunta de Alckmin sobre Comércio Exterior. Assim não dá para acompanhar.
21h45: Inédito. Um tucano diz que o presidente do Brasil deve defender os interesses do país. O pessoal da finada Bundas deve ter morrido.
21h55: "Ele sabe tudo do governo Fernando Henrique, é pena que não saiba nada do próprio governo." Essa foi na jugular.
22h05: "A lógica da Ética não é saber antes", diz Lula. Cédulas de dólar não devem coçar muito quando inseridas na cueca.
22h07: Ackmin replica com as "questões substantivas da corrupção". Assim não dá. Hermético demais.
22h11: a câmera da Band mostra Romeu "Rota na Rua" Tuma nas primenrias fileiras da platéia.
22h22: Joelmir Beting afirma questiona sobre a possibilidade de reduzir os juros sem cortar os gastos do governo. Pergunta a Alckmin sobre que gastos serão cortados, quando e quanto. "O governo Lula é o governo tartaruga", diz Alckmin, criticando a gestão petista.
22h24: Lula, ao comentar a resposta de Alckmin, diz que "o atual governo criou as bases para o crescimento econômico" e que propostas de Alckmin são bravatas.
22h25: "Quem faz bravata é PT, que ficou 25 anos falando mal de tudo. Foi lá e fez pior", replica o Chuchu.
22h37: "Você que está em casa, que está agora assistindo, deve saber que não vamos privatizar nada". Estranho, Alckmin nega declarações de um dos principais coordenadores de sua campanha, Luiz Carlos Mendonça de Barros–, à revista Exame. Ali diz que vai trabalhar pela privatização da Petrobras e da CEF. Alckmin nega tudo. Te define: ou caga ou sai do vaso.
22h42: Cristóvam Buarque deve se revirar no túmulo. Estão discutindo Educação.
22h43: Alckmin cita Santo Agostinho: "prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me adulam, porque me corrompem". Aplausos entre a galera da Opus Dei e os seguidores do Marcola.
22h50: três horas depois, nas considerações finais dos candidatos, lembro que só queria ver os gols do Brasileirão. Culpa da Mídia.
22h58: jornalistas pedem uma avaliação do debate a José Serra e Marta Suplicy. Não adianta, Serra não entra na campanha por Alckmin: foi monossilábico, disse apenas que achou o debate "bom", e não atacou Lula. Já Marta falou um monte, chamou Alckmin de "candidato de plástico" e disse pensar que o ex-governador fosse "mais capaz".
23h20: Marco Aurélio Garcia começa a falar sobre um "Risco Alckmin", terrorismo eleitoral que o PT condenava à época de FHC. Mas nem assim os petistas conseguem criar um factóide.
A prova que os petistas precisavam
Pronto, agora os comunas já podem acusar a candidatura de Yeda Crusius de neoliberal e a Zero Hora de imprensa vendida aos grandes interesses do capital especulativo internacional. A entrevista de Paulo Afonso Feijó Feijó, vice de Yeda, para a edição deste domingo, não deixa dúvidas:
"A dívida do Banco do Estado do Rio Grande do Sul e da Caixa Econômica Estadual, que deixou de ser do banco e passou a ser da sociedade gaúcha, é de R$ 5 bilhões a valores de hoje. Quanto é a taxa de juros hoje, 20% ao ano? E quanto é 20% sobre R$ 5 bilhões? R$ 1 bi. Então significa que o Estado paga R$ 1 bilhão por ano por uma dívida que não era minha, não era de ninguém, era do banco do Estado. O orçamento do Estado na segurança pública é R$ 700 milhões por ano. E só de juro para manter o banco estadual, gasta R$ 1 bi. Aí vamos perguntar para a população se ela prefere ter R$ 1,7 bilhão na segurança pública ou continuar com o banco estadual. Vamos perguntar em plebiscito, ver o que a população escolhe. Jogo 100 contra 1 como a população vai dizer que quer R$ 1 bilhão a mais em segurança, em saúde."
Não ficou faltando nem para o PMDB. Simon deveria declarar apoio ao Olívio depois desta:
"...o Banrisul, há muitos governos, tem sido utilizado como cabide de emprego e partidarização do banco. O presidente do banco hoje é indicado pelo senador Simon, é sobrinho de Pedro Simon. Quem são os vice-presidentes do banco? Cargos políticos como a presidência. O banco tem de ser eficiente, tem de dar oportunidade aos funcionários de carreira. E não a uma pessoa que nunca dirigiu um caixa de boteco. E por que ele está lá? Porque é protegido do senador Simon."
Da IstoÉ:
"Fernando Collor de Mello fechou um bom negócio com o PTB de Roberto Jefferson: vai se mudar para o partido assim que tomar posse, em fevereiro. E o tal PRTB, pelo qual se elegeu, vai desaparecer." (Brasil Confidencial)
"... Roberto Jefferson voltou para a política em grande estilo. Na quinta-feira 5, aplaudido de pé na convenção nacional do PTB, em Brasília, o ex-deputado federal cassado no ano passado por falta de decoro foi reconduzido à presidência do partido." (Brasil)
Quando se é bandido, nada melhor do que ter um experiente advogado de bandido para te auxiliar.
O PT deixou vazar para a imprensa que estava pensando em divulgar uma versão para os 1,7 milhões dos aloprados. Lula passaria a usá-la já a partir do debate de amanhã, na Band:
"Na véspera do primeiro debate Lula x Alckmin, as cúpulas do PT e do governo finalizam nos bastidores uma explicação para o R$ 1,7mi que pagaria o dossiê contra José Serra. O ponto de partida da versão oficial é observação ouvida nos últimos dias de três ministros de Lula: "comprar informação é crime". Vencida essa etapa, o fator que poderia complicar a situação dos "aloprados" seria a origem do dinheiro. Por isso, cresce a possibilidade de que o PT anuncie, nos próximos dias, que ele veio do caixa 1 do partido." (Folha, Painel, 07/10/06)
Infelizmente, Márcio Thomas Bastos chegou para cortar a nossa diversão:
"Bastos disse a Lula que, cedo ou tarde, a trama será descoberta pela Polícia Federal. Afirmou que o PT cometerá um “grave erro” se tentar forjar uma nova “Operação Uruguai” para tentar encobrir a origem do dinheiro." (Josias de Souza).
Sai daí, Bastos! Deixa o PT se afundar sozinho.
"Se a eleição fosse hoje, Yeda teria 63% das intenções de voto, contra 29% de Olívio. Brancos e nulos seriam 3%. Os indecisos somam 5%. A vantagem da tucana aumenta considerando os votos válidos (que excluem brancos, nulos e indecisos). Yeda seria eleita com 68% dos votos válidos, enquanto Olívio Dutra aparece com 32% dos votos.
O Ibope também perguntou as intenções de voto do eleitorado gaúcho para a eleição presidencial. O candidato Geraldo Alckmin, do PSDB, teria 59% dos votos, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, teria 32%. O índice de indecisos é de 6%. Brancos e nulos somam 4%." (G1)
Mas considerando a demência do mondo estatístico, aposto que Olívio vai ganhar com 90%.
Lula disse esta semana que está pronto para discutir ética e corrupção, que o PSDB não tem moral para criticá-lo. É um argumento recorrente entre os petistas, quando acusados de bandidos, o de que no governo FHC a coisa era muito pior. Entrevista de Lula em Paris, lembram? "Estamos perdoados porque somos bandidos como os outros."
A profundidade desse tipo de argumento é microscópica. Aliás, ele é usado geralmente para atacar a imprensa, sempre a maldita imprensa que não se cansa de atacar Lula e os petistas, mas que não fala nada dos tucanos.
O argumento petista: “no governo FHC a corrupção foi igual ou maior do que no governo Lula”. Olha, não lembro disso. Leio jornais diariamente há anos e jamais vi tamanha quantidade de banditismo como agora. “Ah, a imprensa era conivente.” Vamos admitir que sim. Onde estava o PT, o partido da ética, para fazer as denúncias? Ou estava se beneficiando de alguma coisa, fazendo caixa 2 para chegar ao poder, ou nunca teve competência para ser oposição (estava mais preocupado em gritar ‘Fora FHC’, como Tarso Genro) do que em investigar as falcatruas tucanas.
Nunca vi alguém com mais de dois neurônios dizer que não houve corrupção e sujeira na era FHC. Seria como dizer que o Brasil inteiro deixou de ser safado durante 8 anos. Nenhum sentido. O problema é que tem gente com muito mais que 2 neurônios que não acha nada surpreendente a bandidagem ocorrida na gestão Lula, que é assim mesmo, que é normal os pobres votarem no Lula, mesmo sabendo dos escândalos, porque a situação deles melhorou com a esmola governamental. Segundo esses petistas (assumidos ou não), essa coisa toda de moralidade não tem lá muita importância mesmo. “Se meus adversários roubaram, também posso.” Certamente levam isso para suas vidas pessoais.
Se é para apelar para suposições sem sentido, então eu também vou lançar uma: como estaria o Brasil hoje se José Serra tivesse ganho de Lula? Teria aparelhado o Estado com uma bandidagem sindical, teria detonado as agências reguladoras, teria mantido a mesma política de FHC, que deixou o crescimento do país estagnado? Tucanos dirão que não, petistas dirão que sim. Como se vê, apelar para delírios não dá muito certo.
Aecinho x sindicalismo petista
"Meu avô Tancredo tinha uma boa teoria. Nunca chame para trabalhar com você os amigos da cerveja, porque dá errado, e também não chame para tomar cerveja os amigos do trabalho, porque seu fim de noite ficará chato" (entrevista à revista Veja desta próxima semana).
Uma das vantagens se o Chuchu ganhar é que não teremos mais que ouvir certas merdas que o Lula fala. Provavelmente ouviremos outros tipos de besteira e o tucanês voltará a nos assombrar, mas nada como isto:
"Lula disse também que seus adversários vão aproveitar os debates para mostrar o preconceito em relação aos nordestinos. 'Eles acham que o nordestino só pode ser servente, mas acho que os nordestinos também podem ser engenheiros.'" (Folha, 07/10/06)
Para não acharem que sou mais um gaúcho bairrista, explico: meu pai, já falecido, era pernambucano. Nasceu em algum lugar no município de Limoeiro. O dia real de nascimento ninguém nunca soube, ficou o da certidão de nascimento mesmo. Aprendeu a ler com 20 anos e, por tropeços da vida, acabou indo para o Rio Grande do Sul, onde se formou em engenharia civil pela UFRGS.
Meu pai nunca votou e nunca votaria nessa bandidagem petista/sindical que está no poder. Nosso supremo apedeuta, que nem para estudar se esforçou, deveria tentar maneirar no populismo rasteiro. Mesmo porque são os serventes nordestinos que votam nele. Se a maioria dos nordestinos tivesse curso superior ou uma educação decente, Lula teria sofrido impeachment no ano passado.
Mas não dá para reclamar por Lula ter chegado ao poder. Pelo menos agora sabemos que ser alfabetizado é um critério essencial para governar o país.
Tava no elevador, não ouvi direito
Marco Aurélio Garcia (esq.) e Berzoini nesta sexta, na sede nacional do PT, em São Paulo
Sem dúvida, o timing dos petistas para tentar angariar mais militantes sempre vai esbarrar na miopia e crença de que ninguém percebe o que que acontece no partido. O cartaz – na foto acima –, que convoca miseravelmente e com resultados pífios a adesão de novos militantes durante o afastamento de Ricardo Berzoini (PT-SP) da presidência do partido não pode nem chegar ao nível da galhardia. É miguelice pura. Deixa quieto, eles que se aniquilem. depois dizem que não sabiam de nada e que é tudo um complô de setores da mídia e da direita golpista. Berzoini foi convidado a prestar depoimento à PF, semana que vem. Mais biriri a caminho.
Fernando Henrique Cardoso (PSDB/ SP) continua a ser o melhor cabo eleitoral de Lula (PT/ SP). Toda vez que o ex-presidente reaparece, traz a reboque seu alto índice de rejeição e lembra a ojeriza das pessoas à candidatura de José Serra (PSDB/ SP) na eleição de 2002 e que quase reelegeu o petista no primeiro turno esse ano.
O tucano, que nunca enfrentou Lula em debates, não se furta em dar dicas para Geraldo Alckmin. Em matéria da BBC Brasil, o Príncipe ironizou os pontos fortes dos dois candidatos: “O Lula é um bom debatedor. É um homem que tem experiência, é rápido”, afirmou. Sobre Alckmin, disse que “o risco do Geraldo é não ser incisivo. (...) [Ele] fala de uma maneira distinta, as pessoas entendem o que ele diz”.
Melhor que isso, só a resposta do brasilianista Thomas Skidmore em entrevista à mesma BBC Brasil, na qual ele afirma que os brasileiros estão perdendo seus ideais:
BBC Brasil - Ainda dá para acreditar que o Brasil é o país do futuro?
Skidmore - (rindo) Esse é um fardo muito pesado para carregar. Mas não é só criando um monte de universidades que você vai tirar o Nordeste da situação em que a região se encontra hoje em dia. O Brasil precisa de um programa ofensivo. Precisa ir para o ataque. Mas no Brasil parece que as pessoas só gostam de ir para o ataque no futebol. Sou cético. Não creio que conseguirei ver meu sonho realizado. Estou desiludido. Os brasileiros gostam de pensar que são idealistas. Mas acho que estão perdendo seus ideais.
O livro Viagens com o presidente traz uma passagem singular sobre as relações carnais de Lula com um dos seus meninos bandidos e aloprados que hoje pediu desfiliação do PT de Santa Catarina:
“O gosto do presidente por churrasco foi motivo de polêmica em uma viagem, no final de 2004, a Torres (RS) e Palhoça (SC). Naquele dia, num vôo de ida repleto de deputados e senadores gaúchos e catarinenses que acompanhariam a visita do presidente a dois trechos da BR-101, Lula resolve falar mal do churrasco do Rio Grande do Sul. Aliás, vai até o fundo da aeronave justamente para provocar essa discussão.
– Todo churrasco de gaúcho que eu comi estava muito ruim, dispara o presidente, para a alegria de metade da comitiva e desespero do restante dela. E Lula prossegue a espetada, ao notar a repercussão imediata de seu comentário.
– A carne dos churrascos dos gaúchos fica sempre muito seca. É uma coisa horrível. Por isso, sempre que eu tenho que organizar um churrasquinho lá na Granja do Torto, eu chamo um catarinense. Só o corte dele já é excepcional – diz o presidente, numa referência ao amigo Jorge Lorenzetti, que organizou sofisticados almoços de Lula a Fidel Castro e a Fernando Henrique.”
Frase da vereadora Manuela D’Avila (PCdoB) ao programa Gaúcha Atualidade, hoje de manhã: “Meu compromisso não é só com o meu eleitorado”. Espero que as 271.939 pessoas que a sagraram deputada federal mais votada no RS em 2006 estejam satisfeitas com esse exemplo de renovação na política brasileira.
Nossa querida Constituição de 1988 completou 18 anos ontem. É a Constituição que Lula (então deputado constituinte, sem nenhuma emenda aprovada), e o PT se negaram a homologar. Era um projeto neoliberal burguês imperialista capitalista, segundo eles.
Em comemoração, a Zero Hora traz uma matéria que merece ser lida. É a síntese da nossa demência burocrática:
"Desde a promulgação da Constituição de 1988, que ontem completou 18 anos, 3,5 milhões de novas normas foram determinadas pelos executivos federal, estadual e municipal. Dessas, 229 mil são referentes ao pagamento de impostos. Cada empresa tem de seguir em média 3.203 normas tributárias para funcionar. Seriam 5,5 quilômetros de regras, caso fossem impressas em folhas de ofício."
Concentro diversas horas do dia tentando achar um tal de neoliberalismo no Brasil, mas sempre fracasso miseravelmente. Me ajudem, por favor.
Complô da mídia inglesa contra o PT
"When victory spells defeat - UNTIL the final days of the campaign, Luiz Inácio Lula da Silva appeared to be heading for certain re-election as Brazil's president in the first round of voting on October 1st. Then he made Brazilians angry." (The Economist).
Tudo tucano e neoliberal esse pessoal da The Economist.
Pelo menos 15 dos 33 telecentros da Capital estão sem receber a verba mensal que deveria ser repassada pela prefeitura. Sem receber os R$ 1.080 mensais desde março, a Ação Social Dom Orione, na Grande Cruzeiro, obrigou-se a fechar as portas na última segunda-feira. O telecentro está sem receber repasse da prefeitura há 3 meses. Dois estágiários já pediram demissão em razão da falta de recebimento da verba que a prefeitura deveria repassar. Os telecentros funcionam dentro de instituições conveniadas com a prefeitura. Nestes locais, a população tem acesso gratuito à Internet e, em alguns deles, aulas gratuitas de informática.
Era a isso que o prefeito de Porto Alegre se referia quando prometia na campanha "manter o que é bom"? Se não está mantendo os telecentros, só se pode supor que não considera a inclusão digital uma boa coisa.
Escolha o que o senador Pedro Simon (PMDB/ RS) tenta dizer para Olívio Dutra (PT/ RS) na foto acima:
A) Mas tu tá é louco se acha que o MDB vai te apoiar, tchê
B) Não precisamos do PT. Estamos satisfeitos com o Garotinho
C) Apoio eu não posso dar. Serve o Quércia?
D) Te devolvo o Antônio Hohlfeldt se tu parar de me aporrinhar.
E) Tu tá querendo que o Elói tome o meu lugar? Some daqui!
F) Vou é mandar o Eliseu Padilha cavar um metrô para vocês.
Luciene - Gabinete do Ministro Tarso Genro. Luciene. Boa Tarde.
Mainardi - Boa tarde, eu queria falar com o Ministro, por favor. É Diogo Mainardi.
...
Luciene - Um momento por favor.
Mainardi - Tá bom.
... (musiquinha)
Tarso - Alô.
Mainardi - Ministro, boa noite.
Tarso - Diogo Mainardi, tudo bem?
Mainardi - Como vai? De golpista para golpista, né?
Tarso - Estamos em plena disputa.
Podcast do golpista da Veja.
Qualquer semelhança é mera coincidência
Um tal de "canal alternativo" aqui da França, a Zalea TV, divulgou um vídeo inédito de 12 minutos, gravado em 1999, com uma entrevista do sociólogo Pierre Bourdieu, morto em 2002. O título é "Gauche-Droite, vu par Pierre Bourdieu" (Esquerda-direita na visão de Pierre Bourdieu).
Bourdieu fala sobre a estupidez da onda revolucionária comunista que ocupou praticamente todo o século passado, trazendo morte e desgraça (URSS e suas conseqüências). O sociólogo ataca aqueles que, na época que ele tinha vinte anos, eram os mais ferrenhos comunistas e que, depois, foram cooptados pelo poder, assumindo cargos públicos e fazendo tudo ao contrário da utopia imbecil que antes pregavam: beneficiando seus próximos, adotando posturas sectárias e autoritárias. Ou melhor, não exatamente o contrário porque, segundo Bourdieu, no jeito de pensar e agir dessa gente durante a juventude já estava latente o que eles se tornariam depois.
Nada de novo até aí. A polêmica é que Bourdieu, no mais característico estilo francês bufante, cita Ségolène Royal, nome forte do Partido Socialista (PS) para a disputa presidencial de 2007, como um caso típico de farsa comunista. Segundo ele, Royal acabou no PS exclusivamente por conveniência e interesses próprios.
Tentando acompanhar, na medida do possível, o jogo político francês nos últimos meses, fico chocado com a capacidade que essa mulher tem de falar, falar, falar e não dizer nada.
O Cardoso enviou uma mensagem para a lista interna do insanus.org, chamada "45 razões para nunca votar no chuchu". Certamente é uma resposta de petistas à corrente "100 motivos para não votar em Lula" que anda rodando pela rede.
Percebe-se, porém, duas ausências importantes na corrente: Gabriel Chalita e Saulo de Castro, dois fiéis escudeiros de Alckmin e possíveis ministros da Educação e Justiça. A mediocridade do primeiro e a incompetência do segundo deveriam ser os motivos 46 e 47 para evitar o voto no tucano. O próprio Alckmin andou dizendo que o eleitor deve olhar com quem o candidato anda.
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Para as mentes binárias é difícil entender como alguém pode meter pau tanto no PT quanto no PSDB.
Não gosto do PSDB e acho absolutamente lastimável que Alckmin não tenha feito nada para chegar no segundo turno. Esperou sentado o PT se auto-aniquilar.
A última demência tucana foi o acordo de advogados do partido com advogados petistas para que a campanha no rádio e TV só comece dia 11 de outubro, quarta-feira da próxima semana. Jogaram fora uma semana e meia para meter pau na bandidagem sindical petista. Mais bunda-molismo do que isso é impossível.
Por outro lado, não tem como não ter vontade de aniquilar o PT do mapa depois de ler a seguinte frase na coluna da Rosane de Oliveira na Zero Hora:
"Os petistas devem explorar até o fato de Yeda ter nascido em São Paulo."
Só tendo o petismo muito incrustrado na mente para não ter visto a demência que foi a propaganda política do PT-RS. Um dos fatos mais alardeados era o Programa Primeiro Emprego ter sido criado durante o governo Olívio no RS e ter servido como exemplo para o governo federal. Como todo mundo sabe (ou deveria saber), praticamente NENHUM emprego foi criado com isso. Só o petismo gaúcho explica o fato de Olívio ter conseguido ir para o segundo turno com um programa que dedicava a metade do tempo a músicas (horríveis) de campanha.
O PT-RS não pode estar falando sério em usar o fato de Yeda ser paulista na campanha. É o ápice do mais lastimável bairrismo gaúcho. Essa laia de vagabundos petistas tem que ser banida do universo. Nem que para isso a gente tenha que agüentar o Chuchu e a Yoda pro resto dos dias.
Governo Aécio persegue a imprensa mineira
Ou ao menos é o que diz este documentário que anda circulando no YouTube. Como os jornalistas estão mostrando a cara enquanto contam as histórias, deve ser bem confiável. Interessante notar que as assessoras do governador se chamam Andréia e Heloísa Neves. A primeira é irmã dele, com certeza. A segunda também deve ser parente.
Todo o requinte e sofisticação do projeto de gerenciamento ético tucano: "Santinhos com a foto do candidato à releeição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocada sobre o número da legenda de Geraldo Alckmin (PSDB) foram distribuídos no último domingo, em Pernambuco.
Segundo Vandinho Dias, do site Supramax, os papéis - que também traziam fotos, nomes e números de candidatos PFL e PMDB - estavam sendo entregues por cabos eleitorais a pessoas de aparência humilde e roupas simples. 'A intenção era levar os eleitores menos instruídos a votarem no Alckmin pensando ser o Lula', avalia Vandinho.
A Polícia Federal recolheu parte do material que estava exposto perto de um local de votação e já realiza investigação em busca da gráfica e dos distribuidores dos santinhos. Há indícios de que esta prática também tenha ocorrido em outras regiões".
Se Germano Rigotto (PMDB/ RS) resolver parar de choramingar, ainda pode sair do governo do RS na estileira e deixar Olívio Dutra (PT/ RS) e Yeda Crusius (PSDB/ RS) em uma bela saia curta. Basta fazer como Fernando Henrique Cardoso em 2002: chama quem quer assumir a bronca e mostra na frente de todos os repórteres a situação financeira do Estado.
Talvez assim eles respondam de forma clara e simples como tirar a economia gaúcha do buraco. Para ficar em um dado, o RS não pode mais contrair empréstimos junto ao Banco Mundial por causa de dívidas – as quais os três candidatos apresentaram números diferentes. Como os dois partidos também têm seus candidatos no segundo presidencial, vai ser interessante vê-los exigir um posicionamento de Lula e Alckmin em relação a isso.
Yeda acena com Parcerias Público-Privadas para resolver parte dos problemas, mas não diz de forma prática como nem com quem. Olívio leva uma certa vantagem se Lula sair na frente nas pesquisas. É tolice imaginar que, se os caciques do PMDB gaúcho dizem que apóiam a tucana, os votos de Rigotto migrarão diretamente para ela. A verba federal que as 139 prefeituras do partido têm recebido do governo Lula podem resultar em puro pragmatismo e seria burrice Olívio não tirar proveito disso na campanha. Mas quanto à miopia petista, não dá para duvidar de nada.
Germano Rigotto teve quatro anos para tentar resolver isso e fracassou miseravelmente. Que ao menos tente sair com altivez, ao invés de fazer como Antônio Britto e usar a porta dos fundos do Palácio Piratini.
Para a Economist, Alckmin é um tasteless vegetable on a stick. Lula, a bearded Evita.
Dica de Tiago A.
Em uma rara demonstração de bom jornalismo, o Terra prestou um serviço de utilidade pública e fez um perfil da anti-Manuela. Trata-se da menina de cabelos verde-amarelos que usava o bordão "beleza por quê?", que por algum motivo é comparada à cantora brega mirim. A filhote de tucano Fernanda Machado, obviamente, nega que sua campanha tenha se baseado em uma polarização com a deputada federal mais votada do Estado, a comunista Manuela D'Ávila.
Eleições comprovam que gaúchos são vanguarda
Como diz o Walter, gaúcho é melhor em tudo. Por exemplo, há quatro anos, elegemos governador um ex-deputado federal medíocre, que começou a campanha completamente desacreditado. Esse candidato não tinha idéia alguma, mas vinha com um papo de seminarista sobre deixar para trás a tradicional polarização política do Rio Grande do Sul, que opunha petistas e a gangue do ex-governador Antonio Britto. Sua imagem era anódina — até por causa do botox —, seu discurso era anódino e não tinha idéias. Pois bem: surpreendeu na reta final e acabamos aturando quatro anos de choradeira do Germano Rigotto contra a seca, contra a Lei Kandir, contra tudo que "não o deixava governar".
Agora, o mesmo ocorre em âmbito nacional. Um candidato de imagem anódina, discurso anódino e sem idéias, totalmente desacreditado no início da campanha, a ponto de virar chacota, surpreende na reta final e leva a eleição ao segundo turno com seu ar de seminarista caipira. Vale lembrar que Rigotto também vinha com um discurso de gerente, o que em geral significa um uso de chavões acima da média e nenhuma idéia por trás, como sabe qualquer pessoa que já tenha estado em um curso de administração ou lido algo do Gabriel Chalita. Ou seja, a mediocridade é a tendência e os gaúchos largaram na frente.
O pior é que a tendência parece ter vindo para ficar. Depois de Rigotto, veio o Fogaça se candidatar a prefeito de Porto Alegre com o mesmo lero-lero: "manter o que está bom e mudar o que precisa ser mudado". Ganhou a eleição se fingindo de morto. Agora vem Yeda e seu "novo jeito de governar", numa campanha do mesmo estilo de Rigotto e Fogaça e Alckmin, sem nenhuma idéia, e surpreende na reta final. É uma novilíngua: embora esteja rodeada por acólitos de Antonio Britto e o PSDB tenha participado dos governos deste e do próprio Rigotto, promete algo novo. Vem com o mesmo rame-rame alckmista de que basta ajustar as contas do Estado para fazer um governo melhor — embora não tenha conseguido nem organizar as contas da própria campanha.
Candidatos com idéias fora do espectro econômico-financeiro — por mais idiotas que sejam —, como Turra e Collares no Rio Grande do Sul e Cristovam e Heloísa Helena no âmbito nacional, mantiveram os mesmos índices do início da campanha. Ou seja, só a mediocridade empolga o eleitor hoje em dia.
Não é à toa que a Carta Capital perde credibilidade desde o estouro do Mensalão: "A aposta no status quo, feita obviamente por quem votou a favor do candidato tucano, indica que uma parcela imponente de eleitores não enxerga as vicissitudes a assoberbar o País, fecha os olhos diante de uma situação a beira do desastre".
Tecnicamente, a Carta Capital ainda tem o melhor texto entre as revistas semanais do Brasil, mas depois desse post do Mino Carta fica difícil levar a publicação a sério. Se apostar na manutenção do status quo é sinal de apoio a Alckmin, então o PSDB realmente nunca saiu da presidência. Se tem alguém que poderia lançar alguma luz sobre os reais problemas do país, seria Mino Carta. Mas o genovês se limita a usar o argumento típico: "Sei o que é o melhor para ti e como chegar lá. Mas não conto direito porque poderia dar merda".
Achou que já sabia tudo sobre a cláusula de barreira? Achou que só 7 dos 29 partidos tinham conseguido ultrapassar a cláusula? Tolinho.
"O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) prevê três interpretações para a lei de cláusula de barreira. A primeira, divulgada nesta quarta-feira, prevê que 10 partidos ultrapassaram os 5% dos votos e o mínimo de 2% nos Estados --exigidos pela cláusula-- e 19 ficaram de fora." (Folha)
2 + 2 = infinitas interpretações.
Chama o Paulo Betti.
Mas que absurdo Lula chamar os petistas envolvidos com a compra do dossiê de aloprados e bandidos. Falta de respeito com os amigos.
"Essa coisa de chamá-los de bandidos, eu não concordo. Eu não concordo mesmo. Não são bandidos. Eu os conheço, convivi com eles, tá certo? Não são bandidos, não fizeram por mal, fizeram porque chegaram a um nível de pressão que erraram", disse Frateschi, após participar da reunião que oficializou Marta Suplicy como coordenadora da campanha de Lula em São Paulo." (Folha)
Os petistas só decepcionam. Dólar na cueca, Mansão Paloffi/ribeirão-pretanos, mala de dinheiro, nada disso chega nem perto do último escândalo americano.
Às vésperas das eleições parlamentares, mensagens com conteúdo sexual do deputado republicano Mark Foley caíram na imprensa. Foley dá em cima dos estagiários do Congresso, convida os jovens para beber em sua casa etc.
Foley devia falar bastante em ÉTICA DJÁ, mesmo porque integrava a "comissão da Casa dos Representantes sobre crianças desaparecidas e exploradas".
A renúncia ao cargo ocorreu na última sexta-feira e Foley está internado em uma clínica para tratamento de alcoolismo. Também declarou-se gay devido aos abusos sexuais sofridos na igreja quando era adolescente. Mais lama é impossível.
O líder do partido, Ricardo Berzoi... ops... Dennis Hastert, está sendo bombardeado por não ter agido rápido no caso e já disse que não renuncia.
Deve ser complô dos democratas, certamente responsáveis pelos abusos sofridos por Foley.
O que seu candidato diz agora: Yeda Crusius
Para chegar ao segundo turno, Yeda bateu forte no governo Rigotto e negou envolvimento dos tucanos nas decisões capitais sobre a condução do Estado, mesmo que o vice de Rigotto tenha sido Antônio Hohlfeldt, que saiu do PSDB no início de 2006 – três anos depois de assumir o Piratini. Fora isso, os tucanos também tiveram o vice-governador durante o governo de Antônio Britto (ex-PMDB). Partido que mais governou o Rio Grande do Sul desde a redemocratização – três mandatos –, o PMDB nunca conseguiu reeleger seus candidatos.
Vencedora do primeiro turno, Yeda diz que não negará a participação do PSDB no governo Rigotto e que o partido sempre foi parceiro do mesmo rumo que o PMDB queria para o Estado. “Agora, queremos ampliar o projeto”, declarou a tucana. Pena que as declarações dela contra esse mesmo projeto estejam gravadas e os petistas provavelmente usarão essas contradições para desconstruir o discurso de Yeda. O que não é lá muito difícil. Basta lembrar o desempenho desastroso da candidata no último debate, para ficar em um exemplo.
O que seu candidato diz agora: Olívio Dutra
O PT já está no lucro no Rio Grande do Sul. Olívio Dutra foi escolhido candidato por se descolar melhor da imagem desgastada do partido – tanto que a estrela vermelha só foi reassumida no logotipo ao final da campanha. O diabo vai ser Olívio tentar se defender da grana que o diretório estadual recebeu de Marcos Valério para a campanha de Raul Pont à prefeitura de Porto Alegre em 2004: R$ 1,2 milhão, com direito a Duda Mendonça para comandar a campanha do segundo turno.
O ex-governador também sabe que terá de responder pelas trapalhadas na área da Segurança e pela saída da Ford do Estado. São temas defasados, mas que não ficam atrás das acusações dos coordenadores de Yeda de que acusá-la por pretender privatizar o Banrisul é um “discurso pré-histórico”, nas palavras de Nelson Proença (PPS/ RS), um dos coordenadores da campanha tucana e membro da tropa de choque de Antônio Britto (ex-PMDB, agora no PPS) entre 1995 e 1998.
Segundo Vitor Labes, coordenador de comunicação da campanha de Olívio, “vamos fazer a campanha olhando a realidade. E é realidade que o núcleo estratégico de Britto é o mesmo de Yeda. É o velho jeito de governar”. Não deixa de estar certo e é salutar que esse debate aconteça.
A lógica petista merece uma tese:
"Jaques Wagner encontrou-se ontem com o presidente e expressou, em seguida, o que é o sentimento no Palácio do Planalto. Acha que houve uma "armação" envolvendo setores do PSDB para que os petistas caíssem no conto do vigário no caso do dossiê." (Folha, 04/10/06)
O Elio Gaspari leva a lógica petista ao extremo para provar a demência:
"se os tucanos foram favorecidos pelo episódio, há dedo deles na produção. Coisa assim: a invasão da Rússia por Hitler permitiu que Stálin consolidasse a sua tirania, donde, Hitler foi uma jogada de Stálin." (Folha, 04/10/06)
"O governo inglês, por meio de David Miliband, secretário de Meio Ambiente britânico, divulgou na semana passada no México um plano para transformar a floresta amazônica em uma grande área privada." (Folha)
Saiu na Folha, não parece ser nenhum hoax. Ilusão dos ingleses de que vão privatizar alguma coisa no Brasil. Nosso bravo exército está aí para defender a pátria. sakdjh.
Mas a idéia é excelente. Tem que vender mesmo. Se deixar nas nossas mãos, acabaremos com tudo.
Aliás, a Yeda deveria sair do armário depois que vencer a eleição e encampar a idéia do vice Paulo Feijó, que desde criança quer a privatização do Banrisul. Gaúcho é tudo petista: todo mundo odeia o banco, se ferra nas filas, é roubado, mas não quer privatizar por "ideologia".
Ideologia é dólar na cueca.
Enquanto os candidatos Yeda Crusius (PSDB/ RS) e Olívio Dutra (PT/ RS) trocavam gentilezas no estúdio do Jornal do Almoço, o derrotado Germano Rigotto (PMDB/ RS) passou o dia fazendo beicinho, em Caxias do Sul. Em resposta à jornalista Rosane de Oliveira – colunista da Página 10 –, escreveu carta manifestando sua "extrema indignação" pelo uso da expressão "medíocre" para definir seu governo.
O governador se considera injustiçado pela coluna. por não ter levado em conta as dificuldades conjunturais que enfrentou e as limitações que se tem para atacar o déficit estrutural - "para o qual até agora nenhum candidato apresentou uma proposta concreta de solução". A imprensa gaúcha foi branda durante todo o governo peemedebista. Testemunhar fotógrafos levantarem o governador nos ombros para tirar fotos durante um evento na Expointer 2004 foi a gota d’agua.
A única solução que Rigotto apresentou foi a tungada nos impostos, o que havia prometido não fazer na campanha de 2002. Se bem que também não cumpriu a promessa de construir um posto de Saúde a cada quilômetro – e os gaúchos politizados caíram nessa conversa mole. Germano Rigotto deveria arranjar sua própria coluna, ao invés de reclamar das que os outros têm.
Sanguessugas gaúchos não se elegem
Como era de se esperar, a maioria dos mensaleiros e sanguessugas fez a festa nestas eleições. Em São Paulo, por exemplo, João Paulo Cunha e Antônio Palocci não tiveram nenhuma dificuldade na corrida por uma vaga no Congresso Nacional. Pelo menos um consolo: os três deputados gaúchos acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias foram vetados pelos eleitores, ainda que nada tenha sido provado contra eles. Paulo Gouvêa (PL-RS), Edir de Oliveira (PTB-RS)e Érico Ribeiro (PP-RS) não chegaram lá, embora os dois últimos tenham ficado na suplência. Agora resta a eles responder às ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público Federal. A Nova Corja se orgulha de ter colaborado para a não reeleição dos distintos.
Por outro lado, vemos outra banda podre da política gaúcha conseguir se sustentar no poder. Vilson Covatti, ex-presidente da Assembléia Legislativa acusado de vender cirurgias do SUS (entre outros assistencialismos cujo dinheiro tem origem pública), conseguiu eleger sua mulher, Silvana Covatti, deputada estadual (PP). A Nova Corja espera colaborar, nos próximos quatro anos, para que esta seja a última participação dos Covatti na vida política estadual.
16h49: Lula e Alckmin concedem entrevista coletiva simultaneamente. O presidente destacou a atitude "sóbria" de Heloísa Helena (PSOL/ AL) liberar os votos de seus eleitores. O tucano insiste que no segundo turno o jogo zera e deu a linha-mestra de seu discurso "ético": "Diga-me com quem anda e eu te direi quem és".
16h53: Acho que agora temos a nossa chance de fazer um governo honesto, diz Alckmin. Injustiça com o FHC.
16h55: "Temos uma política especial voltada para o Nordeste", anuncia Lula. O presidente devia se preocupar em angariar mais votos no Sul do país, onde tomou um laço.
16h57: Lula pergunta qual o problema que seu governo teve com o Congresso. "Aquilo não é um convento. É um palco. Vocês não vão me ver evitar uma CPI", afirma. "Quem não deve, não teme".
17h02: Questionado se culpa o PT no caso do dossiê, Lula responde que o partido é muito grande e não dá pra controlar: "Pra mim, é inexplicável".
17h04: Quanto às pessoas [acusadas]: não sou eu que vou questionar o voto de ninguém. Vejam o Collor. Ele voltou. Estava afastado há 14 anos. Com a experiência que tem poderá, se quiser, fazer um trabalho excepcional.
Complô da mídia francesa contra o PT
"Geraldo Alckmin fait trébucher Lula - Dans les derniers jours de campagne, marqués par un nouveau scandale politique éclaboussant le Parti des travailleurs de Lula (PT), Alckmin a connu une phase ascendante dans les sondages."
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Cavalo encilhado não passa duas vezes. O governador Germano Rigotto (PMDB/ RS) foi banido do Piratini pelos gaúchos e agora analistas políticos explicam com a maior naturalidade a sua queda. Me sinto à vontade para escrever que, se ao menos a ausência no segundo turno foi uma surpresa, criticamos a inanição e falta de seriedade não só do governo de Rigotto, mas do PMDB gaúcho. Basta ler os arquivos do blog. Entre os principais motivos listados depois dos resultados, dois se destacam:
O desempenho medíocre do governo, casado com o discurso de que fez tudo o que era possível.
No último comício da campanha, Olívio Dutra (PT/ RS) verbalizou bem o que era uma impressão geral nas ruas: "O governador é um Guri Chorão. Reclama até de São Pedro".
A suspensão dos créditos de ICMS dos exportadores, motivo apontado pelos adversários como responsável pela crise do setor coureiro-calçadista.
O post A fumaça dissipou, de 15 de maio, antecipou o fracasso de Rigotto no Vale dos Sinos, região responsável pela derrota do peemedebista:
De um alto representante da indústria calçadista do Vale dos Sinos que esbravejou ontem à tarde: "Vamos falar a verdade: o governo do Rigotto é uma legítima merda. É o pior governo que a gente já teve nesse Estado. Não fez nada. Alguém aqui viu o que ele fez? Acabou com a economia do Estado e passeia por aí como se estivesse tudo bem. Todas as pequenas e médias indústrias estão operando no vermelho ou quebradas. Como é que os jornais não mostram isso? Como é que ninguém fala sobre o governo desse cara ou sobre o PMDB daqui? Alguém pode me explicar? E ainda quer se reeleger, aquele filho da puta. Mas pra fazer o quê? Algum de vocês aqui [em uma mesa de vinte pessoas] pretende votar nele esse ano?".
...mas qualquer um, mesmo: já aconteceu na Bahia. Os últimos quatro governadores baianos eram do PFL de Antonio Carlos Magalhães, coronel que só não é envolvido em centenas de escândalos porque dá um jeito de silenciar os oponentes. O próprio PFL como um todo é um partido nada recomendável. Pois bem. Foi só o PT ultrapassar o PFL em termos de presença na mídia por causa de corrupção e os baianos elegeram um petista.
O segundo turno presidencial está garantido. Na esteira das últimas denúncias contra o PT, é salutar que um debate aconteça. A nota negatva é a não contabillização dos votos do PCO. Mesmo com o autismo das propostas do partido, a tal imguinação, pode decidir a realização do segundo turno. Melhor manter o processo sob vigilância. Por incrível que pareça, o PCO garantiu os tucanos no segundo turno.
17h48: Em um misto de Boca de Urna e 2% dos votos apurados, Yeda Crusius (PSDB/ RS) lidera a eleição para o governo do RS com 36%. A disputa para o segundo lugar, no momento, é entre o governador Germano Rigotto (PMDB/ RS), que tem 29% e Olívio Dutra (PT/ RS), com 24%.
18h28: A grande surpresa até agora não é nem a boa colocação de Yeda, mas sim a derrocada dos votos de Rigotto – com 15% dos números apurados. O PMDB, na sua tradicional cortina de fumaça, não esperava que os gaúchos questionassem o governo do caxiense. Pedro Simon – cuja reeleição é dada como certa – chegou extremamente tenso ao comitê central. Não só por perder votos para Miguel Rossetto (PT/ RS), mas porque Rigotto pode ficar fora do segundo turno.
18h30: Com 33% dos votos apurados, Olívio Dutra se aproxima de Germano Rigotto. A diferença é de 1% – ou 17 mil votos.
18h58: A diferença entre Rigotto e Olívio cai para 5 mil votos com 58% dos votos apurados. No comitê de Yeda, os mlitantes tucanos começam a gritar "Olívio Olívio Olívio".
19h03: Se alguém aqui despreza a truculência do PT paulista, melhor aproveitar e assistir ao vivo a tucana Zulaiê Cobra (PSDB/ SP) na Band. A mulher não deixa ninguém terminar uma frase.
19h07: Com 65% dos votos apurados, Olívio Dutra acaba de ultrapassar o governador Germano Rigotto, deixando-o fora do segundo turno no RS.
19h15: Mesmo com apenas 65 votos atrás do segundo colocado, militantes começam a deixar o comitê central de Germano Rigotto, em Porto Alegre.
19h27: Para manter o nível da demência, o colunista de Zero Hora Paulo Sant'ana aparece e diz que previu há alguns dias a ausência de Rigotto do segundo no RS. Para completar, o folclorista alerta que Jaques Wagner (PT/ BA) lidera a apuração na terra de ACM e vai mandar a Ford embora de lá.
20h09h: Com 93% dos votos apurados no RS, Olívio Dutra tem 3.105 votos a mais que Germano Rigotto.
20h19: 94% dos votos apurados. Olívio tem vantagem de mais de 5 mil votos sobre Rigotto.
20h22: A editora de política de ZH, Rosane de Oliveira, não deixa de alfinetar os institutos de pesquisa em relação ao resultado final no RS. Embora a ascensão de Yeda tenha sido detectada, todas mostravam o governador Germano Rigotto estacionado em 30% – cujo percentual todos davam como garantido para chegar ao segundo turno. A pequena diferença entre os candidatos ao senado Pedro Simon (PMDB/ RS) e Miguel Rossetto (PT/ RS) – 5%, ao invés dos 15% das pesquisas – também mostra que o PMDB é outro partido que enganou os gaúchos enquanto conseguiu.
20h30: Simon está matematicamente eleito. Vou ver Os Simpsons.
21h17: Yeda Crusius venceu o primeiro turno para o governo do estado do RS. Entretanto, os dados do TRE/ RS dizem que o ela teve a terceira votação em Porto Alegre. Oívio Dutra venceu a preferência na capital gaúcha, batendo o perdedor Germano Rigotto (PMDB/ RS) – que derrotou o PT em quase todas as cidades do Estado em 2002.
22h16: Em São Paulo, Aloisio Mercadante (PT/ SP) acaba de admitir a derrota para José Serra (PSDB/ SP). Difícil definir quem perde mais com isso.
22h21: Está definido. Olívio Dutra (PT/ RS) será o adversário de Yeda Crusius (PSDB/ RS) no segundo turno da eleição gaúcha. É um cenário que ninguém previa – e me dá um alento em relação ao povo que habita essa terra. A farsa do governo Rigotto cai por terra e só resta ouvir o que o Derrotado tem a dizer.
22h43: É a primeira vez em quatro anos que vejo Germano Rigotto com olheiras. Deve dar um baita trabalho perder para o PT, mesmo. Visivelmente transtornado, ele agradece a todos os envolvidos no fracasso – incluindo os jornalistas que o carregavam nos ombros, anos atrás – e aos anônimos que votaram no 15. Cada governo tem sua colheita. E pensar que queria ser presidente da República: "O que cabe é respeitar o resultado". Nisso, Rigotto tem experiência. Os gaúchos agradecem.
Carreira em campo aberto rumo à Assembléia
Com mais de 60% das urnas apuradas, o candidato a deputado estadual Roque Rauber, proprietário do famoso Sofazão, ainda não fez nenhum voto. Já o mais votado para o cargo é o homem do tempo da RBS, Paulo Borges, que pode ser visto nessas fotos, com o pessoal da Federação Gaúcha de Frescobol. Mano Changes está indo bem e provavelmente se elege.
Alertado pelo Gabriel Britto, resolvi testar a urna virtual da Justissa Eleitorau. O objetivo dela é ensinar aos brasileiros como usar o aparelho. De quebra, ensina como não se pode mesmo levar o país a sério. Dêem uma olhada aí em cima no que aparece quando se aperta o botão "corrigir".
Quem é pego com dinheiro sujo deve ser punido. Os lulistas sabem que o Tribunal Superior Eleitoral acabará pedindo a cassação do mandato de Lula. É a lei. José Dirceu, Marco Aurélio Garcia, Ricardo Berzoini e Tarso Genro já declararam que aplicar a lei contra Lula é golpe. Tarso Genro alertou para o risco de um "golpe branco", um "golpe eleitoreiro", um "golpe jurídico", um "golpe brando". Na última quinta-feira, num artigo publicado no Globo, ele chegou até mesmo a chamá-lo de "golpe legal". Se o golpe é legal, a defesa da legalidade só pode ser golpista.
Abaixo, como de praxe, a íntegra da coluna do Diogo Mainardi na Veja desta semana.
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