"Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que a fez tão especial"
É do Pequeno Príncipe. E não está assim exaaatamente igual, mas quase isso. Na época Carol amargurada, eu me apaguei a esse frase. Era um consolo acreditar que as pessoas só tinham valor por causa, e somente por, nosso próprio investimento. Depois eu esqueci de tudo isso.
Aqui perto da apartamento da Tia Sônia, no Jardim Botânico, tem uma creche chamada Pequeno Príncipe. E os caras resolveram pintar essa frase na fachada. Confesso que achei extremamente inadequada, porque pensar numa relação pais e filhos a partir desse ponto de vista de que é o teu investimento que dá valor ao outro, e não o próprio outro, me parece bastante cruel e nada, assim, nada Piaget.
Tentando lembrar da trama principesca, não chega à memória o primeiro encontro do garoto com a rosa. Me passa um campo de rosas rapidamente pela cabeça, mas não tenho certeza se devo confiar nessa coisa de livre associação. Mas, bem, que se parta então do campo de rosa. Verdade que o investimento do menino na flor não é pouca coisa e, publicitariamente falando, agrega valor ao ser. Mas e por que aquela rosa e não outra? Partindo do campo, com muitas delas. E que seja a história do campo de rosas ou não, bom, o mundo está cheio delas, e o garoto sabe, porque tá sempre dando bandinha por aí. Aí que está a lindeza da coisa. Em termos de cônjuges, é exatamente isso. Você aponta, você escolhe. E vai lá e rega e coloca na redoma de vidro. Se vai cansar de tanto cuidado, se vai enjoar da cor, bem, sua escolha, meu amigo. Mas, realmente, numa coisa assim, pais e filhos, é, basta que você seja rosa. E nada de troca e nada de campo.
No fim das contas a creche tá com a razão. É. Mas eu não ia colocar meu filho ali, não. He.
postado por Carol Bensimon as 14:39 | pitacos (1) | trackBack (0)