Há dias ando a fim de pão com salsichão. E, como hoje o almoço era apertado entre o trabalho e a dentista, o churrasquinho da Getúlio com a Barbedo revelou-se solução. Fui salivando até lá, sonhando com o gosto de churrasco que nunca tenho com quem comer. Ou porque são vegetarianos, ou porque não tem grana, ou porque comeram ontem. Sempre um motivo pro não.
Pois chego lá e tudo abandonado, apenas dois manés sentados na sombra da parada de ônibus. O relógio avisando que quase, eu sem tempo pra tentar um buffet. Decidi arriscar um certo-famoso-bauru, já prevendo o fracasso. Fato. Foi-se meu ticket e ainda me deram um contra-vale de 50 centavos, contra-vales, humpf, estou colecionando desses, qualquer dia a carteira já não mais fecha.
A carne era mais fina que nota de um real, enquanto o alface desfilava larga espessura. E lá da mesa se ouviam as marretadas produzidas na cozinha. Só desgraça.
Não satisfeita com o almoço frustrado, ainda saio alfinetando a fama do certo-famoso-bauru por aí. Começo pela dentista, que concorda polidamente, mas talvez movida por 150 reais. Termino aqui na agência amaldiçoando o lugar para os colegas de mesa, relatando em pormenores a minha decepção e questionando o que os portoalegrenses enxergam em tamanho engodo.
Uma hora depois, um colega me chama até sua mesa, quer que eu modifique um pequeno texto. Olho, e então é susto: o certo-famoso-bauru é nosso cliente.
postado por Carol Bensimon as 17:46 | pitacos (10) | trackBack (0)