petite conasse
Depois de ter visto Má Educação, realmente não sobrou título em cartaz que eu tivesse vontade de ver. Só vontade de ver qualquer coisa que fosse. Então arrisquei um francês que eu achei que pecaria nas piadinhas leves. A saber: Queridinha (Petite Chérie), no Artê-plex.
Diz o Giba Assis Brasil que, em dez minutos de filme, já sabemos se o tal nos agradará ou não. Fato. Previ o pior. A coisa foi mal no decorrer dos 100 minutos. Mas eu tinha me enganado redondamente: piadas leves? Uh. I wish. A atmosfera era terrível. Pessoas que não sorriam nunca e paredes de quarto cinzas (cinza? Pois é, vê se pode!). Nada contra as tristezas da vida. Mas um filme tem que ir e voltar, num gráfico cardíaco loucão. Esse não, era tão constante que já tava morto faz tempo.
Fora que a coisa queria voar e não tinha realmente a envergadura: ninguém pede que se leve Syd Field a sério, muito pelo contrário, mas convenhamos que desconsiderar todas e qualquer regrinha narrativa pode ser perigoso. Frustrante, eu diria, para o espectador. Assim, quando vemos uma cena de alguém abrindo gavetas em um quarto e descobrindo uma carta, o mínimo que se espera é que descubramos - se não naquele momento, depois - o que há na tal carta. Mas não. Há sobras incríveis e metade do filme é desnecessário.
Concorre de perto com outro francês que vi ano passado, o Conto de Inverno (obrigada por me fazer lembrar, ju jones). Franceses, por favor, sejam mais Amélie.
O que a gente aprende no final da sessão:
Primeiro Ponto. O filme pesadaço nos deixa leves. É o efeito da comparação. De repente nossa vida parece maravilhosa, completa e cheia de realizações.
Segundo Ponto. Antes morar bem no terceiro mundo do que morar no subúrbio francês.
postado por Carol Bensimon as 09:59 | pitacos (11) | trackBack (0)