crise.
No trabalho, tenho tempo ocioso suficiente para começar uma narrativa longa. Acontece que duas coisas me empurram para pontos opostos: estou com imensa vontade de escrever coisa nova, algo quase incontrolável, mas passo por uma fodida crise criativa. A combinação das duas coisas tem gerado uma angústia avassaladora cada vez que eu me deparo com minha falta de idéias. Já tentei fazer algo que talvez nem exista, um brain(storm) literário, e realmente tenho alguns pontos, algumas cenas, alguns personagens, mas não me parece que eu consiga construir uma trama com essa salada literária. Talvez seja o caso de persistir um pouco mais e, mais do que persistir é deixar que as idéias cheguem no trânsito, na rua, no almoço, no banho. De qualquer forma, tudo isso está me deixando num estado lastimável.
Escrevi alguns bons parágrafos, verdade, mas, por mais que eu assista filmes em que apenas foram aglutinados momentos comuns com uma pitada forte de sensibilidade, não consigo partir daí. Falta que pareça tudo redondo, como parecia a novela que escrevi no ano passado. Acho que também não consigo acertar o tom, apesar de saber qual eu quero alcançar, que é alguma coisa assim parecida com o sono, que por sua vez veio mais do cinema que da literatura. Enfim: por vezes me parece que ao invés de meigo fica bobo, e tenho medo de que pareça tudo aquilo que não gostei em Budapeste. Outras vezes parece duro e neurótico, beirando a psicose, apesar de ser esse o personagem que eu escolhi, mas que então não me parece a escolha certa.
Se alguém puder dar uma sugestão... sobre a tal da crise. Será que falta disciplina ou é a tentativa de me disciplinar que acaba me travando?
Mas, claro, tudo nasce da minha grande auto-crítica e do meu super-ego gigante. O que, inclusive, já foi pensado como MOTE da narrativa. Falta só a trama.

postado por Carol Bensimon as 19:05 | pitacos (4) | trackBack (0)

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