Detestei "Sobre Café e Cigarros". Desde o primeiro com o Roberto Benigni, eu já fazia contagem regressiva (sabia que eram onze histórias). Podem me chamar de radical ou qualquer coisa parecida, mas pra mim um filme desses é uma OFENSA ao espectador. E muito mais do que qualquer enlatado. Um enlatado está APENAS sendo um enlatado, sem pretensão nenhuma. Agora, esses filmes intelectualóides que falam sobre o nada - e, diga-se de passagem, o nada sem inteligência nenhuma, porque "falar sobre o nada" também é o mote do Seinfeld, que é um grande seriado - são um porre, pelo amor de deus. E infelizmente vai ser difícil que eu acredite em alguém que realmente gostou da coisa. Vou achar que é um caso "roupa do rei". Não preciso relembrar essa historieta, né, de que o rei estava vestido com roupas que só os inteligentes podiam enxergar, e todo mundo fingia ver, mas na verdade ele estava pelado e coisa e tal.
"Sobre Café e Cigarros" pra mim parece um caderno de notas de um escritor/cineasta. São cenas que podem ficar interessantes dentro de um filme, mas, ei, FALTOU O FILME, meu amigo. Pra mim é o rascunho de alguma coisa, não o produto final. Se eu tivesse material literário semelhante nas mãos, NÃO publicaria. Isso que eu ainda não sou NADA, né? Acho que as pessoas às vezes precisam de uma auto-crítica maior do que elas tem. Meu Deus, literatura ou cinema, o que é isso? É CONTAR HISTÓRIAS, basicamente. Daí sempre tem um intelectual que acha que pode esquecer disso. "Sobre café e cigarros" não emociona, não faz rir, não faz pensar, não diverte, não serve pra porra nenhuma e é um tempo que demora uma eternidade pra passar. Eu me senti enganada e, sim, estou espumando.
postado por Carol Bensimon as 11:37 | pitacos (17) | trackBack (0)