Baixei o filme "A home at the end of the world", baseado no livro do Michael Cunningham que me arrepia TODOS os pelinhos do braço. Cansei de esperar que chegasse ao cinemas ou às locadoras.
Já previa a inferioridade em relação ao livro, mas fiquei ainda mais desapontada. Provou-se que não há jeito. (isso que o roteiro foi feito pelo próprio Cunningham). Não se pode pegar uma história com essas três características e transformar num filme JAMAIS. Seu Cunningham devia ter dito isso, e recusado a proposta com categoria. Bem, as caraterísticas do livro que, na minha opinião, impossibilitam a possibilidade de adaptar:
1) Carregada de emoções diversas (ou seja, há inúmeros conflitos)
2) Que dura uns vinte anos (começa na infância e vai até a idade adulta)
3) Com foco alternado entre quatro personagens (a narração em primeira pessoa muda toda hora de um personagem pra outro)
Conseqüência da tentativa de adaptação?
1) Tudo passa numa velocidade inaceitável, impossibilitando o espectador de se sensibilizar com as situações, às vezes até extremas, como o caso da morte do irmão de Bobby contra a porta de vidro, no meio de uma festa. Há elipses demais.
2) Ainda assim, metade da trama fica de fora, sem contar umas cenas MAGISTRAIS, como o Ned e o filho conversando no deserto.
3) Não é possível identificar nem um quinto dos conflitos dos personagens.
4) Pessoas que eram importantes na obra transfomaram-se em personagens secundárias ou mores BIBELÔS de cena.
5) A própria casa do final (a home at the end of the world) perde completamente o sentido.
postado por Carol Bensimon as 12:00 | pitacos (3) | trackBack (0)