deixa vir (she said, e é lacaniana)
Voltei e voltei bronzeada. Não sei exatamente como isso aconteceu, mas deve querer dizer de uma certa alegria evidente. Os únicos dois problemas de toda a voyage aconteceram em solo brasileiro, por culpa da Varig. Isso também deve querer dizer.
Uma das coisas que aprendi nessa empreitada é que a noção de tempo é mucho louca e o ser humano psicologicamente adaptável com extrema facilidade. Isso quer dizer que um mês fora parece suficiente para fazer a vida de antes soar bem distante. E para dar também a sensação de não se encaixar mais. Imagino que isso se apague em poucos dias, do mesmo jeito que a realidade anterior desenhou-se, mas adaptar-me de novo a uma rotina que já não me faz sentido parece assustador.
A cabeça está zonza por causa do fuso horário, mas ainda encontra espaço pra remoer e remoer e tentar encontrar um caminho satisfatório nas próximas semanas, talvez meses. Há a tristeza do retorno que foi toda simbolizada quando uma mulher árabe de véu cor de rosa entrou no metrô, direção Charles de Gaulle, e encheu a despedida com um canto tão dolorido que fez um epílogo perfeito para essa história daqui. E há a alegria de abrir malas, encontrar e mostrar uns tesouros, mais tarde sentar pra cafés com fotos e histórias.
Fim do começo.

postado por Carol Bensimon as 18:08 | pitacos (2) | trackBack (0)

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