Ontem ao colocar os rollers, percebi que uns 10 anos (faz tanto tempo assim?) de evolução nas rodinhas e nos rolamentos deixou-os bem mais, ahn, deslizantes. Digamos que eles se mexem sozinhos, é isso aí. Fui para a garagem do meu prédio pra sentir um pouco. O porteiro me viu pela câmera de segurança e veio dizer depois Eu não sabia que tu era profissional! Eu ando pra frente, e bem rápido, mas é só isso.
De tardezinha fui para o Parque Germânia, onde toda a idéia de voltar ao roller começou. Coloquei um guns n' roses no ipod e fui andando. Tudo faz parte de um plano urgente às vésperas do aniversário de 24 anos para resgatar a adolescência, hehehe. A idéia da reunião dançante no meu salão é mais um componente do grande caldo do rejuvenescimento.
Nem tinha terminado a primeira música e eu já estava cansada, fui fazendo umas paradinhas. Lá pelas tantas resolvi subir um dos caminhos pavimentados do parque, obviamente com o objetivo de descê-lo a toda. Começou a descida e fui ganhando velocidade, então chegou o ponto em que se perde completamente o controle e que se sabe que não há outro desdobramento possível a não ser a queda. Naqueles segundinhos, tudo que eu devia fazer era conseguir cair da forma menos danosa possível.
Acho que fiz isso bem. Os óculos nem saíram do lugar. Minha calça jeans quase rasgou e o joelho ficou um pouco ralado. Mas então eu percebi que estava em ÊXTASE. A queda era a melhor coisa que tinha me acontecido. Rapidamente lembrei do Mãos de Cavalo do Galera e da felicidade do protagonista em cair da bicicleta. Claro que pelos contextos diferentes, creio, a sensação foi outra. Algo como reencontrar a garota que eu era nessa foto.
Quando eu saí da loja com o pacote do roller, na verdade não imaginava que quedas poderiam ser parte integrante da empreitada e não tive a menor dúvida em escolher um roller de passeio (bem, um de manobra custaria o dobro, e eu não estava disposta a pagar afinal de contas). Não arriscarei e portanto não cairei, era o que eu estava pensando, porque estou numas de me achar velha demais pra qualquer risco físico ou mental. BOBAGEM. Só preciso é achar as minhas proteções para os pulsos.
postado por Carol Bensimon as 12:07 | pitacos (7) | trackBack (0)