Fui ver Zuzu Angel. O resultado só não é um lixo completo porque a história tem, em sua origem, todos os elementos para um filme interessante e que produz no espectador um alto grau de empatia com a mãe em questão. Só que obviamente o diretor desperdiçou tudo e não fez um bom filme. Ao final, um pensamento não me saía da cabeça: se tivesse sido feito por um cara foda, poderia ser um dos melhores filmes de todos os tempos.
Eu tenho passado longe das produções nacionais e só fui nesse porque acima disso me interessava a temática. Encontrei o que já desconfiava: aquele ranço insuportável das telenovelas. Nada diz que estamos no cinema. A linguagem indica que é sobretudo uma minissérie: pelo ritmo, pelos planos fechadíssimos, pelo maniqueísmo dos personagens e suas falas desgraçadamente artificiais (por que diabos ficar dizendo ESTÁ ou PARA O?). Durante todo o filme, deu pra derramar uma única lagriminha: na cena final, que alguma poesia teve, mas olhe lá. E veja que a história tem potencial soluçante, ora. Que bela coisa mal aproveitada.
Ah. E, se o mais emocionante do filme são os créditos (Chico Buarque cantando Angélica), é sinal de que algo deu muito errado.
postado por Carol Bensimon as 10:31 | pitacos (2) | trackBack (0)