Teve Paul Auster com "Cidade de Vidro" na disciplina do tio Assis e a turma se indispôs com Paul Auster, de maneira geral. Na minha opinião, acho que ele faz uns truquezinhos literários gostosos, do tipo a multiplicação da identidade em uma série infinita de duplos etc e tal, até o ponto em que o protagonista é todos e ninguém. Mas me pareceu que a partir de um ponto, aquele no qual Quinn começa a dormir na rua, quebra-se um pouco a lógica. Não a lógica da realidade, pois sabemos que não estamos operando nessa. Digo mesmo é a lógica interna da narrativa. Discutiu-se sobre isso. Será que a turma não gostou do livro porque são caretas? Será que eu não gostei tanto assim porque sou careta também? O que seria muito mais grave, eu diria. ;) Então o Assis comentou que aqueles que são contemplados com o Nobel da Literatura hoje em dia são escritores que até podem apresentar uma ou outra inovação de estilo ou enfrentamento política, mas as suas histórias se mantém lógicas, as suas fábulas estão dentro de uma linha bastante tradicional.
Então fiquei pensando até que ponto os leitores andam aceitando a fragmentação do discurso e coisas afins.
postado por Carol Bensimon as 10:43 | pitacos (3) | trackBack (0)