Quando a Sabrina esteve aqui na cidade semana passada, encontrei-a, junto com outros amigos, no Parangolé. Lá pelas tantas, o assunto foi parar no Gabriel. Depois, naquela mesma noite, sonhei que encontrava uma banda, toda vestida de roupas vermelhas com botões dourados e tocando pratos e tambores, na 24 de outubro. Era um enterro. O sonho se repetiu outras vezes e demorei para entender um pouco o que ele queria dizer. Mas volto ao Parangolé: a Sabrina teve que lidar com o luto sozinha num banco do Central Park. Contou tudo isso e mastigamos juntos várias memórias doloridas. Encadeamos com esses alguns outros assuntos mais leves, e não pode deixar de ser uma bela noite para mim, nós ali de novo reunidos. Então lá pelas tantas percebi a coisa mais doida do mundo: Sabrina estava gesticulando igualzinho ao Gabriel, como se todo esse ano e pouco em Nova York tivesse então feito com que conservasse nela os antigos trejeitos iniciados pelo Gabriel e seguidos por todo o grupo (os quais fomos miseravelmente perdendo ao longo do ano). Foi um momento bonito, ainda que dolorido.
Como está anunciado na capa do insanus, homenagem e lançamento do livro em memória de Gabriel hoje, às 19h, na Galeria de Arte do Dmae (Rua 24 de Outubro, 200).
postado por Carol Bensimon as 13:59 | pitacos (4) | trackBack (0)