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redentor.
Que vergonha as produções nacionais. Hoje, se um filme é brasileiro, já desisto do ingresso. Minha ação se reforçou ao experimentar Redentor. Que coisa horrorosa, pelamordedeus.
postado por Carol Bensimon as 10:32 | pitacos (3)
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pelos pulmões.
Vexame. Sábado no Garagem com amiguinhos da escola que, em condições normais, não estariam lá. Parada no Bambu's pra comprar glicose: diamante negro e um pacotinho de halls uvas verdes. Há horas eu não comia e a gastrite tava pegando, como quando eu tinha 17 aninhos. Daí vai lá: reconhecimento do ambiente, banheiro ("que bonita a tua bolsa"), chão tremendo, Diego SEMPRE com alguma coisa na mão (ei, o cara conseguiu gastar $45 no Garagem. Fenômeno). Tédio. Então vamos lá numa cachaça. (lembre-se, ou saiba agora, que eu não bebo em 98% das situações e que, se o faço, escolho as coisas doces que ninguém toma de menina adolescente. Mas, por pão durismo e falta de opção no cardápio, me decidi pela cachaça). Disse o amigo: vai nas mineiras. Tá. Chico mineiro, essa aqui. Me vê uma. Não, não pra tomar no balcão (porque demorarei horas até conseguir beber essa coisa horrorosa).
Então saio de copo de plástico e aos poucos vou bebendo o troço. De repente, de uma forma totalmente abrupta e assustadora, longe de ser o PROGRESSIVO e conhecido caminho dos bêbados, tudo muda ao redor. Estou bebadaça (e poucos já me viram bêbada), e dentro daquele estágio muio desagradável. Se passa pouco tempo, que parece muito. Há uma banda agradável que toca até My Name Is Luka, e isso eu sei que aconteceu de fato. Comunico o amigo que não estou passando bem e o amigo me arrasta pra fora em extrema lealdade. Em casa, vomito aos olhos de mamán. Eu não sirvo mesmo para essa porcaria. Fidelidade à entrada pelos pulmões.
postado por Carol Bensimon as 09:28 | pitacos (1)
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mas eu não dormi.
O a. me mandou um cedê lá da paulicéia, mentindo que era de arquivo pro correio não obrigar pelo uso da caixinha. O a. é um cara bacanérrimo pro qual prometi mostrar portinho. Mas portinho talvez não tenha graça nenhuma perto da megalópole, ainda mais se o a. parece ser daquelas pessoas antenadas aos prazeres de ferragens 24 horas, trânsito pesado e fancy restaurantes.
Mas o a. vai vir uma hora dessas, pra eu exercitar as habilidades de guia turística, que eu treino há anos e pra mim mesma Já que a Bru tá sempre de bolso zerado e não larga a cidade maravilhosa - querendo largar, acreditem - eu agora, ó, tenho um amigo que ganha dinheiro.
Mas daí que o tal do cedê é bem divertido.
Eu fiquei esperando, amor
Parado bem aqui
A cama está desfeita, amor
Mas eu não dormi.
Destaque para essa música, que não sei nome nem de quem. O a. pirateou o cedê afu e o troço não tem tracknames. Quem encabeça, produz ou sei lá o que é um tal BID, que eu só me lembrei por causa do banco.
postado por Carol Bensimon as 10:55 | pitacos (12)
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a terapeuta.
De colegiais a Nei Lisboa, de livrarias a Martha Medeiros, não importa situação, pessoa ou se existe de fato relação: a terapeuta está sempre lembrando de mim. Argumentarão os do contra que é tática de marketing, amáveis palavras ou sacanagem pura, enquanto que pra mim é tudo lindamente legítimo.
Na frieza da correta relação paciente-terapeuta, que me põe nervosa, enxergo contornos calorosos: ela me leva pra casa, me liga e me conecta em assuntos que nem sabe se sou. Em bandas que nem sabe se gosto. Em escritoras que sabe que gozo, e ela junto. Depois lança "lembrei de ti no fim de semana", e lá vem pequena história. Eu, mui lisonjeada.
A terapeuta tem 35, filhos não. Muito velha eu já pra ser filha, mas é como se fosse. Ralha delicada quando eu meto pés e mãos. Puxa o corpo fora se eu tento enfiar palavras ou opiniões na sua boca. A terapeuta
quer que eu faça tudo sozinha. É a única que não me mima. Se aventura numas levezas de rir da minha cara. Eu rio junto envergonhada e no encanto. Me encanta a terapeuta, que deixa escapar uns pedaços de vida em mestrado, viagens, marido, arte contemporânea e foucault.
Pois a fantasia de todo o tratado é um dia tratar quem trata. A minha era só tomar um café.
postado por Carol Bensimon as 17:30 | pitacos (6)
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prrrrr, prrrr.
Assim: são muitas as falhas de comunicação. Aqui no trampo, as pessoas acham que sou do rock. Um menino desses de 15 com cabelos compridos-calças-rasgadas-calçada-do-bambus e tals disse que eu era EMO. Com o detalhe de que, bem, ele está num reduto de emos-indies-mods e essas categorias underground todas, então devia saber. Eu não sei o que anda rolando por baixo dos panos, nem bem por cima, eu me perdi nos 2000 e não saco nome de banda e de revelação do ano. Eu sei que os Strokes fizeram um barulho faz tempo, agora tem um tal Libertines e Franz Ferdinand, eu ando pela noisy, mas nem tanto assim, e não reconheço nada, vem as novidades e eu tô ali tentando baixar Van Morrison e Yann Tiersen. Isso quando não é dia nostálgico de colocar na caixa uns anos 90. De Guns & Roses a Roxette, cantando junto e se divertindo pra caralho dentro do carro.
Outra. não é um nem dois nem três que sabe que a galera se puxa em me alfinetar neste recinto. Nem tampouco paranóia. Eu tenho cara e jeito que estimula um "vem, vem, implica". Tudo ia ser bem mais róseo se alguns elementos andassem no meu passo e a meu favor. Alguns andam. Mas pouco. Tão sozinha.
postado por Carol Bensimon as 17:32 | pitacos (4)
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o solon está feliz.
O grupo português Sonae abrirá, até o final do ano, o primeiro supermercado 24 horas de Porto Alegre.
A loja será no antigo prédio do Febernati, no bairro Bela Vista
Espero que o planejamento aqui da agência esteja com os olhos abertos.
Enquanto isso, permaneçam clientes do Zaffari, por favor.
postado por Carol Bensimon as 11:38 | pitacos (15)
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unindo conforto e.
Tem sempre modinha na publicidade. Tem mídia da modinha, tem design modinha. Ou tu não tá percebendo uma tendência em molduras brancas em muitos anúncios? Grossas molduras, dando a impressão de que o dito cujo é menor do que o espaço pago. Enfim, tem sempre modinha, mas elas nunca passam pela redação. Eu, ao menos, nunca percebi.
O dicionário do publicitês é desse tamanhinho. Dá pra colocar em duas páginas, fonte 12 e espaço duplo (uma em cada linha, claro), os adjetivos que a publicidade se apropria. E, quanto a ritmo, nem deixam brincar. Não há distinção entre redatores, muitas vezes nem entre anunciante: a publicidade fala sempre igual. E não só em termos de conteúdo do discurso, mas até, pra fazer tosca analogia, de pausa e goles d’água.
Tá bom, sou nova no pedaço, dá um tempo se tu é um redator com doze anos de experiência. Mas a distinção que eu vejo nisso do ritmo funciona apenas de país pra país - e numa conversa portenha, eu disse pro Gabriel: nos Estados Unidos, parece que a coisa é mais QUEBRADINHA do que aqui. Pare. Beba. Sinta. Se eu fizer assim, me matam.
O que fode é que nos sobra a parte ruim. Como:
puxe o saco do cliente
Todo mundo sabe que ele não acredita nessa história de que você, Empresa, está sempre pensando nele, procurando fazer o melhor pra ele e etc. Quer dizer, claro que você está pensando nele, mas porque quer o dinheiro, o dinheiro! Isso todo mundo sabe. Mas mesmo assim o Redatorzinho vai ter que dizer alguma coisa assim no folder, no anúncio, no site, "Tudo isso para oferecer a você o que há de melhor em (preencha aqui)".
Essa frase exemplo conseguiu reunir dois dos mais abomináveis cacoetes sem saída: "tudo isso" (para finalizar uma lista interminável de maraviiilhas da Empresa) e "o que há de melhor" (porque a Empresa é muuuuito boa, não?)
junte duas coisas estupidamente maravilhosas
A Empresa não quer apenas ser boa em um ponto: ela quer dois e, quanto mais contraditórios, melhor. Em publicidade, raro vender a Empresa como A MAIS BARATA. Ou quem sabe A MAIS MODERNA. A Empresa quer ser barata E de qualidade, moderna E ecologicamente correta, cara E descolada, qualquer duas coisas que você conseguir juntar. E vai sobrar pro Redatorzinho dizer que a Empresa uniu, combinou, juntou blá blá blá.
"Uma solução perfeita para quem quer aliar um trabalho de qualidade com cuidados com a natureza".
"Você tem agora um sapato que une conforto com design moderno e diferenciado."
Todo mundo está sempre falando em inovar na publicidade. Penduram banners onde quer que seja, envelopam prédios, usam formas não usuais nos anúncios, objetos pulando da página, propaganda com cheiro e não sei mais o que. Mas alguém já tentou inovar no discurso ou na forma lingüística? Raro, meu amigo. Muito raro.
Eu proponho um movimento.
postado por Carol Bensimon as 18:29 | pitacos (14)
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camarões
Tanto as coisas mudaram que hoje tenho até um amigo geminiano.
É. Vem a dor de amor e você tenta algum tipo de sobrevivência inútil, sempre. O tempo passa e passa pra nada, tudo ficou nos tons de cinza e tals. É bastante doloroso. Você vai saindo de casa por isso que já disse, puro instinto de sobrevivência, mas sem nenhuma espécie de prazer. Só que de repente, e aí vem o milagre da coisa, de repente, e você não sabe precisar QUANDO isso aconteceu exatamente, a vida que você acreditava que estava vivendo para se distrair adquire proporções de vida DE VERDADE. E eu, eu acho lindo que, enquanto nada muda de fato no exterior, sua mente muda e te faz feliz de novo.
Tanto as coisas mudaram que eu até passei a tarde de domingo ouvindo um papo sobre meninos.
Naquele canto da zona sul perto do Jangadeiros onde eu sempre me surpreendo com as coisas mais bestas, tipo o que eu vejo olhando pra
cima. E, embora exista aqui na cabecita uma associação entre zona sul e todas aquelas tardes perdidas, digo, achadas, entre nós, e as noites, sim, as noites também PRA VER UM VERDE, embora exista essa coisa amor-zonasul, não PRECISA. É sobretudo eu.
Tanto as coisas mudaram que eu até falei daquele jeito empolgado,exegerado e GESTICULATÓRIO no domingo de noite.
E eu amo um monte de gente que, sim, não podem atender os telefones às vezes porque estão descascando camarões. Todos tem os seus para descascar e todos são um tanto camarões, na verdade.
postado por Carol Bensimon as 19:36 | pitacos (3)
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nabo.
O Cisco deve saber quantos anos existem entre Pnin e Lolita, o que veio antes e o que veio depois. Eu prefiro usar esse conhecimento de almanaque do meu caro amigo do que sair googleando por aí, até porque a coisa pouco importa no momento. O que eu queria dizer é que, ao comecer a ler Pnin, me fui tomada de deslumbramento pela sempre fina ironia do Nabokov e pela construção de seus mui interessantes e patéticos personagens. Pois Pnin, esse professor russo emigrado e ensinando agora numa universidade americana, é o extremo do patético e nas primeiras páginas gozamos é pela maldade de nos sentirmos diferentes de ser tão bizarro. O que aconteceu comigo no decorrer foi que cansei. Cansei de tanta patetice que parece esquete do Saturday Night Live e que não constrói coisa nenhuma. Faltam umas 50 páginas pro fim e eu diria que o gráfico não saiu de um sem graça platô. Mas é claro que perto de Lolita a obra do Nabokov é sempre decepção. Ainda assim, Riso no escuro é bem mais interessante do que esse Pnin.
E agora que falei em patético, lembrei do Fitzgerald. São uma maravilha esses carinhas que ele faz e que levantam uma pena e às vezes admiração, sempre numa corrente alternada que evita as classificações esteriotipadas. Em Tender is the night, a gente conhece Dick Diver como uma figura embasbacante, porque olhamos pelos olhinhos adolescente de Rosemary. Depois a Rosemary vai e some, o que acho DE MESTRE também, a gente achando lá que a menina era importante e o cara nos engana direitinho. Bom, fato é que no fim Dick é um farrapinho digno da mais vergonhosa pena.
Tão bom se sentir enganada.
postado por Carol Bensimon as 12:13 | pitacos (14)
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espartilho style.
Menina aplicada em virar cabides agüenta meus resmungos de "não, não gostei". Infelizmente, o tempo do almoço é curto, eu logo tenho que voltar pro trampo e a formatura é no dia seguinte. Meu destalento para trajes especiais me faz fodida. O que sobra é voltar no Iguatemi com mamãe, que odeia shopping e as roupas que poderiam me agradar. Acontece que, pra escolher uma blusinha e tals do everyday, basta ver se ela é curtinha e apertada o suficiente e se tem estampa legal. Também vale uma experimentada pra conferir sua adaptação nos PEITOS. E deu. Agora, se tratando de roupa da formalidade, pra mim é sempre um enigma: tu vê aquele trapinho ali no cabide, com uns cortes e uns tecidos todo estranhos e, bem, como saber o jeito que vai ficar no corpo? Tudo me parece CORTINA demais. Tá. Sendo situação de extremo desespero (a formatura às 17h, eu às 15h ainda sem roupa e ainda no shopping), forcei na imaginação e levei pra cabine o que poderia funcionar. Depois de umas três ou quatro lojas de decepção, na Ellus eu levei umas pecinhas, incluindo uma saia very funny que me fez figurante do Les Misérables. Mas daí na outra encontrei a saída. Embora houvesse uma ou outra coisa que me fizesse optar pela não-compra, foi um recado fundamental:
espartilho style era o caminho para o sucesso.
E foi nessa pilha que flutuei até a Elite. E, nas peças pretas, variados modelos de sadomasoquismo. Os com tecido mezzo lingerie não funcionaram mesmo, um tanto quanto babydoll, mas teve um que rolou beleza. Era M. Tem P? Não, é o último. Tudo bem. Depois eu mando ajustar e vamos lá. Trocentos ganchinhos, meia hora na cabine, e dá pra usar com a calça jeans nova, porque formatura de comunicação não é tããão vamos seguir o protocolo. Um novo cinto com rebites e tá feito. Até a mãe aprovou. Eu fiquei GOSTOSA.
Pegarei.
postado por Carol Bensimon as 13:26 | pitacos (13)
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nikê.
Colégio é uma barbaridade. O amigo usa, eu tenho que usar. Vai-se em cadeia e tudo fica igual. Viva que o meu primo ainda não apareceu de Reef, mas é que a influência da família pesa uma bigorna e segura na alternatividade. Ainda assim, eu dou livro de presente e o guri nem lê. Só quer saber de joguinho de computador e depois fica contando tudo até pra quem não se interessa e não entende nada. Mas o que eu tava dizendo era de roupa, de marca. Mataram um gurizote esses dias na João Telles, reportagem na Zero Hora, protesto no Bom Fim e coisa e tal. Foi pra roubar um nike, que o neguinho da vila quer também. Daí eu quero colocar a culpa em alguém, embora ouça em terapias que chega de culpa e de costas largas, eu hein. O tênis nem era do guri, e o valor oscila entre $300 e $700, segundo fontes diversas. Emprestado de um amigo, e ele decerto quis dar banda na noite fazendo bonito pras minas. O que fode, e daí a culpa, é a tendência carneirinho da galera. Se não piram em cima da marca, nem tem roubo não de bem de consumo que se faz só porque decide dizer alguma coisa que todo mundo acredita e segue o baile. Pouca vergonha. Até acho que vou me repetir, mas vá lá: aquela tal de pirâmide de Maslow que a gente aprende no curso de publicidade não vale mais uma banana. O papo dela é assim: primeiro se satisfaz necessidades básicas, depois intermediárias, e assim vai até o supérfluo. Entendeu? Mas que nada, nem é mais pirâmide, virou um sólido bizarro, o cara não tem comida, mas comprou um celular. A moça tá devendo no banco, mas gastou o salário todo em produto de beleza.
Daqui a pouco ali na vila vão querer comer sushi, e como é que tu vai dizer que não pode, com a mão gorda toda lambuzada de shoyu? Chega a ser obsceno. Mas, de volta na ovelha do rebanho, vergonha é de quem tinha saída, mas seguiu no bééé, bééé, bééé. Isso é deprê. Eu tava dizendo esses dias: entenda-se o coitadinho que gosta de fofoca de celebridade, quem casou com quem, estapeou quem, como se vestiu e não sei mais o que. Uma fantasia que o cara tem que ter direito, falar da Gisele como se fosse triiii amiga e essas coisas. O que não dá pra entender, desculpa se eu não entendo, é o sujeito que vem da audi e senta na varanda ali da pizzaria dado bier tomando um clericot, falando num celular e folheando o último exemplar da caras. Esse é o cara que teve a chance e fodeu. Fodeu na minha opinião, né, que pra ele tá beleza e trouxa é quem perde tempo vendo filme escuro, som ruim, nenhum ator bonito e uma história que é uma tristeza só.
postado por Carol Bensimon as 18:44 | pitacos (15)
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closer.
Recebi isso com certo atraso, mas o Contardo Calligaris, esse carinha da Folha de São Paulo, psicanalista, sempre acerta. A leitura vale quase como uma hora de terapia for free. É sobre o Closer.
"Tento responder: apaixonar-se é idealizar o outro, durar no amor é lidar com a realidade do amado ou da amada. Antes de ponderar os charmes da idealização, duas observações.
Um impasse: para manter a paixão, devo continuar idealizando o parceiro. Mas, para idealizar o outro, devo mantê-lo a distância. Se mantenho o outro a distância, renuncio aos prazeres de amor, companheirismo, cumplicidade, convivência.
Um paradoxo: se me separo porque me apaixono por outra ou outro, o parceiro que deixei se distancia de mim, portanto volto a idealizá-lo e a me apaixonar por ele."
Continue Lendo...
postado por Carol Bensimon as 09:49 | pitacos (7)
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o maior filme de todos.
o maior filme de todos
O amor sempre anda de braço com a vergonha. Assim sendo, meu primeiro amor também foi minha primeira vergonha. Fiz até site. Nada pode ser pior que a breguice nerd, e eu tenho certeza que nenhuma modernésima garota atual de quinze anos faria coisa semelhante. Eu ainda posso dizer que eram os noventa, embora seria muito mais perdoável se fossem os oitenta.
E, se no começo das diversões me fizeram gato e sapato, agradeço. Agradeço por cada tempo que deixei de dançar, sentada na escada tomando vodca com licor de menta. Pelas furtivas dormidas fora de casa e por precoce que fui em querer a monogamia. Sofri, mas na época nem doía tanto assim.
Agradeço por motorista que fui pra uma paixão, que essa doeu, depois virou páginas, depois amizade. E pela culpa que noutra ocorreu, eu quase uma adúltera e nós, culpados, dizendo com o olhar e com uns versos da MPB que, bem, suddenly, alguma coisa muito estranha ocorrera. E admito que eu não soube lidar muito bem depois quando surgiu o IRMÃO, na certa havia alguma coisa na família de vocês que eu almejava por demais.
Agradeço as história sobre a Idade Média e as audições de bandas que nunca conheci. Depois setembro com trilha de Beck e Yan Tiersenn no Rio de Janeiro, pra dar finalmente em história que começou em Nabokov.
Agradeço a todos os coadjuvantes que talvez por culpa minha não viraram principal. E percebam que quase todas as história paralelas aconteceram como curta-metragens nos intervalos (muitos) desse nosso filme que nunca chega ao fim.
Shame on me.
Mas perceber é talvez mudar. Orkut status: single.
postado por Carol Bensimon as 17:03 | pitacos (3)
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cheiro de sopa.
Três corporativos no elevador, saindo para o almoço.
- Hm, cheiro de sopa!
- Pois é, cheiro de sopa.
E o terceiro elemento (adivinha?) fica
Seinfeldizando o fato, como assim cheiro de sopa? É verdade, podemos adivinhar quando se faz sopa ou quando se faz sólido, mas como? Como é isso de saber da consistência pelo cheiro?
Me pegou.
postado por Carol Bensimon as 16:57 | pitacos (2)
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o processo.
Há um fluxo intenso de mensagens minhas para mim mesmo: rola entre o mail do trabalho e o de casa e serve pra transferir idéias entre as máquinas. Aconteceu isso na sexta, num parágrafo meio sem planejamento que tinha pretensões de início de conto. No fazer nada do fim de semana, baixei minha própria alerta e fui fazer em cima. Quase hora do almoço, mas eu nem pensei em me demorar. Acontece que foi indo sem querer e quando eu vi eu tinha aquele conto que, como sempre, "bah, é o melhor que eu já escrevi", até que chegue o próximo. O curioso de todo esse processo criativo, isso é, se isso interessar alguém, é que justamente o parágrafo que originou a obra, esse que foi transferido entre computadores, desapareceu por estar muito abaixo do nível do resto, causando grande desconforto na chatice da escritora. Foi substituído por coisa completamente diferente.
Hoje eu espalho ele por aí. Bem da verdade, preciso de uma hospedagem amiga.
postado por Carol Bensimon as 10:32 | pitacos (5)
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grammy.
nas listas completas é que a gente descobre os absurdos
há uma categoria no grammy que escolhe o melhor disco de POLCA. e há outra destinada aos audiobooks, na qual Bill Clinton (!!!) foi o vencedor, com a leitura daquele seu livro com certeza instigante (e que, se vendeu aqui, foram 30 cópias em Brasília)
my life.
postado por Carol Bensimon as 18:33 | pitacos (2)
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modi.
Como a família é proprietária de uma videolocadora, o acesso aos filmes é moleza. E eu nem aproveito como poderia, sou nervosinha demais para me concentrar em películas de casa. É só escuro, tela grande e som alto que deixa a cabeça sem pirar em extra assuntos. Mas daí que volta e meia eu peço um europeu, um latino, um sundance, essas coisas que o pai já sabe que eu gosto sem que eu diga nada, e o pai tem sempre um bom negócio pra trazer às nove e meia, lançamento fica um dia ou dois, e devolvo sem ver, caso aconteça. Os de catálogo ficam morando ali no quarto, nem dá nada.
No sábado surgiu um filme que não sei o que eu fazia ali, parou na metade do translado pra sei lá onde: Modigliani. Fui encarar. Pelo fades e pela qualidade meio duvidosa da direção e do roteiro, deu pra perceber que o troço nasceu pra ser televisão. Mas deixei de lado a rabugice e me adentrei na história, porque a biografia me interessava. Se valeu? Valeu caso possa aproveitar os dados ali expostos, que muito me surpreenderam, verdade, sobretudo as brigas do Modigliani com o Picasso, começa em alfinetadas de ambos e depois é o Picasso dizendo que, na falta de tela certa madrgada, usou um quadro do Modigliani. Se dá pra se basear em cinebiografia pra informar-se historicamente, devo dizer que o Picasso foi um grande filho da puta em sua existência. Pesquisarei.
postado por Carol Bensimon as 15:12 | pitacos (2)
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turismo gay
Enfim, Buenos Aires, que tem sofrido tanto com problemas econômicos, mais uma vez está se mostrando uma cidade orgulhosa, desta vez como a capital do turismo gay da América do Sul. Mas, pensando bem, considerando que o palácio presidencial da Argentina se chama Casa Rosada, a gente deveria ter imaginado que isso acabaria acontecendo.
Eu não estava sabendo
nada disso.
postado por Carol Bensimon as 14:27 | pitacos (3)
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das dos.
A Zero Hora devia tomar mais cuidado com as pessoas que substituem as que saem de férias. Santo Deus, eu nunca vi crônicas piores que a do tal músico. Como eu disse no sábado de noite: dá um blog para uma garota de quinze anos que ela faz melhor. A inexperiência domina, e o sujeito não tem a menor desenvoltura com a linguagem. Ao final da leitura, NADA fica.
E, bem, observando agora os detalhes, ou eu sou muito chata ou as pessoas estão maltratando o andamento dos escritos. Por exemplo:
O som tem um tom medieval, e as roupas são reproduções das dos antigos andinos".
Das dos? Ah, não faça isso comigo. E, se eu fosse ainda mais chata, implicaria também com "o som tem um tom".
postado por Carol Bensimon as 11:28 | pitacos (6)
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prince of persia.
E eu gostei um monte de Finding Neverland.
Vocês estão a par que um Prince of Persia modernete apareceu por aí? Ontem surpreendi meu querido priminho e seu amigo jogando-o. Não tive nem coragem de dizer que antes a coisa cabia num só disquete e era so much fun.
Por conta disso talvez, me lembrei hoje de memoráveis partidas de Warcraft por MODEM. Não, não era Internet, amigo, era modem mesmo, de ligar pra casa do outro e pá. Muito interessante.
Os cabelos do meu primo estão crescendo e transformando-se uma mufa que tento não associar com surfer boys. Mas o guri vai ser alternativo, levou até elogio quando entrei na Colcci pra comprar uma calcinha: "com essa idade e já tem ESTILO!". O que me preocupa é só esse nerdismo exagerado que vem dominando, a geração está mesmo fodida.
postado por Carol Bensimon as 09:16 | pitacos (0)
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amilcar.
O Amilcar Bettega Barbosa tem prosa impecável e um belo de um subtexto.
Eu pago pau.
postado por Carol Bensimon as 18:00 | pitacos (8)
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gracias.
Do táxi ao hotel, primeira impressão. Deslizamos em largas avenidas de prédios parisienses. Me arrepia o corpo todo, e seria clichê dizer "fico sem fôlego", mas é o que acontece, um embasbacamento que vem lá do fundo. Se a emulação da Europa está a menos de 1.500 quilômetros, por que eu não fiz isso antes, meu Deus?
Odeia argentino quem não conhece Buenos Aires. Quem teve contato com hermanos cabeludos fazendo merda em Santa Catarina. Eles são metidos a europeus? Sim, são, mas eles PODEM, não? Sentam nos cafés e fazem trabalho da faculdade ou ficam lendo jornais.
Primeira viagem pra determinado lugar sempre dá em loucura, correria, mal senta e já tem que levantar pra conferir a próxima atração que não pode perder. Da próxima vez, sim, eu vou me permitir demorar em cada café e em cada praça.
Confetarias, doces lindos, sorvetes. Não consegui ir na Persicco, mas duas outras redes se mostraram saborosas o suficiente. Nos cafés da manhã, foi media luna. Com doce de leite, com geléia de morango. Nos almoços e janta, pizza, carne, nhoque, arroz com calamares. Aliás, que rebatam os fãs da parilla: não sei o que há de tão extraoridinário numa carne com batatas fritas. Verdade. Me parece que outras cozinhas do mundo colocam isso NO CHINELO. Eu não comi nos lugares certos? Comi, sim. E sigo achando que não se pode fazer tanto alarde por pedaços de carne com batatas. Sou mais do meu nhoque.
Tanto o museu de bellas artes quando o de arte moderna merecem uma visita. Na ignorância de não saber regras, rolou até foto do Abapuru e de um Frida Kahlo. Vou colocar no flog depois.
A cidade parece absolutamente segura, ao menos nas regiões que andamos. As pessoas SAEM de casa, seja pra passear com o cachorro ou pra jantar com a família a meia-noite. Os carros respeitam sinais, mesmo na madrugada, quando ninguém está olhando. Tem avenida que lembra Tóquio (9 de Julio) com seus luminosos, tem Havana (San Telmo), tem Paris (Centro). Tem Cortázar baratíssimo (agora obrigada a ler em espanhol), Puma custando três vezes menos do que no Brasil (e sendo usado dez vezes mais) e comida muito barata. Tem brasileiro de montão, sobretudo na feira de antigüidades em San Telmo. E todas as argentinas fizeram o mesmo corte da cabelo: volumoso, ondulado, corta-se algumas camadas até um pouco antes da nuca e o resto deixa-se comprido. O efeito é um CAPACETE com uns rabichos escorridos. Gabriel tentou me convencer a adotar. É uma pena que não tenhamos registrado em foto.
postado por Carol Bensimon as 16:00 | pitacos (10)
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fúxi
Três e meia da manhã não pareceu uma hora inapropriada para buscar um mata-mosquitos. Não em Buenos Aires. De qualquer modo, a
necessidade fazia-se maior do que qualquer lógica: eu estava sendo cruelmente devorada, com picada até por dentro dos olhos, e digo no sentido literal da coisa: me picaram na pálpebra, ficou inchada e meu olho esquerdo mal abria, troço lindo. Que coisa podia pará-los? Enquanto isso, na cama ao lado, Gabriel dormia tranqüilo. Eu nunca entendi mesmo porque diabos os insetos se encarnam em uns, enquanto outros saem ilesos. Que coisa de tão boa corre com meu sangue? Já tinha tentado me tapar toda, estilo necrotério, cabeça pra baixo do lençol, mas não dá, falta oxigênio e o calor pulsava. O ouvido então não descansava e lá vinha zumbindo um mosquito por perto. Eu me tremia toda e saía estapeando o escuro. Inimigos invisíveis, essas coisinhas nojentas que param na parede e tem uma pontinha pra cima que trabalham a te furar são umas das coisas que me metem medo na impotência. Quando não se dispõe dos tais dos químicos, digo, que seja o mais moderno aerosol ou o gel natureba de eucalipto, famoso por afastar, como mosquito, os cônjuges de bom gosto e olfato apurado. Pois bem, então lá estava eu em hotel de uma estrela na Av. De Mayo cara de boulevard sem qualquer tipo de defesa contra mosquitos. A janela seguia escancarada pra ver se corria um tal de vento, o que só aumentava sua concentração. Fechar a janela? Amigo, não tinha mais jeito, Os que estavam ali, ali permaneceriam.
Então saí e Gabriel em seu sono profundo nem chegou a ler um bilhete que avisava meu desaparecimento. Pra encurtar a história, que fica longa por conta do meu espanhol desajeitado, digo que deixei o hotel com um papelzinho escrito "fuqi", que o cara pronunciava "fúxi" e recomendações de ir logo ali, na primeira quadra da Calle Florida numa dessas milhões de lojas de conveniência nortenha. Nada de fúxi, mas eis que uma loira mui simpática está trocando de turno e sendo aguardada por dois carinhas. Deve ter uma farmácia na Av. De Mayo. Nós estamos indo por lá. Quer ir com a gente, pra não caminhar sozinha? Por supuesto.
Então me fui com essas pessoas cujos nomes nunca soube. Descobri que os dois caras eram de Barcelona, mas não tentei desenvolver nenhum diálogo profundo, com medo de chocá-los com as idéias fracas que eu desenvolveria, por conta de simplesmente não saber desenvolver boas idéias em espanhol. Três quadras, nós quatro, e lá diz a loira que ao que parece no hay farmácia, ela tem fúxi em casa, há umas vinte quadras, eu quero ir com eles? No, gracias, vou chamar um táxi. E assim agradeço. Táxi, farmácia 24 horas, acabo no Raid aerosol e em razoável noite de sono.
Gabriel houve a história toda no dia seguinte, sem interromper. Ao final:
- Certo que tu perdeu uma suruba.
Perdi?
(outros inúmeros relatos, direto da memória, seguirão)
postado por Carol Bensimon as 18:49 | pitacos (2)
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bs as.
Agora eu vou mesmo: daqui a pouco estarei na rodoviária e, me lembrando de como fica esse local na vésperal do carnaval (tive essa triste experiência no ano passado), tremi. Vai ser trash. Mas a felicidade me espera. Bem, ao menos a BOA COMIDA eu sei que me espera. Já foram citados os melhores doces, as melhores carnes, os melhores sorvetes. Se eu seguisse os conselhos gastronômicos de todos que pisaram em terras porteñas, deveria fazer, assim, umas 6 refeições ao dia. Mas chega de chute. As impressões de verdade vão chegar depois. Ah, e o site oficial da cidade é com certeza
o mais agradável visualmente na categoria GOVERNAMENTAL. Isso que já explorei vários. Quase não dá pra acreditar.
postado por Carol Bensimon as 15:09 | pitacos (4)
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what age do you act?
A crise é grande por aqui, bate e reflete nos outros. O Sr. Insanus, ainda outro dia, me linkou como a "menina de quinze anos" que vai pra Buenos Aires com ele. Enquanto que, bem, pra outros, sou simplesmente a velhinha que escuta Edith Piaf no carro. Quem então? Me encontrei com promessa de resolver essa pergunta. O teste é furadíssimo, como todos esses:
What Age Do You Act?. Mas tudo bem, de vez em quando a gente só quer respostas idiotas. E qual: You are
23 years old. O que é ridicularmente próximo do que realmente tenho.
Então tá, acho que vou parar de me preocupar. Aliás, porque eu me preocupava mesmo? Ah, sim, porque tenho problemas. Muitos problemas. Neurose agudaça. Sonhei com minha terapeuta, com minha mãe em perigo e com metralhadoras em bairro nada amigável. Sonhei que dizia pra psicóloga "agora que tu conheceu minha mãe, certo que me acha a mais normal da família". Ah, carolzinha. Mais doente a cada dia.
postado por Carol Bensimon as 10:31 | pitacos (15)
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closer.
Tá, eu gostei de Closer, mas nem tanto assim. E eu sei de quem é a culpa: da Julia Roberts. Nenhum filme com a Julia Roberts no elenco pode ser excelente. Ela é sempre a mesma, sempre monga e nem tão bonita.
postado por Carol Bensimon as 10:14 | pitacos (10)
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fluoxetina emagrece.
Sei porque é disparado: o número de pessoas que entra aqui procurando por
fluoxetina emagrece é a maior search que desemboca neste local. A tal ponto a busca é grande que começa a me assustar. Meninas, vocês estão tomando fluoxetina para emagrecer? Há alguém realmente que faça isso?
É do "cadê?" que vem as moçoilas procurando pela bizarra informação. Sou o segundo resultado da pesquisa, pode? Pode, sim. Acabo de conferir. Um dia, realmente, presenteei o mundo com brilhante teoria. Foi em 2 de março de 2004. Reproduzo:
Acho que desvendei como a fluoxetina atua. É até simples, o grande engodo do século. Veja bem: toda mulher que toma Prozac perde o apetite, é um dos efeitos colaterais da medicação, logo, toda mulher que toma prozac emagrece, e por isso fica mais feliz. E daí chamam de anti-depressivo. Sei.
postado por Carol Bensimon as 17:54 | pitacos (2)
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buenos aires.
Eu e o
Sr. Insanus estamos indo para Buenos Aires na sexta-feira, como alternativa ao ruído carnavalesco. Ambos pela primeira vez. Sim, já avisaram, talvez passemos um pouco de calor. Não importa, já está na hora de ir. Provável que se faça uma pequena cobertura. Ou retrospectiva, melhor dizendo, porque não haverá tempo para computadores. De qualquer forma, ninguém estará aí pra ler mesmo.
Outro recado: no meu
fotolog, estarei colocando até o fim da semana algumas fotos do fórum. Naquela velha coisa de uma por dia, que é que o Terra me permite e, pasmem, deletando arquivos para poder inserir novas (se sou assinante Terra? Claro. O problema é que meu pai está como conta principal. Será que posso mudar isso?)
postado por Carol Bensimon as 10:04 | pitacos (7)
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boycott bush.
Boycott Bush
Uma das conferências que assisti. A idéia: que não se compre os produtos de algumas empresas americanas. O porquê: tendo os Estados Unidos o poder militar que têm, ninguém jamais conseguirá segurá-los por essa via. Sendo assim, a idéia é "falar a língua deles" e cortar o dinheiro, boicotando as companhias americanas que financiaram a campanha de Bush e que influenciam a política externa americana.
Um dado: uma pena que eu não tenha anotado a origem da coisa, mas falou-se em uma pesquisa feita no Canadá e na Europa. Na pesquisa, foi investigado se a política externa americana afetava na hora da compra dos consumidores. O resultado é que 20% das pessoas entrevistadas está evitando comprar produtos americanos pela razão já citada.
Será? Gostei.
Difícil é o McDonald`s. As outras, já boicoto ao natural e sem ideologia: Philip Morris, Esso, Coca-Cola, Pepsi.
Um dos conferencistas faz parte
disso aqui.
postado por Carol Bensimon as 09:51 | pitacos (7)
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