"Agora, uma das grandes obras literárias do início do século XXI, e um dos dez maiores romances brasileiros de todos os tempos, é, sem sombra de dúvida, o "Não Há Nada Lá" do seu Terron (Joca Reiners). (...) É uma verdadeira Pedra de Roseta, um livro genial que ainda vai ter sua fortuna crítica a seu devido tempo. (...) Acho o livro tão genial que toda vez que encontro casualmente o seu Terron, na Mercearia (bar no bairro Vila Madalena), por exemplo, fico intimidado com sua presença, e sou cheio de dedos para falar com ele. É como se eu visse, por exemplo, James Joyce caminhando na rua, chutando cachorros na Paris de 1922."
Tadeu de Melo Sarmento em entrevista a Marcelino "eta danado" Freire para o Portal Literal.
Joca Reiners Terron é fácil um dos maiores escritores brasileiros vivos. Li o "Não Há Nada Lá" e o "Curva de Rio Sujo", o único livro que reli na vida. Não comentei nada na época. Até tentei, mas achei que seria constrangedor demais dizer que todas as palavras em seus livros carregam uma beleza única. Não sei explicar, já não consigo identificar um trecho que exemplifique isso. Talvez seja o ritmo que a leitura impõe que tenha causado essa forte impressão. Talvez seja do estilo mesmo, uma tipo de prosa poética, mas não vi nada que me lembrasse poesia. É um aspecto enigmático que há em cada sentença. Seja lá o que for, é muito bom. Senti esse impacto mais no "Curva do Rio Sujo", que é mais realista do que o fantasioso "Não Há Nada Lá", que é de uma capacidade literária assombrosa. Até entendo do Tadeu ficar acanhado de ir conversar com o Joca. Eu também teria ficado caso tivesse lido algum de seus livros quando tomei cerveja com ele na agradável Mercearia, na companhia do Cardoso e do Galera. Acho massa ter esse tipo de admiração. Mesmo sabendo que isso é uma besteira sem fim. Ainda mais com escritores. Que são duas vezes os melhores amigos.