A surpresa foi ter demorado tanto para acontecer. Desde a hecatombe de 11 de setembro já era esperado um ataque na Inglaterra. Aconteceu antes em Madri, agora então em Londres. Já são 50 o número mortos e mais de 700 feridos. Em Madri foram 191 mortos e mais de 1.800 feridos. Ainda assim é um ataque considerado grande. Os maiores realizados pelos grupos rebeldes no Iraque não chegam a esses números. E se esses forem os números finais de vítimas, acho que Londres saiu no lucro. Esperava algo pior do que Madri.
Por saberem que um ataque terrorista era questão de tempo, simulações de um ataque químico já foram realizadas no metrô de Londres, desde sempre considerado um dos principais alvos. A povo também já conhecia esse tipo de situação graças aos separatistas do Exército Republicano Irlandês, o IRA. Por isso a população e autoridades reagiram com certa calma ao ataque. O que é bom, mas o aumento da desconfiança e medo agora é inevitável. E mesmo Tony Blair dizendo que "não há nem esperança nem futuro para o terrorismo", o fato é que qualquer sociedade livre – ainda mais na União Européia, onde se pode ir-e-vir livremente – é vulnerável a esse tipo de ataque onde o inimigo é invisível.
Como o inimigo é invisível, não há algo concreto para ser combatido. O governo norte americano apenas incentiva o recrutamento desses homicidas escolhendo seus inimigos errados. E mesmo se sua política fosse a mais correta possível esses ataques iriam acontecer. Não há como impedir. Mas há como não piorar as coisas. A única ação possível para combater o terrorismo é organizar um sistema onde policiais, serviços secretos e uma feroz fiscalização financeira que consiga barrar a enorme quantidade de dinheiro que chegam até às mãos dos terroristas. Terroristas sem dinheiro são terroristas com menor capacidade de ataque.