Assim como a vitória de Lula foi um grande avanço para a democracia brasileira, a crise do PT está ajudando muitas pessoas a reverem e apliarem seus entendimentos sobre política. Até agora, vejo que a crise trouxe mais benefícios do que coisas ruins. Finalmente a banda podre vai sair de cena. Até mesmo Palocci não é insubstituível, seu suposto afastamento não irá desestabilizar a economia. Porém, o que mais me impressiona são os petistas estarem aceitando sua cegueira diante do que o PT se tornou durante esses 25 anos. Reconhecer isso é doloroso mas de grande valor. Admiro e respeito. A direta também tem mostrado alguma maturidade lidando com a tentação de assistir a esquerda se desmantelando em sua frente. Enfim, elocubrações sem sentido que tive depois de receber um e-mail de um "militante petista desde criancinha" comentando a entrevista que postei abaixo. Também tomo a liberdade de postar abaixo:
"A entrevista é boa, mas fico com medo de ela ser coisa de petista fanático e resentido. Tem gente que está tendo dificuldade de encarar o fim do partido e coloca tudo como coisa de um grupo de três ou quatro que dominavam milhares de pessoas que fazem parte da máquina do PT. Mesmo que os casos de corrupção sejam obras de um grupo pequeno, o que eu não acho possível - Dirceu é controlador e calculista, mas ele não é Deus, muito menos dentro do PT, para conseguir operar com mais três pessoas apenas um esquema tão grande -, o partido foi conivente e para mim, só isso já demonstra que tem que acabar, ou no mínimo, perder 90% da força que tem. Esse é o maior partido de esquerda do país, não pode se deixar levar para o lado ruim por causa de quatro pessoas. A melhor punição para o PT na minha opinião vai ser o índice mínimo de votos que os candidatos ao Congresso e as câmaras municipais e estaduais vão levar ano que vem. Assim eles aprendem a não se deixar enganar. São todos políticos espertos e vividos, não podem se deixar levar por uma estrutura de quatro pessoas. Conivência e ignorância para mim, nesse caso, são pura preguiça de tentar a ética."
