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Zé Dirceu e o caso Celso Daniel

Os promotores de Justiça que investigam o caso Celso Daniel disseram ontem que Zé Dirceu é “um suspeito de ser o destinatário final do dinheiro da corrupção do esquema de Santo André”. Celso Daniel foi morto em janeiro de 2002, algumas semanas após a cúpula do partido ter escolhido ele para coordenara a campanha de Lula. Era o principal indicado para ser ministro da Casa Civil. O promotor diz que parte do dinheiro do esquema eram levados em malas diretamente para o escritório de Zé Dirceu. O Celso Daniel sabia do esquema, só foi morto depois que descobriu que esse dinheiro ilegal estava sendo encaminhado para o benefício de uma única pessoa, ao invés de beneficiar as campanhas eleitorais do PT. Os promotores lutam agora para conseguir que Dirceu seja investigado. Para isso, precisam da colaboração do STF, já que Dirceu tem foro provilegiado. Em agosto de 2002, o ministro Nelson Jobim, do STF, mandou arquivar o pedido do Ministério Público para invertigar Dirceu. A conclusão da polícia acabou sendo de morte comum. Agora conseguiram que o caso fosse reaberto. Os promotores não tem dúvida que foi um “crime de mando”. Dos setes presos acusados de terem assassinado Celso Daniel, um decidiu colaborar e confessou que o crime foi ordenado. Teria custado R$ 40 mil. Entre empresários investigados, está o deputado Donizete Braga, também do PT. É dito que Celso Daniel tinha um dossiê pronto sobre o esquema de corrupção da prefeitura de Santo André. Foi morto antes de conseguir divulgar. Agora a Justiça vai ouvir o irmão do Celso Daniel. É pouco provável que ele tenha esse dossiê em mãos, mas é uma testemunha importante no caso, largou sua vida para investigar sozinho a morte do irmão e diz que vai até o fim. Vive como foragido desde então. Com o caso reaberto, é esperar para ver se o ministro Nelson Jobim vai barrar mais uma vez as investigações do MP. Não se comentam, mas a morte do prefeito de Campinhas, o Toninho do PT, também teve conclusão de crime comum. O caso é igualmente estranho. A mulher de Toninho não se conforma, pediu várias vezes ao Lula que as investigaçõs fossem reabertar. Em vão. (Fonte: Estadão)