Samjaquimsatva






Porn e sociedade: nenhuma relação?

Cisco, li o link que me mandou das três mulheres da Slate que criticam os livros que procuram mostrar os efeitos da pornografia na sociedade. Elas oferecem mais perguntas do que respostas, o que parece sensato nessa discussão. Das três, achei mais interessante a opinião da Laura Kipnis.

Ela comenta o livro de Pamela Paul sobre homens viciados em porn que não conseguem se relacionar com mulheres da vida real. Laura diz que a análise de Pamela é tão superficial quanto a vida sexual daqueles que foram seu objeto de estudo. Que sua luta contra a pornografia é tão eloqüente que ela esquece do resto da sociedade, da história, política - como se a sexualidade existisse num espaço autônomo.

Os homens entrevistados por Pamela dizem que se tivessem que escolher entre suas namoradas e a pornografia, ficariam com a segunda opção. Laura questiona se essas pessoas consumissem menos porn, eles iriam preencher todos seus desejos e de suas parceiras? Fiquei com a sensação de que as três opiniões focam que essa é uma classe muito
pequena de pessoas, que não é possível elas representarem esses supostos efeitos. Elas até lembram: e as pessoas que gostam e não tem problemas algum com isso? Tudo que elas tem a dizer é para não generalizar?

Sua revolta sobre o post do artigo da Naomi Wolf seria porque ela colocou a pornografia como problema central dos relacionamentos, sendo que esses já existem há muito tempo? Se foi, não li assim. Ela comente sobre um certo grupo de pessoas que aparentemente são afetadas. Julgar se são muitas ou poucas são outros quinhentos.

Na real só postei aquilo porque ouço histórias de amigos que confessam algo parecido. Consumidores empolgados de pornografia, acham que sexo com namorada e com prostituta coisas diferentes sob o aspecto de obter prazer. "Não é igual", já ouvi, como se com prostituta fosse melhor, sendo que com elas teriam a liberdade pra realizarem suas fantasias pornôs.

O questionamentos na Slate então seria: a pornografia faz alguma diferença ou não na opção dessa pessoa. Com ou sem pornografia, elas iriam agir de maneira diferente? Minha opinião é que não, mas que existe uma influência. Hm, então por isso que é uma falásia essas teorias que incriminam o porn?

Parada


Parada, finalmente li o que tu me mandou. Confesso que não acompanhei todo o diálogo da Slate, então não posso discutir a discussão delas. Quanto aos teus comentários sobre amigos que preferem prostitutas às namoradas, ofereço algumas opções:

1- Eles estão mentindo porque acham que estão dando a resposta 'máscula'socialmente aceitável;
2- Eles são emocionalmente imaturos e vão melhorar com o tempo;
3- Tu tem amigos muito estranhos e precisa conhecer gente nova;
4- Não tem nada a ver com pornografia, mas com comprometimento emocional.

Eu ficaria com uma mistura da 1 e da 4. 90% dos homens que conheço são imbecis cagões que tem medo de monogamia e não sabem fazer sexo. Transar com prostitutas tem a vantagem de não implicar compromisso social e emocional ou necessidade de satisfazer a parceira sexualmente. E já era assim bem antes da pornografia, um assunto completamente separado.

Cisco