Nos tempos líquidos de hoje, e mais do que nunca, todos precisamos das mãos amigas de companheiros leais, de companheiros “até a morte”. Mas compromissos “até a morte” são também assustadores. Compromissos eternos limitam e frustram os movimentos que o desconhecido e o futuro exigem de nós. Contudo, sem compromissos firmes e sem sacrifício pessoal, o amor verdadeiro é inimaginável. A esperança para quem desiste das relações estáveis é a de que a quantidade substitua a qualidade. Toda relação amorosa é frágil, então é melhor ter muitas relações amorosas porque assim sempre terei alguém em algum lugar que estará disponível para me dar a mão, para me compreender e para simpatizar comigo. Eis porque muitas pessoas tentam, hoje, reprimir seus sentimentos. Mas os sentimentos são teimosos, eles não são fáceis de apagar como, por exemplo, os contratos jurídicos.
Leiam a entrevista do sociólogo polonês Zygmunt Bauman ao No mínimo.