01 Wilderness – “Wilderness”
Disco que mais ouvi esse ano. O vocal bizarro e engraçado gruda da mente e contrasta com a beleza das harmonias, acordes de guitarra e uma bateria que segura praticamente todas as músicas solando e fazendo viradas. Foi a banda mais original que ouvi esse ano. Que me causou as sensações mais diversas possíveis. Por essas razões é o meu disco do ano.
02 Wolf Parade – “Apologies to the Queen Mary”
Os integrante do Wolf Parede tem as influências musicais mais diferentes possíveis. Apesar disso, tocam como se tivessem uma integridade perfeita de gostos. Talvez isso que crie a atmofera peculiar das canções, que expressam muito bem a sensação de estar vivo hoje em dia. Alguns podem chamar de indie, mas me tocou bem mais que seus amigos canadenses do Arcade Fire.
03 Devendra Banhart – “Cripple Crow”
O mais recente gênio da música folk atual mostra em mais um disco a facilidade espantosa com que se supera. Fazendo por merecer todos os elogios que o fazem, apesar de muito novo, entrar para o time dos grandes mestres como Neil Young, Bob Dylan, Will Oldham, Nick Drake, etc. Um disco com 22 músicas e sua maioria uma obra-prima.
04 Spoon – “Gimme Fiction”
Você ouve Spoon pela primeira vez e acha uma banda normal. Você ouve Spoon outra vez e percebe como eles tocam os instrumentos bem, como os timbres são limpos e a produção do disco é agradável. Depois você ouve mais uma vez e acha totalmente sensacional, impressionado com a pegada fortíssima de cada música. Em tempos de banda muito malucas, faz muito bem o rock pé no chão excelente do Spoon.
05 dEUS – “Pocket Revolution”
Todos acham que é banda brasileira, mas é belga. “Ideal Crash”, seu primeiro disco, deixou uma baita expectativa de como seria a carreira deles. Algo do sucesso do Radiohead, talvez? Mas eles ficaram muito, muito tempo sem lançar nada. Agora, mesmo com apenas um dos membros fundadores, lançaram esse, quase bom quanto o primeiro.
06 Bonnie Prince Billy & Matt Sweeney – “Superwolf”
O maior cantor e letrista folk do mundo também lançou um disco esse ano. Não é preciso dizer mais nada. É Will Oldham. Compartilhando todo seu intimismo sobre temas como amor, morte, filhos, fragilidades, perdas, extraindo beleza de todos as arestas da vida. É o caso em que reconheço o compartilhar do artista um dos melhores atos de generosidade.
07 Los Hermanos – “4”
No tsunami de bandas nacionais horripilantes, senti uma satisfação extra ao ouvir o novo disco do Los Hermanos. Agora sim podemos chamar eles de uma grande banda. Quebrando totalmente com a sonoridade do penúltimo disco, alcançaram um nível muito superior de maturidade. Foi um grande salto na carreiro. Pra mim é o melhor disco dos Los Hermanos.
08 Sleater Kinney – “The Woods”
É impressionante como três mocinhas conseguem produzir um disco tão pesado e transbordando de energia. Distorção monstruosa, bateria cavala e muitos berros. Pra deixar qualquer White Stripe de cueca borrada. É o disco do ano para o Big Muff, mas minha seleção preza por músicas que eu demore muito tempo pra cansar. Mas é imperdível a avalanche de peso dançante que essas três mocinhas foram capazes de produzir.
09 Malcolm Middleton – “Into the Woods”
Auto-depreciação e depressão à escocesa. Isto é, letras recehadas de auto-xingamentos temperados e depressão profunda dentro de canções alegres. Demorei para digerir a produção carregada, mas depois todas pareciam um hit. O refrão que mais me fez feliz esse ano foi desse disco, da música Happy Medium: Woke up again today / Realised I hate myself / My face is a disease. Divertido e liberador.
10 Mogwai – “Government Commissions (BBC Sessions 1996-2003)”
Todas as gravações de shows do Mogwai são horríveis. Por causa do volume, o resultado era como se alguém tivesse largado um gravador de mão dentro de uma turbina de avião. Esse disco é uma compilação das melhores versões de músicas tocada nos estúdios da Maida Vale, para o programa John Peel Session da Radio1. Um bom presente para os fãs, que agora podem lembrar um pouco como é possível um som tão alto ser de boa qualidade.