Samjaquimsatva | |
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Deja Vu Crônico Psicólogos da Universidade de Leeds, na Inglaterra, vão começar o primeiro estudo científico sobre deja vu crônico. Dr Chris Moulin teve como referência uma pessoa que encontrou em uma clínica de memória. Ele afirmava que não fazia sentido estar ali, pois já havia passado por lá. Lembrava de Dr Moulin e detalhes da clínica. A Supposedly Fun Thing I’ll Never Do Again Dificilmente será publicado no Brasil um livro parecido com o A Supposedly Fun Thing I’ll Never Do Again. Um livro de não-ficção, com ensaios e artigos jornalísticos, escrito por um um aclamado escritor de ficção, David Foster Wallace, autor de Infinite Jest. Ao ponto de não dar pra saber em qual gênero ele é melhor. A diversidade de temas tratado é o principal atrativo do livro. De David Lynch e os bastidores da gravação do filme Lost Highway ao estilo de vida dos cem melhores tenistas do planeta. De teorias literárias pós-modernas a uma viagem num cruzeiro marítimo. Ele consegue soar especialista em tudo. Um quarto de século Hoje é meu aniversário. Riviera III Oito dias vivendo a 200m da praia é uma boa mudança de rotina. Dá pra descansar bem, curtir a família e até sentir saudade da rotina. Oito dias e parece que foi um mês. Deve ser porque cansa acordar todo dia às 10h, ler até 13h e praiar até 19h. Até isso cansa. Cerveja cansa. Camarão cansa. Caipirina de maracujá cansa. Pegar jacaré e ralar o joelho cansa. Ficar com a família não cansa. Não preocupar com dinheiro não cansa. Pringles não cansa nunca. Pizza de peperoni também não. Caminhando e correndo descalço na praia, vi a Penelope Nova de fio-dental. Percebi que a esmagadora maioria de gente caminhando com iPods eram mulheres acima de 55 anos. Que as meninas estão colocando silicone muito novas; lembrando a Luba do Petter Hegre. Vi muito mais Ian Browns do que Paulo Coelhos. Vi lindas meninas de bikini, concentradas e conscientes de sua beleza; ao ponto que os gestos femininos não-conscientes de uma garçonete causasse um certo frescor pela suavidade natural. Vi um cara que de tão bombado andava como se estivesse cagado. Vi famílias pequenas e grandes, quietas e barulhentas, gente de todo tipo: praia é mesmo um lugar democrático. Um avião-propaganda no final de semana lembrava as mulheres: Largue a canga - Praia sem vergonha - Dove. Oito dias de sol e nenhum dia cinza chuvoso com praia vazia, infelizmente, que dá aquela sensação de estar em um lugar realmente muito diferente. Eis então o fim das férias. Após quatro anos cursando a faculdade, começo outra etapa da vida: residência. Mais quatro anos. Brincadeira. Heheh. E aí? Alguém sabe de algo? Tudo está extremamente perto Saiu uma resenha de página inteira no Caderno 2 do Estadão sobre os dois primeiros livros do Jonathan Safran Foer: Tudo se Ilumina (Ed. Rocco) e Extremely Loud & Incredible Close (Houghton Mifflin). Sérgio Augusto rasgou elogios na tradução do primeiro. Comentou do desafio que é realizar um relato ficcional com um personagem com problemas de comunicação. No caso, Alex Perchov, o jovem ucraniano guia de Foer. E cita a escritora Francine Prose quando disse que "desde A Laranja Mecânica a língua inglesa não era destroçada e recriada com tanto brilho como no livro de estréia de Foer". Sérgio Augusto emenda: "Se exagerou, foi pouco". Pois é. É absurdamente bom e o título simplifica com excelência a impressão que o jogo das palavras deixa. Comentei sobre minha leitura do Tudo se Ilumina, mas por preguiça não comentei a do Extremely Loud & Incredible Close, que vale a compra mesmo não sabendo inglês, tanto que o livro em si é bonito. Na real, não é um inglês difícil de ler, captei quase tudo com o meu todo capenga. Sérgio Augusto achou esse "um show de acrobacia literária, superior ao primeiro". Eu já não consigo comparar. Talvez eu ache o primeiro melhor, mas o Extremely Loud é mais coração, com um rítmo mais versátil e direto, às vezes te deixa sem ar, às vezes sem chão. É mais atual, já que se trata das conseqüências do 11 de setembro em um menino de 9 anos, Oskar Scheel. O que a matéria não disse é que o Extremely Loud está sendo traduzido pela Rocco também, pra sair esse ano, e que eles tem que caprichar e não deixar de fora nenhum detalhe das picuinhas gráficas do livro. Legal o jornal ter dado espaço para falar desses dois livros. Até empolguei e escrevi aqui de vontade de indicar de novo. Jornalismo sob demanda "O melhor é estudar História, dizem, porque o presente é complicado demais e ninguém sabe nada sobre o futuro. O momento de transição que atualmente estamos passando, com o interesse do jornal tradicional começando a cair e as notícias no computador ainda sendo uma vasta confusão, pode ser comparado a proibição de cavalos nas ruas de uma cidade grande antes de ainda ninguém ter aperfeiçoado o automóvel." Apesar dos clichês inevitáveis e reconhecidos, um bom comentário (em inglês) sobre o futuro da mídia impressa. via A&L daily Barreira com a interface Não dá pra falar com a máquina como se fosse uma pessoa. Vasculho papéis, cartas e fotos digitais, mas eles são apenas indícios. E quando peço uma resposta, eles se calam. Procuro por olhos, mãos, explicações, mas a máquina é fria. Quero brigar, mas ela abafa a minha voz. Carol Bertho acha que tem uma doença. Capas de livro Book Covers é um site dedicado a belas capas de livros. O Galera julga um livro pela capa. O Bookslut ensina como julgar um livro pela capa. Eu curto as capas da McSweeney's. E dos misticismos em torno disso. via jason kottke Update: Mais capas massa, agora as que aparecem no NY Times Book Review. Valeu, Soaressilva. Nerd pet Laudano: "O Wagner, depois de abandonar COVARDEMENTE seu blog, está se dedicando à criação de animais." Lavar diariamente o pênis com água e sabão No mínimo entrevista Sidney Glina da Unicamp, especialista em potência sexual e fertilidade masculina. Apenas a leitura já é saudável para uma boa saúde sexual, sendo que o principal problema dos homens nessa área é devido apenas à desinformação. Chuvas de Verão Assisti o primeiro filme bom da "Mostra Terceira Idade no Cinema" do Canal Brasil. “Chuvas de Verão”, de Cacá Diegues, é excelente. Não tem um pingo dos excessos de brasilidade característico do cinema nacional. É maduro sem deixar de ser leve, descompromissado sem deixar de ser profundo. A história trata-se da primeira semana de Afonso como aposentado. Sem nada pra fazer, com a vida mansa, ele passa os dias lidando com o que naturalmente lhe aparece: amigos, vizinhança, os problemas da filha, o malandro do bairro, um bandido que se aproxima; pessoas que, sem ele perceber, o mantém vivo e interessado pela vida. Não que houvesse desinteresse, mas lidando com o seu redor, ele permanece aberto, receptivo para as diversas situações da vida. É um retrato sutil de como os relacionamentos mais superficiais do povo brasileiro são ricos e calorosos. De todas as relações que Afonso (Jofre Soares) estabelece no filme, a mais forte acaba sendo com sua vizinha Isaura (Miriam Pires). Uma relação tímida, que se resume em breves conversas e cumprimentos cotidianos. Depois de descobrir que seu vizinho querido matou uma menina, Afonso recebe uma visita inesperada de Isaura. Tomam algumas cervejas juntos e traçam uma longa conversa sobre suas vidas. A conversa e a cerveja acabam, ele manda o dono do bar trazer mais, colocam uma música e acabam dançando no meio da sala em uma cena deliciosa. Quando a música diz, “faz de conta que o tempo passou”, ele a beija, como se fosse um recomeço. Ela assusta, se afasta. Ele se aproxima, diz o quanto gosta dela, e se beijam de novo. Atrás da cortina, sem vermos nada, ele tira sua roupa. Ela sai da cortina, apenas de calcinha, e acontece uma cena de sexo que é uma das coisas mais delicadas e bonitas que já vi em um filme. A atuação de Jofre Soares e Miriam Pires, ambos já falecidos, é brilhante, incrivelmente real. Nunca tinha visto uma cena de amor entre pessoas da terceira-idade. E, confesso, não esperava achar tão bonito. É uma cena incrivelmente natural, leve, divertida e cheia da mais pura alegria que só um casal feliz em uma cama podem dividir. É bonito. Vai demorar pra sair da minha mente. “Chuvas de Verão”, com uma sutileza que é rara nos filmes nacionais, é capaz de causar um turbilhão de emoções sem fazer alarde algum. Tem atuações incríveis, com dois atores já velhos e pelo que parece no auge de suas carreiras. O filme é de 1977. Não deve ser fácil achar pra ver. Talvez o Canal Brasil reprise algum dia. Espero que, por causa dessa indicação, alguém consiga ver. É uma experiência única que, pela riqueza, me faz achar essencial que todo mundo devesse experimentar. No smile, just "Ha!" "It was the interests in life and the attempt to get life down on the pages which made me a writer - and then I discovered that, in many ways, I am standing on the outside of life" Philip Roth, 72, parece estar amargando com o início da velhice. Eis sua mais recente entrevista ao The Guardiam, publicada no dia 14 de dezembro de 2005. Castelo do Terror Nemo Nox: "Hoje passei o dia no parque Beto Carrero World. Lamentável." What is Your Dangerous Idea? George Bernard Shaw: "The biggest problem with communication is the illusion that it has occurred" Bucky Fuller: "You never change things by fighting the existing reality" A do Bucky Fuller nem chega a ser uma idéia perigosa, é apenas uma boa notícia: não se muda as coisas lutando contra uma realidade já existente, solidificada. Minha Idéia Perigosa perigosa não por ser falsa, mas porque pode ser verdade é que é próximo ao zero nossa capacidade de influenciar positivamente uma outra pessoa. Tem relação com a resposta do Bernard Shaw, da comunicação que não ocorre, que é praticamente impossível transmitir uma mensagem com precisão. Por isso escritores escrevem livros, para tentar passar uma simples idéia da maneira mais completa possível. Pensando bem, essa também é uma boa notícia. Se a comunicação entre as pessoas fosse perfeita, se todo mundo entendesse um ao outro, seria o fim de toda a beleza que surge das limitações do ser humano. Tenho aflição de lentes Hoje a academia voltou das férias. Apesar da aula de ginástica ter sido leve, para todos irem voltando ao ritmo normal com o tempo, senti. Dormi três horas fora do meu atual horário de sono e tive um pesadelo que proporcionou uma felicidade enorme ao acordar. Valeu a pena. Sonhei que tinha entortado toda a armação do meu óculos com as pernas, deitado na cama, lendo o livro que lia antes de dormir e começar o sonho. Tentava corrigir mas piorava de uma maneira absurda, ao ponto de eu não saber em que direção eu devia puxar cada parte. Foi trauma de dias atrás, quando meu pai pisou em meu óculo e tivemos que sair correndo pra achar uma ótica aberta às 1815, senão teria que ficar até o dia seguinte sem ele, o que me causou um certo pânico. Mas achamos. E vislumbrei apenas por meia hora uns 10% do Medo dos medos. E só tenho três graus de miopia. O cara da ótica levou meu óculos para os fundos e voltou com ele novinho. Fiquei bem feliz. Mas hoje a felicidade foi maior. Acordei, liguei a luz e vi meu óculos em perfeito estado repousando quietinho sobre o livro¹ ao lado da cama. Até notei que nunca tinha sentido tanta satisfação e felicidade olhando para um óculos. Amanhã fico o dia inteiro fora, dentro de um Shopping Center. Não passem por aqui. ¹ A Supposedly Fun Thing I'll Never Do Again. Li o primeiro capítulo, sobre a experiência do DFW com o jogo de tênis. Excelente; muito mais agradável por ser muito mais acessível que o Infinite Jest - estou na 350 e quase desistindo. Vou usar algumas dicas de jogo pra ver se consigo ganhar algum set do meu pai. A última partida ficou 6-1 e 6-4. Sendo que no segundo set ele estava passando mal: fraco, pálido e tonto: até comeu um tablete inteiro de chocolate no final - eu tomei quatro garrafas de 290ml de Coca-Cola. Não é preciso lembrar como eu fiquei pateticamente suado, ao ponto de dois funcionários do clube tirarem sarro da minha aparência comparando com a dele, praticamente sem uma gota de suor. O que me deixou verdadeiramente transtornado. Pegou ar David Letterman: "I have the feeling about 60 percent of what you say is crap.” Google Braille O logotipo do Google hoje está em braile. Uma simpática homenagem ao aniversário do criador do alfabeto, Louis Braille. Mostra 3ª Idade Começou hoje a programação da "Mostra Terceira Idade no Cinema" no Canal Brasil (66). Serão 14 títulos, entre curtas e longas, que retratam a situação do idoso na sociedade brasileira. Sempre às 20h com reprise ao meio-dia do dia seguinte, até dia 13. Vou anotar aqui o nome dos longas que pretendo assistir: Romance da Empregada (dia 3), Chuvas de Verão (dia 5), Durval Discos (dia 6), Em Família (dia 10), Urbânia (dia 11), Através da Janela (dia 12), Anésia – Um Vôo no Tempo (dia 13). Nunca ouvi falar de nenhum. Li uma linha sobre cada um e pareceram bons. Caso alguém já tenha assistido algum, recomendações nos comentários são bem-vindas. Devagar e sempre Carla Rodrigues: "O livro de Honoré só me confirmou uma idéia que venho defendendo há algum tempo: cada vez mais, ser normal é ser revolucionário." Viver mata É divertido acompanhar a influência da cultura da saúde nas pesquisas científicas. Ou imaginar os possíveis interesses que existem por trás de cada uma delas. Uma nova pesquisa, publicada no Estadão de hoje, mostra que se proteger do sol como prevenção ao câncer de pele, pode provocar cânceres muito piores (cólon, mama e ovário) e até doenças coronárias. Isso porque a radiação ultravioleta é nossa principal fonte de vitamina D, que reduz os riscos dessas doenças. Outra pesquisa recente relaciona a deficiência de vitamina D com esquizofrenia, esclerose múltipla e doenças pulmonares. Usa filtra soltar, usa. A matéria ainda relembra pesquisas que alertam os prós e contras de outras substâncias. Café causa doenças cardíacas fatais, mas previne o câncer, pois é rico em antioxidantes. Leite entope as artérias, devido a gordura, mas é essencial aos ossos, devido ao cálcio. Carne vermelha é terrível para o coração, mas uma dieta rica em proteina combate a obesidade, terrível para o coração. Não sobrou nem para as fibras: ao contrário do que se imaginava, uma nova pesquisa revela que elas não previnem nenhum tipo de câncer do sistema digestivo. Como é divertido estar vivo nos tempos de hoje. Começa aí Duas voltas de bicicleta na avenida e pernas empedradas: ácido láctico demais no músculo anula as enzimas que produzem energia: cansaço completo. Reveillon com a família: achei que seria sem graça, foi sensacional. Nenhum detalhe para incomodar, mais sinceridade e união. Que assim seja. Depois fui em uma boate, dancei bêbado; às vezes tudo parecia uma grande comemoração, às vezes só frustração. Tomei chuva às sete da manhã e coloquei o carro na garagem, me surpreendi em conseguir. Comecei o ano fazendo coisas que não fazia há tempos. Saindo todo dia com amigos que bebem um dois três quatro dias em seguida. Não é fácil acompanhar. Foi muito bom. O ácido láctico endurece os músculos. É bom. Tem uma torta de atum saindo do forno. Muito bom. Tem um ano começando. Bom, também. Que a vida continue; nos surpreenda para que fiquemos mais humildes diante nossas certezas e opiniões. Que a toda imperfeição humana me faça mais paciente, educado e criativo. Que eu continue encontrando meus amigos duas vezes por ano. Que eu pare com tudo isso: o ano já começou. |
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