Oito dias vivendo a 200m da praia é uma boa mudança de rotina. Dá pra descansar bem, curtir a família e até sentir saudade da rotina. Oito dias e parece que foi um mês. Deve ser porque cansa acordar todo dia às 10h, ler até 13h e praiar até 19h. Até isso cansa. Cerveja cansa. Camarão cansa. Caipirina de maracujá cansa. Pegar jacaré e ralar o joelho cansa. Ficar com a família não cansa. Não preocupar com dinheiro não cansa. Pringles não cansa nunca. Pizza de peperoni também não.
Caminhando e correndo descalço na praia, vi a Penelope Nova de fio-dental. Percebi que a esmagadora maioria de gente caminhando com iPods eram mulheres acima de 55 anos. Que as meninas estão colocando silicone muito novas; lembrando a Luba do Petter Hegre. Vi muito mais Ian Browns do que Paulo Coelhos. Vi lindas meninas de bikini, concentradas e conscientes de sua beleza; ao ponto que os gestos femininos não-conscientes de uma garçonete causasse um certo frescor pela suavidade natural. Vi um cara que de tão bombado andava como se estivesse cagado. Vi famílias pequenas e grandes, quietas e barulhentas, gente de todo tipo: praia é mesmo um lugar democrático. Um avião-propaganda no final de semana lembrava as mulheres: Largue a canga - Praia sem vergonha - Dove.
Oito dias de sol e nenhum dia cinza chuvoso com praia vazia, infelizmente, que dá aquela sensação de estar em um lugar realmente muito diferente. Eis então o fim das férias. Após quatro anos cursando a faculdade, começo outra etapa da vida: residência. Mais quatro anos. Brincadeira. Heheh. E aí? Alguém sabe de algo?