Samjaquimsatva


 

Melhores finais de filme

Os 50 melhores finais de filme de todos os tempos segundo o site Filmcritic.com. Não é a última meia-hora, mas os últimos minutos. Sem ver a lista, quatro filmes automaticamente me vieram à mente: Vanilla Sky de Cameron Crowe, pelo romantismo e nostalgia que na época me pegou de jeito. Brown Bunny de Vincent Gallo, pelo silêncio absurdamente aterrador. Manhattan do Woody Allen, por certamente ter um dos finais mais belos da história do cinema. E Irreversível de Gaspar Noé, por fazer do final a parte mais violenta e ao mesmo tempo a mais bonita, e também pelos últimos segundos ser a coisa mais perturbadora do univero.





Manifesto da Salivação

No fuckin' joke, man. You're making me realize I need to salivate more. What a beautiful goal. I think you need to write the salivation manifesto now! This generation needs something to do. They need to salivate. They don't need something to salivate for. They just need to salivate. They need to salivate over things they didn't salivate over before. But, there's keys and cooking is one of them.

Pitchfork entrevista Devendra Banhart, o garoto prodígio do folk contemporâneo. A entrevista é cheia de referências ao Tropicalismo. Cada vez mais comparam a música dele como tendo o mesmo espíritos das músicas feitas por aqui na década de 70, com um estilo de produção que o repórter chama de não-mecânico. O legal é que ao mesmo tempo não tem muito a ver. O próprio Devendra reconhece essa grande influência e diz que seu maior idolo na música folk é o Caetano Veloso. Do jeito que ele fala, meio que insinua um sacrilégio, considerando Caetano maior até que Nick Drake.





Damas

Maravilhosa galeria com fotos das moças mais belas que participaram da Olimpíada Mundial de Xadrez desse ano em Torino, Itália.





EA&IP

Essa semana que começa é dia de ir até uma livraria adquirir o "Extremamente Alto & Incrivelmente Perto", a tradução do segundo livro do Jonathan Safran Foer pela Rocco. Maravilha que deixaram a capa original.





Titãs

Hi, I'm Matt Stone... and I'm Tray Parker and here's The South Park tribute to Monty Phyton. (Obrigado, Ieda!)





Jornalismo Calvin Klein

Abaixo compartilho a última coluna do Diogo Mainardi pra Veja entitulada "Meu lado Sammy Davis Jr". Impagável espírito pimpão.







Fred Fenômeno

No final do desfile, o Ronaldo Fraga apareceu com uma pilha de Guimarães Rosa nas mãos. Atirou tudo para a platéia. Nunca na história da literatura se viu tanta afinidade entre público e obra. Os livros, feitos em papel machê, eram ocos.

Parem as máquinas, Fred Melo Paiva escreveu o perfil (acesso livre) do estilista Ronaldo Fraga para o Estadão. Seja o assunto que for, aqui me repito: eis o autor do texto mais agradável e sofisticado que se encontra dentro dos jornais. No caso do perfil, cria um estilo de escrita que diz mais sobre a pessoa do que as próprias informações recolhidas.





Cock

You know, have two style of man. One man, living by aself, this guy confident, undestand? Have another man... cock. The guy coward. Just stay a lot of guys inside. In the side. You understand me, just a lot of guys in the side. (...) "I think you chickem. You Ryan Gracie chicken. Just coward cock faggit fight in the street." The guy talk a lot of bullshit, I don't sleep good. Because this guy I know they cock. But have a lot of guy inside... in the side.

Morri ouvindo essa entrevista do famoso lutador brasileiro de jiu-jistu Wallid Ismail, do Carson Gracie Team.





Mãos de Carvalho

Galera: "Mil anos a dez talvez seja mais interessante que dez anos a mil. Bom mesmo é cem anos a cem. Ou oitenta anos a cento e vinte."





Contra o Brasil

É engraçado mesmo o romance “Contra o Brasil” do Diogo Mainardi, de 1998. Só que é de um engraçadismo altamente perturbador. É engraçado o atear fogo nos mentigos e sem-teto que se amontoavam dentro do Cinema Bandeirantes. É engraçado o mancar devido uma ferida que apodrece em um pé. O abuso sexual de uma índia, de uma filha e da mulher de um amigo é engraçado. A humilhação constante, o matar, roubar, trapacear, tudo de ruim que pode se concentrar em um ser humano se torna engraçado. Assim como em em “Malthus”, de 1989, há em cada linha de “Contra o Brasil” algo extremamente perturbador no formato de pesadelo. Um pesadelo completo de Brasil.

O ultra-antibrasileiro anti-herói do livro atende por Pimenta Buendia. Sua saga tem início após ele incendiar uma propriedade de sua família invadida por toda espécie de gente miserável. Matam-se vários, fere-se outros, e Pimenta Buendia precisa de fugir. Fugir para o interior do Brasil, fazendo a mesma rota que Claude Lévi-Strauss, o antropólogo francês, realizou décadas atrás quando descobriu os nambiquaras, índios que considerava o estado mais primitivo que o ser humano podia chegar. Pimenta Buendia durante todo livro é uma máquina de citar impropérios de grandes intelectuais do mundo todo contra o Brasil. Esse, um dos aspectos mais divertidos do livro, foi fruto de uma pesquisa que Mainardi realizou durante dois anos, colecionando todo tipo de frases muito violentas e humilhantes que escritores, filósofos, antropólogos, sociólogos, biólogos, e todo tipo de personalidade intelectual disseram quando passaram pela experiência de colocar os pés em nosso país.

Pode-se não gostar da estética ou não reconhecer o fino humor que alguns de nossos intelectuais cultivam contra o país; mas fica difícil discordar que o Mainardi, inteligente que só, escreveu um romance que infelizmente parece ser o retrato definitivo do Brasil. É inevitável, também, comparar a lambança que o PT realizou no poder com a ideologia de Pimenta Buendia. É natural imaginar Lula, sozinho, pensando como Buendia quando questiona “Significa então que assassinei barbaramente um bando de miseráveis e ainda saí lucrando?”, para depois comemorar, com uma felicidade incontrolável “O Brasil é o país da impunidade!” Em “Malthus”, Loyola-y-Loyola multiplica-se como no milagre da multiplicação dos pães, só que o resultado é o oposto do milagre de Jesus. Ao ler “Contra o Brasil”, percebe-se que o mesmo processo acontece com Pimenta Buendia, só que numa escala um pouco maior, mais ou menos nuns 180 milhões de pessoas.





Matagal

Quanto à Argentina eles só exercem o que a literatura propõe, que é a busca da felicidade plena do leitor e do escritor obtida através da leitura. Não há felicidade plena se não houver livros no meio. A vida sem livros, filmes e música pode ser boa, mas certamente deve ser muito sem graça.

Entrevista do Joca Reiners Terron para o site da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso.





Distância
A inércia é válida na física, mas não há porque ser válida para mortais que tem um pingo de imaginação e afeição pela vida. O pensamento não fica do teu lado, o tempo não senta para conversar contigo e nem mesmo os teus olhos se aguentam de olhar só para o chão, buscando o limite que o horizonte impõe. Então, a gente se distancia.

Talvez por ironia do destino, seja só uma vontade de seguir o resto do universo em sua eterna (?) expansão. Ou é só uma brincadeira de criança que nunca foi embora, quando era possível correr o mais longe que as pequenas pernas suportavam antes que alguém anunciasse Tá com você!. Planos para os esconderijos, esconderijos silenciosos e o silêncio sobre a sensação de ser intocável.

Caramba, Francismar.





Rancho de Cavalo

Há três dias parece que o verso mais bem feito que já ouvi em uma música é o "Make those horses jump through hoops of flame".





Tiny Vices

Imaginem o A photo a day só que no estilo Vice Magazine. Pois então, assim é o Tiny Vices.

Pra quem não quer ficar perdido em meio a tantos portfolios, minha dica vai pro ensaio "Things and Stuff" do Jerry Hsu.





Comic Soccer

Ok, engraçado esse vídeo (Youtube) com cenas idiotas de futebol com a música "Always Look On The Bright Side Of Life", trilha do filme A Vida de Brian do Monty Phyton. Qualquer coisa que tenha como referência o Monty Phyton será engraçado para sempre.





Obra-prima editorial

Esquire Cover Gallery. Todas as capas da revista desde seu início em 1933. São 857 no total.





Lord ASS em Portugal

Alexandre Soares Silva viajou para Portugal para falar sobre livros na Casa Fernando Pessoa. Ouça aqui uma conversa de 45 min com ele no programa de rádio Escrita em Dia um dia depois da palestra. Divertidíssimo e muito genial. Pretendo transcrever num futuro.





This is the real Stephen Hawking

O cara quer saber: Como pode a raça humana sobreviver aos próximos cem anos?





Right here, write now

Treze dicas para escrever por Chuck Palahniuk, autor de Fight Club. Em inglês. Via Rancho Carne.





Hermano

O Leão Lobo está precisando de estagiário em jornalismo urgente para trabalhar em seu portal, aka "O Portal do Leão Lobo". De segunda a sexta, das 13 às 19h, por R$ 350 reais, fora a fama. Quem está no segundo semestre da faculdade já pode tentar a vaga. Aos interessados, enviar currículo com assunto "Estágio-jornalismo" para thaisrh@leaolobo.com ou ligar para: (11) 3257 0727. Boa sorte.





Do pó à arte

O texano Scott Wade pinta quadros em vidros traseiros de carros muito sujos. O sul-coreano Kim Joon evita os clichês e consegue um resultado excelente com seus desenhos orientais em corpos nus. Chip Litherland é um daqueles fotojornalistas clássicos cujo material jornalístico misturado com arte eu acho excepcional.





Malthus

Talvez aconteça só com quem seja novato ou inseguro uma infantil vaidade e certo orgulho intelectual que surge com o hábito de leitura. Se a pessoa lê, às vezes acontece, não é raro. É o pior efeito colateral. Se isso externaliza e os outros percebem, olha o arrogante, e não menos, idiota. O preconceito nacional por leitura é compreensivo. Talvez venha dessa vaidade intelectual o desconcerto que se tem após ler o romance “Malthus”, do Diogo Mainardi, ao se perceber sem a menor capacidade de comentar e compreender o livro. De não saber dizer do que se trata a história, a mensagem, seu propósito. Mais infantil ainda é o alívio quando se descobre na orelha do livro que Mario Sabino também se sente assim, que “mesmo o mais arguto iniciado na arte de puxar orelhas sentir-se-ia em apuros ao ter de apresentar Malthus” e que “isso decerto estava nos planos de Diogo Mainardi, especialista em sofismar o insofismável”.

Sofisma, segundo o Houaiss, é um “argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na realidade, uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa”. Sofismar o insofismável. Deturpar o evidente, indiscutível, incontestável. Faz todo sentido. Causa confusão mental ler e tentar raciocinar “Malthus”. Com uma mistura de fantasia, farsa e cotidiano, o realismo fantástico minimalista pós-moderno (he) de Mainardi assombra, parece querer ousar revelar o inconsciente da nossa realidade fragmentada, confusa, onde a incapacidade do ser humano de se comunicar e trocar experiências relevantes numa ampla escala social nunca foi tão grande.

É estranho dizer essas coisas “Malthus”. O livro não mostra nada do dito acima com clareza. Mostra de uma maneira indizível, em um universo quase místico, metafísico, invisível. Ivan Lessa, no excelente prefácio do livro, decifrou muito bem isso quando diz que há uma barulheira infernal nas entrelinhas do livro. E vai além, há uma multiplicação dessas entrelinhas em sobre- e sub-linhas. Entrelinhas, se sabe, não existe no papel, não está lá pra ser visto. Multiplicar o que não existe, veja só. Não fui eu, foi o Ivan Lessa quem disse. A multiplicação se aplica também ao personagem principal do livro, Loyola-y-Loyola, assim em dois, três, cinco, como se fosse o milagre da multiplicação dos pães. Só que o resultado é o oposto do milagre de Jesus. A verdade é que existe um diabo dentro de “Malthus”. E eu não consigo e nem quero entendê-lo. Nem se deve. É necessário cuidado.





Scolari Eterno

Agora que acabou o 1º tempo de Portugal x Inglaterra, percebi que desde a final de 1994 eu não torcia tanto para um time na Copa.