Boa nova no cinema. O novo filme do Richard Linklater é uma adaptação do livro “A Scanner Darkly” do Philip K Dick, o mais perturbador e famoso escritor de ficção científica. Prevejo a volta de uma adaptação de PKD para o cinema em grande estilo. “Paycheck” e “O Impostor” foram bem fraquinhos. O último legal foi “Minority Report” do Spilberg. Só pra quem não sabe “Blade Runner” também surgiu de um livro do PKD.
Não vi o filme e nem li o livro, mas parece que “A Scanner Darkly” é um retrato trágico do abuso de drogas no mundo moderno. Imagino que tanto das ilegais quanto das farmacêuticas. Quem leu o livro talvez possa dizer nos comentários. Se tratando de PKD, adicione muita paranóia, investigação sobre natureza da realidade, identidade entre outras questões existenciais. Parece também questionar a maneira como nos rebelamos contra as convenções, o que me interessa bastante. Mas parei de palpitar.
A boa notícia é que o filme todo é rotoscopado – rotoscopia é uma técnica que consiste em desenhar por cima das cenas gravadas. Linklater já usou ela no filosófico e deslumbrante “Waking Life”. O aspecto vertiginoso que fica parece perfeito para uma história do PKD. A má notícia é que Charlie Kaufman era quem estava tomando conta do roteiro, mas se desligou antes mesmo que Linklater tomasse conta do projeto.
Considero o Linklater um grande cineasta. Ele consegue fazer filmes de pessoas conversando ficarem muito agradaveis de assistir. “Antes do Amanhecer” e “Antes do Por-do-Sol” são meus ideais de filme romântico. “A Scanner Darkly” está programado pra chegar ainda esse mês no Brasil. Quero muito poder ver no cinema.
Update: O livro O Homem do Castelo Alto de Philip K Dick vai ser lançado no país no final do mês com tradução de Fábio Fernandes. Dica do Leituras do Dia.