Samjaquimsatva


 

Eu te amo, cara

Totalmente imperdível a participação do Marcos Mion da novela Bicho do Mato da Record. Meu irmão começou a rir sem parar na sala e fui ver o que era. O Mion quebrava uns vasos, pulava de indignação e dizia com força e dor que amava a mocinha. Pensei que fosse algum quadrinho irônico da MTV, mas era a tal novela. Engraçado ele fazendo aquilo que tirava tanto sarro. É um bom ensinamento sobre o uso da ironia hoje em dia. Ele atuando parece que vai ter uma crise de riso quando o diretor falar "corta!", mesmo sendo a cena mais dramática da novela. É surrealmente horrível ao ponto que ninguém pode deixar de assistir. Eu te amo, cara.





The Guardian blogs

O The Guardian é jornal que mais e melhor investe em blogs. A novidade agora é que o blog de cultura Culture Vulture se expandiu e transformou no Theblog Arts & Entertainment. A proposta é cobrir com mais debate e opinião sobre arte & arquitetura, livros, filme, música, teatro e rádio & tv. Outro lançamento é o caderno The Guardian Music que promete se for tão bom quanto o The Guardian Books. Dos blogs li um pouco do Theblog Books e já achei bem bom.





Mais Penguin Classics Covers

Scott David Herman perdeu o controle de sua obsessão pelas capas de livro da coleção Penguin Modern Classics. Está fazendo uma galeria com thumbnails de todas para navegar com mais facilidade. Até agora já adicionou 377 capas, sendo estas 147 suas favoritas. Está montando também uma galeria com as capas tipográficas da coleção Great Ideas. E ainda tem as Wishlist 1 e Wishlist 2.





Sartorialist loves Terry

"On The Street...Terry Richardson, New York".





As 101 pessoas mais influentes que nunca existiram

Eis a lista das 101 pessoas mais influentes do mundo que nunca existiram. Idéia de livro livro bem divertida.





Contra Thomas Pynchon

Enquanto a Time comenta a dificuldade que é pra divulgar um livro do Thomas Pynchon, o New York Post indiretamente sugere como deve ser feita a divulgação daquele que é o mais recluso e famoso dos escritores. (via Leitura do dia)

Against the Day é o novo catatau do Pynchon com 1.120 páginas. Demorou supostamente nove anos para ser escrito. A Companhia das Letras já traduziu dele Mason & Dixon (846 pág.) e Gravity's Rainbow (786 pág.) ao fôlego de Paulo Henrique Britto. Precisam topar traduzir mais algum mamute moderno tipo o Infinite Jest do David Foster Wallace.

Pretendo ler Pynchon ainda nessa vida, mas antes quero que passe a ressaca de levar o Infinite Jest por um ano. O Mojo me indicou começar pelo Vineland (só 400 pág.) mas vou esperar mais. No final de semana o The Corrections do Jonathan Frazen já aumentou a pilha dos livros a serem livros.

Pynchon não deu entrevista nem foi fotografado nos últimos 30 anos. Sua última aparição foi no Simpsons, onde topou, por telefone, gravar as falas com sua própria voz.





O Insanus está acabando

O chefinho deu uma entrevista ao blog Seminário de Tecnologia e Comunicação 2006/2.





Capa mais feia do mundo

Making Great Decisions in Business and Life é um livro de negócios cuja capa é a coisa mais ridícula que já vi até hoje.





Réplica a Chalita

Eis a questão em que Daniel "Mojo" Pellizzari caiu no vestibular da Sistema COC de Ensino.





Síntese de Torquato

Parece ser muito bom o ensaio "Síntese" que o fotógrafo e maquiador Fernando Torquato está expondo em São Paulo. São 12 fotos de nus de celebridades como Carolina Dieckmann e Reynaldo Gianecchini. Todos posaram de graça para Torquato, que é famoso no mundo da moda. Só por esse detalhe, e pela foto da Carolina Dieckmann, previ que deve ser muito bom. Se alguém topar uma galeria virtual do ensaio, favor indicar por aqui.





Fotóforo

Parei mesmo de tirar fotos, mas agora do nada resolvi enviar oito fotos antigas pro meu Flickr.

Parei também de indicar sites de fotógrafos por aqui, então aí vai o portfolio de Jason Arthurs.





Esgotou a Piauí

Faz só uma semana que consegui encontrar nas bancas a revista Piauí e os 50 mil exemplares do primeiro número já esgotaram.





Nossas mulheres

As mulheres brasileiras fizeram mais por Portugal do que séculos e séculos de permutas académicas, literárias, culturais.

JPCoutinho em sua coluna na Folha agradece as brasileiras por terem descoberto Portugal.





Achei a Piauí

Eu sei que é pura frescura e trauma da adolescência, mas repugnei o formato da Piauí. Segurei a revista e me senti lendo a Caros Amigos. Vai ser difícil a leitura em público. Alguém poderá achar que sou leitor da Caros Amigos. Eu ligo para o que os outros pensam de mim. Os editores deviam ter pensado nisso. É frescura, mas formato não condiz com a imagem do aristocrata do site da revista. Poderiam ter lançado em formato de revista mais altinha, mais grossa, papel bonito, mesmo que mais cara, por que não?

A qualidade do texto e o time realmente são excelentes. Não senti falta do editorial. Senti falta de boas resenhas sobre livros, filmes, músicas, teatro, artes plásticas, etc. É raro existir resenhas longas e agradáveis pra se ler no país. As obras que não necessariamente são lançamentos e de acesso fácil. Porém, pelo fato de não haver colunas fixas, imagino não há nada que impeça que resenhas saiam em edições futuras. Também caria bem na revista a análise de um tema que ainda está na pauta dos jornais. Chamaria a atenção de muito mais gente para ela.

Repito que a revista pareceu perfeita para acolher os textos do Alexandre Soares Silva. Prevejo colaborações. O aristocrata do site ficaria orgulhoso e feliz. Na pequena lida dessa primeira edição, chamou atenção o texto sobre a bonita relação do Roberto Jefferson com seu pai, a matéria da Vanessa Barbara sobre pessoas que trabalham em telemarketing, o relato da Cecília Giannetti sobre sua nova vida em Nova Iorque, o Ivan Lessa soltando notas sobre sua volta ao Rio depois de 30 anos, e o Roberto Pompeu de Toledo em um ensaio sobre o papagaio, símbolo de nosso país. Esperava mais do Ivan Lessa, não curti o estilo meio anotação de blogueiro. Tem também um ensaio fotográfico sobre o PT no governo. Nada que já foi publicado retrata tão bem o que Paulo Brito conseguiu com suas fotos.

A revista cumpre muito bem o seu papel de trazer textos longos e bons para quem gosta de ler. Realmente, dá gosto. Tudo é extremamente muito bem escrito. É prazeiroso. Não existia algo parecido no país. Com certeza acompanharei as próximas edições, mas lerei tudo escondido e incomodado por ter de segurar uma cartolina na frente do rosto e lembrar dos tempos em que lia a Caros Amigos.





Um ano lendo

Às 10 da manhã de domingo 15 de outubro de 2006 eu terminei de ler o livro Infinite Jest de David Foster Wallace.





Cadê a Piauí?

Por acaso alguém já conseguiu comprar a revista Piauí? O primeiro número saiu essa semana, mas ainda não consegui achar nenhuma nas bancas e livrarias de Campinas. Nem sabiam de sua existência e quando iria chegar. Quero ler o texto do Ivan Lessa sobre sua volta ao Rio de Janeiro.





Trilha da vida iluminada

Segue link para o caso de tu ter curtido, além do livro e do filme, o soundtrack de "Uma vida iluminada".

Dica do Leandro Rizzi por email.





Deborah Colker

Graças a minha namorada bailarina conheci a Companhia de Dança Deborah Colker. Não conhecia pelo nome, mas reconheci quando a cortina se abriu e vi, no fundo do palco, enorme parede colocada a 90º do chão. Recatada que só, a bailarina ao meu lado nem avisou que era tão imperdível. Que se tratava de algo tão vanguarda, tão à frente de tudo, contemporâneo e sofisticado em cada detalhe, na música, na roupa, nos movimentos. Algo totalmente diferente do que eu relacionava a um espetáculo de dança.

A apresentação foi dividida em duas partes. Teve início com "Dínamo", peça montada a pedido da Fifa em comemoração à Copa da Alemanha. Tirando as linhas do campo no paredão e alguns figurinos, poucas coisas automaticamente lembravam um jogo de futebol. Porém, de forma não identificável, as coreografias remetiam à energia e força dos movimentos no futebol. Parecia sem parecer. A distribuição do ritmo das coreografias, a movimentação de palco, alternando solos, duplas e todos juntos, é de um equilíbrio tão bem pensado que fez os quarenta minutos dessa parte inicial parecerem apenas vinte.

No fim da primeira parte, a sensação é de que já se viu tudo. Incrível a complexidade do que acontece no palco, a capacidade de cada bailarino decorar tantos movimentos e seqüências. Mas era apenas o começo. A segunda parte trouxe as montagens "Velox" e "Mix", que fez o grupo ficar mundialmente famoso com as coreografias realizadas na parede com garras de alpinistas. "Velox" exigiu dos dançarinos muito mais energia, plasticidade e força para que tudo parecesse leve, fácil e belo. Três grandes hélices brancas giravam de forma hipnótica em cima do palco. Demorei pra perceber que o ritmo delas tinha relação com o que acontecia no palco.

Quando parecia que estava no fim, as luzes se apagaram e teve início da "Mix". Pra quem nunca viu, é a mais impressionante. Quando a luz fluorescente acendeu e mostrou o paredão gigante com um círculo vermelho no meio, chegou a dar medo. Distorções de guitarra e ruídos entraram como trilha. Percebia-se então as garras grudadas por toda parede azul. Em "Mix" simplesmente todos os limites são ultrapassados. Muita força e movimentos inacreditáveis. Parece que uma outra forma de gravidade atuava sobre o palco. Incrível como conseguem transformar tanta força e energia em movimentos tão bem desenhados.

Se Deborah Colker não fosse tão genial, alguns críticos até poderiam reduzir seu trabalho a malabarismos. Porém, nada em sua dança é banal e convencional. O que vemos é maior, vai além do aspecto visual. O espetáculo como conjunto faz sentido. Dá um prazer muito grande experimentar a beleza das mais diferentes formas e maneiras. É a expressão tão grande do belo que não estamos acostumado a experimentar e talvez aceitar. A beleza dos corpos dos bailarinos e bailarinas, por exemplo, simplesmente não remetem à obsessão moderna do corpo perfeito. Compartilhamos o prazer que seus corpos fortes e saudáveis desfrutam da liberdade de realizar todos aqueles movimentos apresentados durante espetáculo. E nisso quase não tem interferência de gênero e estilo de cada um ali. As coreografias de Deborah Colker conseguem ser a expressão do belo em seu estado mais limpo.





Dá-le Angie

Hotel Hell: "Eu já falei por aqui que a Angélica Freitas é a maior poeta brasileira viva?"





Mogwai @ Toulouse + Bordeaux

Camila Teixeira é uma brasileira que vive em Bordeaux na França. Ela já foi a dois shows do Mogwai esse ano. Um em abril na cidade de Tolouse e outro há três dias em Bordeaux. Ao visitar o blog e perceber que sou fã da banda, resolveu me torturar com um email comentando sobre os shows. Mandou umas fotinhas também. Confiram:







Penguin Classics Covers

Scott David Herman está tão alucinado com as capas dos livros da Penguin Modern Classics que começou a comprá-los não para ler, mas para decorar as paredes de sua casa.





O último leitor

Duas indicações me fizeram comprar O último leitor do argentino Ricardo Piglia. Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, em uma entrevista dizendo que o livro "é a melhor obra de não-ficção publicado pela editora este ano". E Ubiratan Brasil, do Caderno 2 do Estadão, que em uma conversa me disse que o Piglia é "afiadíssimo".

É mesmo. Logo na página 19 ele sintetiza com perfeição o que entendo por minha experiência de leitor: "Um leitor também é aquele que lê mal, distorce, percebe confusamente. Na clínica da arte de ler, nem sempre o que tem melhor visão lê melhor." Mais adiante, faz a definição última da figura do leitor como sendo um herói trágico, insaciável em sua obstinação de encontrar sentido. Um ser visionário que precisa ler para saber como viver.

Para ilustrar as facetas do leitor, Piglia analisa a relação que os maiores escritores e personalidades do século tinham com os livros. Começa com o melhor de todos, Kafka. É bonito entender que um simples poema do chinês Yan Tsen-Tsai foi o principal responsável por desencadar a experiência de Kafka como escritor. Ao escrever O Veredito em uma sentada, classificou isso como a experiência perfeita de escrever. Segundo Piglia, Kafka passa o resto de sua vida tentando repetir essa experiência, e seus livros sempre carregam a marca do fracasso de não conseguir, assim como a sensação de algo interrompido causado pelo poema chinês.

Na seqüência, Piglia analisa os thrillers, os romances policiais, focando no universo de Edgar Allan Poe. Aqui, o sentido da leitura está na capacidade de decifrar casos. É falando sobre romances policiais que Piglia faz a gente ter uma pequena noção da complexidade e riqueza da mente de um escritor em sua capacidade de criar interpretações e sentidos.

Depois Piglia comenta a relação de Che Guevara com os livros, a transformação de sua experiência interna como leitor enclausurado em si mesmo até se transformar em um revolucionário em estato bruto. É uma interessante análise de como funcionava o interior do revolucionário. Mais a frente, em um conto de Tolstói, comenta o significado da experiência feminina de leitura. Analisa também a origem de Ulisses de Joyce na relação do casal Leopold e Molly Bloom.

O livro é cheio de bons momentos e citações primorosas sobre a experiência interna do leitor. É legal de ler, tendo Piglia a rara característica de conseguir combinar leveza com erudição. Porém, ele deixa claro que não é preciso entender a mecânica da literatura para sentir o prazer de pegar carona na genialidade dos bons escritores.





Un portrait du cunt

Primeiro a notícia mais importante: O novo disco do Mogwai está com lançamento oficial marcado para 6 de novembro. Agora a menos importânte: É a trilha sonora do filme Zidane: Un Portrait du 21e Siècle, cujo lançamento oficial foi anteontem, 29 de setembro.

Filmaram os movimentos do craque francês durante os 90 minutos de um jogo e fizeram das cenas um documentário com a trilha do Mogwai. Pelo trailer, parece que ficou muito bom. Se for ruim, a trilha será boa.

Vou torcer para que seja exibido no Brasil. Sempre que vou ao cinema fico com vontade de alugar uma sala só para ouvir um disco Mogwai e sentir as paredes tremendo. Será minha chance.





Ser, estar e ir

Vejam o vídeo do Bonnie 'Prince' Billy tocando "Strange Form of Life" no talkshow do Conan O'Brien. É a segunda música do seu novo álbum chamado The Letting Go (Drag City, 2006). Ainda não ouvi o disco direito, mas logo na primeira música, "Loves Come to Me", tive a certeza que ele continua se superando e produzindo obras-primas. E como vocês podem conferir no vídeo, além de ser o maior letrista do mundo, ele sabe dançar muito bem.