Samjaquimsatva






Borat, o filme

Fui assistir Borat com a expectativa de ver um dos filmes mais engraçados de todos os tempos. Pelo trailer e pelos vídeos no Youtube, era o mínimo que se podia esperar. Além do mais, Sacha Baron Cohen levou o Globo de Ouro de melhor ator de comédia e Borat foi até sondado para apresentar o Oscar, além de estar indicado na categoria de melhor roteiro adaptado.

Para minha surpresa e decepção, Borat passa longe de funciona bem como longa metragem. O que é engraçado nos quadros do Borat no programa Da Ali G. Show gradualmente vai perdendo força no filme. Desgasta e fica chato, forçado. Pior: o caráter real das entrevistas no programa perde-se no filme, onde a maioria dos encontros de Borat parece ser combinado, forjado.

Além de engraçado, esperava um humor muito inteligente, apresentado uma crítica afiada aos Estados Unidos de uma maneira até então nunca feita. A crítica existe, mas seus momentos são tão curtos e rasos que praticamente passam desapercebidos para o espectador desatento. Quase somem dentro do filme. No rodeio, quando Borat diz frases grotescas de apoio à guerra no Iraque, chega a um ponto em que até o eleitorado de Bush mostra sinais de repúdio.

Um amigo que viu o filme antes de mim comentou “Ele destrói o Cazaquistão”. Fiquei quieto, pensando que ele não tinha entendido absolutamente nada do filme. Depois que saí da sessão do cinema, ironicamente tive que concordar com ele. O filme chega a ser quase inofensivo quanto à crítica aos Estados Unidos. Até sua metade dá pra divertir e achar muita graça, pra depois ele simplesmente ir perdendo toda sua força e espontaneidade.

Sacha Baron Cohen é muito bom. Os sketches de seus personagens Bruno, Ali G e Borat em seu programa são engraçadíssimos. Principalmente o Bruno, um repórter gay de moda que tira um baita sarro do universo fashion. Ele mostra como poucos o lado ridículo das pessoas. É um humor é muito criativo e veloz. Chega a ser quase triste tudo isso simplesmente não funcionar no filme. A sensação que fica é a mesma de ver por inteiro o programa do Pânico na tevê. Adoro o humor de Cohen, mas fiquei sem entender a avalanche de críticas positiva ao filme e seu baita sucesso de bilheteria.