Adoro livros. E foram inúmeras as ocasiões na vida em que preferi livros à pessoas. O silêncio, a imaginação, a relação com o texto mil vezes me pareceram mais atraente do que o alarido de conversas vazias.
Carla Rodrigues lembra como o livro é sempre uma boa companhia. Depois que comecei a ler - tarde, por sinal - nunca mais consegui ficar sem a companhia de um livro. De pessoas, sim, várias vezes, sem problema. Com livros, nunca me senti sozinho. Com pessoas, várias vezes. A sensação de estar vivo que um livro proporcia é talvez única. Se fico sem ler, parece que estou vivendo menos, jogando minha vida fora vendo as coisas apenas da minha perspectiva, que sempre será limitada. Mas não chego a preferir livros mais que pessas. Os dois se comunicam sempre. Um enriquece o outro. O alarido de conversa vazias é carregadíssimo de significados ricos e interessantes. Com a diferença de que enche o saco. Como alguns livros.