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O melhor livro brasileiro dos últimos 25 anos

Fiz parte dos "53 escritores, críticos e editores brasileiros" que o Todoprosa entrevistou para eleger o principal livro brasileiro de ficção dos últimos 25 anos. Lisonjeado fiquei e despreparado me senti para respondê-la. Leio muito mais autores estrangeiros que nacionais. Ainda não li Bernardo Carvalho, Milton Hatoum, Sérgio Santana, Rubem Fonseca, Érico Veríssimo, João Ubaldo Ribeiro, Ignácio de Loyola Brandão, Rachel de Queiroz – a lista é longa. Não li nem Guimarães Rosa, que Cormac McCarthy está me deixando com muita vontade e conhecer. Pois é.

O vencedor foi Viva o povo brasileiro de João Ubaldo Ribeiro, um bitelo de 700 páginas. Alguém já leu? Em segundo lugar ficou Dois irmãos de Milton Hatoum e Quase memória de Carlos Heitor Cony. Só um livro poderia ser indicado. Depois de pender para Fausto Wolff, João Gilberto Noll e Daniel Pellizzari, minha indicação foi para Curva de rio sujo de Joca Reiners Terron. Não pensei sobre estrutura e grandiosidade das obras, mas naquela cujo o uso das palavras mais me impressionou.

Curva de rio sujo pra mim extrai uma beleza da língua portuguesa de uma maneira única. No livro não há frases de efeitos e momentos altos e baixos - nem qualquer vestígio de afetação do escritor com as palavras. Na minha cabeça, o conjunto de cada palavra que contrói aqueles mundos transforma-se em algo mágico que, quando você vai procurar pelo texto, não encontra. É quase um mistério pra mim o que representa os textos do Joca Reiners Terron. Por isso foi a minha escolha.

A imperfeição das listas de melhores vale a pena pela discussão e opinião que surgem de várias outras pessoas. Pode-se descobrir muitas coisas boas nessas conversas. Sintam-se à vontade para indicarem nos comentários seu livro brasileiro predileto dos últimos 25 anos.