Já estava na hora de investir em uma câmera digital reflex. Comprei a Canon Digital Rebel XTi, depois de uma quantidade enorme de gente que entende do assunto dizer que a diferença na qualidade da foto para a Canon 30D e 5D não era tão grande quanto o preço. O dinheiro economizado vai em uma boa lente no futuro. Não faz nem um dia que estou com ela e já estou adorando.

É totalmente uma nova experiência de tirar fotos.

Tutty Vasques, Ricardo Kotscho, Sérgio Bermudes, Zuenir Ventura, Sérgio Rodrigues, Carla Rodrigues, Ricardo Calil, Xico Sá, Daniel Galera e Pedro Doria se despedem de NoMínimo. Fará falta, muita. Aonde mais encontraremos tanta gente inteligente em um único lugar na internet brasileira?

Enquanto isso, surgem rumores de que o Unibando mais Estadão estariam dispostos a tocar o projeto. Sérgio Rodrigues avisou em sua nota de despedida: "ninguém se surpreenda se o NoMínimo renascer com algum novo formato." O Todoprosa já está de novo endereço. O NoMínimo, como conhecemos, deixará mesmo de existir no próximo sábado. Que algo de bom aconteça desse fim.

Pra mim, o que resta, é um certo orgulho de poder dizer "NoMínimo: Eu li". Contarei para os mais jovens.

Me dá uma felicidade tão grande ver fotos de mulheres assim que, sério, nem sei o que dizer. As pernas, o vestido, a sandália. Meu Deus.

O pessoal da editora se diverte achando erro de português em dicionários. Há vários, mas esse foi demais. Na definição do verbete Estoicismo no dicionário eletrônico Houaiss versão 1.0.5a há duas palavras escritas erradas: imperturbalidade ao invés de imperturbabilidade e estirpação ao invés de extirpação. Pois bem, então. Quando o assunto é escrever certo até dicionário erra.

Esse retrato feito pelo The Sartorialist é o meu retrato predileto de todos os tempos.

O jovem fotógrafo brasileiro Julio Bittencourt foi o vencedor do prêmio de fotografia alemã Leica Oskar Barnack 2007. As fotos são de moradores na janela de um prédio abandonado na avenida Prestes Maia em São Paulo. A notícia é da BBC Brasil. As 15 fotos do ensaio podem ser conferidas aqui. (Valeu, Walter.)

Estão no Flickr as minhas fotos favoritas da exposição comemorativa dos 15 anos do Hospital Madre Theodora.

Fiquei extremamente feliz durante o vernissage e adorei ver a força que as fotos têm no tamanho 80x60 mais moldura.

A realização de sentir que as coisas estão caminhando na direção que você quer é bem boa. :-)

Amanhã, dia 16 de junho, fará 10 anos que o disco OK Computer do Radiohead foi lançado.

Realmente, como o tempo voa.

Ler livros de ação e sexo gasta duas vezes mais calorias do que ficar parado. É o que diz uma pesquisa realizada na Inglaterra. Uma leitura completa de 800 páginas gasta o equilavente de calorias de um Big Mac. Notícia do Terra, via BBC Brasil.

São autores nigerianos os vencedores do Man Booker Prize e do Orange Prize 2007: Chinua Achebe e Chimamanda Ngozi Adichie. (O elogiadíssimo novo livro do Dave Eggers, What is the What, é sobre um sudanes refugiado nos Estados Unidos – a Rocco acabou de publicar seu segundo livro, A fome de todos nós, mas não fiquei curioso pra ler). África em alta no mundo literário.

A pequena e charmosa editora indepentende McSweeney's está mal das pernas. A empresa que fazia a distribuição dos seus livros faliu e eles perderam uma boa grana no processo. Devido a isso, todos os produtos da sua loja estão em promoção. Caso alguém tenha uma grana sobrando pra gastar em livros, é um bom momento e para uma boa causa.

Foi uma experiência inesquecível fazer as fotos para a exposição comemorativa dos 15 anos do Hospital Madre Theodora de Campinas. Acompanhei dia e noite o trabalho de todo mundo no hospital. Minha motivação foi retratar o cotidiano deles de uma maneira que eles não estão acostumados a ver. Incrível foi ter a total liberdade para fazer as fotos. Pude fazer algo no estilo que já faço e gosto de fazer. A quem interessar, posso tentar conseguir um convite para o já concorrido vernissage que acontece amanhã, dia 12 de junho às 20h, no próprio hospital.

Que velocidade. A Companhia das Letras já lançou o novo livro do Ian McEwan, Na Praia, com tradução de Bernardo Carvalho. Foi praticamente um mês de diferença entre o lançamento do original e da tradução. Realmente impressionante. A história narra a vida de um jovem casal cujas dificuldades sexuais na noite de núpcias o fazem escolher a separação como forma de resolver suas diferenças. O livro ainda não se encontra nas livrarias, mas ainda esta semana já deve estar disponível. Leia aqui a entrevista com o autor no Estadão de sábado.

Acho que a frase "Adoro ver você concentrado" foi a melhor cantada que já levei.

Acabei de assistir a entrevista completa do Cormac McCarthy na Oprah, que aconteceu na última terça-feira, 5 de junho. Para assistir é só clicar aqui e se cadastrar como membro do Oprah's Book Club.

Gostei da entrevista. Gostei das perguntas da Oprah e do estilo incrivelmente pé-no-chão do McCarthy. Como faz bem ver alguém que transmite tanta integridade. A entrevista começa com ele falando do fato dela ser sua primeira pra televisão. Ele nunca tinha aceito antes por achar que elas "não fazem bem pra cabeça". "Você passa tanto tempo pensando em como escrever um livro que depois disso parece que você não deveria ficar falando sobre ele".

O que mais gosto nessas entrevistas com escritores é como as coisas simples que eles falam soam tão sinceras e profundas. Por isso é ridículo quando a Slate diz que Cormac McCarthy parecia um Mitch Albom, autor best-seller de auto-ajuda. O motivo foi a frase "You should be thankful for what you have", dita por McCarthy.

Nós realmente devemos ser agradecidos pelo que temos. É que ler ela assim não transforma ninguém. Não mexe uma palha dentro das pessoas. Por isso que bons escritores escrevem livros, por isso quando McCarthy termina um livro ele não precisa falar nada sobre ele. O que importa está ali. É esse o grande barato dos livros. E das entrevistas com esses escritores. Eles falam que nós devemos ser agradecidos pelo que temos e a gente para um tempo pra ficar pensando sobre isso.

Além de organizar a dor, toda esta literatura do luto constitui, na verdade, um conjunto de lindas histórias de amor. São relatos da conjugalidade, de como duas pessoas fazem de uma opção entre tantas outras – viver junto com alguém – o movimento mais essencial de suas vidas. A dor do sobrevivente é terrível não apenas porque o priva do dia-a-dia compartilhado, mas porque o lança impiedosamente à solidão mais essencial. O casamento, escreve Joan Didion, “não é apenas tempo. Paradoxalmente, ele é também a negação do tempo. Durante quarenta anos, me via através dos olhos de John. Eu não envelheci. Neste ano, pela primeira vez desde os meus vinte e nove anos, eu me via através dos olhos dos outros”. Aí está, precisamente, o que se perde.

Paulo Roberto Pires quando quer destruir, sai de perto. Primoroso seu texto "A arte de perder" no No Mínimo de hoje, sobre as expressões da perda na literatura – um tema que produziu vários bons livros recentemente, começando pelo O ano do pensamento mágico da Joan Didion. Após de ler o texto inteiro, é inevitável a pergunta: aonde iríamos ler algo tão bom a não ser no No Mínimo?

A revista Time fez um ensaio fotográfico chamado "What the World Eats" com 15 famílias ao redor do mundo junto com tudo aquilo que eles comem durante uma semana. A foto que mais gostei foi da família Manzo da Sicília. Mas todas são boas. É uma combinação adorável, família e comida.

A Magnum Photos, a agência de fotografia mais respeitada do mundo, fundada por Henri Cartier-Bresson e Robert Capa, completou 60 anos de existência. Aqui e aqui, duas galerias comemorativas do aniversário. Cada uma com 60 fotos, uma representando cada ano.

O No Mínimo pode fechar as portas no dia 1º de julho caso não encontre um novo patrocinador. Se isso acontecer, minha internet ficará, pelo menos, uns 70% menos interessante. A notícia é ainda mais triste pra quem é do jornalismo. Se um site que reúne um time dos melhores jornalistas do país não consegue se manter, é que a coisa vai mal por aqui. Ou talvez isso mostre apenas que ninguém conseguiu ainda bolar um jeito de ganhar dinheiro com a internet. Tomare que o No Mínimo não morra, será uma das maiores perdas da internet brasileira. Mas, como bem disse seus editores, quem liga pra isso?