Hoje de manhã ouvi música por 3h30 durante a viagem de carro pra casa. Em plena abstração, três macaquinhos na beira da estrada me lembraram que já estava chegando.
À tarde, a campainha tocou e não sabia que era a campainha. Procurei por um celular. Quando atendi não sabia abrir o portão automático. Conversei com um parente pelas frestas do portão.
Depois fui de bicicleta até minha avó. Tomamos chá de erva cidreira com pão de batata, que achei que era de mandioca. Ouvi histórias inéditas sobre os pais e avós dela da Itália. Ela cantou uma música da época que nunca tinha ouvido, enquanto "tchutchava" o pão no chá. Na sala, Galvão Bueno gritava os gols do Brasil. Não tive a mínima curiosidade de levantar pra ver.
Na calçada, montando na bicicleta, dei tchau pra minha avó e ela em sua poltrona devolveu o tchau pra mim. Adoro demais minha avó. Adoro ficar olhando pra ela, pras roupas delas, pro fogão, pro bule, pros armários, tudo na casa dela.
Pedalei de leve de volta pra casa contra o ventro frio. Cheguei gelado em casa mas esquentei rápido. Escrevo. Minha mãe vem até o escritório, senta no meu colo, me chama pra ficar na sala com eles e eu vou.