Samjaquimsatva


 

D.O.M

Experimentei seis pratos do restaurante D.O.M. hoje. Alex Atala é um artista. Ele e o sub-chef, Bjorn, são de uma simpatia e humildade contagiante. Os pratos são obras de arte, antes de tudo. Visualmente perfeitos. Cada detalhe, por menor que seja, é cuidadosamente preparado no prato. Você olha e aquilo e acha que não merece ser tocado, estragado. Não dá vontade de parar de ver. Já o sabor, de tudo, é único. Parece que eles extraem o gosto perfeito que cada produto tem. O caviar de quiabo é uma coisa tão simples e o gosto de um produto tão comum, como o quiabo, é tão fresco e tão bom que não dá pra não ficar maravilhado com aquele sabor, mesmo ele já sendo conhecido. As combinações dos produtos de um prato, o sabor deles, separados, não impressionam tanto. Já a combinação de todos juntos explodem na boca e se enriquecem tanto que ficamos com a impressão de que o chef não é um mero cozinheiro, ou até mesmo ser humano; é uma experiência quase celestial, é como descobrir um novo mundo absurdamente rico de sabores. Atualmente o restaurante é considerado o 38° melhor do mundo, na lista dos 50 melhores. O único na América Latina. Apesar disso, e apesar de não ter pago, ele não é caro para um restaurante de alta gastronomia. Fiquei com vontade de voltar pra conhecer o famoso prato executivo da casa, que custa R$ 38 e tem, segundo os entendidos, o melhor arroz e feijão do mundo. Pelo que senti, comer o arroz e feijão deles deve ser como comer arroz e feijão pela primeira vez na vida. O que eles fazem não é uma simples refeição, é uma experiência de vida.





Sensibilidade musical
Para muitos de nós, as emoções induzidas pela música podem, de fato, ser avassaladoras. Vários amigos meus são tão sensíveis à música que não podem ouvi-la ao fundo enquanto trabalham; ou eles prestam atenção total à música ou precisam desligá-la completamente, pois ela é poderosa demais para permirtir-lhes concentrar-se em outras atividades mentais.
Me identifiquei com esse trecho da página 281 do Alucinações musicais de Oliver Sacks. Quando ouço música não consigo fazer mais nada. Não consigo escrever nem dormir ouvindo música. Minha atenção fica inteiramente tomada e não sobra espaço pra mais nada. Enquanto meu irmão dorme melhor ouvindo música (ele chega a acordar quando eu desligo), ela me atrapalha pra dormir; não consigo não ficar prestando atenção. Se for uma banda que gosto, acabo ouvindo o disco inteiro. Quando ele acaba já perdi o sono, a concentração na música me despertou completamente. Acontece algo parecido quando vou dirigir meio com sono - algo que é cada vez mais raro. Mas é só colocar uma música que gosto que ela me distrai ao ponto deu esquecer do sono e cansaço.

Está sendo divertido me identificar com algumas passagens do livros, como o capítulo das brainsworms, os trechos de músicas que grudam e não saem de nossa cabeça. Acho que praticamente não vivo sem estar com alguma música tocando na cabeça, um trecho que se repete compulsivamente, como se fosse um doce para o cérebro, como certas palavras para quem tem a Síndrome de Tourette. Pode durar apenas algumas horas, mas às vezes acontece do trecho permanecer por mais de um dia. Isso acontece mais fácil com letras de músicas, mas não é raro acontecer com música instrumental.

Lendo o livro, fiquei com inveja de nunca ter tido uma alucinação musical mais clara, que é ouvir uma música inteira perfeitamente sendo produzida apenas pela nossa mente. Já tive alucinações musicais em ambientes de muito barulho e volume. Só lembrei disso lendo o livro. A música da alucinação é muito mais baixa que a do ambiente, mas ainda assim ela fica tocando por um bom tempo, enquanto eu presto bastante atenção nela. Depois ela some. Mas queria ter tido uma alucinação como o próprio Sacks teve enquanto ficou internado em um hospital. Ele ouviu uma música inteira do rádio que estava na cabeceira da cama. Só quando foi desligá-lo percebeu que ele não estava ligado.





Baterista bailarina
When I watch him, he seems to transform into the most beautiful dancer! He becomes like a ballerina. It's incredibly graceful. It's so exciting to watch because everything he does seems to be a response to that millisecond that he's in.
PJ Harvey na Pitchfork sobre Jim White, o baterista do the Dirty Three, que tocou em seu último disco.

Dá para entender do que ela está falando vendo alguns vídeos da banda no Youtube.





Sebo do Leituras do Dia

O Rodolfo, do Leituras do Dia, está vendendo alguns de seus livros e quadrinhos.





Fetishoe

Sapatos femininos de Christian Louboutin sob o olhar fotográfico de David Lynch. Só poderia dar em uma exposição chamada "Fetiche" em Paris. A galeria completa das imagens.





Yamin Brunet por Terry Richardson

Filha da mulher mais bonita do Brasil, Yasmin Brunet posou nua para Terry Richardson na revista francesa Purple Fashion Magazine. O que poderia ser uma foto incrivelmente sexy mostrou apenas uma linda e jovem garota deformada por seu implante de silicone.

É difícil entrar na minha cabeça como uma menina tão bonita faz isso. Yasmin poderia não ter peito algum e ainda sim seria bonita como só ela poderia ser. Isso me faz lembrar que não há nada pior contra a beleza do que uma preocupação exagerada com essa beleza.

E desculpem, não sou muito de compartilhar e espalhar o que não gosto, mas certas coisas me deixam um tanto indignado. Cuidar do corpo é sempre bem-vindo, mas não podemos esquecer que o cérebro tem características excelentes para moldar uma mulher e a deixar atraente como poucas. Grandes modelos sabem disso.





Juliette Binoche na Playboy francesa

Eis a Juliette Binoche na nova Playboy francesa. Nas bandas de cá, deixou um monte a desejar.