Samjaquimsatva






D.O.M

Experimentei seis pratos do restaurante D.O.M. hoje. Alex Atala é um artista. Ele e o sub-chef, Bjorn, são de uma simpatia e humildade contagiante. Os pratos são obras de arte, antes de tudo. Visualmente perfeitos. Cada detalhe, por menor que seja, é cuidadosamente preparado no prato. Você olha e aquilo e acha que não merece ser tocado, estragado. Não dá vontade de parar de ver. Já o sabor, de tudo, é único. Parece que eles extraem o gosto perfeito que cada produto tem. O caviar de quiabo é uma coisa tão simples e o gosto de um produto tão comum, como o quiabo, é tão fresco e tão bom que não dá pra não ficar maravilhado com aquele sabor, mesmo ele já sendo conhecido. As combinações dos produtos de um prato, o sabor deles, separados, não impressionam tanto. Já a combinação de todos juntos explodem na boca e se enriquecem tanto que ficamos com a impressão de que o chef não é um mero cozinheiro, ou até mesmo ser humano; é uma experiência quase celestial, é como descobrir um novo mundo absurdamente rico de sabores. Atualmente o restaurante é considerado o 38° melhor do mundo, na lista dos 50 melhores. O único na América Latina. Apesar disso, e apesar de não ter pago, ele não é caro para um restaurante de alta gastronomia. Fiquei com vontade de voltar pra conhecer o famoso prato executivo da casa, que custa R$ 38 e tem, segundo os entendidos, o melhor arroz e feijão do mundo. Pelo que senti, comer o arroz e feijão deles deve ser como comer arroz e feijão pela primeira vez na vida. O que eles fazem não é uma simples refeição, é uma experiência de vida.