Vou processar a Globo
Vou processar a Globo por lavagem cerebral.
Acabei de ver na televisão que vai começar mais um Criança Esperança. Pelo amor de deus, eu não posso com a música do Criança Esperança. Aliás, eu não posso com nenhuma das vinhetas da Globo. Essas musiquinhas infelizes entraram na nossa vida na mais indefesa idade, nos doutrinaram, e certamente nos acompanharão até que o mundo se acabe. Isso é crime.
Quando ouço a vinheta do plantão da Globo meu coração já bate acelerado - morreu o presidente. Como fica se eu tiver um enfarto? Morre ele e morro eu. E a musiquinha do futebol, que sempre precede aquele "bem amigos da rede Globo"? Pior do que uma vinheta chata, só uma vinheta chata que traga o Galvão Bueno junto.
Domingo tem a do Fantástico, com aqueles vozerios fazendo "u u u ah" e o Cid Moreira dando um tom de importância a baboseiras da semana. Tem também a do final de ano ("hoje, é um novo dia, de um novo tempo, que começou..."), a do carnaval ("lá vou eu, lá vou eu, hoje a festa é na avenida..."), as do Jornal Nacional e Globo Repórter. Isso sem contar as "modernas" como Sítio do Pica-Pau Amarelo e Linha Direta. Coisa de fazer inveja a Goebbels.
Se processa tanto hoje em dia, sai cada decisão aparentemente absurda por aí que vou processar a Globo.
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A única vinheta que se salva é a da Fórmula 1.
A nostalgia dos domingos de manhã, a lembrança de acordar cedo e, ainda piá, ver o fogo do meu pai avermelhar a brasa, a sensação de esperar por uma boa corrida do Senna, como a no Brasil em 91, quando só depois se soube que o Senna tava com o câmbio travado na quinta marcha.
A música do Senna ainda me cativa, emociona, até parece minha - mesmo depois de tantos anos sem ver um bom piloto brasileiro. No embalo dela, até o Galvão Bueno parecia ser menos chato.
A música opera milagres.