Aos judeus, a morte
Que o presidente do Irã tente se tornar uma liderança no Oriente Médio e passe o dia brincando de inimigo público número 1 dos EUA, tudo bem. Até me divirto vendo essa batalha de frases, principalmente quando ele insiste em ter a bomba atômica, como uma criança que bate o pé pra ganhar um doce. O argumento de Mahmoud Ahmadinejad (saúde!) é até convincente: quer país mais maluco, sórdido e mal governado do que os EUA? Afinal, qual foi a única nação capaz de usar a bomba atômica pra retaliar um ataque insignificante de pilotos suicídas japoneses?
Agora, o que me preocupa em tempos de Israel em guerra é essa incipiente volta dos auto-proclamados "revisionistas". Ahmadinejad deu seu metro de contribuição, hoje, ao defender que o massacre dos judeus durante a Segunda Guerra não foi sombra do que conta a história. A idéia não é nova e desde o final da guerra "escritores" defendem que não foram mortos os tais 6 milhões de judeus. Mas afinal, de que importa o número? Seria justificável se fossem três milhões, quem sabe dois ou um milhão? Seria justificável se fossem DEZ judeus? Fato é que a Alemanha montou um aparato de matança pra "limpar" a nação. Ao povo, foi dada a desculpa da pureza racial. Nos salões do governo, o motivo era pura e simplesmente econômico: havia gente demais e emprego de menos em um país que, pouco antes de Hitler, as pessoas ia ao supermercado com carrinhos de mão cheios de dinheiro para comprar pão. Pra se ter uma noção, em 1921 eram necessários 64 marcos alemães para comprar um dólar. Em 1923, para se obter o mesmo dólar, seriam necessários 4 quatrilhões e 200 trilhões de marcos. Quatrilhões. A situação alemã melhorou, é fato, mas não pela matança insana, e sim, pela própria lógica da indústria da guerra - que, aliás, sempre manteve os impérios desde que o mundo é mundo.
Tantos anos depois, é triste ouvir o presidente eleito de uma das mais importantes nações do Oriente Médio defender essa idéia maluca, que Israel (e seus habitantes) mereceram e merecem o extermínio por serem usurpadores da humanidade. Ahmadinejad ainda acredita que os judeus são um bando de lunáticos organizados que fazem de tudo por dinheiro. O pior é que esse assunto tá com cara de que vai esquentar, e muitos outros Ahmadinejadres estarão de prontidão a defender essas imbecilidades. Atenção, por favor.