" /> verdes fritos: julho 2007 Archives

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julho 31, 2007

beijos tchau

O melhor blog de crítica de arte do mundo foi criado hoje.
Verve destruidora, agitação alucinógena, neurônios à prova, textos bélicos e lucidez desconcertante. Não quero mais ver a luz do sol depois de Buarque, vou me trancar no quarto e, abraçado ao notebook, chorar por jamais ter nascido verdadeiramente.

Verdes Fritos corre o risco de fechar. Não há mais sentido escrever aqui.
Eu não quero mais comer Insanus, eu quero me despedaçar em um açougue por Buarque.

beijos tchau.

julho 25, 2007

Why?

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julho 24, 2007

No Fly Day

Não sei quem fez e qual é a real motivação por trás (sempre tem uma, né?), mas é bom ver alguma força de vontade pra variar.

julho 22, 2007

Mundo cão

Estou tentando há algum tempo assistir ao novo filme-documentário do Michael Moore, Sicko. Pelo que li, a fita mostra que sem um plano de saúde tu é tratado como lixo nos hospitais americanos. Não que seja algo assim saber disso, afinal, o capitalismo é a religião dos EUA, e se tu é tão looser que sequer consegue pagar por um bom plano, bem, é poblema teu. Mas me chama atenção o fato de que esse tipo de denúncia raramente venha a público, talvez até por que seja uma meia-verdade. Michael Moore é, antes de tudo, dado a um espetáculo.

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"Diga au"

Procurando por mais resenhas sobre o filme, me deparei com essa reportagem do NY Times. Os EUA podem não ser lá um primeiro mundo em saúde pública, mas levar uma vida de cão no país me parece ser bem legal.

julho 21, 2007

Força, Júnior

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Volta, Sandy

Namorada de Junior Lima é vista beijando mulheres no banheiro

julho 20, 2007

Ops!

O Terra e O Globo online mataram o senador Antônio Carlos Magalhães.

Por volta das 2h50 da madrugada, a manchete do Terra era "Morre Antônio Carlos Magalhães". Mal enviei a nota pra lista de discussão do Insanus, voltei pra capa do portal e... xazaaam! A notícia havia desaparecido e o link sido expirado. Poucos minutos depois o link voltou a funcionar com o título "Estado de saúde ACM é gravíssimo, diz médico", assim mesmo, sem o 'de' antes de ACM.

Entrei no MSN pra falar com o Rodrigo.
- O Terra matou o ACM, mas já o ressuscitou (ironic mode on).
- O Globo também.

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"Internet me dá um sono..."


Minha sugestão de errata é:
"Diferente do que foi publicado pelo portal, o senador da república Antônio Carlos Magalhães não morreu. Foi quase."

julho 19, 2007

Mísseis em Cuba, já

Quem sente saudades das declarações do Chulapa, da marra do Romário pré campanha pelo down e do mau-caratismo do Mike Tyson precisa fazer um movimento pela volta da Guerra Fria.

Quer dizer então que a Inglaterra expulsa quatro diplomatas russos, a Rússia devolve na mesma moeda e Putin declara que "as relações entre os dois países não serão abaladas por que ambos não têm interesse nisso"?

O mundo anda meio sem graça.

3054

Lembro bem da última vez em que preferi o silêncio. Foi quando perdemos Gabriel. Trabalhava na redação do Terra na época quando a Larissa chegou pela manhã e perguntou se eu já sabia o que tinha acontecido. O semblante dela me congelou a espinha e logo descobri que aquele cara de sorriso largo e inteligência esperta que eu conhecera há poucos meses - e que tinha me cedido esse blog - havia nos deixado de forma abrupta e inexplicável.

Não há como comparar a morte de Gabriel com esse massacre oficial acontecido em São Paulo, promovido pela incompetência do governo mais inoperante da história. Perder um amigo é uma dor lancinante, latente, íntima e indescritível. Ver as chamas do avião da TAM em meio a uma floresta de arranha-céus é revoltante. O elo entre os episódios é que, em ambos os casos, preferi o silêncio. Ontem, soube da notícia logo nos primeiros minutos, tive certeza do tamanho da catástrofe e prometi a mim mesmo que não escreveria nada - meu protesto seria calar. Mas não há como calar.

Em meio a tudo o que foi dito (e antevendo o que ainda será) a impressão mais óbvia continua sendo a mais realista e sensata de todas: Congonhas não suporta mais, Congonhas precisa ser fechado pra sempre. É um aeroporto antigo e cercado de prédios, casas, comércio, trânsito, vida. Congonhas precisa ser fechado urgentemente, virar um parque repleto de flores, árvores, brinquedos pra crianças e um memorial às vítimas de todos os acidentes aéreos que São Paulo já sofreu. Se não podem ser trazidas de volta, as centenas de almas perdidas merecem, ao menos, nosso pedido de desculpas.

Congonhas é o Carandirú da aviação brasileira. A diferença é que, no caso da antiga casa de detenção, o massacre feito no Pavilhão 9 foi suficiente pra sensibilizar as autoridades da época, que implodiram o complexo. Quantos Pavilhões 9 precisaremos assistir, chocados, pra que se feche de vez essa estrutura anacrônica e assassina?

Ando sem esperança. Mas em casos como esse a descrença seria desumana. Me apego no fato de que essa tragédia aconteceu em meio à cidade, na cara de todos, o que pode sensibilizar as pessoas com mais intensidade. No caso do avião da Gol que caiu no ano passado, o local de queda era tão ermo que a imprensa não conseguiu transmitir a dor com vivacidade. As imagens demoraram a chegar e, quando foram divulgadas, eram oficialescas, frias, pareciam mais fotos de um exercício militar do que uma operação para resgatar 154 vítimas da incompetência e do descaso. Desta vez, o cenário de guerra é em meio aos nossos quintais. A cobertura tende a ser mais precisa e sentimental, o que pode impulsionar o início da revolução moral que tanto queremos.

Esperança, amigos, esperança.

julho 17, 2007

Ópio do povo

Além do financiamento de países que querem ver os EUA no chinelo, o Talibã se mantém vivo graças a renda das plantações de papoula no Afeganistão. O ópio continua sendo uma droga popular, principalmente no Oriente, o que torna a renovação da Al Qaeda cada vez mais evidente e preocupante pra Casa Branca.

Destruir essas plantações é talvez a maior meta dos EUA no país de Bin Laden.

Esse ensaio fotográfico feito pra revista New Yorker mostra a determinação da facção em defender seus rendimentos. As fotos foram tiradas durante uma emboscada em um campo de papoula.

As forças oficias foram postas a correr.

julho 13, 2007

Pandemência

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É hoje, Braziu.

Público zero

Teatro de NY oferece ingresso gratuito a espectadores virgens

julho 12, 2007

Socorro

Acabo de comer 7 paçoquinhas da Yoki.

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Vou ali enfartar e já volto.

julho 11, 2007

A verdadeira maionese

Nessa semana fui entrevistado por um aluno universitário sobre as restrições que o governo pretende impor às propagandas de bebidas alcoólicas, seguindo o mesmo caminho adotado com o cigarro. Na prática, querem limitar que os anúncios passem a imagem de que com cerveja na cabeça você consegue comer um número infinito de gostosas, invariavelmente gostosas-atrizes da Globo. É o fim do sonho, amigão.

Pelo andar da carruagem, tudo indica que o próximo alvo será a gordura trans. Em Nova York já há restaurantes que pregam em suas portas: "estabelecimento livre de gordura trans". A onda de combate às propagandas de fumo também teve NY como foco importante. Foi de lá que o então ministro da Saúde José Serra trouxe boa parte das idéias que foram mais tarde aplicadas no Brasil, como a proibição do cigarro em restaurantes. É fácil imaginar que essa onda de combate à gordura trans também chegue por aqui. O que não seria nenhum absurdo por que esse troço MATA mesmo. E é pior do que o álcool, por que ainda não se tem clareza do quanto essa gordura é nociva e exatamente ONDE ela se encontra.

Briga pro futuro, abolir esse entope-artérias vai ser osso duro maior do que cigarro e álcool. Um dos passos importantes seria, pela lógica, delimitar a propaganda desses alimentos. Isso significa bater de frente com Perdigão, Sadia, Bunge e outras gigantes do setor alimentício, além das próprias emissoras de TV. Seria preciso muito peito pra tirar do ar propagandas de margarina, presunto, salsicha, embutidos, enlatados, leite condensado, sopas, molhos, biscoitos, chocolates.

E o pior de tudo é que, se a lógica do controle se estender, estaremos fadados a assistir anúncios de carro e banco pela eternidade.


* * *

Coincidentemente, foi divulgado hoje um pacote de regras que limita a TV brasileira a veicular determinados programas em horários pré-estabelecidos. As principais mudanças, em vigor a partir de amanhã, são:

- Seguir uma grade de horários para apresentação de conteúdos;
- Informar os limites de idade para os programas também por meio da linguagem de sinais.

Parece simples, mas não é. O problema está justamente na avaliação dos conteúdos. Segundo a nova regra, as emissoras terão que preencher um formulário com a sinopse de cada programa indicando a classificação, e aguardar até 20 dias para a liberação (publicada no Diário Oficial) antes de veicular o conteúdo.

Nos 60 dias posteriores, o Ministério das Comunicações analisará se a classificação indicada pela emissora está de acordo com as normas e, se for necessário, fará "ajustes", podendo mudar até mesmo o horário do programa.

Quem são estes analistas que ditam, daqui por diante, o horário mais adequado do programa que seu filho não deveria ver? A novela das oito, mesmo que suas prostitutas sejam caricatas, vai ter que pôr mais roupa?

A lei, para o bem dos negócios, no entanto, não prevê punição a quem descumpri-la.

julho 10, 2007

American way of life II

Keywords most frequently searched by NYTimes.com readers.
(10.7.2007)

1. sex
2. immigration
3. china
4. iraq
5. harry potter
6. health
7. langston hughes
8. india
9. iphone
10.supreme court

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"Rééénãn, é pra vocêêê."

julho 9, 2007

Antinotícia

Impressionante como as coisas mudam. Até o ano passado, o espaço aéreo brasileiro era considerado um dos mais pontuais e seguros do mundo.
Hoje, uma segunda-feira nos aeroportos vira chamada de capa no Uol... pela calmaria.

julho 5, 2007

Concurso Hino do Estado do Carajás

Ocupada em descobrir futricos bobos sobre o nobre senador e criador de gado Leomar Quintanilha, agora presidente do Conselho de Ética do Senado que investiga Renan Calheiros por quebra de decoro agropastoril, a mídia má deixou passar batida uma vitória pessoal (e por que não dizer da Nação!) deste homem de projetos grandiosos.

Quintanilha conseguiu aprovação, ontem, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Projeto de Decreto Legislativo do Senado PDS52/2007, que propõe nada menos do que um plebiscito para a criação de um novo Estado brasileiro. O pedaço de terra encravado no quintal do Pará já tem até nome: Estado do Carajás.

Seguindo seu caminho natural, o projeto será enviado ao plenário do Senado e, caso aprovado, caminha para a Câmara Federal pra apoteose do nepotismo velho sem porteira.

Pra fazermos parte dessa história tão bela, proponho aqui um concurso para a criação do Hino do Estado do Carajás, valendo um churrasco com tipo de carne a escolher: Renan aftosus, Roriz linhas aéreas ou Quintanilha´s gold.


Modestamente, aí vai o meu:

Oh Estado do Carajás!
De minas de ouro do lado de lá
Oh Estado novo da minha Nação
Não sei como teu povo viveu tanto
Sentindo a dor do pranto de tua não-constituição

Oh Estado do Carajás!
Que promete terras férteis para plantar
Que promete solo farto pro boi pastar
Oh Estado novo do meu coração
Vou levar comigo Roriz, Renan e a toda nossa criação

Oh Estado do Carajás!
Estado de espírito que me faz pensar
Quanto boi, bezerro, vaca e novilha haverá por lá?
Se pouco, se muito, isso tanto faz:
Levo as fazendas Quintanilha
E toda nossa matilha que seja
pra te povoar

Como lavar a égua (ou a vaca)

No ano passado comprei alguns merréis em ações da Petrobras e quase vi meu suado dinheirinho minguar. Deveria ter investido em gado. Renan Calheiros investiu em gado. Joaquim Roriz investiu em gado. O presidente do Conselho de Ética (que deveria investigar Renan) investiu em gado. Boi, boi, boi.

Os três casos são exemplo de que precisamos olhar com mais cuidado pro campo. Mania de urbanização essa nossa, indústria, banco, bolsa de valores. Malditos sejam Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e os presidentes militares que industrializaram este país.

Se não, vejamos.

Renan conseguiu preços invejáveis de seus muares, trancafiados em uma área infestada pela aftosa e vendidos a valores acima do mercado. Roriz arrancou empréstimo do dono da Gol pra comprar um bezerrinho, coisa pouca, 300 mil reais (na verdade, o cheque de “Nenê” Constantino foi de 2,2 milhões, pro caso de aparecer uma vaquinha de barbada). Veja bem, caro leitor, o DONO DA GOL está investindo em gado e você vai ficar aí pastando? Tenha paciência.

Agora, como mostra reportagem da Folha, o presidente do Conselho de Ética Leomar Quintanilha (PMDB-TO) encontrou a vaca das tetas de ouro lá no Tocantins e enriqueceu - dobrou seu patrimônio em quatro anos.

Além da rentabilidade majestática, um simples motivo poderia explicar o investimento pesado em bois: é fácil lavar dinheiro com eles. Mesmo que o preço (em quilos) seja conhecido do mercado e não sofra grandes alterações, a maracutaia corre solta na compra de garanhões e novilhos promissores. Dependendo das características genéticas e de raça, um boi pode custar mais do que uma Ferrari. Nessa maleabilidade de valores, não é difícil acompanhar o pique da manada.

Chifrada pra lá, chifrada pra cá, fica a pergunta: além dos políticos, os corruptores também serão investigados? Quem ousará fuçar a vida de Nenê Constantino, um dos maiores BIlionários do país? E da mega construtora Mendes Júnior, especialista em obras públicas, que pagava as contas do filho fora do casamento de Renan Calheiros em troca de emendas no Orçamento?

Mú pra vocês.

julho 4, 2007

God save the hype

Tristeza e morte sempre foram um good karma pros negócios nas artes. Van Gogh viveu marginalizado e visto como mau pintor por carregar nas tintas. Acometido de uma doença mental grave, só passou a render alguns tostões uma década depois de morto. Van Gogh viveu e partiu triste - suas últimas palavras ao irmão Théo foram "a tristeza durará para sempre" - mas seus agentes enriqueceram depois que ele se foi.

Histórias como a de Van Gogh são de cortar o coração, tanto pelo que teve em vida quanto pelo que lhe é relegado na eternidade. Como se não bastasse ter morrido pobre e louco, ele ainda tem que aturar adjetivos babões na legenda de suas pinturas. Pra quem colecionou meia dúzia de elogios em vida, ser chamado de gênio depois de morto é maledicência.

Espécie de Van Gogh sixtie, Nick Drake foi o maior amaldiçoado com a fama post mortem do século 20. Instrumentista versátil (aprendeu a tocar piano com a mãe - pianista, violoncelista, cantora e compositora -, além de clarinete, sax alto e violão no colégio), letrista simples e lancinante, compositor sensível de melodias tristes e belas, Drake não conseguiu ser ouvido em vida. Seus três discos foram um fracasso nas lojas, também, por que ele detestava fazer shows, grande peça de divulgação da época.

Depressivo, soturno e cabisbaixo, buscou incessante reconhecimento. No auge da depressão, ligava pra estranhos e perguntava se conheciam alguém chamado Nick Drake. Por ordens médicas, passou semanas em um hospital psiquiátrico. Depois da alta decidiu largar a música e tentar arranjar um emprego formal. Como não sabia fazer nada além da arte, desistiu, e passou o resto de seus dias dirigindo pela Europa.

A história foi ainda mais cruel com Nick Drake do que com Van Gogh. Morto em 74 (por overdose de anti-depressivos, rodeado de discos e atravessado na cama), só teve seu talento reconhecido a partir de coletâneas lançadas nos anos 90. Erro de avaliação pelo qual o hype jamais será perdoado.


Don't you have a word to show what may be done
Have you never heard a way to find the sun
Tell me all that you may know
Show me what you have to show
Won't you come and say
If you know the way to blue?

Way to Blue
Bryter layter (1970)


Official Website (em inglês)

julho 3, 2007

M de moeda

Genial.
Só perde pro efeito dominó de V de Vingança.