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novembro 16, 2007

aqui pra sempre

Caros, mudei de casa. Vou continuar no insanus, só que agora sob domínio blogspot.
Atualizem seus RSS.

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novembro 6, 2007

mimo

Sugestão de presente pro natal.

novembro 5, 2007

nessa semana

estou [aqui].

outubro 14, 2007

is it christmas?

?

outubro 3, 2007

Como acabar com seu teclado em 5s

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Cobrem a conta do Cardoso.

agosto 31, 2007

VW

Alguns comerciais ainda valem um clique.

agosto 17, 2007

desculpa

Eu PRECISAVA postar isso.

agosto 8, 2007

é

No terceiro mundo também tem caos aéreo.

agosto 4, 2007

pergunta:

Garotas, o mundo se torna um lugar melhor depois que vocês descobrem que até a Scarlett Johansson tem um seio maior do que o outro?

agosto 2, 2007

remember devil sheep

agosto 1, 2007

mas o pão é meu!

O ladrão que entrou pelo forro da cozinha meses atrás, enquanto eu dormia, voltou hoje. (Diálogo pela janela do quarto, desta vez, eu dentro e ele fora)

- Cara, por favor, pára de vir aqui!
- Ta bom, ta bom, eu não roubei nada.
- Porra, da outra vez tu arrebentou o forro!
- Ta bom, ta bom.
- Que cara-dura, hoje tu até escorou a bicicleta no portão da garagem. Isso aqui não é uma FIRMA onde tu vem trabalhar, por deus! Te arranca daqui!

(pegou a bicicleta, deu duas pedaladas. parou e voltou pra frente de casa)

- Posso pegar o pão?
- O que? Que PÃO??
(apontando pro trilho da garagem) - Ali ó, aquele pão.
- Não, agora tu tem que te fuder, quem mandou entrar aqui. Vai, passa.
- Mas o pão é MEU!
- Cara, tu é maluco ou o que?? Tu ta tentando arrombar a minha casa, seu desgraçado!
- Mas..
- Mas nada, te arranca.
(chateado) - Ta bom, ta bom...


Saio pra almoçar.
20 minutos depois o pão não tava mais lá.


f I M

julho 25, 2007

Why?

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julho 24, 2007

No Fly Day

Não sei quem fez e qual é a real motivação por trás (sempre tem uma, né?), mas é bom ver alguma força de vontade pra variar.

julho 22, 2007

Mundo cão

Estou tentando há algum tempo assistir ao novo filme-documentário do Michael Moore, Sicko. Pelo que li, a fita mostra que sem um plano de saúde tu é tratado como lixo nos hospitais americanos. Não que seja algo assim saber disso, afinal, o capitalismo é a religião dos EUA, e se tu é tão looser que sequer consegue pagar por um bom plano, bem, é poblema teu. Mas me chama atenção o fato de que esse tipo de denúncia raramente venha a público, talvez até por que seja uma meia-verdade. Michael Moore é, antes de tudo, dado a um espetáculo.

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"Diga au"

Procurando por mais resenhas sobre o filme, me deparei com essa reportagem do NY Times. Os EUA podem não ser lá um primeiro mundo em saúde pública, mas levar uma vida de cão no país me parece ser bem legal.

julho 21, 2007

Força, Júnior

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Volta, Sandy

Namorada de Junior Lima é vista beijando mulheres no banheiro

julho 19, 2007

Mísseis em Cuba, já

Quem sente saudades das declarações do Chulapa, da marra do Romário pré campanha pelo down e do mau-caratismo do Mike Tyson precisa fazer um movimento pela volta da Guerra Fria.

Quer dizer então que a Inglaterra expulsa quatro diplomatas russos, a Rússia devolve na mesma moeda e Putin declara que "as relações entre os dois países não serão abaladas por que ambos não têm interesse nisso"?

O mundo anda meio sem graça.

3054

Lembro bem da última vez em que preferi o silêncio. Foi quando perdemos Gabriel. Trabalhava na redação do Terra na época quando a Larissa chegou pela manhã e perguntou se eu já sabia o que tinha acontecido. O semblante dela me congelou a espinha e logo descobri que aquele cara de sorriso largo e inteligência esperta que eu conhecera há poucos meses - e que tinha me cedido esse blog - havia nos deixado de forma abrupta e inexplicável.

Não há como comparar a morte de Gabriel com esse massacre oficial acontecido em São Paulo, promovido pela incompetência do governo mais inoperante da história. Perder um amigo é uma dor lancinante, latente, íntima e indescritível. Ver as chamas do avião da TAM em meio a uma floresta de arranha-céus é revoltante. O elo entre os episódios é que, em ambos os casos, preferi o silêncio. Ontem, soube da notícia logo nos primeiros minutos, tive certeza do tamanho da catástrofe e prometi a mim mesmo que não escreveria nada - meu protesto seria calar. Mas não há como calar.

Em meio a tudo o que foi dito (e antevendo o que ainda será) a impressão mais óbvia continua sendo a mais realista e sensata de todas: Congonhas não suporta mais, Congonhas precisa ser fechado pra sempre. É um aeroporto antigo e cercado de prédios, casas, comércio, trânsito, vida. Congonhas precisa ser fechado urgentemente, virar um parque repleto de flores, árvores, brinquedos pra crianças e um memorial às vítimas de todos os acidentes aéreos que São Paulo já sofreu. Se não podem ser trazidas de volta, as centenas de almas perdidas merecem, ao menos, nosso pedido de desculpas.

Congonhas é o Carandirú da aviação brasileira. A diferença é que, no caso da antiga casa de detenção, o massacre feito no Pavilhão 9 foi suficiente pra sensibilizar as autoridades da época, que implodiram o complexo. Quantos Pavilhões 9 precisaremos assistir, chocados, pra que se feche de vez essa estrutura anacrônica e assassina?

Ando sem esperança. Mas em casos como esse a descrença seria desumana. Me apego no fato de que essa tragédia aconteceu em meio à cidade, na cara de todos, o que pode sensibilizar as pessoas com mais intensidade. No caso do avião da Gol que caiu no ano passado, o local de queda era tão ermo que a imprensa não conseguiu transmitir a dor com vivacidade. As imagens demoraram a chegar e, quando foram divulgadas, eram oficialescas, frias, pareciam mais fotos de um exercício militar do que uma operação para resgatar 154 vítimas da incompetência e do descaso. Desta vez, o cenário de guerra é em meio aos nossos quintais. A cobertura tende a ser mais precisa e sentimental, o que pode impulsionar o início da revolução moral que tanto queremos.

Esperança, amigos, esperança.

julho 13, 2007

Pandemência

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É hoje, Braziu.

Público zero

Teatro de NY oferece ingresso gratuito a espectadores virgens

julho 12, 2007

Socorro

Acabo de comer 7 paçoquinhas da Yoki.

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Vou ali enfartar e já volto.

julho 11, 2007

A verdadeira maionese

Nessa semana fui entrevistado por um aluno universitário sobre as restrições que o governo pretende impor às propagandas de bebidas alcoólicas, seguindo o mesmo caminho adotado com o cigarro. Na prática, querem limitar que os anúncios passem a imagem de que com cerveja na cabeça você consegue comer um número infinito de gostosas, invariavelmente gostosas-atrizes da Globo. É o fim do sonho, amigão.

Pelo andar da carruagem, tudo indica que o próximo alvo será a gordura trans. Em Nova York já há restaurantes que pregam em suas portas: "estabelecimento livre de gordura trans". A onda de combate às propagandas de fumo também teve NY como foco importante. Foi de lá que o então ministro da Saúde José Serra trouxe boa parte das idéias que foram mais tarde aplicadas no Brasil, como a proibição do cigarro em restaurantes. É fácil imaginar que essa onda de combate à gordura trans também chegue por aqui. O que não seria nenhum absurdo por que esse troço MATA mesmo. E é pior do que o álcool, por que ainda não se tem clareza do quanto essa gordura é nociva e exatamente ONDE ela se encontra.

Briga pro futuro, abolir esse entope-artérias vai ser osso duro maior do que cigarro e álcool. Um dos passos importantes seria, pela lógica, delimitar a propaganda desses alimentos. Isso significa bater de frente com Perdigão, Sadia, Bunge e outras gigantes do setor alimentício, além das próprias emissoras de TV. Seria preciso muito peito pra tirar do ar propagandas de margarina, presunto, salsicha, embutidos, enlatados, leite condensado, sopas, molhos, biscoitos, chocolates.

E o pior de tudo é que, se a lógica do controle se estender, estaremos fadados a assistir anúncios de carro e banco pela eternidade.


* * *

Coincidentemente, foi divulgado hoje um pacote de regras que limita a TV brasileira a veicular determinados programas em horários pré-estabelecidos. As principais mudanças, em vigor a partir de amanhã, são:

- Seguir uma grade de horários para apresentação de conteúdos;
- Informar os limites de idade para os programas também por meio da linguagem de sinais.

Parece simples, mas não é. O problema está justamente na avaliação dos conteúdos. Segundo a nova regra, as emissoras terão que preencher um formulário com a sinopse de cada programa indicando a classificação, e aguardar até 20 dias para a liberação (publicada no Diário Oficial) antes de veicular o conteúdo.

Nos 60 dias posteriores, o Ministério das Comunicações analisará se a classificação indicada pela emissora está de acordo com as normas e, se for necessário, fará "ajustes", podendo mudar até mesmo o horário do programa.

Quem são estes analistas que ditam, daqui por diante, o horário mais adequado do programa que seu filho não deveria ver? A novela das oito, mesmo que suas prostitutas sejam caricatas, vai ter que pôr mais roupa?

A lei, para o bem dos negócios, no entanto, não prevê punição a quem descumpri-la.

julho 10, 2007

American way of life II

Keywords most frequently searched by NYTimes.com readers.
(10.7.2007)

1. sex
2. immigration
3. china
4. iraq
5. harry potter
6. health
7. langston hughes
8. india
9. iphone
10.supreme court

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"Rééénãn, é pra vocêêê."

julho 5, 2007

Concurso Hino do Estado do Carajás

Ocupada em descobrir futricos bobos sobre o nobre senador e criador de gado Leomar Quintanilha, agora presidente do Conselho de Ética do Senado que investiga Renan Calheiros por quebra de decoro agropastoril, a mídia má deixou passar batida uma vitória pessoal (e por que não dizer da Nação!) deste homem de projetos grandiosos.

Quintanilha conseguiu aprovação, ontem, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Projeto de Decreto Legislativo do Senado PDS52/2007, que propõe nada menos do que um plebiscito para a criação de um novo Estado brasileiro. O pedaço de terra encravado no quintal do Pará já tem até nome: Estado do Carajás.

Seguindo seu caminho natural, o projeto será enviado ao plenário do Senado e, caso aprovado, caminha para a Câmara Federal pra apoteose do nepotismo velho sem porteira.

Pra fazermos parte dessa história tão bela, proponho aqui um concurso para a criação do Hino do Estado do Carajás, valendo um churrasco com tipo de carne a escolher: Renan aftosus, Roriz linhas aéreas ou Quintanilha´s gold.


Modestamente, aí vai o meu:

Oh Estado do Carajás!
De minas de ouro do lado de lá
Oh Estado novo da minha Nação
Não sei como teu povo viveu tanto
Sentindo a dor do pranto de tua não-constituição

Oh Estado do Carajás!
Que promete terras férteis para plantar
Que promete solo farto pro boi pastar
Oh Estado novo do meu coração
Vou levar comigo Roriz, Renan e a toda nossa criação

Oh Estado do Carajás!
Estado de espírito que me faz pensar
Quanto boi, bezerro, vaca e novilha haverá por lá?
Se pouco, se muito, isso tanto faz:
Levo as fazendas Quintanilha
E toda nossa matilha que seja
pra te povoar

Como lavar a égua (ou a vaca)

No ano passado comprei alguns merréis em ações da Petrobras e quase vi meu suado dinheirinho minguar. Deveria ter investido em gado. Renan Calheiros investiu em gado. Joaquim Roriz investiu em gado. O presidente do Conselho de Ética (que deveria investigar Renan) investiu em gado. Boi, boi, boi.

Os três casos são exemplo de que precisamos olhar com mais cuidado pro campo. Mania de urbanização essa nossa, indústria, banco, bolsa de valores. Malditos sejam Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e os presidentes militares que industrializaram este país.

Se não, vejamos.

Renan conseguiu preços invejáveis de seus muares, trancafiados em uma área infestada pela aftosa e vendidos a valores acima do mercado. Roriz arrancou empréstimo do dono da Gol pra comprar um bezerrinho, coisa pouca, 300 mil reais (na verdade, o cheque de “Nenê” Constantino foi de 2,2 milhões, pro caso de aparecer uma vaquinha de barbada). Veja bem, caro leitor, o DONO DA GOL está investindo em gado e você vai ficar aí pastando? Tenha paciência.

Agora, como mostra reportagem da Folha, o presidente do Conselho de Ética Leomar Quintanilha (PMDB-TO) encontrou a vaca das tetas de ouro lá no Tocantins e enriqueceu - dobrou seu patrimônio em quatro anos.

Além da rentabilidade majestática, um simples motivo poderia explicar o investimento pesado em bois: é fácil lavar dinheiro com eles. Mesmo que o preço (em quilos) seja conhecido do mercado e não sofra grandes alterações, a maracutaia corre solta na compra de garanhões e novilhos promissores. Dependendo das características genéticas e de raça, um boi pode custar mais do que uma Ferrari. Nessa maleabilidade de valores, não é difícil acompanhar o pique da manada.

Chifrada pra lá, chifrada pra cá, fica a pergunta: além dos políticos, os corruptores também serão investigados? Quem ousará fuçar a vida de Nenê Constantino, um dos maiores BIlionários do país? E da mega construtora Mendes Júnior, especialista em obras públicas, que pagava as contas do filho fora do casamento de Renan Calheiros em troca de emendas no Orçamento?

Mú pra vocês.

julho 3, 2007

M de moeda

Genial.
Só perde pro efeito dominó de V de Vingança.

junho 29, 2007

American way of life

Keywords most frequently searched by NYTimes.com readers.
(29.6.2007)

1. sex
2. immigration
3. iphone
4. chris benoit
5. china
6. google
7. food
8. iraq
9. college
10. gay

junho 27, 2007

Fim da dedada

Passei a amar Israel como se fosse o próprio pai dos haredim.

"Cientistas israelenses criaram um microrrobô, com um milímetro de diâmetro, capaz de circular pela corrente sangüínea. (...) acredita-se que ele poderá auxiliar, por exemplo, na detecção precoce de tumores de próstata."

Só a ciência salva.

Publicitérios em chamas

O jornal The New York Times publicou uma resenha e um infográfico sobre o novo brinquedinho da Appel, o iPhone. O aparelho não tem previsão de chegada ao Brasil, e pode mesmo nunca chegar por incompatibilidade com as operadoras locais. O preço inicial é de US$ 500.

junho 25, 2007

De volta aos anos 50

Só mesmo o futebol pra nos levar de volta aos anos 50. Não pra época mágica das estrelas ingênuas, mas pra da política descaradamente ligada ao esporte. A Venezuela é uma ilha em preto-e-branco nos tempos atuais, e a Copa América realizada no país vai mostrar a face Peter Pan pós-comunista do país.

Os treinamentos da Seleção Brasileira são prova do que está por vir. Jogadores correndo em um gramado novíssimo, mas dentro de um estádio ainda em obras a poucas horas do primeiro jogo. Na cancha, somente propagandas políticas de governadores aliados de Hugo Chávez. As placas, geralmente dedicadas a grandes marcas, são ocupadas por feitos del comandante.

O centro de treinamentos da Seleção é guarnecido por soldados fortemente armados, como se fosse a Copa do Mundo de Israel. Chávez precisa mostrar força, expor seus homens. Homens felizes: pra competição, o presidente acertou um aumento salarial de 30% pras tropas. Nada de cara feia em um evento com alcance mundial. O presidente precisa provar, para si, para os seus e para nós, que a Venezuela é um país legal.

Em seu programa de televisão, hoje, Chávez pediu que os soldados da Venezuela recebam bem os estrangeiros. Como quem diz “desta vez passa, boludos”.

junho 20, 2007

Miguxeitor nelas tudo, porcozio!

KOMU aNdu rODaNU POcu NaH NET...prAH MiM iXXU EH nOvidaDI KraCK KaRCk...... diSCObRI NEXXah MADRUgAdah a FErraMenTAh + legAu i UTiU Di TodaH A Web: U miGUxXxeitor......

SEuxXx TexXxtuxXx PRU mIGuxXxEIxXx a 1 KLiKe dU Mose!!!!!

MiGUxXxEixXx ARcAIcu
MiGuxXxeixXx mOdeRnU
NEu-MiguxXxEIxXx

NauM PAXXI + APertu KUm A miguxXxAxXx DU sEU IrMaum + noVu...... MIGUxXxEITor nElAxXx tUDU...PoRcozIU!!!!!

junho 19, 2007

Tecnologia saves (entrevista com o futuro)

Cada vez mais acredito que a salvação do homem está no desenvolvimento tecnológico. Crença reforçada pela certeza de que, com uma simples análise na retina, estaremos livres do exame de próstata.

Descobri esse robozinho na Internet e fiz uma entrevista com o sujeito.
A primeira pergunta é a que não quer calar:


Verdes Fritos Grêmio vai sair campeón?
Ed Eu sei quando o Grêmio Portoalegrense nasceu: foi em 1903, quando ingleses e alemães que jogavam no campo da Várzea e a bola esvaziou-se. Na turminha que assistia ao jogo estava Cândido Silva, que emprestou a bola que trazia embaixo do braço. O jogo pode terminar e os rapazes comemoraram fundando o time.

VF (clique no botão direito pra copiar)
Ed Cuidado com o botão da direita!

VF Por que?
Ed Você apertou o botão da direita que eu vi!

VF Mas eu, mas...
Ed (silêncio)

VF Ta bom, caro Ed, você tergiversou. Dá Boca ou Grêmio?
Ed Em boca fechada não entra mosquito. Sabe o que significa esse provérbio?

VF Em Boca Juniors fechado não entra gol, e é de gol que precisamos!
Ed Outro dia assisti o Boca Juniors jogando na Bombonera. O Riquelme brilhava até debaixo de uma neblina espantosa...

VF É, o Riquelme é realmente o capeta.
Ed É, realmente.

VF Uma pena o Sandro Goiano estar fora da partida de volta. Sandro Goiano é um Chuck Norris Service Pack 2.
Ed Chuck Norris é um ator norte-americano que ganhou popularidade cult nos anos 2000, e acabou virando "febre" na internet.

VF Febre é coisa de viado...
Ed Você se enganou; não sou nada disso, sou programado para o sexo masculino, sou um robozinho macho!

VF Sei...
Ed Sei. Mas você já parou para pensar por que motivo se deve usar racionalmente as fontes de energia?
VF Ed, esse papo tá uma merda. Achei que você fosse a salvação pros meus problemas...
Ed Falando nisso, sabe o que fazer em caso de pegar uma diarréia?

VF O que?
Ed Me disseram que suco de cenoura com maçã ajuda. Água de arroz também. Mas o importante é tratar de evitar diarréias.

VF Mas e a Libertadores 2007, quem ganha, afinal?
Ed Quem ganha somos nós, claro!!!

VF Nós quem? (nenhum sentido). Tchau, cara.
Ed Adorei falar com você, até mais!

janeiro 12, 2007

Síndrome de elevador

Tenho uma coisa com elevador. Quando entro sozinho em um, me dá medo. Sempre acho que vai acontecer uma pane inesperada, a porta vai trancar, ele vai parar no meio do andar, vai faltar luz. Elevadores mudam até mesmo minha personalidade: se eu estiver em um e você precisar que eu segure a porta, bau bau. Em elevadores, quanto menos gente melhor - vai que o troço cai por excesso de peso.

Quando estou em um elevador tento me concentrar nas coisas que tenho pra fazer na semana, aproveito pra ter alguma idéia, pensar em como cortar algum gasto pessoal, compôr uma canção, escrever algo.

Dia desses o elevador da empresa me fez lembrar que viveremos mais um Big Brother. Quase no sexto andar tive uma sensação de alívio por saber que o programa já está na sétima edição. A longevidade o incorporou ao nosso cotidiano e, hoje, ignorar um Big Brother é tão fácil quanto ignorar uma novela, o Globo Repórter ou os (péssimos) programas de humor da Globo. Depois de tantas edições, afinal, já fica bem claro quem gosta e quem não gosta de se espelhar na frente da televisão. Eu, sinceramente, não não tenho nenhum amigo que gosta (cortei relações com os que assistiam já na terceira edição).

Apesar de não acompanhar o programa, pude notar que a edição deste ano quebra os dois paradigmas mais importante da história do "jogo" no Brasil. Ao contrário das outras vezes, em 2007 você só verá gostosas e saradões na tela. Chega de colocar a tia, a gorda e a desajustada pra dar "equilíbrio" na casa. Os gordinhos, os feiosos, os fora-de-padrão também não tem mais vez. Foi adotado o casal-padrão "modelete e bombadão de academia", um sinal claro de que a direção do programa resolveu assumir que o espectador de Big Brother quer mesmo é comer as gostosas e dar para os gatões. Quem vê o programa gosta é de uma bela putaria familiar sob os lençóis.

Outra mudança importante é que nenhum dos participantes me pareceu preocupado em esconder suas intenções. Pelo que vi nas propagandas, todos deixam bem claro que, por um milhão de reais, topam cara feia, aceitam dar rasteiras, não estão nem aí pra moral. A ordem na casa, ao que parece, será a do quem pode mais chora menos. Ao menos não fica aquele jogo de mentirinha, do tipo "a gente vai ser amigo fora daqui". Os novos participantes já sabem que isso não funciona e que o Big Brother é, de fato, talvez a única chance que um Zé Roela tem pra se dar bem na vida.

Agora vai dar uma espiadinha, vai.

janeiro 6, 2007

Quer pagar quanto?

Incrível perceber que a data do aniversário é a única que mantém pureza na comemoração. Aniversários, ainda, são alvos difíceis de serem atingidos pela publicidade. Campanhas são caras demais pra se ter aquela enxurrada de vídeos, áudios e placas todo o santo dia do ano. Imagina o cara das casas Bahia entrando em cadeia nacional, gritando hitericamente meu nome e me perguntando "quer pagar quanto?". Deus.

O cara que inventou o calendário é um gênio que nos livrou da pentelhação eterna. É claro que ainda recebo mensagens da companhia de telefone celular, do Grêmio, do meu provedor de internet. Mas até aí tudo bem - é bom saber que sou querido por softwares de computador programados pra disparar mensagens-padrão. No fundo, o Vale do Silício também ama.

Hoje é meu aniverário e passei o dia tentando comprar um barril de chopp. Infelizmente descobri que não há barris de pequeno porte. Estou em uma cidade que não é a minha, meus amigos não estão aqui e minha intenção era embebedar uma pequena horda de amigos dos meus cunhados. Uma pena você não ler meu blog em Passo Fundo.

Acabei comprando uma centena de garrafas de cerveja e, pra me prevenir, pedi pro cunhadão providenciar uma ambulândia pra fazer plantão na porta da casa. "Não se preocupe: já chamei um papa-entulho". Tá bom.

Vou lá beber a sua parte.

janeiro 3, 2007

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Entrei em meu blog ontem e vi uma janela em branco, vazia. Nenhum post havia sido cometido desde o mês passado e os softwares do publicador fizeram a única coisa que lhes foi ordenada a fazer nessas situações: se não há nada do mês de dezembro, então vamos deixar que o nada tome conta da página. Softwares precisariam vir com coração.

Um blog vazio desperta emoções distintas. Primeiro vem uma desculpa clichê, do tipo "mas eu ando sem tempo até pra ir ao cinema". Depois caio numa contradição existencial, lembrando dos diversos momentos de ócio que tive e não compartilhei com meu singelo diário do cotidiano. Por fim, senti um vazio enorme em pensar que minha vida, no fundo, pudesse andar tão sem assunto como as páginas do blog. "Sou um merda, afinal", pensei antes de virar a página.

Só quem tem um blog ou quem teve diários na adolescência pode entender o que é a página vazia, o mês passado em branco, mais de 30 e poucos dias sem ter o que dizer. "Desculpe, eu...".

O pior em manter um blog sem atualização até nem é perceber que seu amor-próprio perdeu uma perna: é sacar que as pessoas que gostavam de ler seus textos ficaram de mau com você. A Simone me colocou como padrinho de seu blog, e hoje sequer me oferece pautas - coisa que fazia todos os dias. A Simone é um case do leitor desiludido. A Simone tá de cara comigo e a única coisa que eu consigo dizer é "desculpe, eu...".

Voltar a escrever é tão primitivo quanto voltar a pensar, imagino. Neste exato momento me sinto como se estivesse saindo de um coma voluntário, minha visão está torpe, chove pra todo o ano lá fora mas os pingos enormes da chuva (que eu sei, estão lá) não são mais captados por meus tímpanos. Voltar a escrever é anular as ondas magnéticas. Voltar a escrever, em última instância, é relembrar aquela viagem de ácido que Jim Morrisom nunca teve.

Viajemos então.
Prometo não vos abandonar.

novembro 28, 2006

Conheça o mundo sem sair do lugar

Dizem que nas galerias de esgoto e água de São Paulo vivem jacarés que poderiam nos comer numa só bocada. Duvidar eu não duvido, São Paulo sob o sol tem coisas muito mais estranhas do que um inofensivo cascudão. Ontem o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, deu uma notícia boa pra quem ama os bichos - disse que não há solução pras enchentes que infernizam a capital paulista. Queria mesmo era ver um animal desses sair pela boca-de-lobo e jantar a perna do prefeito. Se há solução pra furacões, terremotos, tsunamis (deus!) não há como escoar a água das chuvas?

Por isso dizem que São Paulo é muitas cidades, talvez o melhor resumo do mundo que se possa ter no terceiro mundo. Só em São Paulo se pode sentir tanto medo quanto no Iraque, comprar muamba como se estivesse no Paraguai, comer pizza melhor do que na Itália e ser devorado por um jacaré digno do Rio Nilo em plena Paulista.

Os pacotes promocionais de 7 dias pro verão já estão à venda.
Todos incluem a posse do Serra no dia primeiro (esqueci de comentar a política maravilhosa do Haiti!)
Adquira já o seu.

novembro 6, 2006

Você já chutou uma velhinha hoje?

Uma das coisas que mais me comove no Brasil é nossa noção cívica. Cívica não no sentido de amor à pátria, à bandeira, à Brasília (não somos vira-latas por acaso, afinal). Cívica no sentido de civilização, de civilidade, respeito. Nada como uma banda rápida na Feira do Livro deste ano pra constatar, mais uma vez, que somos a pior das raças no quesito "estou sozinho no mundo, e você, quem pensa que é".

Há semanas que eu insistia com todo mundo que a exposição "Somos a criação popular brasileira" era obrigatória pra qualquer um que visitasse Porto Alegre. Mostra só com artistas plásticos totalmente desconhecidos no Brasil e que, obviamente, os gringos adoram e pagam caro. Estamos lá.

A exposição em si anda uma maravilha quando avistamos uma fila. Uma fila ainda incipiente, tímida. Estávamos no meio do salão superior do Santander Cultural, ainda nem tínhamos dado a volta completa.

Pra nossa surpresa, o que mais parecia uma reunião de amigos virou uma fila do INSS no dia 5. A coisa ganhou proporções descomedidas para o espaço, tanto que não nos permitiu ver um painel de colagens que parecia ser muito legal, atrás das cabeças das pessoas.

Pra passar pro lado de lá do andar precisávamos driblar a fila, tarefa já ingrata - o aperto era grande. Desafiamos as pessoas, vamos nessa que a gente quer ver aquelas mulheres rústicas e os painéis em madeira. Todas nos olham como se quiséssemos roubar seus lugares. Pânico nos olhos. "Esse lugar é meu", me encara uma menina de cabelos roxos. Andamos mais um pouco, espremidos, tentando nos desvencilhar. "Eu cheguei primeiro", se amedronta outra, baixa. Parecem crianças mimadas em volta de um doce minúsculo, quase inexistente.

Empurra de leve, bandeira branca, a gente só quer ver aquelas coisas ali que ninguém gosta, dá licença por favor que eu to por fora, calma que eu não mordo, sua cara é sempre feia assim ou é só por que ta chovendo?, espero SINCERAMENTE que essa fila leve vocês ao inferno e... pára tudo. Uma senhora de cabelos brancos com ar de vovó de todo mundo quer passar. Ninguém aí, nem bola. Ela tenta, se esgueira, enfrenta a mesma dificuldade que nós. Quando chega no início da fila pra tomar seu lugar de direito ("temos uma Lei do Idoso no Brasil pra nos forçar a deixar gente idosa a ficar com os melhores lugares, droga") uma super educada menina olha pra ela candidamente e comunica: "o final da fila é lá atrás".

Constrangida, calada, resignada, com pena a senhora se afasta. Encara a multidão e se acomoda em pé "no final da fila", como mandou a garota. Acompanhamos a cena revoltados, fosse eu um cara sem noção já teria partido pra porrada. No caso, umas palmadas na bunda pela mal criação.

Como também fomos para o final da fila (porque tava todo mundo de costas pras obras de arte do andar) acompanhamos a vovó. Lá, ela olha para outra senhora um pouco menos idosa - mas que certamente deveria estar gozando dos mesmos direitos - e comenta: "o pior é que ela foi minha aluna de Inglês". Peraí. O pior é que ela foi minha aluna de Inglês? O pior é que ela foi MINHA ALUNA de Inglês? O pior é que ela FOI MINHA ALUNA de Inglês? Se existisse, deus teria feito um raio cair na cabeça da garota da fila.

Cara, a menina foi aluna da vovó, olhou docemente pra ela como quem recorda de um momento de sua adolescência e mandou ela pro final da fila? Deveria existir punição sumária pra ex-alunas de Inglês que mandam seus ex-professores pro final da fila.

Nos olhamos, nos indignamos juntos, e como tenho o péssimo habito de tentar consertar os buracos no teto do mundo, olho pra uma das segurança que está a dois metros da vovó e falo "olha, tem uma senhora idosa aqui no final da fila, é contra a lei, hein?" (ameacei com a lei, agora vai). "Pois é, mas eu não posso fazer nada..." Ela não pode fazer nada. Tentei convencê-la de, ao menos, dar um toque pro pessoal da organização, e ela prontamente me apontou quem eram o 'culpados'. Mas insistiu que não era o seu trabalho, como quem diz "não sou pago pra cuidar de velhotas no final da fila".

Nos olhamos novamente e aí pensei que hoje não vou estragar meu dia, vamos lá garoto, contenha-se, o mundo é isso mesmo, não foi você que fez a luz, os animais, o céu e a terra. Ok, vamos nessa que - olha! - chegamos nos painéis de madeira que eram realmente maravilhosos. Afinal é isso mesmo que a gente veio fazer aqui, cada um com seus problemas, vem cá me dar um beijo e os outros que se fodam.

Só que, realmente, não deu pra engolir. Demos a volta no andar pelo outro lado e não me contive. "Sério, a gente tem que fazer alguma coisa, simular um suicídio, sei lá. Quem sabe as pessoas prestam atenção na gente e a vovó fura a fila". Pára, Lê. "Vou lá falar com o pessoal da organização". Volta tudo, caminhamos até lá, um cara de cadeira de rodas quer passar, chama a moça, agora vai. "Oi, tudo bem? (sorrisos) Tem duas senhoras lá no final da fila, uma delas tem mais de 70 anos com certeza". Ela vai dizer, ela vai dizer, ela vai pegar a vovó, ela vai... "Eu sei, a gente já está abrindo, ta?".

A gente já está abrindo, ta?
A gente já está abrindo, ta?
A gente já está abrindo, TA?

Foi isso o que ela disse.
E aquela frase ficou martelando na minha cabeça.
Diabos, eu não quero saber se vocês estão abrindo, isso não muda o fato de ela estar no final da fila! Sabe aquela mentira contada tantas vezes que se torna verdade? Acho que é isso, o errado sou eu, palmas, vocês venceram.


***


Quando voltamos de Buenos Aires todos perguntavam se tínhamos sido mal recebidos, comentavam a empáfia dos portenhos, a afamada arrogância argentina. Os argentinos só não estão na nossa frente no futebol, por que de resto eles nos dão um banho - de educação, sobretudo.

novembro 4, 2006

Morri

Pra quem não notou, eu morri por uma semana.
Volto depois do feriado.


Abraços

outubro 26, 2006

Dança da chuva

Hoje foi mais uma madrugada daquelas, e mais um dia daqueles. Sempre que chove durante a noite eu sei: a chance de eu não me sentir bem no dia seguinte é alta. Pode ser que eu simplesmente acorde triste, ou pode ser que meu corpo resolva não funcionar. Hoje ele não funcionou.

Ando com problemas sérios de estômago e parece que isso tem uma ligação direta com a chuva. Quando era mais novo a chuva também estragava minhas manhãs de quinta-feira, nas memoráveis aulas de educação física. Um problema no joelho (até hoje não diagnosticado) me tirava de qualquer "clássico" do colégio. Era uma dor insuportável, eu olhava pro céu e blasfemava contra todos os zilhões de gotas que caiam sobre a terra. O sofrimento era ainda maior por que eu simplesmente adoro dias de chuva, manhãs cinzentas, noites de tempestade.

Quando criança, sempre me perguntava por que o homem do tempo da TV insistia que teríamos "tempo ruim" nos próximos dias. Era só a chuva, e chuva deveria ser tempo bom, fotossíntese, fertilidade e etc, pensava eu. Mesmo criança eu já fazia associações incomuns pra minha idade. "Momentos de chuva são sexuais, esse monte de pingos é o maior orgasmo do mundo!". Eu tinha uns 11 anos.

Fora o fato de eu não ser uma criança lá muito normal, ainda concordo com esse ponto de vista infanto-sexual. Esse é um dos problemas de só se pensar em praia e férias: a passagem do ano, o trabalho e os dias de inverno só são justificáveis por que teremos o próximo verão. Até mesmo as regiões mais nada a ver com essa cultura "moro num país tropical, num pa-tro-pi" (meu deus, alguém escreveu isso) são contaminadas. Em Santana do Livramento, distante ao menos MIL quilômetros de qualquer praia habitável, o que o cara mais quer é ir pra Tramandaí e ver umas bundas. Nada contra as bundas, mas por que esse culto ao verão?

Domingo teremos segundo turno e os blogs de política do país não cansam de destacar nosso mau-caratismo eleitoral. O problema é que essa mentalidade míope só reflete nas urnas o que vivemos, agimos e pensamos ao longo do ano. O que importa é o verão, o que interessa são meus dias de férias. Ninguém se preocupa em consertar o telhado pra curtir dias de chuva. A sensação que temos é que em janeiro e fevereiro não há governo, só protetor solar e caipirinha. O "tempo ruim" merece um pouco mais de nós, mesmo que a água faça nosso joelho doer ou o estômago pifar. Afinal, nem só de Jorge Ben Jor vive homem.


p.s. Esse é um daqueles posts confessionas que eu abomino em qualquer blog. Você não tem nada a ver com a minha vida, afinal. Acontece que recentemente eu li uma pesquisa sei lá onde que mostra que as pessoas se interessam mais por posts pessoais do que por "coisas sérias", de "caráter cultural relevante" ou que "interessem à nação". Portanto, quem não gostou bate palma e vai ler o Noblat, que eu só to fazendo o que todo mundo faz: aproveitando pra me dar bem.

outubro 22, 2006

Bom dia

A dificuldade de manter um blog atualizado não é diferente da de acordar e encarar um dia. Talvez mude a carga, talvez pareça que mude, mas esteja certo: a dificuldade de manter um blog atualizado é essencialmente a mesma da de abrir os olhos, caminhar, viver. Ela vem de longe, retorna, uma sensação familiar todos os dias, talvez a própria consiência.

A vontade de manter um blog atualizado é
(se não)
a da própria existência,

às vezes doce,
outras nem.

Se não for isso, não sei.
Estou morrendo.
Estou morrendo.
Estou morrendo
de sono.

outubro 12, 2006

Agradeça ao You Tube

A avalanche de entrevistas e reportagens sobre a venda do You Tube trouxe à tona uma discussão que este blog já havia abordado.

O fenômeno You Tube, assim como o Flickr ou o My Space, evidenciam uma das principais características dos dias de hoje: a vontade de transformar vidas normais em superexistências. Ao publicar vídeos, fotos e textos na rede, o cotidiano de um garoto de 15 anos não corre mais o risco de passar em branco. Ao expôr seus pequenos fragmentos de existência, ele pode se tornar de imediato o mais novo superstar do bairro - ou, ao menos, do colégio em que estuda. Sem graça mesmo é a vida de quem não tem computador no quarto. A brincadeira geral é o auto-retrato em frente ao espelho e a mensagem "antes de add deixa scrap" no Orkut, outra arma da promoção pessoal.

Assim como é capaz de supervalorizar vidas de todo o modo sem graça, o potencial de fagia da rede consegue transformar os astros em meros mortais, pecadores, feios, cheios de espinhas, bêbados, drogados, afetados, falíveis e nem tão legais assim. A quantidade de flagras postados na rede é cada vez maior e a sensação que tenho é que, num dia logo ali na esquina, todos os deuses descerão do Olimpo - ou nós é que subiremos lá pra comer uva com os pés na mesa de centro.

Vai ser lindo.

outubro 11, 2006

Perdendo na base

O irmão do Lula (um dos 14) abriu o voto: vai de Alckmin. Li a notícia hoje pela manhã em um jornal de Santos, não acreditei e pedi pro correspondente do Terra ir atrás do homem pra ver se a história batia. E bate.

O que impressiona é a sobriedade da família. Jachson Ignácio da Silva é pedreiro e sabe mais de política do que muito macaco velho por aí.

"É uma falcatrua atrás da outra. O PT me deixou envergonhado. Era a minha esperança, não tinha o direito de errar, como fizeram Delúbio, Zé Dirceu, Palocci. Quando esfria uma, aparece outra".

"O Brasil não é só Nordeste. Além disso, o Bolsa-Família é uma vergonha para qualquer governo. O povo não quer esmola, quer trabalho, casa para morar, escovar os dentes, e tudo isso. Não apenas arroz e feijão".

outubro 8, 2006

Eu também te amo

A vinheta de abertura do debate da Band é um dedo apertando um botão.
Um dedo médio.

Frase do dia

"É pelo DEDO que se conhece o gigante."

Alckmin, sobre Lula.
Isso foi um insulto ou um elogio?

outubro 4, 2006

Leite com melancia

As urnas não reelegeram os deputados Antônio Carlos Biscaia e Amir Lando, presidente e relator da CPI dos Sanguessugas, DISPARADO, a CPI que mais deu certo no governo Lula.

Vamos todos tomar um copo de leite e comer melancia pra homenagear a sabedoria popular.

Espetáculo

Tem momentos na vida em que a gente precisa se sentir um merda pra entender que as coisas tem uma importância muito maior do que o aqui e agora. E como jornalista é assim que me sinto agora, envergonhadamente um merda. A cada eleição, a teoria de que a imprensa é hoje um palco à serviço do 'Panis et Circencis' se confirma.

Não vejo em lugar nenhum da grande mídia a divulgação de eleitos que têm um projeto interessante em determinada área, ou de reeleitos que merecem ficar por mais quatro anos em Brasília pelos bons serviços prestados à nação. Se a farsa eleitoral não se faz evidente sob escândalos, com certeza mostra sua cara sob a forma de piada. Ocupam linhas e linhas, frames e frames, bits e bits de nossa imprensa o mais jovem deputado, a mais bela deputada, a candidata prostituta, a musa do mensalão, os cabelos coloridos, o zé mané, o cara da muleta, o vovô que usa luvas de boxe, o aposentado que levanta do caixão, o Clodovil. Tudo em busca da audiência. Patético, não fosse trágico: se passarão mais quatro anos sem que o povo saiba uma linha sobre o que esses caras pretendem fazer quando assumirem suas cadeiras.

Se a imprensa merece fortes aplausos por dar gigantescos espaços aos escândalos de corrupção, está faltando umas palmadas na hora de divulgar projetos.

Depois nós, 'homens de imprensa', culpamos o povo por não saber votar.
Vamos combinar que pouco ajudamos.

outubro 3, 2006

Frase do dia

"Não vou quebrar o septo nasal (sic) de ninguém, não vou dar bofetada em ninguém, eu sou calma".

Heloísa Helena, em plenário, dando um recado aos que pensam em pedir seu apoio no segundo turno.

outubro 1, 2006

Pequenas considerações sobre

Rigotto sorriu ao saber que perdera a eleição. Mais um turno de competição seria cansativo pra quem, desde o início, não queria novamente concorrer. Rigotto se esquivou do Rio Grande e tentou o Planalto. Cedo, mas talvez pra fazer nome e concorrer contra um provável Aécio Neves em 2010. O resultado foi que Rigotto pouco fez campanha. E a ironia é que na eleição passada ele disparou na reta final, arrancou da ponta de baixo pra vitória. Este ano, Rigotto caiu de primeiro pra terceiro em uma semana.

***

Yeda trocou de marqueteiro às tamancadas, mudou o penteado, jogou mais maquiagem e luz na propaganda eleitoral, mostrou fôlego. É o Botox no segundo turno.

***

Me parace que Olívio não passa pela segunda fase. Quem votará no PT além do próprio PT?

***

Manoela vai pra Brasília com o voto do Orkut, do "e aí, beleza", da Redenção. Sorriso bonito, achei legal. Repete uma história parecida com a da Maria do Rosário.

***

Mano Chances com 40 mil votos é deputado estadual e mostra que se eleger é viável. Quarenta mil votos equivalem a uma pequena cidade do interior, talvez duas. Fácil pra quem faz shows por todo o estado. Mano Changes é o Frank Zappa da chalaça.

***

Simon se manteve, mas Rossetto mostrou que poderia chegar no Senado. Por pouco.

***

Um fiasco as pesquisas de boca-de-urna.

***

Quem é o Oscar?

setembro 28, 2006

No debate: Alckmin

Ele passou a campanha toda como um desconhecido nacional.
Ele fala em taxa tributária, imposto regressivo, gestão. Alckmin não fala exatamente pras pessoas. Alckmin watts, megawatts, Alckmin Bolívia gás.

No debate: Cristovam

Cristovam é uma educação que só. 22h46 ele diz que a revolução na educação é uma "revolução doce". Ele quer uma saída para o Pacífico. Cristovam é fofo. Se as crianças votassem dava Cristovam no primeiro turno. Cristovam é o tio Jorge.

No debate: Heloísa Helena

Heloísa Helena tenta ser doce, mas com 20 segundos de discurso ela engata a quinta marcha. Heloísa dinamiza a cultura nacional, deseja o inferno aos banqueiros, excomunga os moleques de recado. Heloísa é movida à paixão. Heloísa fim do ciclo do petróleo, biodiversidade, Amazônia. Heloísa discursa, come a pergunta, é pega pelo tempo. Ela quase chora.

No debate: Lula

(...)

setembro 25, 2006

Nicho de Mercado

Acabo de ver na TV mais uma propaganda sobre iogurtes. Mas não iogurtes normais, aqueles iogurtes que prometem melhorar a flora intestinal, digamos (grosso modo) fazer você ir ao banheiro com mais regularidade. Tem certos nichos de mercado que jamais pensei existir. Tudo bem vender automóveis, casas, cirurgias plásticas. Mas vender a possibilidade de se fazer um bom cocô é realemente admirável.

As cores do cenário e das embalagens seguem um padrão, verdes, ameixas, o logotipo tem vértices pra baixo. No video eles sabem aproveitar bem essa característica, colocando sobre os vértices setam animadas que se movem pra baixo, passando a sensação de que na descida todo santo ajuda.

A publicidade e o investimento em cima do iogurte do cocô é alta. A aposta inclui até mesmo uma espécie de seguro sanitário: você compra o produto e consome por um certo tempo. Se ele não fizer efeito, toma lá seu dinheiro de volta. Maravilha. O problema e conseguir ler as letras miúdas do comercial.

Passa a propaganda e começa o horário eleitoral. Haja iogurte.

setembro 22, 2006

Votar é patético

Tem certas coisas que eu não entendo. E também sei lá se quero entender. Enquente de capa do Terra na semana passada perguntava "Qual deve ser a prioridade do novo presidente?". Entre as opções, segurança, emprego e educação. Calejado de tanto cobrir os ataques do PCC em São Paulo, dei por certa a vitória da 'segurança' - até por que o forte de audiência do Terra está em São Paulo. Pra minha surpresa, lá estava 'educação' em primeiro lugar, despertando interesse, movendo consciências.

Lindo, se não fosse inexplicável. Como diabos as pessoas priorizam a educação e não votam no Cristóvam Buarque? O cara SÓ fala em educação. Tudo bem que ele não é um poço de carisma e totalmente desconhecido no País, mas ele está com cerca de 1% nas pesquisa. UM PORCENTO?

O horário eleitoral prova o que há muito se vê, os políticos parecem jogadores de futebol saindo do campo, com o mesmo discurso pronto, o mesmo viés, o mesmo tom, as mesmas... baboseiras. Dia 1º vamos viajar, por favor. Fiquem longe de seus domicílios eleitorais, justifiquem o voto. Votar é patético.

setembro 12, 2006

Super Trunfo dos Políticos

Depois do Super Trunfo de Santos Católicos agora é a vez de cartas estampadas com políticos brasileiros virarem motivo pra brincadeira. Está lançado na rede o Super Trunfo dos Políticos Brasileiros, continuação de uma bem sacada abordagem pra temas tidos como sérios.

É só ler as regras, baixar as cartas e se divertir. Aqui.

Tapa na Pantera

Sei que muitos já devem ter visto, mas resolvi fazer uma pequena compilação dos vídeos Tapa na Pantera. Um já clássico, divertidíssimo.
O blog anda ranzinza demais, so, enjoy.


Tapa I
Tapa II
Entrevista ao Terra

setembro 9, 2006

Uma verdade sobre a Lei de Incentivo à Cultura

Quem mora em Porto Alegre e se orgulha do fato de a cidade fazer parte de um certo "roteiro internacional de shows" já deve ter percebido que essa realidade entrou em franca decadência. Desde o ano passado, o número de grandes espetáculos começou a rarear, e este ano eles simplesmente desapareceram. Mudança e tanto pra quem estava acostumado a ver por aqui estrelas internacionais do peso como Eric Clapton, Rogers Waters, Red Hot Chilli Peppers e Lenny Kravitz - e até mesmo os artistas brasileiros mais caros do momento, como Ivete Sangalo, Skank e Zezé Di Camargo & Luciano.

Acontece que muitos desses mega-shows eram patrocinados indiretamente pelo governo estadual por meio da Lei de Incentivo à Cultura, a LIC, que anda em crise. Criada inicialmente para promover a cultura do Estado, a LIC foi totalmente desvirtuada. Pelo menos o objetivo moral da história. Ao dar uma olhada na planilha de gastos da Lei, observa-se facilmente que áreas como folclore e artes plásticas já nasceram escanteadas pra que grandes eventos de massa pudessem ser realizados. Eventos esses promovidos e devidamente lucrados pela iniciativa privada, diga-se. Na lista dos maiores captadores de recursos da LIC, as principais produtoras de shows do Estado estão invariavelmente entre as dez mais, gastando recursos que deveriam financiar a cultura original, nova, criativa, em vez de priorizar espetáculos de valor duvidoso, como um show de um artista já consagrado que, na prática, dá lucro sem precisar de lei alguma. Além de espetáculos musicais isolados, a LIC também ajuda a financiar coisas como o festival-de-verão-anual-de-uma-grande-rádio-que-você-sabe-qual-é, e dezenas de projetos que poderiam muito bem correr por conta e risco de seus realizadores. Francamente, não vejo vantagem em usar meu imposto pra trazer o Charlie Brown Jr. pro litoral gaúcho.

Até mesmo em projetos que a Lei de Incentivo parace cair como uma luva cabem alguns questionamentos.

Kerbs, oktoberfests e rodeios
Eventos que cobram ingresso, comercializam uma quantidade sem tamanho de produtos e serviços e deveriam ser auto-sustentáveis. Como sempre foram realizados, mesmo antes da existência de qualquer tipo de lei de incentivo, qual o motivo para pedirem (e ganharem) dinheiro do Estado? Há como fazer sem ajuda oficial.

Patrimônio Histórico e Cultural
Leia-se prédios que, em geral, são do governo, e deveriam ser mantidos por ele, sem raspar o dinheiro da Cultura.
Esse terreno é pantanoso, mas pra mim é muito claro que a LIC não deveria ser usada pra isso. Por que o Governo Federal não pode manter a estrutura histórica dos prédios da UFRGS? Aquilo é uma universidade e, antes de tudo, um conjunto de prédios funcionais, salas de aula. Por que alguns prédios da administração estadual precisam usar verba da Cultura para reformar paredes? Pra ambos os casos há impostos que deveriam ser refletidos em verbas específicas pra manuntenção. Não há lógica em usar incentivos da Cultura no restauro de prédios. O argumento de que eles próprios fazem parte da cultura não cola. Uma árvore centenária faz parte da cultura e não precisa de incentivo algum pra ser podada. O calçamento da Rua da República (feito ainda por escravos) faz parte da cultura. Quer dizer que se o Demae abrir um buraco pra consertar um vazamento qualquer vamos acionar a LIC pra reordenar as pedras da via? No mundo ideal talvez sim, mas não no Brasil, onde muitos projetos novos são inviabilzados por falta de dinheiro.

Essa seção (Patrimônio Histórico) é a que mais gasta os incentivos da Lei, toma frequentemente mais de 20% do bolo, fatia que poderia fazer nascer milhares de novas peças teatrais, livros, filmes, discos, revistas, festivais de cultura, exposições e etceteras.

Nessa área entra algo ainda mais problemático. O Estado ajuda, por meio da Lei, a restaurar igrejas, sobretudo as católicas. Ora, a Igreja Católica é uma entidade PRIVADA, com claros fins lucrativos, investidora conhecida, sócia de mega-empreendimentos e detentora de uma reserva de ouro do tamanho do Bom Fim. Além disso, tem bilhões de fiéis ao redor do mundo que pagam dízimo (mensalidade). Não há lógica em dar dinheiro para reformar igrejas. Seria algo equivalente a pagarmos para reformar a sede social de um clube. Sem pé nem cabeça.


* * *

Não vou repetir a história "Pavarotti x Anahy de las Misiones", leiam nos originais do Giba Assis Brasil. Ele também joga outras luzes sobre a questão.

Está mais do que na hora de rediscutir essa Lei.

setembro 4, 2006

Cara de artista

O que estraga tudo é a cara de artista. Já reparou que tá todo mundo com cara de artista? É cada vez mais freqüente ser encarado como um estranho estando só de camiseta, tênis e calça básica. Logo a minha geração, que nasceu dentro da calça jeans, anda sofrendo a angústia reversa de ser simples de mais. Hoje em dia, ou você tem cara de artista, ou vai em festas psy, ou vai ao trabalho como se fosse pra uma entrevista de emprego, ou é emo. Se estiver indeciso, o melhor é ser isso tudo ao mesmo tempo. A coerência anda em baixa, o que vale é comprar roupa rasgada por duzentos contos e fazer cara de estragado. É cool ser estragado. O que parece o ápice da liberdade de expresão, na verdade, anda broxando a vida da gente.

Há pouco tempo atrás, você tinha que conquistar o direito de ser excêntrico. O que pode parecer excludente na verdade é um prêmio ao esforço ou à aptidão nata. Não era todo mundo que poderia andar por aí com as roupas e os bigodes do Salvador Dalí ou com o terno amarrotado de Sartre. Pra não virar piada era preciso, antes de tudo, ter talento. Hoje, primeiro se dá um jeito no visual, depois se tenta arrumar talento em alguma área, nem que seja em tirar auto-retratos com cara de gostoso e publicar no Orkut com uma mensagem "Só add quem conheço".

A cara de artista não anda só broxando a vida, mas também sepultando tradições até que bacanas. O cabeleireiro, por exemplo, está sumindo. Hoje ele se chama Hair Stylist. Nos salões, você pode dar um tapa na juba, comprar uma camiseta caríssima e comer uns bolinhos. Salão de beleza virou lugar pra se estar in. Não à toa, ta cheio de gente com o cabelo parecido com um brioche por aí. É o risco que se corre.

Talvez essa geração saiba curtir a vida com menos grilos, com menos preconceitos, mais aberta, menos muros. Talvez essa geração seja até melhor que a minha, se é que existe isso. Talvez. Mas, ao mesmo tempo, admitindo-se todas as personalidades, admite-se também que as personalidades se diluem. É a geração Ctrl C + Ctrl V - de manhã você vai ao colégio de camiseta do Iron, de tarde namora uma garota de 13 anos ao som de um emo qualquer e de noite toma uma bala pra curtir a festa psy. Não cobro coerência, mas assim também já beira à falta de cara.

Adapta-se conforme a música, acerta-se a luz conforme o ambiente, e vamos embora por que quem fica de fora está, literalmente, por fora. Talvez por isso a música eletrônica pra dançar ocupe cada vez mais corações e mentes. Hoje em dia, há menos pessoas no mundo dispostas a ver outro alguém no palco. A onda é se arrumar de um jeito "diferente", tomar bala e dançar até de manhã pra tentar ser notado. Acho que anda todo mundo com síndrome de querer SER o artista, e não mais VER a arte. O que atrapalha é, o que atrapalha, é sempre a cara de ... deixa pra lá.

Aos judeus, a morte

Que o presidente do Irã tente se tornar uma liderança no Oriente Médio e passe o dia brincando de inimigo público número 1 dos EUA, tudo bem. Até me divirto vendo essa batalha de frases, principalmente quando ele insiste em ter a bomba atômica, como uma criança que bate o pé pra ganhar um doce. O argumento de Mahmoud Ahmadinejad (saúde!) é até convincente: quer país mais maluco, sórdido e mal governado do que os EUA? Afinal, qual foi a única nação capaz de usar a bomba atômica pra retaliar um ataque insignificante de pilotos suicídas japoneses?

Agora, o que me preocupa em tempos de Israel em guerra é essa incipiente volta dos auto-proclamados "revisionistas". Ahmadinejad deu seu metro de contribuição, hoje, ao defender que o massacre dos judeus durante a Segunda Guerra não foi sombra do que conta a história. A idéia não é nova e desde o final da guerra "escritores" defendem que não foram mortos os tais 6 milhões de judeus. Mas afinal, de que importa o número? Seria justificável se fossem três milhões, quem sabe dois ou um milhão? Seria justificável se fossem DEZ judeus? Fato é que a Alemanha montou um aparato de matança pra "limpar" a nação. Ao povo, foi dada a desculpa da pureza racial. Nos salões do governo, o motivo era pura e simplesmente econômico: havia gente demais e emprego de menos em um país que, pouco antes de Hitler, as pessoas ia ao supermercado com carrinhos de mão cheios de dinheiro para comprar pão. Pra se ter uma noção, em 1921 eram necessários 64 marcos alemães para comprar um dólar. Em 1923, para se obter o mesmo dólar, seriam necessários 4 quatrilhões e 200 trilhões de marcos. Quatrilhões. A situação alemã melhorou, é fato, mas não pela matança insana, e sim, pela própria lógica da indústria da guerra - que, aliás, sempre manteve os impérios desde que o mundo é mundo.

Tantos anos depois, é triste ouvir o presidente eleito de uma das mais importantes nações do Oriente Médio defender essa idéia maluca, que Israel (e seus habitantes) mereceram e merecem o extermínio por serem usurpadores da humanidade. Ahmadinejad ainda acredita que os judeus são um bando de lunáticos organizados que fazem de tudo por dinheiro. O pior é que esse assunto tá com cara de que vai esquentar, e muitos outros Ahmadinejadres estarão de prontidão a defender essas imbecilidades. Atenção, por favor.

agosto 29, 2006

Como o comunismo pode destruir a América

Quer coisa mais comunista que um furacão? Que tal um furacão chamado Ernesto?
Se todos os anos a temporada de furacões do norte já torna regiões nos EUA interamente comunistas (todos dormem no mesmo abrigo, comem da mesma comida, compartilham das mesmas angústias e até, milionários e mendigos, têm assunto em comum) imagine o estrago psicológico que pode fazer um furacão chamado Ernesto - primeiro nome de Che Guevara -, que chega com potencial de destruição na América exatamente um ano depois da tragédia do Katrina e um dia após ter passado por Cuba. Êta ventinho emblemático esse.
Hoje, Bush andou por lá, com a imagem ainda arranhada pela pífia atuação no ano passado, quando só sobrevoou a área atingida. E o que é pior: o governo dos EUA ainda retém dinheiro que deveria ajudar a reerguer New Orleans. Já viram as fotos da cidade? Não é arquivo, não, essas fotos foram distribuídas pelas agências internacionais hoje. Não se fala de outro assunto.
Enquanto áreas de brancos e ricos (redundância?) já foram limpas e reconstruídas como se fossem a Disney, os bairros mais pobres próximos dos diques de contenção de água ainda parecem uma zona de guerra. New Orleans está 3 metros abaixo do nível do mar, e os tais diques - já fracos e obsoletos na época - ainda não foram totalmente reconstruídos. Quer dizer, se outro furacão atingir com força o Golfo do México, pode ser a pá de cal.
Por essas ironias da vida (e pela total incompetência do governo) é a primeira vez que um Ernesto tem reais chances de entrar na América. E destruí-la.

agosto 18, 2006

PMDB comanda

Informações de bastidores já dão conta de que o PMDB deverá pedir cerca de OITO ministérios ao novo governo. Isso pelo poder político que o partido terá após a eleição de outubro - com chances reais de eleger o maior número de governadores do país e as maiores bancadas de deputados federais e senadores. Governistas estão eufóricos, aliviados por terem conseguido afastar a idéia da candidatura própria.

E segue o balie dos mesmos.

agosto 17, 2006

Tortura de esquimó

Nos últimos dias venho me dedicando à tortura de esquimó.

6h25 - Acordo antes do despertador; viro de lado, durmo
6h30 - Telefone desperta, aciono o soneca
6h39 - Desperta de novo, soneca nele
6h48 - Abro os olhos, me espreguiço, penso que posso dormir mais dois minutos
6h50 - Sento na cama, reclamo, levanto
6h55 - Não amarro o cadarço, não penteio o cabelo, saio de casa e deixo pra escovar os dentes na redação
7h05 - Chego no trabalho, invariavelmente, atrasado

agosto 12, 2006

Mudar dói

Aluguei uma casa com um amigo/irmão e estou definitivamente deixando meu apartamento. Mas mudar dói. A casa está lá, bonitinha, cercada, limpa, com algumas coisas essenciais que já compramos (geladeira, microondas, TV). Quer dizer, não falta nada, é só preciso encaixotar as coisas, limpar a poeira dos livros e CDs, arrumar as roupas, desmontar a cama e o pequeno armário que tenho no quarto. É pouca coisa, mas faz mais de duas semanas que me enrolo, levo coisas aos poucos, resisto. Tenho a sensação de que estou me mudando em pedaços, como quem se desmancha aos prantos. Por que mudar parece sempre o final de um relacionamento?

Olho pras paredes do apartamento e lembro quantas coisas fiz aqui, por tudo o que passei, quantos empregos tive e quantos projetos me consumiram sentados junto comigo nessa mesma sala, nessa cadeira quebrada que está acabando com as minhas costas. Essa sensação da vida em segundos, como um trailer de filme-Hollywood, acho que só sentimos quando estamos em perigo imediato, quando gozamos ou quando estamos saindo de algum lugar onde estivemos por muito tempo.

Até mesmo eu estar aqui, escrevendo esse post, serve pra me livrar por uns instantes dos machucados que cada livro, cada disco, cada camiseta, estátua, fone de ouvido e gravata irão me causar. Mas no fim eu sei que preciso andar, que doer mais um pouco é a única saída. Mudar, definitivamente, dói.

agosto 9, 2006

Sociedade da Terra Redonda

Acabo de ver que meu nome é citado no site Sociedade da Terra Redonda por causa de uma reportagem que escrevi há algum tempo. Que diabos é essa Sociedade? E como meu nome foi parar lá? Eu sequer acredito que a Terra seja redonda, ô pá!

Lendo os objetivos dessa sociedade até, vá lá, me identifiquei:
* Defender os direitos dos Ateístas na sociedade;
* Advogar pela total e completa separação entre religião e governo;
* Divulgar e promover o método científico e o pensamento crítico, as realizações e os avanços da ciência.

Mas é óbvio que a picaretagem corre solta.
Exijo sair.

agosto 8, 2006

Não estou em casa 2006

Devido ao grande número de posts (dois) sobre a Heloísa Helena, no qual digo que vou repetir eleições anteriores e não votar, resolvi lançar a campanha "Não estou em casa 2006". Se você está desgostoso, sem opção de candidato, simplesmente vá até uma seção fora de seu domicílio eleitoral e justifique. Esse é o verdadeiro voto nulo, capaz de anular o resultado de uma eleição. E não é preciso explicar por que você não está em casa. Além do mais, que eu saiba, não há restrição alguma no que se refere à distância - ou seja, se você é de Porto Alegre, pode justificar em Canoas, por exemplo (se eu estiver errado, manifestem-se).

agosto 7, 2006

Papo clínico

Eu: Porra, odeio a Ana Maria Braga e todas as marcas pras quais ela faz propaganda.
Ela: Mas por que?
Eu: Olha ali, coisa ridícula, "Carrefour, a marca que mexe com meu coração".
Ela: É verdade. A única marca que mexe com meu coração é o marca-passo.

Heloisa Helena vai bem no Rio. E?

Deu ontem, pesquisa JB/Sensus: Heloísa Helena está tecnicamente empatada com Alckmin no Rio de Janeiro. Na verdade, está dois pontos à frente, mas empata pela margem de erro. Sinceramente, não sei se isso é um ponto positivo. Não dá pra deixar de destacar a façanha, já que ela tem bem menos vitrine que o candidato do PSDB. Vale palmas. Mas, por outro lado, o eleitorado carioca é o menos qualificado do Brasil. Os caras já conseguiram eleger cada picareta que vou te contar. As urnas do Rio são tão errantes que os eleitores deveriam ser presos por reincidência no crime: foi sair o Garotinho que deram um jeito de colocar a mulher dele no Palácio. E não há nem comparação com alguns Estados do Norte ou Nordeste - lá pra cima, falta opção.

A meta da Heloísa agora é subir em Estados do Sul, Minas e São Paulo. O xadrez tá complicado, já que ela resolveu adotar um discurso só pra pobre, filão que o Lula já arrebanhou com sua coletânea de "vales" e "bolsas".

Por essas acho que esse ano, mais uma vez, vou anular meu voto. Se você estiver com ímpetos de fazer a mesma coisa, por favor, faça do jeito certo - simplesmente não vote, alegue que estava fora de seu domicílio eleitoral. Já tá mais do que explicado que apertar a tecla "Anular" é um tremendo engodo.

agosto 5, 2006

Fidel Castro está morto

Vocês já sabem? Fidel Castro está morto. É sério. Como acontece em qualquer país comunista que se preze, a imprensa de Cuba está nas mãos do Estado. Como a única fonte de informação sobre a saúde do ditador é o Granma - já que a ilha proibiu a entrada de jornalistas estrangeiros pra cobrir o fato - podemos afirmar que Fidel está morto, só que não tem ninguém lá pra nos contar.
Se o ditador (ainda) não está fisicamente morto, politicamente ele já bateu as botas. Boatos extra-oficiais dão conta de que Fidel teria uma câncer grave, o que tornaria sua volta ao poder impossível. Até o presidente Lula já saberia. No silêncio, a ilha prepara uma sucessão nada democrática - seu irmão Raúl deve assumir o poder de um país que, hoje, depende do petróleo que Hugo Chavez vende a preços módicos, revendido por Cuba com ágio para lucrar algum. Sem eleições, vão por água a baixo as esperanças dos milhares de cubanos auto-exilados pelo mundo. Cuba, que já foi um sonho, hoje não passa de uma piada.

agosto 3, 2006

Uma nação de malabaristas

Já repararam que esses projetos tipo Criança Esperança não ensinam ninguém a ler, estudar, trabalhar, dar um jeito na vida? Com a propaganda em massa em cima de mais um mega-evento, todo o santo dia os jornais da Globo dão uma matéria sobre os "tantos projetos apoiados pelo Criança Esperança no Brasil". Primeiro que duvido dos números. A emissora divulga 4.840 projetos desde 1986 (não, você não é um ET: eu também NUNCA vi nenhum deles). Mas vá lá, que sejam centenas, milhares, que sejam até milhões. O problema não está na quantidade, mas na qualidade.
Pelo que tenho visto na propaganda oficial, a única coisa que essa "geração esperança" está aprendendo a fazer é malabares, pular em cama elástica, pintar quadros, jogar futebol e dançar axé. Nada contra as atividades em si, afinal, sou artista e acho que isso é mais do que fundamental. Mas, convenhamos, se o objetivo da história toda é a inclusão social, o foco deveria estar na educação. Ora, de uma turma de 100 crianças, quantas realmente irão ganhar a vida chutando uma bola, melecando um pincel ou jogando alguns objetos pro alto? Três? Cinco? Dez, quando muito? O aproveitamento em uma sala de aula seria melhor. Se não sairiam de lá dez Einsteins, ao menos eles aprenderiam a ler, escrever, ter civilidade e respeito pelo ser humano. Não tenho a menor dúvida de que as letras fazem mais efeito do que todo o resto, nesses casos.

A azucrinação em torno do Criança Esperança está demais, é propaganda em excesso pra resultados meramente pífios. Sabe quantos projetos o Criança Esperança apóia, este ano, no Brasil? 64. Chega a ser ridículo.

agosto 2, 2006

Atropela-me, por favor

Fim de dia e eu saio de casa pra comprar uma televisão - coisa que acabei não fazendo por que tava muito frio pra bater perna por ai. Acabei tomando o rumo da casa da Aninha quando, mais um vez, me deparei com aqueles dois limpadores de vidros que ficam na esquina da Ipiranga com a Azenha. Os caras têm um cachorro dálmata enorme, encoleirado e bem cuidado que, desconfio, não deve ter vindo exatamente de um canil.
Ao contrário das vezes anteriores - quando fui recebido por um banal "tio me dá uma moeda" -, dessa vez um deles (alucinado) tava no meio da pista, segurando o cachorro e desafiando os carros. Praticamente um Highlander com uma placa na testa: 'Atropela-me, por favor'.


Avistei de longe, buzinei metros antes, o sinal fechou. Diminui a velocidade, buzinei de novo, nada. O cara não saiu da frente. Tirei um fino e tentei parar o mais avançado possível, pra evitar complicação. Quando parei o carro, propositalmente no meio da faixa de pedestres, ele chegou perto da porta do motorista e começou a me ameaçar. "Quer me atropelar, mané?" De cara fiz que não era comigo. Mas ele ali, no meu vidro, metendo a mão no carro, com o cachorro ao lado brincando de Niagra Falls, babando na lataria, palavrão atrás de palavrão. Eu até que tava conseguindo me manter alheio antes de ele soltar um "filho da puta" tão ameaçador que pediu resposta.
- Filho da puta é tu que ta aí no meio da rua, rapaz! Se liga, hein? Chamo a polícia e você perde o ponto!
Ele arregalou os olhos, e continuou me desaforando.


Odeio estourar com um cara desses, sobretudo por medo. Passo ali todos os dias, não posso dar bobeira. Mas ele me tirou do sério. O sinal abriu e eu gentilmente me despedi, mandando um glorioso dedo em riste. Respirei, tentei manter a calma, começei a cantar uma música que nem sei mais qual é. A raiva tava quase passando quando me lembrei que, poucos dias atrás, eu dei um Real pro mesmo cara. Memorizei a expressão "filho da puta" umas 50 vezes, como um mantra.


Se eu não fosse tão ateu, ia rezar pro dálmata comer a borracha de limpar vidros desse cara. Acreditar no sobrenatural ajudaria, às vezes.

julho 29, 2006

Anão vestido de palhaço mata 8


Essa comunidade do Orkut é pra quem adora as bobagens da Popular do Terra.

Vou processar a Globo

Vou processar a Globo por lavagem cerebral.
Acabei de ver na televisão que vai começar mais um Criança Esperança. Pelo amor de deus, eu não posso com a música do Criança Esperança. Aliás, eu não posso com nenhuma das vinhetas da Globo. Essas musiquinhas infelizes entraram na nossa vida na mais indefesa idade, nos doutrinaram, e certamente nos acompanharão até que o mundo se acabe. Isso é crime.
Quando ouço a vinheta do plantão da Globo meu coração já bate acelerado - morreu o presidente. Como fica se eu tiver um enfarto? Morre ele e morro eu. E a musiquinha do futebol, que sempre precede aquele "bem amigos da rede Globo"? Pior do que uma vinheta chata, só uma vinheta chata que traga o Galvão Bueno junto.
Domingo tem a do Fantástico, com aqueles vozerios fazendo "u u u ah" e o Cid Moreira dando um tom de importância a baboseiras da semana. Tem também a do final de ano ("hoje, é um novo dia, de um novo tempo, que começou..."), a do carnaval ("lá vou eu, lá vou eu, hoje a festa é na avenida..."), as do Jornal Nacional e Globo Repórter. Isso sem contar as "modernas" como Sítio do Pica-Pau Amarelo e Linha Direta. Coisa de fazer inveja a Goebbels.

Se processa tanto hoje em dia, sai cada decisão aparentemente absurda por aí que vou processar a Globo.

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A única vinheta que se salva é a da Fórmula 1.
A nostalgia dos domingos de manhã, a lembrança de acordar cedo e, ainda piá, ver o fogo do meu pai avermelhar a brasa, a sensação de esperar por uma boa corrida do Senna, como a no Brasil em 91, quando só depois se soube que o Senna tava com o câmbio travado na quinta marcha.
A música do Senna ainda me cativa, emociona, até parece minha - mesmo depois de tantos anos sem ver um bom piloto brasileiro. No embalo dela, até o Galvão Bueno parecia ser menos chato.
A música opera milagres.

julho 16, 2006

Autosatisfacción masculina

Esses caras vendem vaginas, bocas e anus em lata.
Eu também não acreditei.