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novembro 1, 2007

achei

Fiquei semanas querendo saber quem era a banda do comercial daquele carro novo da fiat, o Punto. Hoje chamei um gooogle e descobri que é um grupo sueco chamado Shout out Louds. To ouvindo (youtube.com, beibe, ou no site da banda) e achando bem mazomeno. Coisa meio The Cure. Mas ouça.

outubro 16, 2007

Doce

Depois de duas semanas brigando com minha conexão wireless consegui finalmente baixar o novo disco do Radiohead via computador do Luciano. Impressionante como a banda continua íntegra e fodástica. Ouvi o disco apenas três vezes e já tenho milhões de opiniões sobre tudo, guitarra, vozes, efeitos, bateria eletrônica, cordas, talvez por estar tão envolvido com a produção da Super Homem Plus (Demotape em monocanal aqui).

Pego cada detalhe da captação dos instrumentos, fico imaginando em que sala aquilo foi gravado, em que contexto, como foi escolhido o timbre, quem decidiu se o instrumento ficaria na frente ou atrás durante a mixagem, essas pequenas coisas técnicas e trabalhosas que sempre me fascinam. Nos últimos meses minha cabeça mais parece uma mesa de áudio operando o Sonar, e descobri que sou totalmente maluco por produção musical. Amo trabalhos solitários de qualquer natureza (empresas, não leiam isso), mas esse em especial está me deixando em êxtase por usar como matéria-prima a música que tanto amo.

(Não vou me alongar aqui sobre o disco do Radiohead, vai lá no site dos caras e baixa, tu pode escolher o quanto quer pagar pelo download - confesso que não paguei nada, a época é dura. Se estiver um pouco melhor de grana do que eu doa lá umas libras pros caras ou compra o box, que vem com CD, Vinil, caixinha cheias de coisinhas legais etc. Depois fotografa e me mostra.)

Sempre que entrei em estúdio pra gravar alguma coisa me posicionei como músico. Isso ajudava a me concentrar no que eu esperava de mim mesmo durante o processo, mas me cegava pra outras coisas tão importantes quanto executar bem a música. Lembro que da última vez que gravei levei uma pilha de CDs (uns 10) pro produtor escutar as baterias - aquelas que eu queria, era daquele jeito que esperava ouvir meu próprio instrumentos no fim de tudo. Se alguém fizer isso comigo hoje, sério, mato, simplesmente por que não tem como reproduzir determinados timbres em casa.

Apesar de todo o avanço tecnológico (o que me permite ter um estúdio gastando, quando muito, uns 5 mangos) a coisa ainda não é assim Alice no País das Maravilhas. O que se faz lá em Nova York, na Califórnia ou na Inglaterra em estúdios consagrados ainda é coisa de nível A+++ por causa de pequenos detalhes (equipamentos e boas salas, sobretudo). Mesmo que tu use samplers - sons captados em estúdios profissionais e que estão dando sopa na internet - ainda é difícil chegar na qualidade radiofônica ideal. Porém (e tudo tem um porém), apesar de não ser contra montar algum instrumento em vez de gravá-lo, acho que um disco artesanal gravado de próprio braço é sempre mais sincero do que apenas enfileirar samplers.

(Já baixou o disco? O que ta achando?)

A cada dia que passo no estúdio me convenço mais de que CD de banda grande é a maior merda produzida no mundo, com exceções como o Radiohead aí. Um disco do Jota Quest, por exemplo, é pobre em detalhes harmônicos e melódicos que fariam toda a diferença. A banda poderia até soar à lá Motown, mas com a quantidade absurda de compressores que se usa e com a eliminação de muitas freqüências importantes a coisa toda degringola pra som tipo jingle de margarina. No fim, me sinto o cara mais feliz do mundo por poder gravar em casa enquanto trabalho um tanto e faço companhia pro meu cachorro.

agosto 14, 2007

deus metal, overdose, peitos caídos, Van Halen e Bob Dylans

Tento conter meu espírito crítico e pensar positivo: vai ser legal. Max e Iggor Cavalera se reuniram pra gravar um disco juntos, coisa que não acontecia desde o século passado, 1996, ano em que vi a tour Acid Caos com abertura dos Raimundos em início de carreira e meio de show com os Ramones. Me lembro até hoje da figura longa e curvada de Joey Ramone cruzando os pavilhões da Santur no meio da tarde pra vir falar com a gente. Grande cara. Tem uma música aqui que não se sabe se é do Soulfly (banda do Max) ou do novo disco dos Cavalera Broda. No meio da canção tem um "nobody move, nobody get up", talvez uma referência ao Planet Hemp. Não parece ser bateria gravada pelo Iggor. Não gostei.

* * *

A chapadassssa Amy Winehouse deu entrada em um hospital por princípio de overdose e, depois, anunciou um bolo nos Rolling Stones. É provável que o cancelamento não tenha a ver com o excesso de química, já que o show é na quarta e ela já cancelou um espetáculo pra tomar uns tragos por aí.

* * *

Pra quem tem curiosidade mórbida uma boa é dar um espiada na Courtney Love peladona na Harper´s Bazaar. Haja Photoshop.

* * *

Van Halen e David Lee Roth estão se amando de novo e devem voltar a tocar juntos, ao vivo, depois de mais de 20 anos de briguinhas de telefone. Se rolar show no Braza é obrigação ir.

* * *

Tio Bob Dylan anda procurando sósias pra gravar um video clip. O anúncio foi feito em um jornal de classificados dos EUA. Vale ser "hippie, dançarino ou punk". Notícia publicada pelo G1.

Abrazzos.

julho 4, 2007

God save the hype

Tristeza e morte sempre foram um good karma pros negócios nas artes. Van Gogh viveu marginalizado e visto como mau pintor por carregar nas tintas. Acometido de uma doença mental grave, só passou a render alguns tostões uma década depois de morto. Van Gogh viveu e partiu triste - suas últimas palavras ao irmão Théo foram "a tristeza durará para sempre" - mas seus agentes enriqueceram depois que ele se foi.

Histórias como a de Van Gogh são de cortar o coração, tanto pelo que teve em vida quanto pelo que lhe é relegado na eternidade. Como se não bastasse ter morrido pobre e louco, ele ainda tem que aturar adjetivos babões na legenda de suas pinturas. Pra quem colecionou meia dúzia de elogios em vida, ser chamado de gênio depois de morto é maledicência.

Espécie de Van Gogh sixtie, Nick Drake foi o maior amaldiçoado com a fama post mortem do século 20. Instrumentista versátil (aprendeu a tocar piano com a mãe - pianista, violoncelista, cantora e compositora -, além de clarinete, sax alto e violão no colégio), letrista simples e lancinante, compositor sensível de melodias tristes e belas, Drake não conseguiu ser ouvido em vida. Seus três discos foram um fracasso nas lojas, também, por que ele detestava fazer shows, grande peça de divulgação da época.

Depressivo, soturno e cabisbaixo, buscou incessante reconhecimento. No auge da depressão, ligava pra estranhos e perguntava se conheciam alguém chamado Nick Drake. Por ordens médicas, passou semanas em um hospital psiquiátrico. Depois da alta decidiu largar a música e tentar arranjar um emprego formal. Como não sabia fazer nada além da arte, desistiu, e passou o resto de seus dias dirigindo pela Europa.

A história foi ainda mais cruel com Nick Drake do que com Van Gogh. Morto em 74 (por overdose de anti-depressivos, rodeado de discos e atravessado na cama), só teve seu talento reconhecido a partir de coletâneas lançadas nos anos 90. Erro de avaliação pelo qual o hype jamais será perdoado.


Don't you have a word to show what may be done
Have you never heard a way to find the sun
Tell me all that you may know
Show me what you have to show
Won't you come and say
If you know the way to blue?

Way to Blue
Bryter layter (1970)


Official Website (em inglês)

junho 28, 2007

200 vezes no loop

Em Porto Alegre, no dia 28 de junho de 2007 parou de chover.

Ryan Adams, These Girls.
Vou ali comprar o disco e já volto.

junho 26, 2007

Album Premiere_Bad Brains

No myspace_ponto_com_barra_music ta rolando uma premiere do disco novo do Bad Brains.
A banda é uma das últimas remanescentes do hard core americano dos anos 70. Hard core com vírgulas. Antes de quebrar tudo, Bad Brains era um grupo de jazz fusion e seus componentes, até hoje, são auto-declarados rastafari – religião-fumacê umbilicalmente ligada ao reggae. O som não é afetado pelo passado jazzístico. Já pelos baseados...

Pra quem gosta de quebrar o camarim 'numa nice'.
Confere.

outubro 14, 2006

Lições do mundo musical # 1

Publico aqui juntamente com Sir. Psychosexy uma coletânea de lições que o mundo musical nos oferece. As frases são retiradas de canções de grandes gênios de nossa música. Afinal, pop também é cultura.
Conto com a colaboração dos leitores - mandem idéias nos comments, por favor.


Sandy, lição de lógica
“O que é imortal... não morre no final”

Chorão (Charlie Brown Jr), mestre de educação moral e cívica
“Não sou como você, filhodaputa, viadinho”

Jorge Benjor, exemplo de sensibilidade
“Fico com ela (…) porque ela é gostosa”

Rogério Flausino, pragmatismo à flor da pele
"Pra que tanto telefonema, se o homem inventou o avião?"

Os Mutantes, lição de alfabetização
"Ela é minha menina, e eu sou o menino dela"

Caetano Veloso, macho
"Menino do Rio, calor que provoca arrepio, dragão tatuado no braço, calção, corpo aberto no espaço (...) adoro ver-te"

Mano Lima, regionalismos
"Se cera fosse crepe, se crepe fosse cetim. Se guampa fosse flor, minha cabeça era um jardim"

Dazaranha, regionalismos II
Nós, eu e você, caxixi não é xequerê"

julho 16, 2006

Trabalhe para os Rolling Stones

O site do disco 'A Bigger Bang' anda sorteando duas vagas de roadie pra turnê dos Rolling Stones. É a chance que você estava esperando pra carregar as polainas brancas do Mick Jagger e levar um bituca acesa pro Keith Richards. O sorteado vai "trabalhar" por um dia nos bastidores de um show da banda, jantar e dormir em um hotel de luxo. E vale duas passagens aéreas de primeira classe pra levar a mamãe ou a vovó.

Pra quem odeia Stones, um alento: a possibilidade de você ser cliente do American Express ou a Luciana Gimenez é muito remota.