categoria:: redes sociais
esse tal de orkut

erro ao acessar o site... merda!
Não me lembro do nome dos meus amigos!

Pois depois de uns tantos dias usando o Orkut, devo dizer que é a ferramenta mais sem sentido da internet. Não tem porque usar, e aposto que ninguém vai sentir falta se de um dia pro outro simplesmente deixar de existir. Mas o que é assustador é que TODO MUNDO ta entrando TODOS os dias e convidando cada vez MAIS PESSOAS pra entrar (sim, não adianta dar de mané e querer entrar por conta própria que não da certo).

Pelo menos no meu caso e de outros 'usuários' que conheço, a grande maioria dos amigos colocados na lista são pessoas conhecidas. Bebem juntos toda a semana no mesmo boteco, acessam e comentam os blogs uns dos outros e eventualmente até assistem qualquer aula na mesma sala. Já pessoas diferentes são vistas com receio: quem é esse cara? é a primeira reação ao receber um aviso dizendo que fulano de tal quer te adicionar à sua lista de amigos. Um recente post do bruno confirma essa relação:
Pessoas bem-intencionadas e simpáticas que pedem autorização pra mim no Orkut: por favor, caso não seja óbvio que eu lhe conheça, mande uma mensagem antes de querer que eu lhe adicione.

Era de se pensar que o propósito do Orkut seria justamente abrir espaço para conhecer novas pessoas, mas essas têm usado ele muito mais como um alimentador de ego do que pra qualquer outra coisa. Uma relação promíscua do 'eu sou seu fã se tu for meu'; ou alguém realmente acredita numa moça loira que tenha 600 amigos?

Outros dizem que as comunidades salvam o negócio, mas não é nada que bons fóruns já não sirvam há anos. Ei calaboca, tem fotinhos pelo menos. Sim, tem fotinhos, e serve pra não esquecer o nome dos amigos. Pois apesar de xingar continuarei entrando todos os dias, mantendo a comunidade Tira o dedo do pudim! e colocando TODAS as meninas bonitas na minha crush list - vai que role um biriri.

categoria:: rascunhos
tarja preta

Entrou no quarto e viu o filho comendo naftalina. Sentado, olhando triste para a parede, branca, saboreava aquele mata-traça enquanto cantarolava uma dessas canções estranhas e impronunciáveis de uma banda mais estranha ainda. Parou. Meu deus onde errei - seria a conclusão lógica de qualquer leitor para seu pensamento imediato, mas não conseguia tirar a maldita música da cabeça. Só então depois do refrão para bravar em alto tom (mental ao menos) PUTAQUIOPARIU onde errei?! Pois era ateu, e não acreditava nessas coisas do Mel Gibson.
Havia colocado o guri nos melhores colégios, ensinado a história do MUNDO e presenteado ele com um jogo de lego em TODOS os natais, e ali estava ele a drogar-se com químicos de supermercado. Que fosse ópio e escrevesse seus delírios ! Que fosse cannabis e lutasse pela salvação dos golfinhos ! Que fosse ácido e conhecesse o John Lennon ! Naftalina meu filho! Naftalina!!

Deprimiu, pegou o Musashi e foi ler ao telefone; não sem antes misturar aquela ritalina ao seu copinho de JB. Só um cubo de gelo por favor, e vê se capricha.

categoria:: música
já escutava na praia

E a Itapema FM (102.3 mas pega melhor na 102.4) é mais uma que definitivamente entra pra minha lista de rádios audíveis de porto alegre (que inclui FM Cultura, Ipanema e Guaíba FM). Por algumas coisas até temos que agradecer a RBS.

categoria:: mondo bizarro
realmente o mundo não tem futuro

O clima ta todo virado ao avesso, a cerveja ta cada vez mais cara, a música cada vez mais sem sentido, e ainda por cima lançaram um REFILL de BUBBALOO. O que dizer, estão acabando com nossos sonhos de infância 80 (óquei, deve ser um sinal: Gabriel, vê se cresce vai). Afinal, todo mundo sabe que o recheio é único, e faz parte do INÍCIO do processo de utilização das gomas de mascar - quando o exterior ainda está seco e com aquele pó branco que nunca soube dizer o que era.

Pelo menos agora da pra guardar o chiclete já mascado na geladeira e ainda ter a possibilidade de 'gosto' no outro dia.

categoria:: cinema
swimming pool
swimmingpool.jpg


Belíssimo filme este do François Ozon, belíssima moça essa Ludivine Sagnier.

Assisti ontem, Guion, seção tarde demais para um filme francês, mas ao qual faço sinceras recomendações. Repleto de pequenos elementos que apenas sugerem, a trama é centrada em Sarah Morton (Charlotte Rampling), escritora britânica que cansada de seus 'pop' livros de mistério busca refúgio (ao menos em espírito) no interior da França para escrever algo novo. Encontra no delírio (seu?) de Julie (Ludivine Saginer) a conexão para resgatar sua infância e promiscuidade. O olhar voyeur pelo vidro sobre a moça que transa com todos, a garrafa de vinho tornada no bico e posteriormente completada com água (ah, adolescência), cicatrizes e uma anã que revela a verdade (Lynch?!). Elementos que cercam o mistério em torno da própria escritora.

Junte uma bela fotografia (cena de Sarah fumando no trem !!) e inúmeras tomadas gratuitas de polposos seios desnudos e teríamos um ótimo filme, não fosse o final que fala de mais. É, e quem sabe beber um pouco menos de Gin antes de entrar na seção ajudaria a entender melhor as cousas.

categoria:: rascunhos
por ruas

Acende um cigarro; não fuma, nunca fumou, mas acende pela graça de.
Maldito sol que já paira alto. A manhã mal começou e o dia claro reflete os cacos no chão, resquícios de globo de uma boate que já não ligará seu chão piscante e multicolorido. Dançara muito.

Na rua cruzam figuras estranhas à sua distância. A senhora parada pro ônibus de sacola na mão que lê Sidney Sheldon; o papeleiro que abre seu depósito ainda de olho na moça que passa; correndo de pasta na mão e mochila batendo na bunda ainda menina, perde seu ônibus, senta na calçada e canta. Por aquelas ruas era apenas mais um transeunte.

Pois recém saíra do apartamento desconhecido. Há tempos não tinha a maravilhosa sensação de acordar e não saber onde, muito menos saber que fotos eram aquelas que decoravam paredes verdes que não suas. Saiu sorrateramente, curtindo a cumplicidade de não saber. Muito menos de como tinha a chave. Tinha.

E pensar que nada teria acontecido se tivesse simplesmente entrado no taxi, mantendo-se aquém a só mais uma coisa. Mas não. Saiu correndo, quis ver a noite, tomar vinho tinto em doses absurdas e deitar nu em quartos alheios, ainda que sozinho e com frio.

Apenas saiu.

categoria:: jornalismo
cousas importantes da vida - parte II

E o comandante se foi. Morreu ontém o DONO do Diarinho, Dalmo Vieira, com 75 anos. Realmente uma grande perda. Pelo menos deve ter curtido seus últimos anos, morando num iate e editando um jornal de calúnias. Salve.

categoria:: jornalismo
cousas importantes da vida

Fechem todos os outros jornais, Diarinho de hoje: Trânsito peixeiro DESPIROCOU: mais uma merda de caminhão tomba em Itajaí. Sexta-feira uma porra de um contêiner já tinha destruído uma empresa, a mesma que foi atingida por outro caminhão há cerca de um ano. Ontem, um contêiner tombou sobre a calçada do bairro São Vicente. Até quando os itajaienses terão que conviver com estes assassinos ambulantes?

*** 23/03 *** deixei algumas edições do maldito ali no DACOM, é só chegar de desfrutar ***

categoria:: pessoal
fim de semana DA CARNE

O CTG Lanceiros do Bentevi informa que é proibido o uso de: Armas; Decote; Mini-saia; Boina/Boné e dançar de ponho (pala) vestido.

Depois de uma noite de NEO+vodca, mistura que me deixou batendo pé até o outro dia, nada melhor que um fim de semana desintoxicando no campo. Sim, claro Gabriel... Eu deveria ter voltado ROLANDO depois de tanta carne de ovelha e uisque virando a madrugada.

Almoçarei no ocidente essa semana, alguém acompanha?

categoria:: fotografia
quando ainda existia neon em porto alegre
neon.jpg

depois de horas cheirando químicos no laboratório, uma foto de um antigo ensaio na frente do bingo avenida.

categoria:: rascunhos
Entre os dias do nada e do tudo

Passo reto pelo trabalho. Não quero fazer os livros de outrem, não ontém, não naquela situação. Meio da tarde adentro um pouco frequentado cinema (por mim ao menos), distrações necessárias para um dia de completo nada. Sento no fundo, perto do corredor, e observo as pessoas entrando. Todas sozinhas, sentam o mais longe possível umas das outras. Também não quero interação, quero apenas assistir o filme. Mas eu já o vi.

Caminhava pela Ramiro em passos largos; largos e trêmulos. Queria fugir de tudo, quiça me enfiar numa bolha e pairar claustrofóbico e solitário. Perambulava quando desabou a árvore na minha frente - simplesmente caiu, morta. Ignoro os gritos do porteiro, o olhar estupefado da senhora de idade, o rebuliço criado em torno do ocorrido. Apenas dou a volta no caído e sigo indeterminado. Pois abandonei minhas poucas perspectivas, prontamente refutadas por um maldito ímpeto de saber tudo. Chega, não quero mais brincar disso.

Quero tomar o maior trago possível, cambalear entre ruas e me perder olhando pra lua. Maldita lua, tu que começaste tudo isso. Mas nem perto, ouço Wisnik e durmo cedo... cedo demais. O que não prontamente esperava é que hoje reza minha agenda ser o dia do tudo.

Reencontro já esquecidas pessoas, planejo novas loucuras, enfim ainda existo. Pelo menos não ficarei resmungando entre uns e outros; o dia de ficar triste foi ontém.

categoria:: design
The Fantastic Yo!Noids
yonoids.jpg
categoria:: jornalismo
tomas uma boleta?

direto da primeira edição do boleta que de alguma maneira surgiu hoje pela fabico:

eu_diarinho.jpg Estudantes fabicanos azucrinam redação de diário praiano e levam a melhor
Na tarde do dia 18 de fevereiro, a redação do Diário do Litoral em Itajaí foi prontamente invadida por cinco estudantes de comunicação da UFRGS dispostos a descobrir as origens deste que tornou-se célebre exemplo de jornalismo popular no país. Em férias no litoral catarinense, a trupe foi conferir a lambisgóia do infame Diarinho e resolveu contar tudo ao Boleta.

Circulando apenas pela região do Vale do Itajaí e cercanias, o Diarinho já conquistara leitores gaúchos através de sua página na internet (www.diarinho.com.br), onde os mãos-de-vaca da redação disponibilizam apenas a capa de suas edições diárias. Inconformados com a falta de acesso ao jornalismo verdade, os estudantes saíram em busca de exemplares impressos assim que adentraram o território catarinense. Diante de manchetes como Televisor cai em cima da cabeça e mata bebê e Assaltantes levam 30mil de agência marítima e vão jogar sinuca, inconfundíveis para os transeuntes, viram que precisavam conhecer as pessoas que produziam aquilo.

“Partimos à redação com alguns objetivos em mente: conhecer os editores, virar notícia na próxima edição, conseguir números antigos e uma possível assinatura para o nosso Diretório Acadêmico”, relatou Gustavo Moisés. Também estava entre as prioridades da visita descobrir por que o jornal não divulga os resultados do campeonato gaúcho, "até o estadual amazonense era noticiado", brandia o indignado leitor.

Esperando a pior recepção possível, estavam sendo carinhosamente aguardados pela belíssima Samara Toth Vieira, editora do jornal e funcionária do mesmo desde os seus 16 anos (vejam foto ao lado) Em cerca de uma hora de biriri, tomaram ceva, receberam propostas de emprego e foram apresentados à redação que já escrevia notícia da visita dos ilustres.

Fundado e financiado pelo advogado aposentado Dalmo Vieira, o Diarinho tem atualmente uma tiragem de 6000 exemplares. A publicação é uma que bate de frente com as tentativas de jornalismo popular dos grandes grupos de mídia: “aqui eles não entram”, constata Samara ao observar que a população de Itajaí prefere o Diarinho. A explicação para tal fenômeno que já dura 25 anos é o contato direto com a cultura praiana. As gírias utilizadas fazem parte da linguagem regional (veja quadro), e a abordagem direta faz a notícia parecer o relato de um amigo embriagado

O nome do sujeito que dá o tom aos textos do Diarinho é Juvan, redator chefe. Segundo ele, na hora da revisão umas e outras palavras são sempre substituídas para garantir o impacto de seus já intrigantes temas. Tudo o que é publicado passa pelo seu crivo, e em pouco tempo o antes inocente estagiário já estava escrevendo de forma estoporada e sintonizada com o que o leitor costuma ver no periódico.

Como era de se esperar, o Diarinho encontra também suas muitas desavenças, o que obriga os jornalistas a assinarem pseudônimos como Julieteta Muchibeta, Zé Fodeminha e Pocahontas do Brejo. Entre os indignados está o atual reitor da UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí), José Roberto Provesi. Após ampla campanha contra o crescente processo de privatização da universidade, que supostamente seria uma entidade filantrópica, o Diarinho foi proibido de circular no campus e banido das aulas de jornalismo da mesma. Procurado pelo Boleta, Provesi não quis comentar a situação.

No retorno à Porto Alegre, inúmeras edições do Diário do Litoral foram doadas pelo grupo ao Diretório Acadêmico da Comunicação (DACOM), onde já estão disponíveis para consulta. Os estudantes informam também que em breve estará firmado acordo com o Diarinho que garantirá o recebimento de novas edições impressas pelos estudantes fabicanos.

>> 'o boleta' em pdf
>> fotos da visita (no final)

categoria:: foreign affairs
Mais um dia 11

Onde está América, Aznar? Quem vai protegê-lo de nós?

Trecho da carta divulgada hoje pela Al Qaeda, em que assume a autoria dos atentados à bomba em Madri que deixaram quase 200 mortos. Exatamente seis meses depois de setembro, o ataque seria uma represalha ao envio de tropas espanholas para a invasão do Iraque.

Já o presidente espanhol José María Aznar tenta culpar o grupo separatista Basco, mesmo que ataques desse tipo não sejam do feitio do ETA. Previsível, afinal é ano de pleito no país ibério. Se confirmado que os ataques foram resultado do apoio dado por Aznar aos Estados Unidos na 'batalha contra o terror', sua reeleição estaria realmente comprometida.

categoria:: política
congressos

Desembarque no aeroporto, um leve bronzeado que as origens italianas não manterão por mais de dois dias, uma garrafa de cachaça, dendê e algumas cocadas. Assim chegou meu pai hoje, após uma certa folga em Salvador. Certa porque era congresso da Andes, à beira mar, hotel chique e vista pra Baía de Todos os Santos - - e depois criam caso sobre as viagens... digo congressos estudantis estrategicamente localizados. Enfim, apresentações bestas.

Trazia relatos de noites insones, algumas na tragolância, outras em plenárias absurdas que adentravam a madrugada. Como era de se esperar, 'defender o socialismo e a luta de classes' eram motes brandidos por velhos professores nunca preocupados com sua ciência e ainda presos em virgens sonhos de uma adolescência masturbatória. 'Me senti nos antigos congressos da UNE', dizia ao constatar a imutabilidade daquelas questões de ordem.

Lembro do último congresso da ENECOS à que compareci - béagá e muito doce de leite com Boazinha -, e me assusto com as semelhantes situações de estúpida burocracia e inúteis discussões com pessoas que NUNCA sairão de lá. É como se a qualquer momento pudéssemos abrir uma porta e imergir em um pesadelo kafkiano. Talvez nem porta exista.

Eis que até consigo me divertir com momentos assim. Só pra logo depois sair correndo antes que eu também seja sugado para dentro de uma constante e intransponível viagem de ácido (como a que fez John Lennon brigar com a banda e casar com a Yoko).

Realmente pessoas param no tempo - ou simplesmente pairam.

[]

Não peçam explicações, eu simplesmente não estava afim de escrever qualquer coisa nessa última semana [ponto]

categoria:: gastronomia
à boemia

O primeiro post direto da tia wilma não poderia ter outra imagem. Wilma observando jogo de truco - "minha casa não é cassino!"

menezes e gabriel na mesa três

>> foto clicando ali do lado, na sequência

categoria:: cinema
Bill Murray I

Numa dessas vadias tardes jogado pela casa comendo rapadura, vi que passava Ghostbusters no TNT - dublado, mas afinal Ghostbusters. Me lembro que quando guri sempre quis ter uma mochila daquelas (Proton Pack para os mais aficcionados). Coisas de épocas em que tudo que servisse para impressionar as meninas e os amigos era bem vindo. Imaginem chegar na escola com uma daquelas!
- Hoje em dia seria preso por ligações terroristas.

categoria:: música
O instrumento que Sting estava tocando no Oscar

hurdygurdy.jpgApós algumas buscas no santo google:

Eis que o instrumento que Sting estava tocando em "You Will Be My Ain True Love", música que compõe a trilha sonora de Cold Mountain apresentada durante a cerimônia de entrega do Oscar, era um hurdy-gurdy (ou vielle a roue - violino de roda). O aparelho, muito comum na música popular européia desde o século 12, foi introduzido e popularizado na corte francesa no século 18.

O hurdy-gurdy é dotado de teclas que pressionam uma das cordas para produzir a melodia e de uma manivela que faz as cordas restantes soarem constantemente uma quinta ou oitava acima. Além disso, uma ponte móvel sustenta a primeira corda e produz um zumbido acentuado. Na sua primeira versão, o organistrum, eram necessárias duas pessoas para tocar o instrumento: uma para girar a manivela e outra pra tocar as teclas.

O resultado disso tudo é uma mistura de gaita de foles + violino + kazoo. Ouçam aqui, aqui e aqui.

Aparentemente Nigel Eaton - tocador de hurdy-gurdy - acompanhou Jimmy Page e Robert Plant em sua turnê de 1995 com uma versão eletroacústica do instrumento. Aos interessados em adquirir um, custa em torno de $4000.

Muitas informações aqui (de onde roubei a foto) e aqui.

categoria:: cinema
Esse tal de oscar

Geralmente tento abstrair a cerimônia do Oscar, suas piadas sem graça e apresentações musicais insuportáveis, mas a transmissão de ontem pelo SBT é ao menos digna de um breve comentário.

Boa? Claro que não, péssima, e com momentos hilários, a começar pela enviada especial da emissora à Los Angeles. Espremida junto à grade de proteção, certamente por não portar as devidas credencias para transitar no tapete vermelho, atacou a produção do Cidade de Deus. Perguntou para todos qual era a emoção de estar ali, mas depois não sabia o que falar - ao fundo ouvíamos o próprio câmera dizendo 'pergunta mais coisa', 'fala sobre o prêmio'. Estabanada, interrompia a fala do Meirelles para cutucar Daniel Rezende e dizer que o pessoal no Brasil congratulava-o pelo seu trabalho.

Não que a moça que estava apresentando no estúdio soubesse muita coisa além de perguntar se o CDD tinha chances de levar alguma estatueta, mas enfim, vamos combinar que ela só estava lá por ser loira - afinal toda transmissão desse gênero imprescindivelmente precisa de uma loira.

Durante o intervalo éramos agraciados com mais do bom jornalismo no camarote da Brahma. 'Fala que a Brahma incentiva o cinema, fala vai...' suplicava Babi ao entrevistar Fábio Barreto.
Será que preciso comentar que a transmissão era toscamente dublada? Acho que não.

De resto fui dormir depois da entrega do prêmio de melhor edição. Não por estar torcendo pela única chance de um filme nacional, mas porque a edição do Retorno do Rei é realmente RUIM: transições toscas, erros de continuidade nos cortes das batalhas e recortes muito mal feitos. Poxa, e isso que estava concorrendo com o Walter Murch (Cold Mountain), que é considerado o GURU da edição. Ali vi que a palhaçada ia rolar solta pro Senhor dos Anéis. Maldita academia.

E alguém sabe que instrumento era aquele que o Sting estava tocando?

categoria:: Porto Alegre
O primeiro dia do ano

losar3.jpgPara os tibetanos 2131, Ano do Macaco de Madeira. As comemorações do Losar no templo de Três Coroas hoje coincidem com um verdadeiro sentimento de novo ano para nós meros ocidentais consumidores de coca-cola e demais porcarias enlatadas. Porto Alegre parece respirar claustrofóbica novamente.

Nada melhor que meses passados jogado no colchão, assistindo futilidades e aguardando ansiosamente por aquele final de semana em Arambaré. Por que o período que se passou entre nossa 'virada de ano' e hoje, apesar dos resquícios de faculdade para resolver e dos pequenos trabalhos na gráfica, me lembrou os bons períodos de férias escolares.

Então vejo meninas beirando os seus 14 anos, cabelos loiros e moletom na bunda, correndo com toda sua meninice em direção ao Rosário; engarrafamentos as 8 da manhã na Goethe e Silva Só - meu fusquinha contribuindo timidamente com seus gases e eventuais estrondos; o tal de serviço público entre cartões de visita, cartazes e diagramações de revistas supostamente voltando a ativa, e vejo que a antes vazia Porto Alegre se torna um lugar agradável novamente.

Sim, hão de dizer que nossa cidade nas férias é o melhor lugar possível justamente porque não há nada disso. Mas por mais que eu goste de um ar provinciano, de bater na janela de amigos para conversar e de um vagar calmo por entre ruas estreitas e botecos diversos, tenho saudades do anonimato da metrópole.

Por entre prédios cinzas e um típico céu azul,
Losar Tashi Deleg!