categoria:: cibercultura
possibilidades de interação em weblogs

flying-up.jpg

O texto abaixo surgiu a partir de uma discussão sobre possibilidades de fundir comentários e fórum usando o Movable Type - algo semelhante ao que está rolando no nosso BB sobre como integrar as ferramentas disponíveis de modo a proporcionar uma maior interação entre leitores e autores de uma comunidade de blogs. Postado na correria, por isso a língua estrangeira.

-----

I completely agree with Roger when he states that "Community is my priority, and community is dependent upon a sense of place. Your blog, Sam Ruby's blog, a cluster of blogs, a discussion forum, whatever... the members of a community need a central, shared experience that binds them together."

Running a weblog community in southern Brazil (www.insanus.org), I find that centralizing this experience is quite a challenge, but essential for enhancing interaction. Through available tools, we can get a certain amount of this on a certain level, but none seem to do the job as a whole.

Track backs are great for author-author interactions (apart from the fact that they aren't actual bidirectional links). As stated by many above, the use of the track back tool fragments the discussion into a much greater realm, which is good for publicizing and 'spreading the word', but not so for maintaining community around a certain group of weblogs.

A more direct user level is found in comments and in forums, the later having advantage for the fact that it can aggregate the discussions of the whole community. Never the less, comments are still the preferred medium because of its practical application. On the click of a button, readers can add comments, hence making it a simple and fast way to build up interaction.

But comments are volatile, and just as quick as one can add his or her point of view, this discussion is lost, usually relegated to the archives page. This being, it becomes quite hard to follow interesting discussions, and in weblogs with a large post per day average, it becomes even harder.

While in forums we don't have such problem, the crude and cumbersome interface that populate BBs currently available are a great drawback. I feel that users of weblog communities don't seem compelled to use forums because of its lack of simplicity and for usually not being seamlessly integrated with the rest of the blogs' structure. A discussion forum usually stands as something apart and distant.

So then I find this blog/forum structure created by Mark, which is great I would say, but then again lacks something important which 'normal' forums have, and this is the ability for users/readers/interacting agents to create their own topics. I believe this to be essential if our goal is to create a community; overcome usual weblog hierarchy, where reader comments are usually left to a small pop-up window.

I write all this not knowing after all what would be our option, and thus asking you guys to chip in and give your view on these aspects. We have some great tools out there, serving one or another specific role in interaction. How to integrate these I believe is the key into ideal weblog communities.

-----

Tracking back from Web Dawn & Six Apart ProNet

Ilustração novamente surrupiada da Carson Ellis

copyright para o século vinteum

wired-front.gif

It is, in a sense, a concept album. But unlike Ziggy Stardust or OK Computer, the concept isn't in the music, though the songs are pretty great. It's in the fine print. All the songs come with a license that gives you permission to do more than just listen to them. You can swap them. You can sample them. You can use them to fuel your own creative impulses, without worrying that the copyright cops will beat down your door.

A edição da Wired de novembro chega às bancas querendo revolucionar a indústria fonográfica, que ultimamente tem jogado duro para coibir a troca de músicas através da web e redes P2P. Sob o título Sample the future, a revista traz consigo um CD que contém músicas de bandas como Beastie Boys, David Byrne, Le Tigre e até nosso ministro Gilberto Gil, que abriram mão de seus direitos em prol da nova proliferação digital. Basicamente, podemos samplear, mixar, distribuir, e em alguns casos até cobrar pelas obras modificadas, sem infringir qualquer lei autoral.

Isso é possível por estarem inseridas em licenças de uso criadas pelo Creative Commons, uma organização sem fins lucrativos que propõe a flexibilização dos direitos autorais para permitir uma maior cooperação entre autores/artistas. Em todas as modalidades de licença disponíveis, o cerne é garantir a livre distribuição da obra, mantendo a autoria porém sem restringir o acesso.

As músicas contidas no CD da Wired encontram-se em duas licenças específicas para o audio: uma que permite a distribuição não-comercial através de qualquer meio e o uso de trechos dessas obras para criar algo novo; e outra que vai além, permitindo que esse algo novo seja distribuído comercialmente. Para os publicitários de plantão já saltitando pra usar as canções na sua próxima campanha, uma ressalva: esse distribuição comercial não contempla o uso em propagandas e anúncios. Boo-hoo, who cares, a questão principal disso tudo é divulgar a arte, e incentivar novas criações.

So here are 16 songs that encourage people to play with their tunes, not just play them. Sixteen artists who recognize that digital culture can be an advantage, not a threat. By contributing a track to The Wired CD, these musicians acknowledge that for an art form to thrive, it needs to be open, fluid, and alive. They have made the simple statement that when it comes to copyright, they are pro-choice. These artists - and soon, perhaps, many more like them - would rather have people share their work than steal it.


The Wired CD - disponível para download a partir do dia 9 de novembro aqui
:01 Beastie Boys/ Now Get Busy
:02 David Byrne/ My Fair Lady
:03 Zap Mama/ Wadidyusay?
:04 My Morning Jacket/ One Big Holiday
:05 Spoon/ Revenge!
:06 Gilberto Gil/ Oslodum
:07 Dan the Automator/ Relaxation Spa Treatment
:08 Thievery Corporation/ DC 3000
:09 Le Tigre/ Fake French
:10 Paul Westerberg/ Looking Up in Heaven
:11 Chuck D with Fine Arts Militia/ No Meaning No
:12 The Rapture/ Sister Saviour (Blackstrobe Remix)
:13 Cornelius/ Wataridori 2
:14 Danger Mouse & Jemini/ What U Sittin' On? (starring Cee Lo and Tha Alkaholiks)
:15 DJ Dolores/ Oslodum 2004
:16 Matmos/ Action at a Distance

categoria:: foreign affairs
Thompson, Hunter S.

beauty-queen.jpg

Com a proximidade das eleições nos Estados Unidos, o que mais temos visto são vozes de todos os cantos se levantando a favor do candidato democrata, ou simplesmente dizendo Não ao Bush. Em post anterior fiz referência ao ressucitado blog do William Gibson, hoje, segue matéria do Dr. Gonzo na Rolling Stone: Fear and Loathing, Campaign 2004 - Dr. Hunter S. Thompson sounds off on the fun-hogs in the passing lane.


Back in June, when John Kerry was beginning to feel like a winner, I had a quick little rendezvous with him on a rain-soaked runway in Aspen, Colorado, where he was scheduled to meet with a harem of wealthy campaign contributors. As we rode to the event, I told him that Bush's vicious goons in the White House are perfectly capable of assassinating Nader and blaming it on him. His staff laughed, but the Secret Service men didn't. Kerry quickly suggested that I might make a good running mate, and we reminisced about trying to end the Vietnam War in 1972.

That was the year I first met him, at a riot on that elegant little street in front of the White House. He was yelling into a bullhorn and I was trying to throw a dead, bleeding rat over a black-spike fence and onto the president's lawn.

We were angry and righteous in those days, and there were millions of us. We kicked two chief executives out of the White House because they were stupid warmongers. We conquered Lyndon Johnson and we stomped on Richard Nixon -- which wise people said was impossible, but so what? It was fun. We were warriors then, and our tribe was strong like a river.

That river is still running. All we have to do is get out and vote, while it's still legal, and we will wash those crooked warmongers out of the White House.


Ah sim, e o desenho bonitinho ao lado é da Carson Ellis, moça que faz as ilustrações para os Decemberists

categoria:: tech & gizmos
isso é claramente um blog

Continuando do post anterior.

Gordos. Segundo matéria publicada na RTE News, as crianças da Irlanda são mais GORDAS que as da república ao norte. Diferenças religiosas a parte, o motivo para os balofos seria que, proibidas de brincar, pular corda, e correr no recreio em muitas escolas, a única atividade física que resta é trocar mensagens de celular com seus amiguinhos igualmente GORDOS. Ei, pelo menos eles estão interagindo. A melhor coisa foi quando inventaram os videogames com capacidades para vários jogadores. Mamãe nunca podia reclamar que ficava em casa, sozinho, jogando aquele maldito Phantom System. Obviamente eu não tinha amigos quando guri.

Pong Neles. Mind Ball seria um jogo digno de figurar entre o roll de atividades da Enterprise, não fossem nuances claramente hippies necessárias para vencer. 1. A partida consiste em colocar uma BANDANA com sensores na testa e relaxar. 2. A emissão de ondas Alpha e Theta do cérebro movimentam a bola que está na mesa. 3. Aquele que levar a bola até a ponta do adversário, ganha. Ah, e tem versão multiplayer também, podendo ligar três cabeças em cada lado. Só faltou um espaço pro bong e uma fogueira embutida.

Nerd. Claramente passarei os próximos meses imerso em linguagens de programação, vagando por engenharia aeroespacial, física nuclear e sites de tecnologia. Devo aprofundar minhas raízes geek ao extremo, e quem sabe até fazer um blog disso. Aguardai.

iPod. Enquanto isso, circulam rumores de que a Apple irá lançar um iPod baseado em memória flash até o Natal. Obviamente não faz o menor sentido, com o sucesso absurdo de vendas que já estão tendo com o iPod mini, mas fontes seguras (?) insistem. Não comprarei.

categoria:: world wide web
coisas aleatórias do dia

Laura_-_breathing_system.JPG queria eu saber desenhar assim


1. A partir de sábado, a Vanessa vai ser a primeira correspondente internacional insanus. Em viagem ao velho mundo, sai com a incumbência de conhecer a rainha, bem como tratar de muambas e contrabandos para suprir nossa necessidade matinal de altoids. Vá bem garota.

2. Falando em contrabando matinal, Aidley Love relata encontros com brinquedos fálicos durante seu desjejum de cereal com leite. Segundo a Sabrina, residente na báia ao lado, o suprimento de brindes com formatos e sentidos dúbios é comum no Japão, onde a venda de brinquedos eróticos é proibida. Uma rápida googliada mostra que em alguns estados americanos a venda de sex-toys também é contra a lei, o que pode ser uma explicação para qualquer disseminação em massa - obviamente se formos partidários de teorias conspiratórias. Eu particularmente prefiro achar que é tudo bobagem, afinal é um simples brinde inocente e vibratório para as crianças colocarem na boca. Eu bem que achava aquele Tony o Tigre® meio afeminado. Vai saber.

3. Enquanto isso, me sinto na urgência de adquirir uma dessas e render-me ao hype indie de lomography. Não pelo seu conceito ultra-neo-hippie de vamos mudar o mundo com isso, mas por pura praticidade. Nunca me afeiçoei às digitais, apesar de ter conseguido resultados interessantes nesses últimos dias, mas sinto falta de algo no mesmo nível de não-complexidade pra botar no bolso e fotografar aleatoriamente. Tentem andar pra lá e pra cá com um Mamiya ou mesmo uma 35mm completa e vejam quão prático é tirar fotos com os amigos no boteco. A Holga apresenta tudo aquilo que qualquer pessoa em sã consciência gostaria de ter numa máquina fotográfica: custa $20, tira fotos em 6x6 ou 6x4.5, é toda de plástico (fora um que outro parafuso) e VAZA luz. Praticamente jesus.

[Em tempo] 4. Depois de pouco mais de um ano longe, William Gibson voltou a escrever em seu blog e já chegou metendo bronca:
One actually has to be something of a specialist, today, to even begin to grasp quite how fantastically, how baroquely and at once brutally fucked the situation of the United States has since been made to be. Deve ser a proximidade das eleições.
Por outro lado, o fato d'ele voltar a blogar pode é mesmo significar um novo livro a caminho (de acordo com seus últimos posts de 2003). Aguardo ansioso, pois seu último, Pattern Recognition, é realmente BELO.


Medo. Isso até ta parecendo um blog. Vou parar.

categoria:: política
estrelas

Fora um breve deslocamento duas quadras abaixo e consequentemente duas acima, em nada mudou meu domingo o pleito quadri-anual que se fez ocorrer nessas cercanias.

Famílias inteiras que poucos anos atrás estariam vermelhas da cabeça aos pés - o pai distribuindo panfletos aos transeuntes, as meninas com adesivos colados nas bochechas, a mãe fazendo sinais com as mãos aos carros que passam em euforia -, ontem saíram pra passear com o cachorro e comer pipoca no parque. Porto Alegre antes retratada como a cidade em que todos se envolviam na disputa eleitoral, colorindo as ruas e fazendo valer a cidadania sob sua administração popular, amanheceu apenas mais um domingo.

Obrigada, Lula, pelas bandeiras que ficaram enroladas. Na minha casa e em Porto Alegre inteira. - sábado em Offset75

No dia anterior às eleições presidenciais de 2002, lembro que escrevi de certa forma emocionado com o que estava por acontecer. Eu que cresci junto com o partido - o clássico pt desde criancinha -, acompanhava os anos de disputa que finalmente pareciam dar algum resultado - Porra, presidente!! pensava, ou melhor, pensávamos muitos.

E agora me quiedo meio sem perspectivas diante de uma esquerda cada vez mais enfraquecida. No resto do país, o neopopulismoenganapovo cresce assustadoramente e ocupa 398 prefeituras no país. As tentativas de mobilização global com o Fórum Social parecem ter esbarrado em si mesmas e os movimentos anti-qualquer coisa já não tem o peso indicativo de mudança que tinham há pouco. Enquanto isso, nossos amigos listrados escolhem entre o sujeito claramente comprometido intelectualmente que diz que vai acabar com o mundo e o rosto bonzinho que pratica windsurf e que não fará nada muito diferente disso.


Vou ali carnear uma ovelha e já volto. Vocês perceberam que os jacarandás começaram a florescer?