categoria:: rascunhos
voltando ao pago

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eu subi, no alto da montanha
pra ver a planície, os homens pequeninos
a aldeia de longe, longe, longe, longe, longe


Depois de uma semana ouvindo hip-hop de mina, tomando cerveja adoidado e tentando sentir um pouco menos dessa lonjura que nos aflije, rumei a Lavras do Sul com meu casaco de inverno e algumas garrafas de uisque debaixo do banco. Feriado que serviu pra curar princípios de tendinite e agravar o ermo da solidão. Malditas coxilhas.

Cravada logo ali depois do Vale do Seival em algum lugar entre rios, encontramos um reduto que já atraiu muitos por causa do garimpo, mas que hoje simplesmente paira no tempo com seus poucos milhares de viventes. O único sinal de modernidade é ostentado nas grandes 4x4 tatuadas com cavalos crioulos e alto falantes que soam os mais novos sucessos da cidade - isso para os poucos que lucraram com a safra, obviamente.

Cai a noite e a lua sorri por cima da casa de campanha, junto com TODAS as estrelas possíveis de serem vistas no MUNDO. Acendemos a lareira, puxamos a viola, e o gaiteiro se põe a tocar modas de outros tempos. Outros tempos no sentido de que "navegar é preciso, viver não é preciso" não é necessário, capisce? Para tal são requeridas doses colossais de carne de ovelha e álcool, além de estar sentado bem ali, no meio do nada absoluto. Somente quem tiver caos dentro de si poderá dar luz à grande estrela bailarina, já cantou Mautner subvertendo Nietzsche.

A solução pra vida naquele momento parecia andar pelo meio da noite de lente em punho, tentando captar essas cousas que são realmente intransmissíveis. É como querer contar pra outrem a sensação de tocar os seios de uma menina pela primeira vez, ou tentar ludibriar em versos uma bela viagem de ácido. Mais imagens ali no fotolog, assim que eu chegar em casa.

categoria:: ciberpornografia
sexo com polvos

...ou 'Tentacle Monsters and the Women Who Love Them'

hokusai_octopus.jpg
Pescadora awabi e polvo, shunga de Katsushika Hokusai, circa 1814. Tradução do texto acima aqui, mais ou menos no meio da página.


Geralmente não ando por aí digitando tentacle porn pelo google (e os resultados são muitos !!), mas o bufoonery fez um apanhado no mínimo instigante sobre o assunto. O que se desenrolla depois de alguns saltos é uma gama de bizarrices com monstros e tentáculos, situação que em alguns momentos chega a ficar PERICLITANTE para navegar durante o expediente. Sorte que estou contra a parede.

Histórias de sexo com cefalópodes datam de séculos passados no imaginário japonês - relatos de pescadoras de pérolas que eram atacadas e penetradas por polvos e seus inúmeros tentáculos, simultaneamente. Afinal, sexo não-consensual com bestas sempre foi um apaziguador das massas (to vendo que o google vai fazer a festa com esse post). Além de shungas (ilustrações de livros eróticos), esculturas representando mulheres envoltas em polvos (e gostando do 'ataque') chegam a datar de meados de mil e setecentos.

Both the giant octopus and a smaller one have sex with the prone woman, who commits fellatio on the smaller one while the big octopus goes down on her - relatos de um filme B sobre a vida de Hokusai.

Apesar de um imaginário muito forte em torno do bicho, atualmente essas representações bestiais têm sido vistas no hentai como uma maneira de subversão. Oficialmente as leis japonesas não permitem genitálias masculinas ou femininas nem pêlos pubianos nas versões eróticas dos mangas, então o uso de tentáculos como substituto do falo e como acobertador das cousas é um tanto comum.

Depois de executivos estirados pelas ruas, e drives USB em forma de sushi, ainda querem me convencer quer esses japoneses não são loucos.

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Pras pessoas que chegaram aqui só pela putaria, o link é esse, mas aviso que é uma das coisas MAIS BIZARRAS que eu já vi. Definitivamente não recomendável se estás em um ambiente público ou corporativo.

categoria:: ciberpornografia
A volta do pênis cibernético

Nada melhor pra entrar no clima da nova rodada de temas do insanus do que traduzir essa pérola do King Missile, trabalho experimental de John S. Hall. Obviamente versaremos todos sobre putaria, com estudos sobre o novo lócus do peep show e breves aparições do pênis cibernético. Estarei ali no canto, nu, vestindo apenas uma máscara do batman.

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Eu acordei essa manhã com uma ressaca tremenda
e novamente eu havia perdido o meu pênis.
Isso acontece toda a hora.
Ele é destacável.

Na maior parte do tempo é prático.
Eu posso deixar ele em casa quando penso que vai me trazer problemas,
ou posso alugá-lo quando não preciso dele.
Mas volta e meia eu vou pra uma festa, fico bêbado,
e na manhã seguinte não consigo, de maneira alguma,
lembrar o que eu fiz com ele.

Primeiro eu procurei pelo meu apartamento e não consegui encontrá-lo.
Então eu liguei pro lugar onde era a festa,
e eles também não tinham visto ele.
Eu pedi pra procurarem no armarinho do banheiro
pois por algum motivo eu deixo ele lá algumas vezes.
Mas não dessa vez.
Então eu pedi pra me avisarem se ele aparecesse.

Eu liguei pra algumas pessoas que estavam na festa,
mas não foram de muito ajuda.
Eu estava começando a ficar desesperado.
Eu realmente não gosto de ficar sem o meu pênis.
Me faz sentir menos homem,
eu realmente odeio ter que sentar toda vez que quero mijar.

Depois de algumas horas procurando em casa,
e ligando pra todo mundo que eu podia pensar,
eu estava começando a ficar muito deprimido.
Então eu fui até o Kiev e tomei café da manhã.
Daí, enquanto eu caminhava pela Second Avenue em direção ao St. Mark`s Place,
onde todas aquelas pessoas vendem livros usados e outras porcarias na rua,
eu vi meu pênis atirado num lençol,
ao lado de um formo elétrico quebrado.
Um cara estava vendendo ele.
E eu tive que comprar dele.
Ele queria vinte e dois pila, mas pechinchei pra dezessete.
Eu levei ele pra casa, dei uma lavada,
e encaixei de volta. Eu estava feliz de novo. Completo.

As pessoas as vezes me dizem que eu deveria encaixá-lo permanentemente,
mas não sei.
Mesmo as vezes sendo um saco,
eu gosto de ter um pênis destacável.

1992 - King Missile - Detachable Penis

categoria:: fabico
eu to aqui pelas oficinas.

...repassando

Dias 03, 04 e 05 de novembro, a UFRGS vai estar em festa. É que a sua Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação – a FABICO – estará realizando o Butecão 34, um evento multimídia em comemoração a suas 34 primaveras.
Mais informações pelo e-mail butecao@yahoogrupos.com.br.

Este ano, o Butecão vai aguçar o potencial artístico-cultural dos estudantes de comunicação e de quem mais estiver interessado. (!!)

O retorno do feriado vai ser em grande estilo: durante os dias estarão acontecendo oficinas com as mais diversas temáticas: grafite, cartum (com o Santiago), improvisação teatral, produção artesanal, música e comunicação, documentário etnográfico, customização de vestuários, mídia independente, grafismos, percussão e cultura e técnicas de yoga. À tardinha os butequeiros serão contemplados com mostras de vídeos no auditório da faculdade, e a noite cederá aos encantos da boemia – no melhor estilo "butiquim" nas duas primeiras noites e com festival de bandas no encerramento.

Ainda nos três dias de evento, vai rolar uma feira dos mais diferentes produtos artesanais, além de um sarau de literatura erótica e intervenções artísticas.

OFICINAS

As inscrições já podem ser feitas pelo e-mail butecao_oficina@yahoo.com.br ou, ainda, serem colocadas em um garrafão que está na entrada da FABICO. Devem conter os seguintes dados: nome, curso/instituição, contato (e-mail/telefone) e 1º e 2º opção de oficina. Nos dias próximos ao evento serão enviadas confirmações àqueles que tiverem as incrições efetivadas. As oficinas serão gratuitas, mas contamos com a colaboração dos inscritos na doação de 1 kg de alimento não perecível a ser distribuído a uma instituição de caridade.