O The Observer agora tem um blog. E que blog.
O periódico dominical mais antigo do mundo publicado pelo The Guardian agora será acompanhado diariamente por tudo que a ferramenta oferece. RSS, posts via celular, posts de audio via Podcast, links via del.icio.us, categorias, comentários e trackbacks farão a festa dos jornalistas-blogueiros.
Mas o que mais me chamou a atenção foram dois novos gimmicks que certamente vão começar a aparecer em outros lugares (quiça aqui no insanus). O primeiro, batizado pelos criadores de The Folksonomic Zeitgeist (do alemão; o espírito dos tempos, denotando o clima intelectual e cultural de uma era), reúne na página principal do blog palavras chaves abordadas pelos autores nos últimos sete dias. O tamanho da fonte de cada palavra-chave muda em relação quantitativa ao seu uso, mostrando os temas que estão em voga.
O segundo aparece nas páginas individuais das matérias e trata de contextualizar o momento em que o post foi feito. Sob o título de Contemporaria, o box apresenta a manchete do The Guardian e da BBC relativa à data e hora do post. Além disso, as palavras-chave do texto são linkadas à uma busca no technorati, permitindo o acesso ao assunto em demais blogs da Rede.
Para completar, pretendem lançar em breve seu colophon, onde irão disponibilizar o código fonte e templates do blog. Será que preciso dizer que eles estão usando o Movable Type?
A herdeira do império Hilton já virou alvo corriqueiro para todas as tentativas de exposição da vida pessoal (e sexual) de celebridades hollywoodianas e seus agregados. Como não poderia faltar, neste final de semana foi a vez do celular Sidekick da moça ter todo o seu conteúdo liberado.
Em dois dias, notas, agenda telefônica, e fotos tiradas com o aparelho se epalharam rapidamente pela Rede. A operadora americana T-Mobile mantém cópias dessas informações online, o que facilitou em muito a ação do hacker que invadiu o sistema.
De agora em diante, muitos irão pensar duas vezes antes de dar seus números para a agenda de Paris Hilton. Telefones pessoais de celebridades como Christina Aguilera, Eminem, Stephen King, Avril Lavigne e Anna Kournikova foram expostos e devem ter tocado loucamente na manhã de Domingo. Estão todos listados aqui, mas nem adianta mais tentar porque ou estão desligados ou seus donos já providenciaram um novo número.
Inúmeras fotos de Paris com seus amigos, Paris nua e Paris beijando outras garotas juntam-se a lembretes como tell ken about jess trying to bone JT ou call maroon 5 get birth control kill pill para fazer a festa dos internautas. Invasão de privacidade? Nah, a essa altura do campeonato é pura diversão. Afinal, já não é de hoje que a vida pessoal da loira é amplamente divulgada pelo mundo.
Primeiro foi a famosa fita de vídeo que surgiu na Rede em 2003 e virou recorde de downloads (até pouco tempo atrás era a busca número um no Google). A cena, mostrando Paris fazendo sexo (em várias posições), rendeu alguns milhões pro então namorado que ganhou na justiça os direitos de distribuição da fita.
Já no início deste ano foi o Blackberry da moça que foi prontamente atacado. O telefone, que permite a troca de e-mails e acesso a protocolos de IM, revelou coisas mais íntimas do que um simples vídeo pornô, relatou na época uma fonte que dizia ter tido acesso às mensagens:
She was pretty upset about it. It’s one thing to have people looking at your sex tapes, but having people reading your personal e-mails is a real invasion of privacy.
Para saber mais, a Gawker está mantendo uma página de todas as coisas Paris Hilton, e os arquivos tirados do Sidekick podem ser encontrados em HiltonHacked.com.
Hora de questionar a segurança dessa balbúrdia toda chamada Grande Rede? Com a popularização e expansão de conexões wi-fi/bluetooth/RFID, estamos entrando em uma época em que tudo estará interligado. Do celular à geladeira, da carteira de identidade ao relatório de compras na sex-shop, temam.
Eu ainda não tinha prestado muita atenção na onda de comerciais leste-europeus dos anos 80 que vêm surgindo pela rede, mas depois que tu entra é IMPOSSÍVEL parar de ver essas pérolas soviéticas.
Tudo começa com esse comercial estoniano anunciando carne enlatada de uma maneira assustadoramente bizarra. Alternando a imagem de uma galinha viva, uma moça sorridente, e um grande moedor de carne pink floyd style, o diretor Harry Egipt abre caminho para coisas cada vez mais incomprensíveis.
Imaginem o que passou pela cabeça do publicitário que vislumbrou um fisiculturista sendo observado por vacas durante 20 segundos para então fechar tudo com um líquido de coloração âmbar sendo despejado em um pote com cara de Trakinas? Ou o Húngaro que teve a brilhante idéia de usar crianças semi-nuas brincando de roda e uma cueca preta-de-tão-suja para anunciar os incríveis poderes da máquina de lavar.
Pois sim. Acompanhando o irmão Menezes em sua campanha "sou húngaro e ninguém me entende", podemos nos deleitar com 101 comerciais do País dos Magyars mostrando garotas com orelhas gigantes vendendo sei lá o que e caras vestindo ternos pretos usando revolucionários equipamentos de ginástica.
Como não poderia faltar aquela putaria inocente - afinal estamos falando de lugares onde o material hard-core só chegava contrabandeado da Finlandia -, mulheres nuas em botes infláveis anunciando uma loja de cosméticos, e garotas se deliciando enquanto lambem sorvetes ao sol deixam tudo um pouco mais agradável.
Diversão garantida para tardes chuvosas de fevereiro.
ou dando um fim naquele HOT LESBIAN ACTION.
Com o aprimoramento dos métodos, e uma proliferação que já movimenta mais da metade das mensagens na Grande Rede, o spam pornográfico logo abriu as pernas para a tão concorrida venda de remédios. Afinal vivemos o século da depressão e hipocondria, não podemos ficar sem nossos AX, OX, ALIUM, ICUM ou qualquer variação sobre as mesmas terminações.
Em meio a uma fase aurea do spam de medicamentos, reportada há algum tempo aqui, outros temas menos nobres começam a ganhar seu devido (sic) espaço.
De início fiquei surpreso ao encontrar uma mensagem anunciando uma escola militar (cujo link não colocarei por motivos óbvios), mas logo lembrei que o Army Spam é tema recorrente no Boing Boing e em outros blogs americanos.
Ao que indicam, o exército do Tio Sam vem mandando constantes e-mails e SMS para jovens de escolas secundárias e universidades. Oferecem aquela carreira de G.I. JOE que você sempre sonhou, fácil acesso às tropas de elite, e a garantia de não passar mais que algumas semanas no front (alguém ainda usa essa expressão?).
Uma balela garantida por lei depois que o No Child Left Behind Act foi aprovado pelo congresso norte-americano no início do ano passado. Em tese uma série de medidas para a educação no país das listras vermelhas e brancas, porém o projeto contém alguns termos instigantes que obrigam as escolas públicas a abrir suas instalações para recrutadores do exército, além de serem coagidas a divulgar o registro e contato de todos os seus alunos.
Queria ver o Bill Gates meter bronca nessa.
A melhor dica que alguém poderia dar sobre Buenos Aires é "perca-se por suas ruas". Afinal a cidade portenha tem sustância, como diriam nossas avós, para justificar os narizes empinados e ímpetos de superioridade argentina. A cada esquina um prédio com ares da Art Nouveau, cafés dignos de qualquer bairro parisiense e ao lado, indefectível, uma livraria vendendo qualquer coisa menos edições de auto-ajuda.
Diferente da figura do argentino fanfarrão e torcedor do Boca, a população de Buenos Aires parece respirar ares cosmopolitas que logo lembram metrópoles como Zurich ou Montreal. Ao menos entre essa pequena elite que circunda os bairros visados e principais destinos turísticos da capital.
A partir do Rio da Prata até uns dois quilômetros acima tudo parece estar sob o domínio do mercado financeiro ou de emprendimentos turísticos. Longe de qualquer sinal de recessão, os 15% de crecimento anual passam a mostrar suas caras entre casas de vinho, gelaterias e lojas da Puma. Pelo centro, uns quantos circulam com seus iPods, sejam rosas pregado à bolsa, ou simplesmente levados na mão durante caminhadas corriqueiras. Não custam muito menos que os valores astronômicos cobrados aqui no Brasil, mas não importa, é uma questão de espírito.
Pausa para tomar um expresso e comer dois alfajores e logo o caminho fica por conta dos museus, indicando uma cidade que já foi nada mais que podre de rica. Entre Rembrandts, Monets, Degas e até um solitário Pollock, o Museo de Bellas Artes ostenta uma coleção que poderia muito bem ser chamada de compêndio da pintura DO MUNDO. Algumas quadras adiante, o Museo de Arte Latino Americana, MALBA, mostra pinturas de Tarsila do Amaral, Frida Khalo e Di Cavalcanti, além de obras contemporâneas que dariam de relho em qualquer Bienal do Mercosul.
A cidade respira arte. Toca tango em cada esquina, seja reduto turístico, seja no radinho de pilha do senhor sentado à porta de casa. Cativa pelo olhar e pelos sabores diversos qualquer um que se aventure por suas calles floridas.
Teoria da conspiração? Dominação mundial? Nah, o pessoal do Google só está querendo ajudar.
Depois de ter busca, e-mail, blog, arquivos da usenet, social software, you name it, agora é a vez de abocanhar o CONHECIMENTO MUNDIAL.
De acordo com um post no meta-wiki, o Google fez uma proposta para hospedar parte do conteúdo dos projetos da Wikimedia Foundation. Entre eles estão a Wikipedia e o recente WikiNews.
Os termos ainda estão sendo discutidos, mas os diretores da Wikimedia garantem que o acordo não significa necessariamente a adoção de GoogleAds em suas páginas.
ou quatro dias vivendo a base de carne e café.
Fotos da viagem a Buenos Aires aqui e quem sabe algumas outras ali no fotolog. Enquanto não sento pra escrever a respeito, fico me deleitando com uma caixa de alfajores portenhos.
Em poucas horas me retiro por alguns dias. Longe de Porto Alegre, de grandes aglomerados de pessoas e de qualquer coisa que faça beeps e tenha um teclado - os meus braços precisam do descanso.
Para aqueles que esperam fugir de comemorações carnavalescas, deixo um texto que já venho prometendo há algum tempo para alguns. Em The Psychedelic Experience, Timothy Leary, Ralph Metzner e Richard Alpert fazem um detalhado manual de uso do LSD com base nos ensinamentos budistas do Livro Tibetano dos Mortos. Um boa leitura.
The authors were engaged in a program of experiments with LSD and other psychedelic drugs at Harvard University, until sensational national publicity, unfairly concentrating on student interest in the drugs, led to the suspension of the experiments. Since then, the authors have continued their work without academic auspices.
Volto na quarta-feira. Divirtam-se.
>> psychedelic_experience.txt - 203kb (clique com o botão direito e selecione a opção de salvar arquivo)
Lately I've been having "odd" dreams about Condoleeza Rice...I don't know why, and these dreams are beginning to disturb me. But what the heck, I'd do her.
Ok, o Ron Jeremy tem um blog. Não é preciso dizer mais nada.
Poucos dias antes do início do Fórum já havia grandes cartazes colados pelos muros portoalegrenses. Ao lado de shows de Los Vatos, Replicantes e alguns outros festivais de bandas gaúchas, letras laranjas garrafais traziam o nome Hugo Chávez, levemente inclinado rumo ao cosmos, como se estivessem chamando uma grande lenda do rock.
Nesse final de semana acompanhei a chegada do presidente venezuelano ao assentamento sem-terra Lagoa do Junco, em Tapes, e sem demora percebi que ele é justamente isso. O mais intrépido popstar latinoamericano veste cores militares, ostenta medalhas e condecorações e trata o seu estimável público como se fosse o próprio Sílvio Santos. Ao invés de prometer um milhão de reais (não se esqueçam de ler as quatro palavras anteriores como se fossem o próprio), oferece terras para a reforma agrária, conhecimento para todos, e talvez um pouco de alívio para as esperanças da esquerda.
Continue Lendo...Acabo de comprar uma passagem para Buenos Aires. Completamente a esmo e mal sabendo se vão me deixar passar na fronteira.
Nunca fui à capital porteña, muito menos a garota de quinze anos que vai comigo, então estamos aceitando sugestões. Lugares, cafés, livrarias, museus, botecos, you name it.
Vou aproveitar os poucos dias de folia para justamente ficar longe dela. Além de não ter mais IDADE pra essas coisas, preciso urgentemente do descanso. Espero não passar nem perto de um computador, então escreverei no retorno.
Fotos, sim. Muitas fotos.